sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Efemeridade

As estrelas que voltaram ao céu:

CAMILO DE OLIVEIRA / NICOLAU BREYNER / JOSÉ BOAVIDA
FIDEL CASTRO / MUHAMMAD ALI / JOHAN CRUYFF
prince / LEONARD COHEN / DAVID BOWIE / GEORGE MICHAEL / RICK PARFITT 
(entre outros, mais ou menos conhecidos)

O ano de 2016 termina assim com tantas perdas, de gente que contribuiu de alguma forma para melhorar o nosso mundo, (des)agradando mais a uns do que a outros, e cada morte faz-nos pensar e ter mais consciência do pouco que dura a vida…um bom motivo para pensar duas vezes antes de andarmos aqui com vidas tensas, desavenças e outras tristezas… (e observo de repente na lista acima: todos homens!)
Porém, é tão difícil conviver com certas pessoas, complicadas a nível emocional, diria eu. Desde que me conheço como gente com cabecinha pensadora, dou comigo a revirar os olhos muitas vezes, com a paciência a diminuir e apreciando cada vez mais o silêncio ou a minha sozinhez.
Reparo com tristeza e apreensão que tenho convivido com pessoas deprimidas que vivem no passado e/ou ansiosas que querem apressar o futuro, e a quem é 'impossível' dar a volta… Chego à conclusão de que cada um tem que ajudar-se sozinho, ou procurar ajuda por iniciativa própria, pois ninguém pode ajudar ninguém.
Foi apenas um aparte. Queria era entender por que dura tão pouco a vida, talvez pelo facto de ser algo tão belo e perfeito que tem uma grande fragilidade, daí a sua efemeridade? O ditado popular “A vida são dois dias” tem muito de verdadeiro, pois a nossa passagem por este planeta é controlada pelo tempo, que age implacavelmente.
Como ladrão, sem avisar, a morte chega. Sempre naquela hora em que menos esperamos. Não há rico, pobre, inteligente, famoso, influente, político, empresário, trabalhador, mendigo, que consiga escapar desse encontro. Mais cedo ou mais tarde ela virá, alguns de nós vivendo muito ou pouco, seja de causas naturais, sem culpa ou intencionalmente; há quem escolha a hora de partir, movido/a irracionalmente pela depressão, deceção, desilusão, sem a felicidade que o dinheiro não comprou. Há pessoas que estão cheias de dinheiro mas vazias de felicidade, que é a essência que move as nossas vidas. Quem vive esperando o futuro para ser feliz, perde a felicidade de cada momento da vida e do presente, preso às amarguras do passado e impedindo a felicidade do amanhã.
Não deixemos que os traumas do passado nos impeçam de agarrar as novas oportunidades de ser feliz que a vida nos dá. Esse é o grande mistério da vida: a capacidade de recomeçar, de recompor-se, e seguir adiante após cada deceção. O melhor mesmo é fazer agora, é começar agora, ou mesmo recomeçar, pois deixar para amanhã não tem garantia nenhuma. A vida bem vivida não é aquela orientada pela aparência, dinheiro, aquisições, status social ou nível intelectual, e sim pela busca da paz interior nos pequenos detalhes.
Por isso, vamos viver tudo o que há para viver. Deixemos marcas. Desta vida nada podemos levar, mas poderemos deixar. Então deixemos sementes, sejam elas de alegria, paz, amor, carinho ou dedicação. Deixemos boas histórias para os descendentes (quem os tiver), parentes e amigos contarem sorrindo aos outros, a nosso respeito.
Nunca deixemos de amar, aproveitar cada momento como se fosse o último, deixar boas impressões, apertar a mão do próximo, abraçar, brincar como as crianças, e sorrir, sorrir muito mesmo. Desapeguemo-nos de tudo o que possa enegrecer o nosso coração e tornar a vida mais pesada do que ela já é. Melhor esquecer o que já não importa. Há muitas vidas vazias, por viverem a relembrar o que deveriam esquecer e esquecerem o que deveriam relembrar.
Se nos foi concedida a dádiva de viver, embora limitados pelo tempo, então vivamos o melhor possível com os que nos cercam, pois estes ajudam a construir a história da nossa vida, de maneira a que essa dádiva seja vivida feliz e inesquecivelmente...

2016 foi um ano útil. Fez-nos questionar o sentido da vida. Que 2017 se torne no ano que todos desejamos, e que a sorte nos acompanhe sempre também! Bom Ano Novo  ;)

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Esperançar

Este será meu último blogue de 2016. Vou estar ausente algum tempo. 
Tempo de parar e refletir… Um novo ano nos espera e com ele a esperança de dias melhores, as expectativas são sempre muitas... e será que realmente fizemos tudo o que queríamos ter feito? Talvez o ano novo não seja realmente o virar de uma data, um mês ou um dia, mas sim um espelho de quem fomos e como crescemos como pessoa…
Contrariando as frases (feitas) lindas de natal, plagio um texto que li no facebook, de uma amiga. Por que alguns de nós cada vez gostamos menos deste mês, o do natal. É uma confusão enorme e parece que as pessoas andam, ou correm, à toa, na ganância do consumo, ainda mais do que nos outros meses. É também um mês frio, em que a falta de calor – humano e físico – mais se faz notar.
 “Ah não sei o que dar a esta ou aquela pessoa que TEM tudo... ah, o ano passado a prenda dela foi um nojo e este ano vou ao chinoca e vingo-me!...ah, o MEU orçamento-tão-bem-medido vai estoirar... ah, aquela pechincha na loja é MINHA, não é sua, ponha-se na fila seu filho da p**t*!”

