Chegou a época natalícia. Oportunidade de ver luzinhas a piscar por todo o lado, decorações de bom gosto (ou não), publicidade a bombar, para que se gaste todo o 13º (para quem tem trabalho, claro), época de trocar mensagens calorosas, sempre agradáveis, a fim de amenizar o frio que já se sente, e de trocar presentes (para quem pode).
Aproveito já para desejar boas
festas de natal a todos os que costumam seguir-me ou acompanhar a minha
escrita.
Como agora ando dedicada a fazer um curso intensivo online, para aperfeiçoar o meu CV, pouco
tempo me resta para vir aqui blogar. Prometo que ainda volto antes de terminar
este ano (se tiverem saudades minhas, claro).
A vida não pára, ando sempre a bulir, com gosto pela aprendizagem de algo que possa ser-me útil, a curto ou médio prazo. Num mundo com tanta gente em desassossego, é importante que cada um saiba valorizar-se, sem estar à espera que alguém dê o merecido valor… tenho dito!
A vida não pára, ando sempre a bulir, com gosto pela aprendizagem de algo que possa ser-me útil, a curto ou médio prazo. Num mundo com tanta gente em desassossego, é importante que cada um saiba valorizar-se, sem estar à espera que alguém dê o merecido valor… tenho dito!
Um livro é dos melhores
presentes que se pode receber ou oferecer, dá-nos conhecimento, podemos sair da (muitas vezes, triste) realidade
e ‘viajar na maionese’ - o que é saudável - além da literatura didática
que nunca é demais, e feliz de quem tem tempo para devorá-lo(s) … os livros…vou
fazendo o meu montinho e algum dia estarão todos lidos. Para já está difícil;
além da ginástica e do curso, pouco tempo me resta, porém…
cada coisa a seu tempo tem seu tempo!
Quando me ausento deste espaço, onde me habituei a apontar 'cenas' e partilhar registos autobiográficos, fico mesmo com saudade da escrita. Afinal, não passa disso mesmo: uma forma de autoterapia que
reflete sempre conflitos, desejos e medos (in)conscientes... Na escrita, pode-se comparar o papel do inconsciente com a ponta de um
icebergue, que apenas tem um oitavo do seu volume total acima do nível da água.
Muitos romances que gostamos de ler, e depois passam à ficção, só podem ter
sido criados a partir de experiências vividas pelos seus autores.
https://www.youtube.com/watch?v=gR0gp9SsLCg
https://www.youtube.com/watch?v=gR0gp9SsLCg
Somos balões cheios de
sentimentos num mundo repleto de alfinetes! (alguém disse e muito
bem).
Feliz Natal! |
Cada coisa a seu tempo tem
seu tempo.
Não florescem no inverno os arvoredos,
Nem pela primavera
Têm branco frio os campos.
À noite, que entra, não pertence, Lídia,
O mesmo ardor que o dia nos pedia.
Com mais sossego amemos
A nossa incerta vida.
À lareira, cansados não da obra
Mas porque a hora é a hora dos cansaços,
Não puxemos a voz
Acima de um segredo,
E casuais, interrompidas, sejam
Nossas palavras de reminiscência
(Não para mais nos serve
A negra ida do Sol) —
Pouco a pouco o passado recordemos
E as histórias contadas no passado
Agora duas vezes
Histórias, que nos falem
Das flores que na nossa infância ida
Com outra consciência nós colhíamos
E sob uma outra espécie
De olhar lançado ao mundo.
E assim, Lídia, à lareira, como estando,
Deuses lares, ali na eternidade,
Como quem compõe roupas
O outrora compúnhamos
Nesse desassossego que o descanso
Nos traz às vidas quando só pensamos
Naquilo que já fomos,
E há só noite lá fora.
Ricardo Reis, in "Odes"
(heterónimo de Fernando Pessoa)
Não florescem no inverno os arvoredos,
Nem pela primavera
Têm branco frio os campos.
À noite, que entra, não pertence, Lídia,
O mesmo ardor que o dia nos pedia.
Com mais sossego amemos
A nossa incerta vida.
À lareira, cansados não da obra
Mas porque a hora é a hora dos cansaços,
Não puxemos a voz
Acima de um segredo,
E casuais, interrompidas, sejam
Nossas palavras de reminiscência
(Não para mais nos serve
A negra ida do Sol) —
Pouco a pouco o passado recordemos
E as histórias contadas no passado
Agora duas vezes
Histórias, que nos falem
Das flores que na nossa infância ida
Com outra consciência nós colhíamos
E sob uma outra espécie
De olhar lançado ao mundo.
E assim, Lídia, à lareira, como estando,
Deuses lares, ali na eternidade,
Como quem compõe roupas
O outrora compúnhamos
Nesse desassossego que o descanso
Nos traz às vidas quando só pensamos
Naquilo que já fomos,
E há só noite lá fora.
Ricardo Reis, in "Odes"
(heterónimo de Fernando Pessoa)
Gostei. Muito.
ResponderEliminar...”Quando me ausento deste meu espaço, onde me habituei a apontar e partilhar registos autobiográficos, fico mesmo com saudade da escrita. Afinal, não passa disso mesmo: uma forma de autoterapia que reflete sempre conflitos, desejos e medos (in)conscientes... ”... Bonito, gostei! Porém, espero que nunca sintas saudades nem faças sentir a quem te segue... e para ti é autoterapia! Muito bom... agora só falta a lengalenga de sempre, FELIZ NATAL, Bjs
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