quinta-feira, 26 de novembro de 2015

No limbo...

Há quem considere que me exponho demais ao escrever o meu blog, ou até parece que faço publicidade de mim própria, ou procuro alguém(?)... mas penso assim: quem serei eu, se não uma partícula minúscula no meio de milhões delas neste universo gigante, uma mulher/pessoa como muitas, com desejos e sonhos em comum... Adianta esconder alguma coisa? Por aquilo que observo ao meu redor, às vezes sinto-me um ET, mas deve haver muitos/as mais, melhores ou piores...

Sempre gostei de escrever, ainda não havia estas novas tecnologias (agora está tudo ao nosso alcance com um simples clique) e já eu curtia arranjar correspondentes noutros países (o "pen pal", lembram-se?) e escrevia/recebia cartas, uma forma de também ir praticando a língua inglesa que tinha estudado, ou francesa. Outros tempos, até pareço uma dinossaura.

Agora que tenho estas modernices ao meu serviço, vou usando-as para o meu bel-prazer, e muito mais faria se houvesse tempo e maior conhecimento das atualizações a nível informático. Atualmente, o mundo gira a uma velocidade vertiginosa, amanhã já estamos ultrapassados. Detesto quando o telemóvel vai para consertar, é formatado, e depois é uma trabalheira para por de novo o raio do aparelho a funcionar ao meu jeito. Como a gente perde tempo com estas coisas, às vezes lá tem que ser, quando há tanta coisa boa para se fazer à nossa espera! Um passeio à beira-mar ou beira-rio, o por do sol, um belo luar... ou apenas relaxar no sofá e curtir um som no fim de tarde ou à noite, ver uma novela brasileira e matar saudade daquele Rio por onde já passei e fui feliz...


E por falar em 'passagens', nos últimos anos sinto-me a viver numa espécie de limbo. Desde que o meu pai partiu em 1999 (faz 16 anos daqui a 3 dias) - a pessoa mais próxima de mim - e depois fui vendo partir outros familiares com quem não convivi muito, e pessoas amigas de todas as idades, com mais ou menos intimidade, é que caio na real e deixo de levar muita coisa a sério. Há quem diga, para quê levar a vida a sério? não sairemos vivos dela... então há que sentir-se feliz com as coisas mais simples. 



Sinto como se essas pessoas ainda existissem - e existem, não consigo é vê-las - estão em outra dimensão, e desejo (acredito) que estejam em paz, muito melhor do que aqui neste mundo onde todos os dias sofremos com o que sentimos, vemos e ouvimos, e onde nos fazem viver com medo de tudo. Uma forma de fugir disso é, por exemplo, desligar a TV. Só atrocidades, um mundo em colapso, a caminhar para o seu fim.


Agora com a cena do Facebook, as pessoas partem e ainda continuam ali, se eu quiser postar uma mensagem linda na sua cronologia, uma música ou um coraçãozinho, ainda posso... incrível! E dá vontade de escrever "ó pá onde te escondeste? esse lugar é fixe? manda notícias carago!"... como seria bom se respondesse... Quando procuro um endereço de e-mail e cruzo com um nome que já não existe, que não vai me responder nunca mais, dá um aperto no coração... C'est la vie!
Porém, nas minhas caminhadas com a natureza falo com quem eu quiser, e sou escutada, com certeza.

https://www.youtube.com/watch?v=EP1LiJCkpeo

Há dias assim, hoje lembrei-me...dia 26 (13+13)...deu-me para ficar lamechas, e partilhar o meu sentir. Considero-me uma pessoa normal (seja lá o que isso for) e escrevo para quem me quiser ler ou tiver paciência para isso.
A seguir poderei falar mais N coisas sobre mim, sem problema algum e sem máscaras...

"A morte é a coisa mais justa do mundo. Nunca ninguém ficou de fora. O mundo leva toda a gente - o bondoso, o cruel, os pecadores. Fora isso, não existe nada que seja justo no mundo."(Svetlana Alexievich)

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Gente Feliz, sem Idade

Mais um ano que passa. Há quem deteste ou evite (des)fazer anos, há também quem se vista a rigor e comemore/bebemore até o dia raiar, ou à grande e à francesa, eu até nem aprecio Moet Chandon
No meu caso, aniversário é essencialmente aquele dia em que muita gente se lembra de mim, é uma azáfama o dia todo, o telefone não para de tocar e sinto-me uma pessoa super importante; amigos/as que passam o ano inteiro sem ter tempo para ligar ou falar, ou mesmo familiares, mas chega esta data e NUNCA se esquecem, seja por sms, e-mail, telefone, Facebokas ou Skype...isso deixa-me feliz.
Vim para o computador acabar uma tradução, e de repente estava lá o Dr. Google a homenagear-me "Feliz aniversário Lina!" com bolinhos e velinhas HeHeHe fiquei boba! estou cada vez mais importante, e nem sabia.
Presente do Dr. Google

