quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

Já passou...

Felizmente voltou a calmaria. Já ninguém quer ouvir falar de natal, até daqui a um ano. Aproveitei o dia de hoje para ir a uma consulta de dermatologia, antes de passar pela praia e seguir para o ginásio. A médica é de um país de Leste, formada por uma faculdade do Porto, mas com muitos anos de Portugal já fala um português perfeito. Uma jovem senhora, sempre querida e simpática, além de atraente. Mais uma vez enfrento aquele discurso 'banal' de que nem pareço portuguesa blablabla. Sou alta, faço lembrar a Nicole Kidman… Também, dizia-me a rececionista “você fala bem Português”… LOL… a minha vida é mesmo assim, divertida. Na minha humilde opinião, não sou eu que sou alta, a maioria das mulheres neste país é que é mesmo baixa... Conversadora, e me achando uma mulher bonita, a doutora até me perguntou por que não fui para modelo; que eu devia fazer um book fotográfico e mandar para as agências, que precisam de pessoas de qualquer idade... UAU gostei da ideia, mais uma coisa que poderia fazer no meu tempo todo livre, muito em breve. Além de querer continuar no ginásio, e de sonhar pertencer a um grupo de Gospel, adoro aquela energia e alegria que o grupo (de grandes vozes) emana, nada me falta para poder ter uma agenda cheia. Ah e espero ainda conhecer pessoas interessantes, que preencham ainda mais a minha vida. Entretanto, faz bem ir a lugares sozinha e ter conversas comigo mesma. Faz bem aprender a ir sozinha a um restaurante e pedir a minha comida favorita. Ou ir a um bar, onde poderei encontrar alguém conhecido, ou não. É necessário aprender a fazer alguns planos a sós. Aprender a ser gentil e dar colo a mim mesma. Aprender a ser a minha própria (boa) companhia. Nunca se sabe quando tudo desaba. É que, pensando bem, no final das contas (ou do dia) cada um de nós, só nos temos a nós mesmos, sozinhos, estejamos mal ou bem acompanhados. E desta maneira sou de vez em quando mimada e incentivada por pessoas que mal conheço. Quisera eu ter estes incentivos desde a minha juventude, quando eu nem sequer tinha a mínima noção do que queria ser… Assim a vida vai me levando, e não tem sido mal, apesar de algumas deceções e contratempos. O saldo é positivo, quando se mantém uma mente positiva. As pessoas e as coisas certas vão surgindo pelo caminho, para eu aprender sempre, e seguir em frente. Carpe diem!

terça-feira, 24 de dezembro de 2024

Miniférias

Dias de SOL a iluminar a mente e o coração. Como é bom acordar devagarinho, espreguiçar, agendar o dia, pensar em fazer coisas novas e diferentes, por exemplo hoje, ir ver o reboliço matinal no mercado da cidade, ter mais tempo para conhecer novas pessoas e novas atividades… Isso sim, é VIVER. Quem disse que trabalhar dava saúde? Normalmente, dá até mais doença do que saúde, mas foi assim que nos habituaram. Felizmente, começa a haver muita gente jovem a ser inteligente, que descobre formas de fazer algo que goste e ao mesmo tempo dê bom retorno financeiro. Não nos ensinaram isso no passado. Em muitas coisas, o mundo caminha para melhor. Há que ser esperto e aproveitar o melhor da vida. Esta é uma antevisão das oportunidades que terei muito em breve. Muito ansiosa e em contagem regressiva (final countdown)… TEMPO para mim, e para o mundo. Ah é verdade, hoje é véspera de natal. Para mim, o Natal faz sentido quando a família (de sangue ou não) se reúne com prazer e festeja o AMOR do qual há manifestações ao longo do ano. Se assim não for, é apenas mais uma data festiva. Como o carnaval ou uma festa sanjoanina. Há quem apenas se reúna à mesa, se empanturre de comida e bebida - que alguém esteve a preparar tudo sozinha, porque assim sempre decidiu - e antes da meia noite já se passou mais um natal, vão todos embora, e a pessoa fica sozinha com tudo para limpar ou lavar... E os afetos? (também, já presenciei festas familiares com brigas feias, por futilidades, muitas vezes). Há de tudo. E há que manter a fé e esperança num mundo que se quer fraternal. Muita gente fica ainda mais triste nesta época, desejando que estes dias passem rápido, por algum ou vários motivos. Mas aquele sentimento coletivo durante dias a espalhar bons desejos ou emanando bons fluidos, nem que seja no virtual, vai criando uma atmosfera de amor que sonhamos para todos nós. Quando se vive em paz, nem queremos sair de casa. Reunir com gente, geram-se às vezes confusões à toa. Há pessoas com muitas debilidades (mentais e não só) com as quais não sabemos lidar bem, e temos pena de não poder ajudar. “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem!” Escolhi ficar em silêncio, reconstruir-me, e tentar ser uma melhor pessoa. Ainda não aprendi a “dar a outra face”, como Cristo nos ensinou, mas aos poucos ainda chego lá. Acredito que para muita gente no mundo, incluindo eu, 'pulava-se' o natal e o réveillon e passávamos já para aquela parte em que é verão…LOL (a mim dava imenso jeito). Não ficamos frios por falta de sentimentos, ficamos frios por excesso de deceções. Cada um no seu tempo. Cada um com o seu ritmo. Cada um na sua história. “Be kind” – I will. LUZ e PAZ no Mundo! A vida às vezes dói, às vezes cansa, às vezes fere. Não é perfeita, não é consistente, não é fácil. Mas apesar de tudo, a vida é bela.

