sexta-feira, 28 de julho de 2017

Viver mata


Agora ando com a mania de pesar-me, resolvi comprar uma balança e não quero passar dos 70kg, se possível (tentando), pois se me desleixar, chego aos 80 num instante. Nem pensar. Porém, surge uma dúvida cruel: o que se deve comer, afinal? Existe atualmente uma preocupação excessiva com o saudável, parece que todos queremos morrer com saúde, não faltando informação ao nosso alcance com todo o tipo de dietas. Ademais, os média estão sempre a bombardear-nos com novidades, por vezes desmentindo tudo a que nos habituaram, por exemplo: afinal, o colesterol alto pode matar, ou é um mito?
Cada vez mais há informação sobre o que nos MATA. Uma comida, um hábito, qualquer coisa pode, lentamente ou de uma hora para outra, matar-nos. Aquilo que era saudável há bem pouco tempo atrás, de repente dizem-nos que pode provocar isto ou aquilo, fazer-nos adoecer gravemente ou mesmo ser mortífero.
 Beba 3 copos de leite por dia” diz a publicidade; agora a teoria é a de que o leite devia destinar-se apenas aos bezerros!... 

 “Coma salmão, tem ômega 3!” “Não coma salmão, é cancerígeno!”… “Beba chá verde!” “Pessoa morre por excesso de chá verde!”… “Comer carne faz mal.” “Faz falta comer carne.”…”Sushi é uma opção de dieta saudável” “O sushi faz criar vermes no organismo”…

Sempre gostei de leite, adoro gelados, o pão fresquinho da padaria, ou que agora compra-se nas pastelarias / “pão-quente”… E os bolos? Ai, melhor nem olhar para eles. Gosto de tofu, seitan (‘carne’ de glúten), aliás, acho que gosto de tudo, e é o melhor que faço: comer de tudo um pouco. Não sou nem nunca fui radicalista e, na dúvida, ultimamente inclino mais para frutas, vegetais, cereais, frutos secos, sementes…Parece que voltei à época do Paleolítico ahahaha até me dizerem que tudo isso também está contaminado (ora bolas).
Todos os males começaram com o veneno da fast-food contemporânea, aparentemente uma opção “económica”, mas duvido. O ideal seria que os pais ensinassem os filhos a ingerir comida saudável desde que são pequeninos, e deixem-se de manias. Nunca experimentaram, e já dizem que não gostam, enfim!
E se há pesticidas, contaminação química ou bacteriana em tudo o que normalmente se compra (ignorando os falsos “bio”), mais vale começarem a produzir alimentos ou pratos feitos em comprimidos, como para os astronautas. Serei logo adepta. Como seria bom viver sem cozinhar, sobraria mais tempo para outras coisas interessantes.
Uma das coisas de que me lembro bem, quando era pequenita: ia com a minha mãe ao talho, o dono dava-me um bife para a mão e eu comia-o consolada. Não se falava então em carne com resíduos de hormonas ou antibióticos, e parece que ainda lhe sinto o sabor… Hoje em dia já não faço isso, claro, mas gosto de carne mal passada, quando (raramente) a como.
No livro ‘Cérebro de Farinha’ é-nos revelada a chocante verdade sobre o trigo, o glúten e o açúcar, os assassinos silenciosos do nosso cérebro. Esse livro avança mesmo a hipótese (e praticamente prova-a) de que “as epidemias da obesidade e da doença de Alzheimer se devem ao nosso amor eterno pelos hidratos de carbono e ao grande desdém pela gordura e pelo colesterol”.
Não é à toa então que anda tanta gente taralhouca com as drogas (legais) que toma uma vida inteira. Torna-se assustador, são drogas para o colesterol, outras para dormir, outras para acalmar, etc. E alguém a engordar os bolsos à custa dos eternos doentes. Quantos médicos vêm revelar certas verdades só depois de aposentados!?
Devíamos contentar-nos com a evolução do conhecimento pois permite-nos saber o que fazer, o que comer… e será mesmo assim? Será que o conhecimento evolui de modo tão radical que faz com que aquele leite ou o salmão que faziam tão bem uns meses atrás possam fazer muito mal “de repente”?
Atualmente são só teorias contraditórias, será alguma conspiração para enlouquecermos? Pergunto eu! Este fim de semana falava com alguém que gosta de usar sabão macaco, sim aquele azul de antigamente, diz que é melhor que qualquer um que anda por aí. Também já ouvi falar que aquele creme Nivea em lata azul faz muito bem à pele, para limpar e hidratar, e até alisa, então para quê andar a comprar cremes ‘antirrugas’ de marcas caríssimas? Agora, até o fluor que desde sempre ingerimos através das pastas de lavar os dentes e que está presente inclusive nos sistemas de distribuição de água de muitas cidades, é tóxico e altamente perigoso para o bom funcionamento do nosso corpo…e ainda, os protetores solares afinal bloqueiam a síntese de vitamina D da qual tanto precisamos, ou devem usar-se sempre, até mesmo em ambientes fechados?… E aquecer comida em micro-ondas faz mal, ainda mais se for em recipiente plástico?… Os produtos 'laites' e adoçantes etc. fazem pior à saúde do que os 'normais'...Leite, com ou sem lactose? E por aí fora… Onde vamos parar… em quê ou em quem acreditar?
 