…E todos os anos é assim. Noções erradas de solidariedade; falta de abraços com sentimento verdadeiro; família unida e feliz, coisa cada vez mais rara… Já só resta essa correria desenfreada e sem sentido ao consumo: os senhores do mundo, do poder e da massa agradecem. Para eles, é NATAL… para muitos de nós, é FATAL!
Sem falar do que vemos na TV todos os dias, e aquela notícia de jornal, ainda a semana passada “Dez mil polícias e metralhadoras para evitar crimes no natal”… que natal é esse? (deprimente)...

Ainda assim, façamos o favor de ser felizes! Vamos esperançar, em vez de esperar. 

Esperançar é almejar, sonhar, buscar, definir o que se quer e como o irá alcançar, agir, ou seja, é diferente de esperar passivamente. Então esperançar passa a ser uma força que nos torna resilientes. (O problema é que muitos esperam, sempre reclamando da vida, de que adianta isso?)

Em dezembro acalentamos a esperança na primavera de um novo ano que chegará em breve, e no desaparecimento da FOME NO MUNDO.
(há que saber encontrar alguns resquícios de lucidez no meio deste caos)


E, levando a vida a rir, vou contar-vos: um amigo meu, depois de ler o meu texto sobre o “sonho milionário” – a cooperativa da felicidade – não lhe agradou muito a ideia. Tinha uma proposta bem melhor: uma “república” só para homens (que as mulheres só chateiam), com enfermeiras que agora nesta época andariam para lá e para cá a cuidar (bem) deles em roupinha de natal, aquela saia bem curtinha, um decote generoso, sem faltar o gorrinho… esse seria pois o lugar ideal para os filhos enviarem os cotas de quem já só esperam as heranças. Em pouco tempo eventualmente dar-lhes-ia o badagaio, e pronto, morreriam felizes. 
Acho então que deveria mudar-se o nome para “República Morra Feliz” (num aguento!) ahahah 😍😜

Posso demorar a voltar aqui, mas voltarei sempre. É preciso às vezes ficar fora desde silêncio cor-de-rosa, pois lá fora há vida azul celeste, ou azul-marinho... às vezes pálido e às vezes quase transparente...https://www.vagalume.com.br/paula-fernandes/pra-quem-sabe-sonhar.html
Feliz 2017!🌞🌟⭐♬♫♪



Viver é uma sorte!

Ela... e o mar...
Nasceu à beira-rio e sempre viveu à beira-mar. 
Agora, morando de novo a uns 100m da praia daquela cidade onde já está há 2 anos, não sendo de longe nem de perto a mais perfeita do mundo ou do país, sente-se em casa. Depois do trabalho, já de noite no horário de inverno, é só atravessar a rua e faz caminhadas pela avenida sobre o mar. Se fosse verão, fá-lo-ia pelo passadiço junto à areia, ou de bicicleta. Sempre há mais opções com o tempo quente e os dias mais longos. 
Em tempo de frio até parece um lugar fantasma, em comparação com os meses agitados de verão. Vê-se pouca gente pela rua e a maioria das lojas, restaurantes e cafés está fechada. Nos prédios enormes praticamente todos os apartamentos estão fechados, nota-se um ou outro à média luz, podendo-se apreciar de fora o requinte da decoração interior, ou outro que está alegremente enfeitado com luzes de natal… 
ela fica imaginando se haverá pessoas felizes a viver naquele lugar tão calmo durante meses, e que podem vir simplesmente à varanda e apreciar aquele mar fabuloso... ou será que também se queixam da vida ou de terem nascido?

Em noites de lua cheia sente-se atraída por aquela luz cor de prata a incidir no mar, e por aquele marulhar, dando até vontade de dar um mergulho em plena noite; será bem capaz disso um dia (ou melhor, uma noite), por que não? Num mundo que está virando um grande hospício, em que a maioria das pessoas deixa de ser elas próprias para satisfazer a sociedade, e vão usando máscaras fingindo que são sadias, que mal haverá em dar um mergulhito quando já está escuro ou à luz da lua?...https://www.youtube.com/watch?v=T1bD5Qtr2Aw

Ela pouco mais ambiciona além de VIVER simplesmente, com saúde, morando num lugar agradável e confortável e com tempo para fazer o que gosta. Mesmo que ali não seja fácil fazer novas (e boas) amizades, vive bem com ela própria.