sábado, 14 de dezembro de 2024

Passeio em noite de lua cheia

Vamos percebendo que as pessoas são como os livros, alguns cheios de magia e encanto, outros vazios. Uns nos enganam pela capa, enquanto outros surpreendem pelo conteúdo. Encontramos certas pessoas e, em tão pouco tempo de convivência, é como ler uma sinopse. A seguir, estamos ansiosos para compreender o livro/a pessoa por inteiro. Cada um com a sua devida importância. Por outro lado, alguns livros deixamos pela metade, enquanto outros devoramos intensamente. No final, o que vale é mesmo uma boa história, quer seja romântica, dramática, triste, misteriosa, infantil, complexa... Tenho andado longe de livros, e de pessoas também. Sim, tenho tendência para isolar-me. Não porque não goste de pessoas, mas porque o mundo, com o seu ritmo frenético, esgota-nos: o barulho incessante, as multidões apressadas, e as conversas que, muitas vezes, são tão básicas. Isolo-me porque prefiro estar só do que rodeada de pessoas com quem não partilho a mesma vibração, o mesmo compasso da alma. Não é que os outros sejam menos interessantes ou dignos, nada disso. Somos apenas diferentes. As nossas sensibilidades movem-se em tempos distintos, e está tudo bem assim. Com o passar dos anos, tenho me tornado mais consciente de quem sou, do meu caminho e do que não estou disposta a carregar. Tenho compreendido que a solidão, para mim, não é um vazio, mas uma presença — um encontro íntimo comigo própria, onde o silêncio é reconfortante como um abraço. O mundo tem muito para oferecer, sim, mas também tem imensos ruídos que podem afastar-nos da nossa essência. A ignorância, a inveja, a competição desenfreada, as distrações constantes... é fácil perder o rumo. Por isso, escolho a minha bolha de paz, seja em casa, num canto tranquilo, ou no meio da natureza. É nesses espaços que reencontro a minha serenidade, onde o melhor de mim floresce no silêncio que escolho. Quase pareço antissocial, mas não. Apenas aprendi a respeitar a minha sensibilidade e a necessidade de equilíbrio. Ouço, acolho, ajudo sempre que puder, de coração aberto. Mas, depois, preciso de regressar ao meu refúgio interno, ao lugar onde me restauro. E, se alguma vez dedicar o meu tempo a alguém, não será por solidão ou por necessidade de preencher vazios. É porque escolhi, de forma consciente e verdadeira, estar com esse Alguém. Num passeio junto ao mar, a noite de lua cheia inspirou-me. Ela, a Lua, espelhada sobre o mar permitia-me ver a praia toda e as ondas a beijarem suavemente a areia. Tive vontade de filmar, fotografar, mas não. Além da definição da câmara do meu telemóvel não ser grande coisa à noite, um dia tudo se perderá. O que fica gravado na alma, isso nunca! Ainda era cedo, os bares ainda vazios, e alguns restaurantes felizes com os jantares de natal. Podia ter ido ao do ginásio, mas preferi não ir, talvez para o ano. Ainda mal convivi, comecei há 15 dias no novo ginásio, que estou a gostar muito. Na maioria dos lugares, a dança e animação começam pela meia-noite e vai até de madrugada. Pena. Não consigo esperar, vou embora. Boa noite.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Essa dor não é minha...