Acredita-se que uma alimentação errada será a causa das doenças cerebrais da atualidade, que normalmente podem começar por manifestar-se com sintomas diários, tais como dores de cabeça ou ansiedade inusitada, e progredir depois para perturbações mais graves, como a depressão ou a demência.
E vamos lá saber se vale a pena tanta preocupação, afinal. Uma pessoa pode ter um estilo de vida considerado impecavelmente saudável e vir a contrair aquela doença fatal, por exemplo. Outra pode conviver com os seus vícios até os 100 anos. E ser, em alguns momentos, feliz. Como todos. Apesar que ninguém é feliz integralmente. E se diz que sim, mente. Basta parar para pensar na nossa efemeridade, até quando iremos viver? Não existe nenhuma certeza, de nada! A única certeza é a de que, a cada dia, estamos, todos os viventes, mais próximos da morte. "A morte é o destino da vida", já dizia Freud, e para muitos de nós (felizmente) é precisamente esse limite da vida que nos proporciona o encanto de VIVER.

Concluindo: a vida vai nos matando aos poucos, então para quê preocupar-nos e levar tudo a sério, se nem sequer saímos vivos dela? Já imaginaram termos que viver para sempre? Talvez fosse uma chatice, uma canseira. Então, só temos que saber lidar na boa com o nosso prazo de validade.
Carpe diem!


quarta-feira, 19 de julho de 2017

Catarse

Em vez de mandar alguém catar-se (outra palavra, à nortenha, seria falta de educação minha), decidi vir aqui “catar-me” (em termos catárticos, obviamente) 😁

Sabem por que me rio muito? Nem eu, mas aos poucos vou descobrindo…
Dou comigo às vezes a mirar tantas fotos minhas no Facebokas, que antes postava assiduamente, e estou sempre de tacha arreganhada, parece que virei palhaça depois de certa idade. Nas poucas fotos que tenho ou que guardei da juventude, reparo que era bem carrancuda, ou deve ser a idade que vai nos dando esse estatuto, o de estar a marimbar-se para tudo.

O facto é que este mundo está uma ribaldaria, mais em alguns lugares do que em outros, claro. Dificilmente algo me tira do sério, mas quando se atinge alguns limites, ou me pisam os calos (como se costuma dizer), aí sim, podem ver-me ‘sair do sério’ e virar bicho. Um bicho meio manso, talvez, fico até com dificuldade em expressar-me (com situações inusitadas), de tal maneira me transformo. Mais tarde, até posso rir-me de mim própria, e de tudo, mas na hora sai de baixo!

Gosto deste lugar, posso dizer que sou feliz aqui, mas (sempre este raio de conjunção atrapalhando a nossa dolce vita) há certas coisas que são de bradar aos céus; a sensação nítida é que já não se respeita nada nem ninguém, e só se olha ao enriquecimento rápido em 2 ou 3 meses, então vale tudo, ou seja: tudo ao molho e fé em Deus!…

Ontem, toda feliz, estacionei perto da entrada do edifício onde moro, coisa rara nestes dias de verão e férias. Acordo hoje, espreito pela janela por volta das 7:45 e vejo (pela segunda vez na mesma semana) a carrinha da engomadoria estacionada a obstruir a minha saída! Na primeira vez ainda tive a simpatia de um atleta a chegar do seu exercício matinal e que me ajudou a manobrar a viatura, desta vez nem com manobra podia safar-me. Estava mesmo bloqueada. Procuro o segurança e pergunto que raio de regras há naquele condomínio, aquela carrinha está ali parada há quase uma hora, que eu visse! ele, descontraidamente, nada faz e me indica um apartamento aonde eu é que tive que ir bater à porta, irritadíssima, e atende-me uma pessoa estremunhada com a porta entreaberta dizendo que a viatura não era sua! 
Isto é normal?! Pedi desculpa e desci, e comecei com as buzinadelas da praxe, lá tinha que ser. Não posso respeitar quem não me respeita, e uns pagam pelos outros. Então lá aparece o gajo (jovem), meio ensonado e a pedir muitas desculpas (que se evitam)... mas aposto que não estacionará mais ali, depois de ver a minha cara e o modo como lhe falei. Acho eu, porque há muita gente com cérebro de galinha, infelizmente. E assim chego tarde ao trabalho, mas agora rio-me.