As pessoas ambiciosas estão sempre com pressa, correndo, indo em direção a algo que sentem vagamente que está lá adiante, mas que nunca encontrarão. A sua vida está sempre no amanhã – e o amanhã nunca vem! Tal como o horizonte, que não existe, somente aparenta existir…podendo até tornar-se pessoas agressivas e violentas, e fatalmente serão loucas…
 
A pessoa não-ambiciosa vive aqui e agora, e ficar aqui e agora é ser são. Estar totalmente neste momento é ser são. Sanidade significa um estado de paz, harmonia, alegria, bem-aventurança e bênção. A pessoa não-ambiciosa é pacífica, amorosa, compassiva.

Vai assim caminhando pelas ruas quase desertas com tantos pensamentos afluindo ao seu espírito. Sente-se uma louca saudável e equilibrada, e feliz, por que não? Perdeu tanto tempo sem saber quem era…mas nunca é tarde para encontrar-se, para aprender a pensar pela sua própria cabeça, fugindo de realidades distorcidas que desde sempre lhe foram incutidas, e a viver nunca lhe ensinaram!

Sem ambicionar grandes coisas, há porém algo que faria, se lhe saísse o Euromilhões (de que outro jeito poderia ser?): mandava construir uma "cooperativa da felicidade" (até já lhe deu um nome!). Um lugar tranquilo, pode ser na serra, a poucos km do mar, com casinhas confortáveis e bem equipadas, para aquelas pessoas no outono da vida, quando os filhos ou netos já não se interessam ou não têm tempo para elas...E quem não tivesse filhos, viveria ali o resto dos seus dias (meses ou anos) rodeado/a dos seus amigos de uma vida inteira, ou novos amigos que fariam... viveriam no meio da natureza, podia haver também uma piscina, um ginásio, ou terreno para cultivarem os seus alimentos preferidos, espaço para atividades artísticas, outro para brincarem e rirem juntos, por que não voltar a ser criança? Um espaço para esquecer os problemas de uma vida que bem ou mal viveram, para desapegar-se do que já não interessa, e agora é que importa, viver finalmente para si e sem solidão...
Sonhar é bom, desde que se acredite que nada é impossível!

Nascer na família 'perfeita'...ou seja, para vir ao mundo é preciso sorte. Porém, com tino há que saber persegui-la, ajudando muito o pensamento positivo e não deixar-se influenciar pelas más ondas. E quando as coisas não forem bem, ou à nossa maneira, há que dar a volta… afinal, até para nascer, todos tivemos que dar a volta!

(em época natalícia, só mensagens positivas) 💗

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Viver vs Existir

Tenho estado ausente aqui, será que alguém notou?… lá ando eu com o casulo às costas, espero em breve assentar e escrever com mais assiduidade.
Enquanto isso, vou observando a vida à volta, a cara das pessoas, com ou sem sorriso, e me pergunto: será que vivem, ou apenas existem?
Viver é ser. Existir é estar
Viver é construir a própria vida
Existir é passar pela vida
Viver é errar, para conhecer-se, e evoluir
Existir é acomodar-se
(…)
Na verdade, o ideal será vivermos, pois foi para isso que nascemos. Porém, não podemos negar que, para viver, é preciso existir!

E assim continuo vivendo, do jeito que escolhi, rodeada de gente marada (às vezes até há gente atinada, vá lá), e hoje apetece-me uma rapidinha, ou seja, escrever algo que li uma vez e fez-me rir, pois deve acontecer o mesmo com a maioria de nós; é sobre a PDI (porra da idade, para não dizer uma asneira duas vezes):

Já aconteceu de você, ao olhar para uma pessoa da mesma idade, pensar: “eu não sou assim tão velho/a!” ?
Veja o que contou uma amiga de alguém:
Estava sentada na sala de espera para a consulta com um novo dentista, quando observei o seu diploma na parede.
Li o seu nome e recordei de um moreno alto que tinha esse mesmo nome. Era da minha classe do colegial, uns 30 anos atrás, e eu me perguntei:
"Seria o mesmo rapaz por quem eu me tinha apaixonado na época?"
Entrei na sala de atendimento e, imediatamente, afastei esse pensamento.
Esse homem grisalho, quase calvo, gordo, enrugado, era demasiadamente velho e desgastado para ter sido o meu amor secreto.
Depois de ter examinado os meus dentes, perguntei se ele tinha estudado no Colégio Santa Cecília...
- Sim, respondeu-me.
- Quando se formou? perguntei.
- Em 1989. Por que faz essa pergunta?
- É que...bem...você era da minha classe, exclamei.
E então aquele velho horrível, cretino, careca, barrigudo, flácido, lazarento, esclerosado, filho da puta me perguntou:
- A senhora era professora de quê?
 

(kakakakakaka ooops falei asneira)

Bom feriado ou fim de semana prolongado. Não se esqueçam de viver e ser felizes!