Sexalescente: esta palavra existe no dicionário! E eu sou uma delas. Porém, na avaliação física que ontem me fizeram no ginásio, a minha idade metabólica corresponde à de uma mulher de 52 anos; nesse caso eu ainda não seria uma sexalescente LOL mas… o que importa é mesmo o espírito. Este em mim nunca muda. Quando calha (raramente) de me chamarem “senhora” até me soa mal. Os sessentas de hoje parecem ser os quarentas de antigamente, e nota-se isso mais na mulher. Ou nada a ver. São tempos diferentes, e quem sabe das coisas, cuida mais da sua parte interna (a emocional) do que da externa, é importante isso. Ou alguma coisa boa acontecendo na “evolução” dos tempos, ainda bem. Não sabemos se a IA está a melhorar rapidamente o mundo, ou se vai causar ainda mais problemas, mas a verdade é que temos sempre o livre arbítrio e escolher o que é melhor para nós. Temos que nos sentir felizes, só por isso. Já não há tempo para lidar com o desamor e a mediocridade. Não podemos carregar as dores dos outros, já cada um tem o seu fardo. Podemos fazer a nossa vida “perfeita”, escolhendo a dedo o que nos beneficia de algum modo e também quem nos acompanha: pessoas de amor que gostam de nós e nos protegem e, por mais que o mundo lá fora seja tantas vezes cheio de maldade, hipocrisia e ganância, teremos sempre a nossa bolha de magia que inclui alguns familiares e amigos para alegrarem a nossa existência. O resto é apenas o resto – pouco interessa. Li este poema de Mário de Andrade e desejo partilhar com quem está na mesma faixa etária, não quero guardá-lo só para mim: *MINHA ALMA ESTÁ EM BRISA* Contei os meus anos e descobri que tenho menos tempo para viver a partir daqui, do que o que eu vivi até agora. Eu me sinto como aquela criança que ganhou um pacote de doces, o primeiro comeu com prazer, mas quando percebeu que havia poucos, começou a saboreá-los profundamente. Já não tenho tempo para reuniões intermináveis em que são discutidos estatutos, regras, procedimentos e regulamentos internos, sabendo que nada será alcançado. Não tenho mais tempo para apoiar pessoas absurdas que, apesar da idade cronológica, não cresceram. O meu tempo é muito curto para discutir títulos. Eu quero a essência, a minha alma está com pressa... (sem muitos doces no pacote)... Quero viver ao lado de pessoas humanas, muito humanas. Que sabem rir dos seus erros. Que não ficam inchadas com os seus triunfos. Que não se consideram eleitos antes do tempo. Que não ficam longe das suas responsabilidades. Que defendem a dignidade humana. E querem andar do lado da verdade e da honestidade. O essencial é o que faz a vida valer a pena. Quero cercar-me de pessoas que sabem tocar os corações das pessoas. Gente a quem os golpes da vida ensinaram a crescer com toques suaves na alma. Sim, estou com pressa. Estou com pressa para viver com a intensidade que só a maturidade pode dar. Eu pretendo não desperdiçar nenhum dos doces que eu tenha ou ganhe. Tenho certeza de que estes serão mais requintados do que os que comi até agora. O meu objetivo é chegar ao fim, satisfeita e em paz com os meus entes queridos e com a minha consciência. Nós temos duas vidas e a segunda começa quando percebemos que só temos uma...
E… quando eu chegar aos meus 80 ou 85 anos... Que bênção maravilhosa chegar a essa idade com a doce expressão de uma senhora feliz e saudável. Que grandiosa bênção, que agradecerei ao "SUPREMO DADOR DA VIDA E DONO DO TEMPO", pois nem todos podem ter esse privilégio! Espero ser essa privilegiada, com humildade e gratidão. A gente vive à espera que as coisas mudem. Que as pessoas mudem. Até que um dia a gente muda. E percebe que nada mais precisa mudar (...) Estou assim hoje. Eu, a sexalescente, me assumindo.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

A 29 dias...

