quarta-feira, 25 de outubro de 2017

O raio da PDI

Achei engraçado este texto ‘abrasileirado’ e lembrei-me de partilhar aqui, ou dedicá-lo aos “macho men”, aqueles que já chegaram aos 40, ou receiam chegar aos 50, para quem a vida vai perdendo o sabor, e outras coisas... Alguns tornam-se piores do que as mulheres. Muitas destas até rejuvenescem com a idade, se quiserem. E os homens desanimados, por causa da P... da Idade, querem é aventurar-se pelas “curvas” da vida e... “ala, que se faz tarde”.


Para os quarentões, cinquentões e outros fudidões:
Se já passaste dos cinquenta, prepara-te porque logo, logo, vais começar a sofrer de TPC.
Para quem não está ligando o nome à coisa, eu explico: Tensão Pós Cinquenta.
Só os homens sentem isso, porque mulher não faz cinquenta nunca! No máximo… 49!
Para teu consolo, todo mundo um dia vai envelhecer.
Lembras-te de quando tinhas vinte anos? Sofrias por bobagens, por exemplo, tinhas que usar creme anti acne? Agora tens que usar gel para dor muscular…
Apaixonavas-te e achavas que o teu coração te maltratava? Experimenta subir correndo um lance de escada agora…
O que é uma fimose diante de uma artrose? O que é um band-aid diante de um emplastro? 
O pior é quando percebes que, ao invés de teres quatro membros flexíveis e um duro, passas a ter quatro membros duros e um mole!
O problema maior já não é aquela primeira vez que não consegues dar a segunda, e sim a segunda vez que não consegues dar a primeira! Agora, para ti já não é importante o ato de despir a roupa e não provocar desejo; se não provocares riso, já tá ótimo! Aliás, sexo depois dos cinquenta, se conseguires, é que nem pizza… mesmo ruim, tá bom!
Os médicos dizem que sexo depois dessa idade é importantíssimo! Ajuda na circulação sanguínea, nos batimentos cardíacos, e que deve ser praticado no mínimo três vezes por semana! Então tu perguntas “com quem?”
Se fores casado, então… não existe a menor possibilidade que isso aconteça! E se fores solteiro e velhote, também não.
E ainda dizem que depois dos cinquenta o homem fica mais sexy… só se for sexagenário…
Mas se estiveres solteiro, podes até conseguir casar depois dos 50, e fazer a tua lista de casamento numa farmácia…
Há quem diga que a vida começa aos quarenta… Verdade! Só que em vez de um pediatra, começas a frequentar um geriatra… em vez do teste do pezinho, vais ganhar o teste do dedinho: um bom exame à próstata!
Depois dos 50 o romantismo muda para reumatismo… mas podes correr atrás do prejuízo. Corre numa esteira, num parque, não importa… DICA: depois da corrida, toma um açaí com prozac e meio viagra. A tua depressão vai desaparecer num instante… se não morreres!


“Se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi!”

E que venha logo o São Martinho, o Natal, o Réveillon… e o Novo Ano!

(Oh God make me good but not yet!)

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Era uma vez...

Uma gata maltesa, oh não... uma vida...
 ... uma menina que mal se lembra da sua infância, mas deve ter sido tranquila (imagina); quase nenhuma foto tem para recordá-la, e hoje em dia é tudo tão diferente que até se sente uma dinossaura!
Agora é tanta foto, é filmes, e o vício de navegar na internet logo desde criança, usar as redes sociais, se os pais deixarem, claro. Antigamente era mais o jogo da cabra-cega, saltar à corda ou jogar à macaca, ler os livrinhos do Pato Donald ou Tio Patinhas, os da Anita, fazer palavras cruzadas ou aquele jogo do “stop”, em que se tinha de preencher uma folha com nomes de pessoas/países/animais/objetos/frutas/cores/marcas de carros…o primeiro a terminar dizia “stop” e fazia-se a pontuação. Ela adorava jogar ao stop, e mais tarde era o vício das palavras cruzadas ou de jogar scrabble. Exercitava-se o corpo, a memória, a criatividade.

"Stop"
Hoje conclui que andar à volta das palavras foi sempre a sua preferência. As mesmas palavras que ainda a provocam e a fazem digitar (coisa moderna) sobre qualquer tema que lhe agrade. Atualmente, com quase seis décadas em cima dá-lhe para querer ‘recuperar’ memórias (que fugiram), tentando descortinar o que ficou para trás ou o que foi acontecendo ao longo do tempo até chegar ao presente momento. Essas divagações ocupam-lhe a mente, dão-lhe gozo, e o seu único objetivo é fazer anotações, relacionar factos e chegar a conclusões, entender por que se diz que “nada acontece por acaso” (ou “estava escrito”).

Jogo da macaca
Ainda falando de coisas do passado, lembra-se do que o pai contava da juventude dele. Por exemplo, os seus brinquedos de criança eram carrinhos feitos com caixas de sapatos; mais tarde, já adulto, gostava de andar à noite pelo bairro onde morava enrolado num lençol branco e divertia-se a assustar as pessoas. Ela fica a imaginar a reação delas ao virar de uma esquina e deparar com um fantasma daquele tamanho! “Pobretes, mas alegretes”, eram assim as pessoas antigamente. Como não tinham nada, de nada sentiam falta. Que diferença para hoje em dia: tem-se tudo e espera-se sempre mais; e anda tudo frustrado, com ou sem dinheiro. Há muita gente que parece (ou é) aparvalhada; drogas sedativo-hipnóticas e ansiolíticas vendem-se mais do que nunca, sendo legais! Até dá dó, que stress! Mais valia fumarem umas ganzas, para quem gostar. É que naquele tempo não havia a sádica TV mostrando o horror e a tragédia, todos os dias e em todo o lado.