Já foi o tempo (das vacas gordas) em que gostava de reunir uns quantos e era uma festa, com animação. Agora vou (des)fazendo anos tranquilamente. Haja saúde e energia para levantar da cama e sorrir para o sol ou para a chuva, seja lá o tempo que for, o importante é gostar de mim como sou. Se for sol, vai uns mergulhos, se for chuva, ai a caminha é tão boa :D

Não tenho mais idade. Raramente alguém me chama "dona" ou "senhora", e se alguém o faz (geralmente pessoas de idade) soa mesmo estranho. Mas gosto quando (normalmente) dizem "a menina" !
Também não sei dar idade a ninguém, pois isso é um detalhe sem importância para mim. Há muitos homens e mulheres cuja idade não é possível classificar. Se perguntarem a minha, ainda tenho que pensar primeiro e fazer contas, para não dizer errado. Sou da idade da Sharon Stone, Madonna, Michelle Pfeiffer...e de outras mulheres lindas e interessantes que ainda despertam instintos selvagens. 
Pertencemos ao grupo das cinquentérrimas (como diriam as minhas amigas no Brasil) e não mais das cinquentonas. O mesmo acontece com alguns homens que com a idade são cada vez mais charmosos. Não somos velhos, mas também não somos mais jovens, somos ‘ageless’ (sem idade, em inglês) - uma nova geração.

Ao desfazer anos, voltarei a ser criança, aquilo que afinal nunca deixei de ser... devo ser o Peter Pan na versão feminina. Se eu quiser, faço anos todos os dias e todos os dias anos.

Mais que tudo quero ter pé bem firme em leve dança com todo o saber de adulto todo o brincar de criança - Agostinho da Silva, Quadras Inéditas, p.59.

Aproveitando o tema, vou contar um episódio bizarro que aconteceu em 2004, para ilustrar como o que está registado no meu BI nunca combinou com a minha pessoa (a cara não bate com a careta). Estava eu a passar 1 mês nos States (South Lake Tahoe), fui jantar com pessoas amigas a um restaurante; na hora de pedir a bebida escolhi uma cerveja e o garçon pediu-me o documento de identidade! Fiquei a olhar para os outros, tipo "isto aqui é normal?"… (tinha eu uns 45 anos...ainda hoje me parece ficção!)

As diferentes fases da vida que convencionalmente se consideravam infância, adolescência, juventude, idade adulta, meia-idade e idade da reforma, são hoje ideias feitas que perderam significado para esta nova geração, a dos "sem idade". Os pais e avós de hoje nada têm que ver com os de outrora, comprovando diariamente que tudo é possível, em qualquer idade. Em vez de pararem aos 50, é quando começam a viver, a fazer desporto ou qualquer atividade física, a fazer enfim tudo aquilo que não tiveram tempo antes, por algum motivo, geralmente trabalho e/ou família para criar. É uma espécie de saber envelhecer, sem ficar velho. 

Viva EU! e Parabéns à minha mãe (e meu pai) que criaram uma bela peça!

Plagiando Saramago, é assim:

Quantos anos tenho?
Tenho a idade em que as coisas são vistas com mais calma, mas com o interesse de seguir crescendo.
Tenho os anos em que os sonhos começam a acariciar com os dedos e as ilusões se convertem em esperança.
Tenho os anos em que o amor, às vezes, é uma chama intensa, ansiosa por consumir-se no fogo de uma paixão desejada. E outras vezes é uma ressaca de paz, como o entardecer em uma praia.
Quantos anos tenho? Não preciso de um número para marcar, pois meus anseios alcançados, as lágrimas que derramei pelo caminho ao ver minhas ilusões despedaçadas…
Valem muito mais que isso
O que importa se faço vinte, quarenta ou sessenta?!
O que importa é a idade que sinto.
Tenho os anos que necessito para viver livre e sem medos.
Para seguir sem temor pela trilha, pois levo comigo a experiência adquirida e a força de meus anseios.
Quantos anos tenho? Isso a quem importa?
Tenho os anos necessários para perder o medo e fazer o que quero e o que sinto.
José Saramago

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Muito Riso, muito Siso, na Paz...


Amor... lá vou eu falar dele, meu tema preferido...
Hoje em dia há cada vez mais gente a escrever livros, de poesia e prosa… e o tema mais abordado costuma ser esse: o tal de Amor. Aquele que ninguém entende, mas todos procuram e parecem saber escrever sobre ele. Como eu não sei escrever poesia, fico por aqui, assim ao natural, como eu (o) sinto.

