terça-feira, 28 de outubro de 2025

Mudou a hora, mas não a vontade...

 

Dias de Outono

27.10.25 - Avisos amarelos por todo o país, as notícias falam de furacões devastadores que invadem destinos paradisíacos como Jamaica, Cuba, Turcas e Caicos, e eu… aqui no meu paraíso, o Mar ali tão pertinho, a duas paragens de comboio, aprox. uns 15 minutos. Viciei-me em ver diariamente a temperatura da água e ainda estando os 20/21° lá vou eu correndo para o “meu habitat” onde me esbaldo e me sinto tão bem. Mudou a hora, mas o vício continua o mesmo, basta ver o sol pela janela e saber que não estará vento além de a água estar “amornada”...

Rio de mim própria com esta loucura que sempre tive pelo mar, e nunca cessa.
De comboio saio quase em cima da areia, sem stress, e sem grande custo.
Hoje já ia um pouco tarde, imaginando que depois voltar pelas 17:20 poderia sentir frio (as 18:20 de antes), então fui assim mesmo, por que não, nem que fosse para me contentar com a vista e com o cheiro de mar durante meia hora e voltaria satisfeita para casa. Mas não, cheguei lá, fui molhar os pés e não pude resistir, deu para mergulhar, nadar um pouco, ficar na praia a fazer um rascunho deste texto, umas 3 horas sem vento, que “nem pinto no lixo”, como sempre! Sabendo que amanhã poderá chover, estou apenas a despedir-me do ainda verão, do jeito que mais me dá prazer. Dentro de água salgada, “descarrego” o que não interessa e levo para casa o meu corpo e mente energizados. A vida a fluir na vibe que tanto amo. Sou uma sortuda.
Fui procurar um nome para este vício em mim. Parece que é biofilia. Afinal, sou uma biófila. Adoro este vício, sem efeitos colaterais, bem pelo contrário.
Amanhã podem chover canivetes. Tendo iniciado a semana desta forma, tão bem, me sinto pronta para aguentar os casos de estudo que a vida eventualmente nos apresenta diariamente. E como ninguém é feliz sozinho, lá dizia o poeta, a gente vai tentando se encaixar de alguma forma com quem cruza o nosso caminho e nos oferece algum tipo de amor. 

Acredito que o prazer, a música e a arte ativam em nós o que há de mais curador. Diminuem o stress e a ansiedade, equilibram o sistema nervoso, libertam dopamina — a hormona do prazer — e devolvem-nos à nossa natureza essencial: - Estar presentes; - Sentir alegria no simples; - Respirar a beleza do agora. Qualquer tipo de prazer é uma forma de cura. Escolhe uma música que te faça sorrir e dança, mesmo que só e por alguns minutos. O corpo lembra-nos da Vida. Resgata um hobby que tenhas abandonado e permite-te brincar de novo. Faz algo só porque te dá prazer — sem objetivos, sem culpa, sem pressa… São os meus conselhos de hoje, para mim, e para ti que me lês.

Porque quando nos permitimos sentir prazer, renascemos por dentro. Reativamos a alegria de viver, a energia criadora, a leveza.

“Coração em paz, alma em alto-mar”. Assim como o mar tem as suas marés, a vida tem os seus altos e baixos. A esperança nos ensina que cada onda traz consigo a oportunidade de uma nova caminhada pela vida fora. Por isso me admiro tanto: sorrio sempre, como se nunca houvesse passado por nenhuma tempestade.  E quero sempre admirar quem me rodeia.


quinta-feira, 9 de outubro de 2025

Tempo de sobra, tão bom

Na cidade onde vivo há um pavilhão gimnodesportivo municipal bem pertinho de casa. Voltei ao Pilates, duas vezes por semana, e nos restantes 5 dias ainda posso dar-me ao luxo de ir dar uns mergulhos no mar enquanto está bom tempo.

No primeiro dia, ainda com tempo, antes de entrar para a sala, fiquei a apreciar as crianças a praticarem andebol no recinto desportivo. Aquele barulho das bolas a baterem na quadra fizeram-me recuar no tempo, quando em Angola o meu pai treinava os atletas no Sporting de Benguela, e mais tarde quando casei com um também basquetebolista, e ia assistir aos jogos. Foram anos a ouvir aquele barulho. E pensei que sou um caso de estudo. Sempre vivi no meio do desporto e nunca soube as regras de nenhum, apenas estava lá por estar e nunca me interessava por perceber as jogadas. Sou mesmo estranha, uma alienada, nunca me interessando a fundo pelas coisas, deve haver uma explicação para isso, se eu fizer algum tipo de terapia. 

Longe de ser perfeita, até me rio de mim própria. Não me arrependo de nada, mas podia estar na vida bem melhor, se me esforçasse para tal. Admito que sou preguiçosa, comodista. Olho para trás e é apenas o meu passado, tentando agora estar mais atenta, fazer as coisas certas e reconhecer as pessoas que poderão trazer ou acrescentar algo de especial à minha vida, para compensar, pois antes também não soube fazer as escolhas adequadas à minha pessoa.

Sou um caso de estudo, e atraio outros casos de estudo. Vou assim estudando a Vida.

Pilates ontem. Um mergulho no Mar hoje. O Sol. O Amor. As Amizades que valem a pena. A vontade de estar Feliz. Ser Grata por tudo o que tenho… 

A vida é bonita, porque eu a faço assim.

(o mar me inspirou a escrever assim hoje)

Almas bonitas se reconhecem e se atraem. Se a pessoa for genuína acabará por encontrar as pessoas certas ao seu redor, cada uma no tempo certo."