quinta-feira, 31 de agosto de 2017

SOLidão

Muita tinta corre sobre a dor da solidão. 
Porém, dependendo de como a encararmos, a solidão pode ser um bem, ou um mal.
Quando nos cansamos da raça (des)humana, não há nada como estar só. E hoje, melhor do que nunca, até entendo quem ande tão virado para os bichinhos e faça deles a sua família!

Muitas pessoas evitam ficar muito tempo sozinhas, por medo da solidão, quantas vezes se sujeitando a humilhações, se necessário for... 
A solidão está associada a sentimentos negativos, como insegurança, baixa autoestima e falta de esperança. E não se cura com o amor dos outros. Cura-se com amor próprio. 
E agora dar a entender isso a quem padece desse mal, que a solidão é um estado de espírito? 

Estar sozinho pode ser uma experiência muito boa! Na sozinhez (a solidão boa) temos a oportunidade de parar e refletir na vida, e assim escolher o melhor caminho a seguir (para cada um). 

Nunca tivemos tanta forma de comunicar, no entanto, nunca a solidão gritou tão alto, quer em jovens quer em idades avançadas. O que fazer? Fico impotente perante alguém que padece deste mal... quem me dera todo mundo pudesse entender que estar só pode ser bom... tanta gente que prefere estar mal acompanhada!
https://www.youtube.com/watch?time_continue=3&v=OpSTmf4vbSo
TORNE-SE UM
Primeiro fique sozinho.
Primeiro comece a divertir-se sozinho.
Primeiro amar a si mesmo.
Primeiro ser tão autenticamente feliz, que se ninguém vem, não importa; você está cheio, transbordando.
Se ninguém bate à sua porta, está tudo bem – Você não está em falta.
Você não está esperando por alguém para vir e bater à porta.
Você está em casa.
Se alguém vier, bom, belo.
Se ninguém vier, também é bom e belo.
Em seguida, você pode passar para um relacionamento.
Agora você se move como um mestre, não como um mendigo.
Agora você se move como um imperador, não como um mendigo.
E a pessoa que viveu em sua solidão será sempre atraído para outra pessoa que também está vivendo sua solidão lindamente, porque o mesmo atrai o mesmo.
Quando dois mestres se encontram – mestres do seu ser, de sua solidão – felicidade não é apenas acrescentada: é multiplicada.
Torna-se uma tremendo fenômeno de celebração.
E eles não exploram um ao outro, eles compartilham.
Eles não utilizam o outro.
Em vez disso, pelo contrário, ambos tornam-se UM e desfrutam da existência que os rodeia.
Osho

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Ode ao Gato

Eu e meu gato (que não tenho)
Com a loucura que agora há pelos bichinhos, e como já dizia Alexandre Herculano “quanto mais conheço a raça humana, mais estimo os animais”… lembrei-me da fofura dos gatos, aos quais não resisto quando passo por eles na rua, falo que nem uma tonta com aquela vozinha de quem fala com bebés… e levaria para casa, se pudesse! é que um miau massageia a alma! Podia ter um ou uma companhia (fe)lina, sim podia, mas nada mais seria a mesma coisa, lá se ia a minha liberdade, que prezo muito. Porque isto de ter um bichinho de estimação tem muito que se lhe diga… não é só trazer para casa, pôr no colo, trocar ‘rom-rons’ e miminhos, e o resto? Ah pois é!
E sendo o gato um ser essencialmente livre, não será possível possui-lo, então melhor optar por sermos parceiros…já me imagino com ele (ou ela, outra gata) a trocar arranhadelas, a espreguiçar-nos juntos logo pela manhã, e sem sair da cama durante horas, em papo furado…
https://www.youtube.com/watch?v=mqe48UIdZsQ

 Ode ao Gato
Tu e eu temos de permeio
a rebeldia que desassossega,
a matéria compulsiva dos sentidos.
Que ninguém nos dome,
que ninguém tente
reduzir-nos ao silêncio branco da cinza,
pois nós temos fôlegos largos
de vento e de névoa
para de novo nos erguermos
e, sobre o desconsolo dos escombros,
formarmos o salto
que leva à glória ou à morte,
conforme a harmonia dos astros
e a regra elementar do destino. 

José Jorge Letria, in "Animália Odes aos Bichos" 

Há dois meios de refúgio contra as misérias da vida: música e gatos.