Outro (morador, supostamente) tem lá um chaço (enferrujado, a cair de podre) estacionado continuamente (e à sombra de uma árvore!) e ninguém o repreende, estando a tirar o lugar de outros que querem igualmente ter o direito de aparcar. Como tem mais carro(s), que se lixem os outros, está claro.
Rio-me porque há tanta coisa ridícula nesta vida, e a tudo nos habituamos, porém, nem sempre, para alguns como eu. Então melhor RIR mesmo, até rebolar. Coisas que se tornaram corriqueiras, diárias. Por exemplo, lojas e supermercados, inclusive dos chineses, com aquela moda dos preços 0.99, 5.99, 199.90, 201.99 e por aí fora, até irrita, agora é praticamente tudo a terminar em .90 ou .99. Quem inventou essa moda deve estar rico, e devia ganhar o troféu “engana-tolinhos”.

Companhias de seguros, operadoras de telecomunicações, vendedores disto e daquilo, tudo a querer vender a banha da cobra, quando já estamos tão fartos de publicidade enganosa. Chegamos ao ponto de já nem atender telefones com número estranho. Tudo com publicidade "grátis" que no final sai caro! .Mudar para igual ou mais caro, nem vale a pena o trabalho. Salve-se quem puder.

Rio de pessoas que levam tanta ninharia a sério, quando há coisas tão mais importantes para pensar e viver. E falam dos defeitos que detestam nos outros, quando reparamos que nem elas são perfeitas.
O Facebokas é um exemplo diário, mas ao menos faz a nossa vida mais divertida, é cada aberração, certos comentários em público, gente com muita razão sem tê-la e às vezes com erros ortográficos gigantes (nem se dão ao trabalho de ir primeiro consultar um dicionário de Português!), gente que não para de enviar correntes (se fossem ao menos em ouro) ou fazer circular notícias antigas, como se fosse acontecer hoje (quedas de meteoritos, luas invulgares, tsunamis, fins de mundo, sei lá)…

Rio de gente com comportamentos ou ditos estranhos, raros; todavia, por educação, nem sempre posso dizer “não te trates, não”, a não ser que me obriguem ahahaha 
Uma noite destas perguntava a um amigo o que achava de alguém que ambos conhecíamos, só para confirmar que não era apenas impressão minha… e ele responde “é verdade, ali há claramente um piquinho a azedo”, achei essa expressão o máximo, e ri muito. Conheço mais a outra “não fecham bem a mala”…ou anda tudo a picar-se com arroz-agulha!

Enfim, assim caminha a mediocridade, ou a palhaçada, então haja pachorra e “RIR é o melhor remédio”!

Como costumo dizer "ninguém é perfeito"
Riam muito, e sejam felizes! 
Assinado: Ninguém

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Escrevivendo

Fiquei apreensiva de repente, pois será possível que algum dia ficarei sem temas ou motivos para escrever no meu blog?! Ou andarei preguiçosa com este verão super quente? Até me tem tirado a vontade de pegar nos livros e continuar a leitura, mas adoro este tempo, passar pela praia no final da tarde e poder dar um mergulho; as noites cálidas com movimento de gente passeando pela zona ribeirinha ou junto ao mar, música e animação por todo o lado. 
Então hoje vou falar dele, do verão, de que tanto gosto.
Quais mantinhas e pantufinhas e chazinhos quentes com mel e limão, quais roupas até às orelhas, quais luvas e cachecóis, eu gosto é do verão, de passear quase nua de roupa na mão, eu gosto é da brisa quente a acariciar-me a pele, do fresco do mar nos pés, do dia até ser noite, muito tarde.
Não sei lá para que inventaram esses dias minúsculos de frio e vento e chuva e noite sem fim...

E ainda tempo quente com praia e música, aiué, nem vos digo nem vos conto!
 
