Mais
uma vez apetece-me escrever sobre o Amor, ai o Amor...
o verdadeiro, existe?
certamente sim, mas não nasce ou aparece, ele é
construído. Por isso, é de desconfiar, até assusta, quando ele nos surge assim de repente, sem mais nem menos, através de palavras e atitudes amorosas...
Alguns mitos:
Pensar
que o amor 'romântico' é que é amor verdadeiro, há que desmistificar! - aquele romantismo com que nos educaram (especialmente a nós, mulheres), e também culpa do mundo do cinema e da literatura - que gostaríamos que existisse e durasse toda a vida... tão bom ver histórias de amor capazes de nos fazer sonhar, mas que raramente vamos encontrar no mundo real...
E ainda, por exemplo, “quando é amor é para sempre”: esta
ideia não é inteiramente falsa, é inegável que muitos casais são
capazes de manter vivo o sentimento que os une "até que a morte os separe". Porém os conceitos têm mudado ao longo do tempo e “a
moda” agora parece que é ser feliz hoje. Às vezes existem
amores tão fugazes, mas tão intensos, que valem a pena serem
vividos por inteiro. Por que não?
Outro:
o ciúme é uma prova de amor. No amor romântico, o ciúme é uma
expressão de afeto. Essa ideia é muito arriscada, um sinal de
dominação e desconfiança que constrói (ou destrói, mais cedo ou mais tarde) grande parte dos
relacionamentos - tóxicos - que vemos com tanta frequência.
Amor
é paixão: outra ideia característica do amor romântico, pensar
que um relacionamento sem paixão não é um relacionamento real.
Sentimentos que são levados ao extremo, onde a sexualidade encontra
a sua máxima expressão, onde o afeto não tem meio termo. Falso
mito, porque, como se sabe, um relacionamento passa por diferentes
fases, podendo perder a intensidade do início, e depois dar lugar a uma
intimidade e cumplicidade que liga ainda mais dois seres que se amam.
Obviamente,
isso não significa que não haja brigas de vez em quando. O que
realmente importa é a honestidade na convivência quotidiana, onde
há pequenas coisas que podem construir um relacionamento genuíno.
Há
amor verdadeiro quando existe uma boa comunicação, onde a escuta é
sincera, onde se pode falar de forma democrática, chegar a acordos.
As forças são divididas e não há perdedores, há um equilíbrio
e os diálogos são contínuos. Há apoio e reconhecimento de parte
a parte. Os dois se respeitam e se valorizam com autenticidade,
reconhecendo os pontos fortes e fracos de cada um. Não há desprezo, ironias
ou humilhações, a consideração é mútua, permitindo assim o
crescimento pessoal e, ao mesmo tempo, o amadurecimento do casal.
Porque às vezes o amor por si só não basta. Não importa a paixão, a atração ou aquela sensação que nos cega e nos “enlouquece”. Um relacionamento amoroso saudável precisa de mais do que isso para ser autêntico e duradouro, e o segredo está no esforço, na dedicação diária para construí-lo, em que ambos são capazes de juntar energias e formar uma dupla de sucesso.
O
amor verdadeiro é aquele que não faz mal e nos enriquece. Pessoas
saudáveis, felizes e satisfeitas sabem que esse amor se nutre da
cumplicidade e afeto sincero, todos os dias ambos idealizando um futuro comum, com sorrisos no meio de algumas lágrimas…
Amar
(de verdade) não é fácil nem é para qualquer simples mortal:
exige cuidados diários, sensibilidade extrema e autocontrolo
exemplar… cuidar é amar com altas doses de generosidade; é deixar
livre mesmo com medo de perder.
Priorizar quem escolheu ficar e
esquecer quem optou partir.
https://www.youtube.com/watch?v=KBt36Bw7_8Q&feature=share