E eu diria diferente “Quanto mais conheço o ser humano, menos tenho vontade de ser altruísta”… mas há sempre as exceções, o que me deixa mais feliz! 
Miauuuuuu

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Pensamento(s)

Somos o que comemos e o que pensamos
Em que pensas? (pergunta diariamente o facebokas) e dou comigo a refletir sobre essa questão… Há coisas que nos deixam tristes, se nos pusermos a pensar nelas. E daí comecei a cogitar… logo na escola primária deveriam incluir uma nova disciplina “aprender a pensar” (além da de nutrição), ou seja: aprender como exercer algum controlo sobre o que pensamos. Isso significa estarmos suficientemente conscientes para escolher no que prestar atenção e escolher como construir conhecimento a partir da experiência, pois se não conseguirmos exercer esse tipo de escolha, a vida vai passando (correndo) e cada vez será mais complicado.
Controlar os pensamentos, além de necessário, é fundamental para ter-se uma boa qualidade de vida.
Claro que isso não é nada fácil, longe disso. A maioria das pessoas, em algum momento das suas vidas diárias, passam por sentimentos de ódio, de raiva, de frustração, de culpa, etc. e cabe simplesmente a cada um de nós saber controlar esses pensamentos.

Dá muita tristeza ver pessoas que, aparentemente, tendo tudo para viver uma vida tranquila, são criaturas sem paz, ansiosas, sempre vendo o lado negativo das coisas, criando um inferninho constante em seu redor e (inconscientemente) gostariam de empurrar os outros para lá também. E só fazem é afastar, pois tornam-se ‘pesadas’, dificilmente criarão amizades; e depois queixam-se de solidão, claro, o que torna tudo pior.
E o que podemos fazer? Nada! Pessoas desequilibradas emocionalmente nem se dão conta do seu estado e não estão dispostas a ouvir dos familiares ou pessoas amigas o que há para dizer. Elas mesmo têm que decidir tratar-se e, se tiverem possibilidades, talvez prefiram pagar workshops, ir a consultas em clínicas da mente, fazer regressão a vidas passadas ou hipnose, reiki’s, meditação… agora há uma infinidade de técnicas e/ou modernices com o intuito de curar a mente, tudo caríssimo e ainda com lista de espera! Falta saber se realmente funcionam, se a pessoa volta curada ao fim de um ano, o tempo de tratamento normalmente necessário, dizem.
Acredito que seja muito difícil curar sofrimento entranhado desde a nascença (normalmente, desde o ventre da progenitora) que deixa traumas e origina patologias psíquicas, como: fobias, ansiedade, depressão, transtornos alimentares, transtornos de pânico, etc.

É incrível como os nossos pensamentos nos influenciam e nos definem mais do que qualquer coisa na nossa vida e, portanto, são diretamente responsáveis pela nossa felicidade / tranquilidade / alegria. Temos sempre tendência a pensar que, se tivéssemos mais recursos - por exemplo: dinheiro, tempo... - todos os nossos problemas estariam resolvidos, chegando assim a tão almejada felicidade. Por que então existem tantas pessoas que, apesar de possuírem diversas riquezas materiais, ainda assim são infelizes? E por que existem pessoas que, apesar de quase não possuírem recursos, ainda assim vivem as suas vidas com alegria e felicidade? Pois… falta aquela sensação de estar bem consigo mesmo e com o mundo.

Temos nos habituado a ouvir a expressão “somos o que comemos”, porque a comida é uma
das necessidades mais básicas do ser humano, além de muito importante no fator saúde e doença. Contudo, creio que seremos igualmente o que pensamos, por isso vale a pena manter os bons pensamentos.

Se estou com raiva, por que estou a senti-la? Como me sentiria no lugar da outra pessoa? Essa culpa é minha mesmo ou alguém está a atribuí-la a mim e eu estou a deixar?
Isso é realmente tão importante assim para eu entrar em stress?
Buscar a raiz das nossas emoções pode ser um bom começo para levar-nos a refletir sobre elas e sobre o quanto estamos a deixar-nos ser levados, porque: ou controlamos as nossas emoções ou elas é que nos vão controlar! Como quase tudo na vida, essa deve ser uma batalha diária, que tentaremos vencer pouco a pouco, dia a dia, com a certeza de que a cada passo estamos mais próximos dos nossos objetivos.
Tanta gente que sofre e se ilude porque antes de tudo não se amou primeiro. Porque viveu uma vida inteira atrás de máscaras, enganando-se a si próprio/a e enganando os outros, e quando chegam à idade da velhice nada mais há a fazer, vivem de amargura e solidão; o tempo passou e é irreversível! Pode parecer que amar-se a si próprio seja vaidade ou puro egoísmo, eu penso que se trata mais de sanidade…
Acredito que Universo = Perfeição. Apesar de alguns desequilíbrios ambientais, calor demais, frio demais…o tempo sempre nos afeta, não é verdade? (tinha que dizer isso, apenas um aparte lol). Porém,nada como sentirmo-nos com saúde mental e física, e aceitar que tudo acontece por alguma razão (que o coração desconhece). Até por algum motivo nascemos e estamos aqui…Não deixemos ninguém pisotear nos nossos sentimentos, na nossa moral e na nossa personalidade. Sigamos em frente, sejamos felizes com nós mesmos/as, sem cerimónias, sem pudores e sem preconceitos!

