Agora ando com a mania de pesar-me, resolvi comprar uma balança e não
quero passar dos 70kg, se possível (tentando), pois se me desleixar, chego aos
80 num instante. Nem pensar. Porém, surge uma dúvida cruel: o que se deve comer,
afinal? Existe atualmente uma preocupação excessiva com o saudável, parece que
todos queremos morrer com saúde, não faltando informação ao nosso alcance com
todo o tipo de dietas. Ademais, os média estão sempre a bombardear-nos com
novidades, por vezes desmentindo tudo a que nos habituaram, por exemplo: afinal,
o colesterol alto pode matar, ou é um mito?
Cada vez mais há informação sobre o que nos MATA. Uma
comida, um hábito, qualquer coisa pode, lentamente ou de uma hora para outra,
matar-nos. Aquilo que era saudável há bem pouco tempo atrás, de repente dizem-nos
que pode provocar isto ou aquilo, fazer-nos adoecer gravemente ou mesmo ser
mortífero.
“Beba 3 copos de
leite por dia” diz a publicidade; agora a teoria é a de que o leite devia
destinar-se apenas aos bezerros!...
Surgiu então a bebida ou leite de soja, e a
seguir há logo quem descubra os malefícios da soja: https://www.facebook.com/joemapim/videos/968962539801594/?autoplay_reason=ugc_default_allowed&video_container_type=0&video_creator_product_type=0&app_id=2392950137&live_video_guests=0
“Coma salmão, tem ômega 3!” “Não coma
salmão, é cancerígeno!”… “Beba chá verde!”
“Pessoa morre por excesso de chá verde!”… “Comer
carne faz mal.” “Faz falta comer carne.”…”Sushi é uma opção de dieta saudável” “O sushi faz criar vermes no
organismo”…
Sempre gostei de leite, adoro gelados, o pão fresquinho da
padaria, ou que agora compra-se nas pastelarias / “pão-quente”… E os bolos? Ai,
melhor nem olhar para eles. Gosto de tofu, seitan (‘carne’ de glúten), aliás,
acho que gosto de tudo, e é o melhor que faço: comer de tudo um pouco. Não sou
nem nunca fui radicalista e, na dúvida, ultimamente inclino mais para frutas,
vegetais, cereais, frutos secos, sementes…Parece que voltei à época do
Paleolítico ahahaha até me dizerem que tudo isso também está contaminado (ora
bolas).
Todos os males começaram com o veneno da fast-food contemporânea, aparentemente uma opção “económica”, mas duvido.
O ideal seria que os pais ensinassem os filhos a ingerir comida saudável desde
que são pequeninos, e deixem-se de manias. Nunca experimentaram, e já dizem que
não gostam, enfim!
E se há pesticidas, contaminação química ou bacteriana em tudo o
que normalmente se compra (ignorando os falsos “bio”), mais vale começarem a produzir
alimentos ou pratos feitos em comprimidos, como para os astronautas. Serei logo
adepta. Como seria bom viver sem cozinhar, sobraria mais tempo para outras
coisas interessantes.
Uma das coisas de que me lembro bem, quando era pequenita: ia com
a minha mãe ao talho, o dono dava-me um bife para a mão e eu comia-o consolada.
Não se falava então em carne com resíduos de hormonas ou antibióticos, e parece
que ainda lhe sinto o sabor… Hoje em dia já não faço isso, claro, mas gosto de
carne mal passada, quando (raramente) a como.
No livro ‘Cérebro de Farinha’ é-nos revelada a chocante verdade
sobre o trigo, o glúten e o açúcar, os assassinos silenciosos do nosso cérebro. Esse livro
avança mesmo a hipótese (e praticamente prova-a) de que “as epidemias da
obesidade e da doença de Alzheimer se devem ao nosso amor eterno pelos
hidratos de carbono e ao grande desdém pela gordura e pelo colesterol”.
Não é à toa então que anda tanta gente taralhouca com as drogas
(legais) que toma uma vida inteira. Torna-se assustador, são
drogas para o colesterol, outras para dormir, outras para acalmar, etc. E
alguém a engordar os bolsos à custa dos eternos doentes. Quantos médicos vêm
revelar certas verdades só depois de aposentados!?
Devíamos contentar-nos com a evolução do conhecimento pois permite-nos
saber o que fazer, o que comer… e será mesmo assim? Será que o conhecimento evolui
de modo tão radical que faz com que aquele leite ou o salmão que faziam tão bem
uns meses atrás possam fazer muito mal “de repente”?
Atualmente são só teorias contraditórias, será alguma conspiração
para enlouquecermos? Pergunto eu! Este fim de semana falava com alguém que
gosta de usar sabão macaco, sim aquele azul de antigamente, diz que é melhor
que qualquer um que anda por aí. Também já ouvi falar que aquele creme Nivea em
lata azul faz muito bem à pele, para limpar e hidratar, e até alisa, então para
quê andar a comprar cremes ‘antirrugas’ de marcas caríssimas? Agora, até o
fluor que desde sempre ingerimos através das pastas de lavar os dentes e que
está presente inclusive nos sistemas de distribuição de água de muitas cidades,
é tóxico e altamente perigoso para o bom funcionamento do nosso corpo…e ainda,
os protetores solares afinal bloqueiam a síntese de vitamina D da qual tanto
precisamos, ou devem usar-se sempre, até mesmo em ambientes fechados?… E aquecer
comida em micro-ondas faz mal, ainda mais se for em recipiente plástico?… Os produtos 'laites' e adoçantes etc. fazem pior à saúde do que os 'normais'...Leite,
com ou sem lactose? E por aí fora… Onde vamos parar… em quê ou em quem acreditar?
Acredita-se que uma alimentação errada será a causa das doenças
cerebrais da atualidade, que normalmente podem começar por manifestar-se com sintomas
diários, tais como dores de cabeça ou ansiedade inusitada, e progredir depois
para perturbações
mais graves, como a depressão ou a demência.
E vamos lá saber se vale a pena tanta preocupação, afinal. Uma
pessoa pode ter um estilo de vida considerado impecavelmente saudável e vir a contrair
aquela doença fatal, por exemplo. Outra pode conviver com os seus vícios até os
100 anos. E ser, em alguns momentos, feliz. Como todos. Apesar que ninguém é
feliz integralmente. E se diz que sim, mente. Basta parar para pensar na nossa
efemeridade, até quando iremos viver? Não existe nenhuma certeza, de nada! A
única certeza é a de que, a cada dia, estamos, todos os viventes, mais próximos
da morte. "A morte é o destino da
vida", já dizia Freud, e para muitos de nós (felizmente) é
precisamente esse limite da vida que nos proporciona o encanto de VIVER.
Concluindo: a vida vai nos matando aos
poucos, então para quê preocupar-nos e levar tudo a sério, se nem sequer saímos
vivos dela? Já imaginaram termos que viver para sempre? Talvez fosse uma
chatice, uma canseira. Então, só temos que saber lidar na boa com o nosso prazo
de validade.
Carpe diem!