… de acabar mais um ano, não posso queixar-me, e aquilo que sei melhor agora, sempre o soube afinal, mas não queria nem foi o tempo próprio para assimilar. Sempre enfiei a cabeça na areia, como o avestruz. Por ignorância. Porém, tudo serve para aprender, crescer. Ao fim de algum tempo, pouco ou muito, o que é para sabermos sempre virá à tona. Não foi o melhor ano, mas aprendi muito mais: que devo priorizar o que a mim diga respeito e me faça feliz, mimar-me mais, decidir experimentar algo diferente como, por exemplo, o yoga aéreo (aerial yoga), lugares novos para degustar diferentes sabores, ou para dançar, seja qual for o valor a pagar. Sair da rotina é ótimo para mim. Afinal, raramente viajo para lugar algum e assim poupo milhares. Decido agora oferecer-me as prendas favoritas e que dificilmente alguém daria, ou deu, pois não me conhece o suficiente para saber agradar-me. Decido que nem eu tenho que dar nada a ninguém, por obrigação, por ser natal ou aniversário… Posso dar, sim, em qualquer altura do ano. Especialmente, tenho prazer em retribuir sempre que alguém me presenteia com carinho demonstrado, na mínima coisa. Para mim a vida deve fluir num vaivém constante, um dar-receber; não faz sentido de outra forma, ou fica desequilibrada. Chegou a época natalícia, a mais bonita do ano, dizem. Se houver amor o ano inteiro, sim, também concordo. É bonito haver assim uma noite especial com todos os familiares presentes, os que se amam de verdade e que se procuram também o ano inteiro. O Natal é presença, não são os presentes! Porém… nada mais é como antigamente, apesar de eu nem ser nada saudosa. A festa na alameda, no centro da cidade, começou já no fim-de-semana, e a banda passa a tocar todo o tipo de música, porém, parece que não inclui o jingle bell... Sabemos que se trata do natal pela data no calendário e pelos participantes a tocar vestidos de pai e mãe natal… E as crianças adoram, ficam encantadas por poderem tocar-lhes à sua passagem. Tão bom ser criança. Adultos são uma seca. Vivem no stress de dar presentes, o que dar, a quem dar, a pressão das oferendas começando no “horror” da black Friday e mantendo-se até 24 de dezembro. Já conheci quem deixasse as compras sempre para a última, e ia a correr antes da ceia de natal comprar o que tivesse na ideia… A seguir ao black november, há a black Friday e Saturday e Sunday… depois, ainda há a Cyber Monday… E por aí vai, tudo a entrar pelos nossos olhos e ouvidos adentro, diariamente. Há que nos tentar até ao fim. E eu me confesso, fui tentada ao ver uma mochila (mais uma) na montra de uma loja que agrada imenso, com um preço razoável que me seduziu. Toda esta azáfama consome tempo e dinheiro, e os nervos… E Natal devia ser sinónimo de paz, meditação, reconciliação com nós próprios e com os outros, se possível. Ao mesmo tempo que quero comprar tudo o que vejo e gosto, também sou pessoa para aproveitar tudo o que tenho até ao fim como, por exemplo, até as pastas de dentes em casa LOL. Contra o desperdício, tudo é aproveitado. Normalmente uso o que tenho há anos e não sigo modas, rejeito muitas tendências, e costumo adotar um comportamento sustentável. Mas não sou perfeita de todo, às vezes gosto de prevaricar, com consciência e bel-prazer. O melhor mesmo é cada qual presentear-se a si próprio/a com o que gosta. Falo por mim, nos natais da vida raramente me ofereceram aquilo que prefiro, mas aceitei de bom grado, pela tradição, e porque sou educada (claro). Cada um dá o que sabe e o que pode. Mas aquela de andar todos os santos natais a presentear meias e pijamas, ou coisinhas da loja do chinês, porque nem sabem o que dar, e arranja-se qualquer coisinha, já ficou démodé. Em especial os jovens, espertos e mimados hoje em dia, não querem qualquer coisa, nem barata, preferencialmente esperam receber dinheiro para juntarem e comprarem o que gostam. Importante mesmo é o Amor, com ou sem presentes. Feliz de quem puder celebrar em clima de verdadeiro sentimento, o que realmente faz falta no mundo. Boas festas para todos, já é desde agora o meu desejo. Bells jingle, jingle.