Apesar de procurado por todos, homens e mulheres, é preciso ter sorte para encontrar e viver um amor tranquilo. Um AMOR tem de ser leve, feliz, e na base da felicidade está a segurança, a tranquilidade, o companheirismo, amizade e confiança recíproca. Muita coisa junta, é verdade, mas se não for desse jeito, é melhor desistir, por mais irresistível que esse amor possa parecer. 

Nem sempre quem amamos nos sabe dar essa paz... além de que amar é sempre arriscado. Hoje em dia até há quem queira testá-lo primeiro e faça o test-drive no relacionamento, juntando alguns trapinhos antes de casar, se é que pretendem fazê-lo algum dia no futuro. São aquelas modernices às quais vamos nos acostumando por mais que ainda tenhamos uma mente retrógrada...mais ou menos como quando queremos entrar na água do mar, pondo primeiro a pontinha do dedão do pé na água para ver se está fria, e depois então mergulhamos de cabeça.  

Como o Cazuza cantava tão bem, até para o amor há que ter/pedir garantias
https://www.youtube.com/watch?v=DGh0FLLqy48
ser teu pão, ser tua comida/todo o amor que houver nesta vida/e algum trocado para dar garantia”...

Esta música tem uma uma letra sábia e lúcida sobre a essência do amor, e dá que pensar: “Ser artista no nosso convívio/pelo inferno e céu de todo dia/pra poesia que a gente não vive/transformar o tédio em melodia”...
Na minha opinião, amor com tédio não combina, e fujo dele a sete pés.Há que ser inventivo, e isso dá algum trabalho! 
Por exemplo, um amor com humor é tudo de bom, quebra a rotina. Em relações fortes e duradouras nota-se que o humor está sempre presente. O riso é um afrodisíaco sempre eficaz. Afinal, para quê levar sempre tudo a sério? A vida é tão frágil, tão efémera! 

Não é fácil, mas há quem diga que o coração é um músculo como outro qualquer e pode ser treinado. Há quem o treine para a tristeza, a mágoa, os joguinhos e guerrinhas domésticas, mas há também quem o treine para a alegria, a gratidão e a paz no lar (ou dentro de cada um de nós). Prefiro a segunda opção.

Muito riso, muito siso, tudo na medida certa, para levar a vida com leveza e saber riscar da nossa vida o pseudo amor, quando vemos que não vale a pena, porque depois haverá sempre alguém que nos vai amar mais. E melhor. É apenas uma questão de tempo.

Riso e equilíbrio, para uma vida leve e para que a rotina não nos pese e os sonhos nos deixem voar…

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

To Love or not to Love

Ontem assisti ‘de repente’ a uma cena de filme enquanto fazia zapping nos cento e tal canais… era um casal jovem na cama, deviam ter acabado de fazer amor e ela estava a perguntar ao parceiro porque nunca lhe dizia “amo-te”… ele ficava calado, e ela quase a chorar voltava a indagar o motivo de tanta dificuldade em dizer aquela palavrinha… ele pegou numa caneta e escreveu nas costas dela junto ao ombro direito “I love you”, achei que até ficou bonitinho, e ela olhando (um pouquinho satisfeita) de novo perguntou "mas é assim  tão difícil dizer isso"…?

Verdade… não tem jeito, mulher além de louca é chata (digo eu)… por que será que gostamos tanto de ouvir isso?

Pois essa é uma das palavras mágicas que podem fazer milagres, além daquelas: “desculpa” “obrigada” “és/estás linda”… 
Sabemos tão bem que há os que dizem esse “amo-te” a torto e direito e provavelmente nem o sentem, só para as calar… mas que cai bem, cai. 
Poderia ser uma vez por semana, sei lá… custa muito? Eu também não entendo essa dificuldade… quando se gosta (ama) de verdade, e se eu fosse homem, seria capaz de dizer isso em todos os momentos à pessoa minha amada…

Por que motivo os homens encontram sempre problemas neste ponto, entre outras várias coisas sem explicação? Eles não percebem que as mulheres precisam de um pouco de excesso de carinho e, por não perceber isso, às vezes acabam por perder alguém interessante, uma pessoa que até os faria felizes, por causa de um pequeno descuido.
Todos os homens costumam dizer, e até nós mulheres, que a mulher é complicada. Porém, elas 'apenas' precisam de demonstrações constantes de carinho como se fosse um combustível para a sua felicidade. Mesmo que para eles "amo-te" seja apenas 6 caracteres sem qualquer importância, deviam imaginar que isso poderá ser TUDO para elas... Por que dificultar uma vida amorosa?

Às vezes, homens apenas pensam e mulheres apenas sentem...

(OK há homens e homens, mulheres e mulheres; também deve haver o contrário, eles a queixarem-se que não sentem o carinho por parte delas... oh mundo desequilibrado!!!)

Ah, e o amor... é divino!