quinta-feira, 12 de maio de 2016

Maio - Inspiração

Reparo que desde 2009 (este ano será sempre uma referência para mim), ou mesmo pouco antes, tenho vindo a escrever muito, por qualquer motivo, especialmente quando quero exteriorizar algo que mexa com a emoção. Tanto posso escrever magoada como para elogiar... Chamem-lhe catarse, acredito que sim. Não consigo discutir ou falar de sentimentos, sou uma pinga-amor, tenho o coração nos olhos que pingam por qualquer coisinha. Detesto isso, mas já nasci assim, paciência, tenho que me aguentar. E tenho que ter cuidado com a palavra (escrita) pois ficará gravada para sempre, e há quem se irrite com o que escrevo e até já me disseram "tens a mania das cartas e emails", acham que eu devia era falar(?) Pois...

Diz-se que existem 4 coisas que não se recuperam:
A pedra, depois de atirada;
A palavra, depois de proferida;
A ocasião, depois de perdida;
O tempo, depois de passado.
(...)
Goste quem quiser, quem não quiser, deixe no prato. Escrever é (decididamente) a minha forma de expressão preferida, e de "soltar as feras"... Sempre ouvi falar de Franz Kafka, apesar de não ter lido nada dele; há muitos anos iniciei a leitura de "Metamorfose" mas desisti, não era o momento adequado. Tentarei de novo, vou ver se ele agora pica e me morde (o livro)!
Como no caso de Kafka, a escrita é importante para mim, uma forma de oração. Ele preferia comunicar-se através de cartas, escreveu centenas delas para a família (incluindo o pai, com quem se dava mal) e pessoas amigas. Eu ainda estou longe de chegar à centena :-)

Dizem os especialistas na matéria que emoções e sentimentos escondidos, reprimidos, acabam em doenças como gastrite, úlcera, dores lombares ou na coluna. Com o tempo, a repressão dos sentimentos (mágoa, tristeza, deceção) degenera até em cancro. Então, por que não confidenciar, desabafar, partilhar a nossa intimidade, os nossos pecados e desejos... A palavra, a fala, e o diálogo (quem preferir) são um remédio poderoso, uma terapia necessária, se não quisermos adoecer.
Este MAIO está frio e chuvoso, bom para quem gosta de estar recolhido e de ler ou escrever, por exemplo. 
Fazem anos duas pessoas da família (irmão e irmã) mas nem preciso incomodar-me a dar os parabéns, a um porque deixou de me parabenizar já há alguns anos, e se não é importante para ele, deixou de ser para mim; a outra, porque confirmei ultimamente o que já desconfiava: nada a liga a mim (...)
E logo eu, que faço gosto em dar os parabéns até a pessoas desconhecidas, por exemplo nas redes sociais.
Quem nos ignora até pode ser boa pessoa, mas quando não há nada que nos ligue, não vale a pena forçar. Tenho aprendido que a família são os amigos que a gente escolhe pela vida fora, com quem ganhamos afinidades de algum tipo, sem descurar a mãe e o pai (claro).

Sou adepta da teoria "olho por olho, dente por dente" (e o mundo acabará cego e sem dentes, infelizmente)... mas eu sou assim: o que me fazem, farei igual (caso surja oportunidade), acho que faz sentido, por que não? Não consigo "oferecer a outra face", porém, nada de rancores nem ressentimentos, apenas a certeza de que quem magoa ou faz algo de mal (gratuitamente) acabará por se destruir sozinho/a...
Acredito que a vida é um eco, teremos de volta aquilo que emanamos a cada instante... e respeito a maneira de ser de cada indivíduo, para poder ser respeitada.
Apesar de ficar sentida, tenho "o dom" de saber colocar-me no lugar do outro e achar que terá feito isto ou aquilo por algum motivo, e que o tempo irá ensinar ou repor a verdade, mais cedo ou mais tarde. Acredito na perfeição do universo.
A vida é bela, a gente é que dá cabo dela!

3 comentários:

  1. Lina, o silêncio é construído por milhoes de significados. Às vezes as palavras não dão conta de expressá-lo. Amei seu texto. Beijão

    https://compreiumamala.blogspot.com.br

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