segunda-feira, 11 de abril de 2016

Mais cenas de filmes...


Uma noite destas estava ensonada, no sofá, fazendo zapping e passei por um filme que parecia desinteressante, mas depressa foi despertando o meu interesse. Ao contrário de muitas pessoas que captam a nossa atenção, parecem tão interessantes ou têm tudo para sê-lo, e de repente nos damos conta de que são tão desinteressantes e será melhor afastar-nos…
Adiante…
”Era um casal nos seus 50s que se tinha conhecido (entre amigos) num barzinho popular da cidade, ele deu-lhe o nº de telemóvel mas ela nunca mais ligava; um dia ele enviou sms “olá”, combinaram um encontro no café e a partir daí nasceu uma atração qualquer…Sem emprego, ela teria que voltar para a sua terra, longe dali, mas ele deu a ideia de ficar em casa dele enquanto decidia se ia ou se ficava, ou se aparecia outro trabalho…
Ele pareceu-lhe pessoa do bem, pacato (até demais)… e ela foi ficando, meio confusa com a situação, pois ele sempre teve um ar meio estranho; no início ainda houve aquela ‘paixonite aguda’ da parte dela, pois ele demonstrava ser uma pessoa amiga e gentil, com certos valores, um homem correto…mas o tempo foi mostrando que a intensidade não era recíproca, ou como ela gostaria, e o interesse foi-se perdendo; começava a vê-lo como um grande amigo, como nunca tivera tido antes – um homem amigo! – pois ia crescendo um carinho recíproco e uma bela amizade…
Mas os meses iam passando e ela queria afastar-se; andavam sempre juntos pela cidade e até poderiam passar bem por um casal amoroso…mas como na vida nem tudo o que reluz é ouro, a realidade era bem diferente: era o primeiro homem que ela conhecia sem libido, algo super estranho para ela; muitas vezes adormecia ou acordava e ficava pensativa “quantos homens gostariam de estar ali a dormir ou a dar umas cambalhotas com ela”…
Um dia decidiu que tinha chegado a hora de sair dali, ficar independente, pois entretanto surgia uma hipótese de trabalho, e quando comunicou ao amigo o seu intento quase “caíram o carmo e a trindade”… ficou ferido, magoado, pensando que ela não o considerava… por que motivo iria viver com gente desconhecida, ficar sozinha e ainda gastar o dinheiro que poderia fazer falta? Tinha razão, mas ela não entendia o que estava ali a fazer, ia ficar a conviver com um amigo quanto tempo mais?

Ele estava de vida organizada, na pré-reforma devia continuar a ter um bom salário, e mencionava sempre o facto de ter muitas casas e propriedades, e ela queria lá saber o quê mais… no entanto, a vidinha era tão limitada e repetitiva, em todos os aspetos, todos os dias, tipo robô, e sem conviver com mais ninguém; ela começava a ter saudade de casa e das amizades que estavam longe. 
Ele 2 anos mais novo do que ela, podendo estar agora na “flor da vida” – com dinheiro e tempo, coisas tão raras para tanta gente - às vezes ficava boquiaberta a olhar para ele e pensava, seria ainda o menino da mamã que nunca cresceu… ou seria um velhinho precoce de 80 anos, daqueles que vivem no meio da aldeia deserta e não conhecem nada, e qualquer coisinha fora do “normal” consideram algo “do outro mundo”… Teria alguma vez amado ou sido amado?
E o que as pessoas fazem ao dinheiro que acumulam? Vão mandar fazer um caixão com gavetas? Porquê levar uma vida tão triste e monótona? Muita confusão naquela cabeça dela, e sabia que não ia aguentar… era uma mulher bonita, vistosa, cheia de vida e amor para dar, aquilo não era vida para ela, com certeza… entretanto decidiu tentar ficar ali mais um ano, o tempo passaria depressa, afinal não deixava de ser um bom amigo (normal ou não) que a ajudara e fazia boa companhia…Provavelmente eram dois seres solitários e egocêntricos que o destino cruzara e tinham que viver aquela história; aprenderiam algo com isso. Mas ela partiria um dia, quer ele gostasse ou não. Parecia que ele não encaixava bem essa ideia, mas não havia entre eles qualquer compromisso, nem futuro, e então?..."

São estes os mistérios insondáveis da mente humana…

Mesmo este tema sendo interessante e podendo bem ser uma história (sur)real – qualquer semelhança com a vida real será pura coincidência, ou não - acabei por adormecer. Quem sabe, um dia o filme passa de novo, como tantos que se repetem, e saberei qual o seu final…

And now I know, I'm better sleeping on my own
'Cause if you like the way you look that much
Oh baby you should go and love yourself
And if you think that I'm still holdin' on to somethin'
You should go and love yourself...

Sem comentários:

Enviar um comentário