Então, prosseguindo, essa menina cresceu numa espécie de redoma, pois o mundo lá fora era uma coisa má, perigosa, era preciso ter muito cuidado. E foi crescendo, tímida, ‘parolinha’; nunca passou pela sua cabecinha achar-se bonita ou feia, nem sabia como falar ou onde colocar as mãos quando combinava um encontro com alguém... Consegue lembrar-se do primeiro namorico, com um rapaz alguns anos mais velho, conheceu-o nas matinés de domingo, ele era o ‘lanterninha’, aquele que mostrava o lugar às pessoas que iam chegando ao cinema. Começava a película e logo a seguir ele sentava-se ao lado dela, e então era “o filme” deles… Quando os pais (mais a mãe…) souberam, apesar de contrariada (a mãe), achou melhor dar autorização para ele vir ‘namorá-la’ em casa, sentados no sofá rodeados dos irmãos. Já nem se lembra do que falavam, ou se falavam. Não durou muito a história de nAMORico,  pois havia críticas contínuas de que ele era baixote, ou seja, era mais baixo do que ela. E assim terminaram as matinés, e a troca de ‘amassos e beijinhos’ no escurinho do cinema…
A vidinha continuava. De repente, a Revolução. A Liberdade. (O que é isso?). O regresso à Metrópole. (O que é isso, onde fica?). Vida a recomeçar do zero. Não foi fácil, mas o tempo sara tudo. Termina os estudos no liceu com poucas mas boas amizades, que perduram até hoje. Às vezes era necessário mentir em casa, para poder sair, ou nunca poderia relacionar-se com as pessoas que um dia viriam a ser as suas amigas.
Já nos seus 18 anos (e sem saber se era linda ou não), parece que lhe era difícil namorar, ou sentir-se atraída por alguém. Nos tempos modernos, ainda frequentam o infantário e já perguntam às criancinhas se têm namorado – que horror.
Ela era mais do estilo de sentir amor platónico, de ficar a sonhar com algum rapaz bonitinho, mas que “não era para o seu bico”, normalmente atleta. Sempre viveu em ambiente desportivo, o pai tinha sido jogador de básquete num clube importante, para onde voltou passados muitos anos, para ser funcionário; era ele que fornecia o equipamento aos atletas, sempre que iam jogar. E lá tinha que ser um jogador a ‘roubá-la’ do seio familiar. Tudo foi acontecendo assim como que ‘de repente’ na sua vida. Saiu de casa à revelia; aquela não era uma família normal, não se falava, concordava ou discordava. Melhor “bazar”…talvez naquele tempo seria essa a mentalidade, e cada um passa aos seus o que sabe e o que pode, a mais nada sendo obrigado. O lema dos pais era “enquanto estás debaixo do meu teto, sou eu que mando”… e ela se mandou…para outras paragens, a milhas de distância!
A partir daí, era o mundo todo à sua frente e já não precisava esconder-se dele. Passou a ser proibido proibir. Agora era ‘livre’, sem sequer pensar no assunto, fosse lá o que isso fosse… E lá foi se amanhando, muita coisa era surpresa, coisas boas, outras más, novas amizades, e agora entende que é assim que se faz uma vida, "acontecendo"...
O seu primeiro relacionamento durou quase sete anos, e desistiu. Sem saber como, era forte para tomar decisões, nem que fosse à custa de muitas lágrimas. Inconscientemente, sabia que merecia (o) melhor, não lhe servia qualquer coisa. Continuou só durante anos, mais tarde voltando a casar e a desistir. Entretanto (no tempo das vacas gordas) teve uma oferta para trabalhar numa boa empresa, onde esteve mais de uma década e onde teve oportunidade de fazer novas e boas amizades. A seguir veio o desemprego, e as gordas nunca mais voltaram. Para sua felicidade, as amizades permaneceram. 
Perto dos 48 anos terminou um curso superior, aproveitando o tempo livre.
Nunca lhe faltaram amores, paixões, tesões, mas não se sentia tratada e amada como merecia, e isso a frustrava. Houve quem a desiludisse bastante, mas a vida sempre nos compensa de alguma maneira, felizmente. Uns roubam, outros dão-nos. 
‘De ramo em ramo’, balançando mas sem cair, o carrossel da VIDA continua a girar e é “gritar” ou “relaxar e gozá-la”. Não pode queixar-se, há vidas bem piores. E tudo serve para aprender e evoluir. A vida foi lhe ensinando a dizer adeus às pessoas que ama, sem as tirar do seu coração. Não se arrepende de nada. Sem saber e sem notar, estava desse modo desenvolvendo a autoestima, rumo à maturidade.
Muitos anos passados, praticamente a outonear, nunca reprimiu a criança interior que habita nela. Sente que é uma pessoa que vive com a leveza de uma criança e, simultaneamente, com responsabilidades de adulta. Ri-se de si própria e dos dramas que já vivenciou, do ridículo das situações, enfim: VIVE! Tem pena de quem só existe. Mas aprendeu também que só se pode ajudar a quem nos pede ajuda, não vale a pena sofrer pelos outros, é sofrimento inútil.

Era uma vez… uma mulher/menina que continua a sentir-se amada, desejada, mas agora “na paz”. A época dos impulsos arrebatadores parece terminada. Acredita que a vida é apenas o AGORA; o passado já era, mas às vezes é preciso reportarmo-nos a ele para se compreender o presente e projetar o futuro…e este, é o momento seguinte! Pensa que…talvez continue sendo aquela de sempre: adora a magia dos momentos de sedução. O resto dá muito trabalho, e mágoas!