Hoje em dia é muito difícil – ou uma sorte – contar com os outros, muitas vezes até com os da própria família! Há muita gente  sem opinião própria e que se limita a repetir o dia-a-dia aceitando tudo, ou a imitar o comportamento dos demais. Nada de grandes pensamentos, de grandes filosofias. Ficam-se com as vedetas, o futebol, as telenovelas, as revistas cor-de-rosa, com os sorrisos e as caras idiotas da TV. Tudo a pastar, é o que parece às vezes.
Outros fazem da vida uma corrida, em que se atropelam uns aos outros em busca do emprego, do dinheiro, do poder, da carreira. Por isso é que há cada vez mais solidão e doenças mentais. E mais medo. O importante é parecer bem. E aceitar a máquina que nos governa... E assim caminha a mediocridade, e é assim que nos querem, cordeirinhos. Que não usemos a nossa alma = essência. Que não usemos a nossa inteligência. Zombies, é o que parece muita gente.

Tudo pode mudar quando descobrimos (ou pensamos) que é possível ser feliz sozinho/a. E se chegar alguém à nossa vida, que seja para nos transbordar, não apenas completar...


Aceitares-te como és é meio caminho andado para que a realidade não derrote a tua autoestima!

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Dias de verão

Parecia que morar em zona balnear era bom, mas nem tudo o que parece é! Pode até ser, mas durante 10 meses do ano. Agora sei por que os locais se piram para longe quando chega esta época. Já não sei o que é estacionar no condomínio desde julho, desisti de tentar, ficando a viatura aprox. a 1km de ondo moro. Aproveitando essa lonjura, acabo por ir a pé para o trabalho, e posso chamar a isso um pequeno luxo hoje em dia. 
Bem podia ser o meu, pois isto aconteceu-me!
Tantos carros bons e empoeirados aparcados dias e dias no mesmo lugar, parece que já conhecem o “tormento” e durante o período de férias nem vão passear só para não perderem a vaga, preferindo ficar pela zona ou a descansar em ‘casa’ (ou no apertamento alugado) na maior parte do tempo. Outros estacionam de qualquer maneira, salve-se quem puder. Desisti. 


Festival da sardinha - no prato ou no pão, ela é rainha em Portimão

Gosto de sardinha, quando é fresquinha e saborosa, apesar de ter muita preocupação com as espinhas. Decidi ir cedo a um restaurante típico e conhecido na zona ribeirinha e que fica perto do palco onde artistas atuam à noite, antes que começasse a formar-se a fila (bicha) do costume nesta época. Detesto ter que esperar em filas para comer, com tanto restaurante em volta, haja pachorra. Para uma pessoa só torna-se fácil conseguir uma mesita ao lado de outras com grandes famílias em volta, ou apenas casais, pelo menos àquela hora que cheguei. Era ver um corre-corre danado dos empregados para satisfazer tanta gente ansiosa por sardinhas, ou por outro qualquer peixinho fresco. Era engraçado ler nas T-shirts deles “se não gostar não pague, e… dê porrada no empregado”. Ahaha alguém ainda pode cair na tentação de não gostar, cuidado. Pedi para tirar uma foto, achei piada. Estava a ver que a TVI me vinha entrevistar outra vez, como aconteceu há poucos anos atrás, nas Fontainhas do Porto. Desta vez escapei. Mas não me importaria, e não deixaria de falar no meu rico São João, que agora estava a comer as que não comi em junho…

Depois era o concerto da Aurea, que atrasou uns 20m e eu já estava cansada de esperar. Gosto desta artista portuguesa, que devia cantar em Português também (carago)! Disse ela quando já devia ir na quarta canção “esta música a seguir fala da primeira vez que me apaixonei” e depois cantou-a em inglês… eu hein…entre as centenas/milhar(es) de pessoas ali presentes, quantas terão entendido a letra?! Eu, com o som demasiado alto e o barulho, quase nada!

Enfim, coisas de verão, em que vale tudo. Agora até homem com homem e mulher com mulher, ao contrário do que Tim Maia cantava :-)  Carpe diem!