Em contemplação, antes de ir FUNKar...
No fim de tarde de sexta feira fui a um beach festival (festival de praia), são 3 dias com bandas de jovens portugueses numa praia tranquila e, eu sendo fã dos Compotas, só fui no primeiro dia quando este grupo atuava. Curto dançar funk e o vocalista é um show contagiando todos com os seus movimentos e palhaçadas em palco, fazendo novos e ‘velhos’ abanarem as ancas, estes últimos distraídos... (sim, porque velho só é quem quer, ou os trapos).
Recentemente descobri que ele é filho de uma pessoa que conheço, então o pai também está sempre presente nos concertos, todo divertido e orgulhoso do seu filho. Pouco sei da sua vida familiar, apenas que os pais são separados, sendo a mãe uma loira toda boa e bonita - do tipo “como é que o homem deixou escapar uma mulher destas” - que também vem curtir o filho e dançar animadamente. Desta vez ele puxou a mãe para subir ao palco no final e, abraçados, curtiram com outros que se juntaram a seguir, e é muito bom apreciar esta energia palco/plateia dançando na areia, nem que seja uma felicidade efémera. A vida é assim.
Eu ia dançando e apreciando as cenas.
A mãe chegou já quase no final do show, veio cumprimentar o ex e, ao mesmo tempo, perguntava algo, talvez onde estaria a outra filha, uma jovenzita também muito bonita. Costumo ver o pai sempre acompanhado de uma pessoa, não sei se será amiga ou algo mais íntimo, mas isso nada interessa agora. O que apreciei foi que também as duas se cumprimentaram amigavelmente, tudo na boa. Gente fina é outra coisa. Ai se o mundo pudesse ser sempre assim civilizado… dá-me para estes pensamentos, o que hei-de fazer? Coisas de gaja.

Comecei o texto a falar no verão e acabei a contar coisas da vida, dos outros ou da minha, o que importa isso, falo da vida de todos nós que estamos por aqui de passagem, uns com mais dificuldade do que outros… são escolhas, ou talvez não… um mundo onde há sempre o que apreciar e depois contar, por isso espero nunca me faltar inspiração ou temas para vir aqui escreviver. 

E eu que detesto andar ‘pegajosa’ com tanto calor, gosto é do verão...





sexta-feira, 7 de julho de 2017

Sonhando

Ela voltou de férias e já está cansada. Querendo aproveitar todos os minutinhos de liberdade, nem deu tempo para organizar tudo em casa, a fim de recomeçar novo período de trabalho. Felizmente chega o fim-de-semana e é como se fossem mais 2 dias de férias, e estes sempre se repetirão, felizmente.
Habita num condomínio com muito pouca gente durante o inverno. Doze andares com cinco apartamentos em cada, agora em tempo de férias, julho e agosto, estão cheios, imagina ela, pois já ficou difícil aparcar quando chega do trabalho no final da tarde. Nos restantes dez meses do ano é praticamente ela sozinha a morar no décimo primeiro andar, ouve-se alguém por cima, outra família mais abaixo, e quase mais ninguém vive naquele bloco. É ela apenas e o barulho do vento, que até assobia.
Agora, quando sai de manhã para ir trabalhar, acha graça ao observar famílias de chapéu, saco de praia a tiracolo e guarda-sol encaminhando-se para a praia, a poucos metros dali. Ai que vontade. E lá vai ela, mais elegante às vezes, outras menos, cansada de acordar cedo, talvez sonhe demais e isso cansa, só pode ser isso.
Devíamos anotar os sonhos logo ao despertar de cada dia, pois há tantos que são bonitos, mas depois vão se desvanecendo no tempo, queremos recordá-los e fica difícil, que pena, pensa ela. 
Sonhar é viver, ou reviver…

Sobre o tema encontrei um texto bonito na net de um desconhecido “Totty”, por isso plagio:

SONHAR...
é uma maravilha!
pois pode-se fazer de tudo,
sem mexer um dedo.
Pode-se ir a todos os lugares
sem sair da cama.
Pode-se assistir a tudo
sem abrir os olhos.
Pode-se comer e beber de tudo
sem abrir a boca.
Pode-se até voar
sem ter asas, ou coisa parecida.
É fácil sonhar...
Só é preciso pensar.
Sonhar.
Ter imaginação,
sonhar, sonhar…
Para sonhar,
nem é preciso dormir.
Mesmo acordados,
podemos sorrir.
O sonho é
a maravilha
de quem é maravilhado,
um momento de prazer,
e o melhor que a vida pode oferecer.

Hoje sou Ela e quis escrever algo para não perder o ritmo, ou o hábito… Feliz fim-de-semana! 
Ou boas férias!!!