segunda-feira, 11 de julho de 2016

Um conto quase-erótico

Tinham sido casados durante uns 7 anos, pelo registo civil, há muitos anos atrás. Ele com 23 e ela com 21 anos. O casamento não foi perfeito devido à imaturidade de ambos, além de na época ele ser um desportista famoso e ter muitas fãs que despertavam o ciúme nela, e vivia saindo muito com os amigos, ela achava. Um dia encheu-se e decidiu partir, abandonou o sonho de estar casada e voltou para perto da família. Entretanto, deixaram de se falar e de saber um do outro, cada um seguindo o seu próprio caminho.

Surgiram as redes sociais e, através de uma delas, ela “encontrou-o” sendo amigo de amigas comuns que ia adicionando. Tinham passado vinte e tal anos, ele já tinha um filho que também se tornou um atleta da mesma modalidade. E ela também tinha voltado a casar.
Certo dia recebeu uma mensagem simpática dele, pedindo para não guardar ressentimento do passado, etc. (…) e voltaram a falar-se, na boa, contando coisas da vida de cada um. Ficaram “adicionados”…

Moravam em países diferentes, umas 9h de voo os separavam, mas ele viajava muito e desejava visitá-la. Entretanto, o segundo casamento dela atribulado em termos emocionais já tinha terminado.

O “primeiro” reencontro foi na casa dela, de passagem. Outro ano foi num hotel à beira-mar, e em outro ano, no prazo de seis meses, ele veio vê-la, aproveitando viagens de negócios. Uma vez foi na suite de um hotel 5* junto ao mar rodeado de piscinas e palmeiras. Foi um fim de semana feliz e descontraído. Ela curtia o mar e o sossego daquele lugar enquanto ele tinha compromissos e voltava à noite. Depois de jantarem, a cama era a arena ou o palco para a performance de um amor reinventado.

Da segunda vez ele fez-lhe a surpresa de reservar um apartamento com dois quartos num resort 5 estrelas, durante a semana e perto do lugar onde ela estava. Tratava-se de um empreendimento com vários hectares de terra para a prática do golfe em redor de um amontoado de casinhas no alto da colina. Era um T2 de luxo, com jardins em volta, bem equipado e decorado, com muita luz (da lua e do sol) entrando pelas portadas de vidro. O resort devia estar com uma ocupação escassa para a época, pois pouca gente se via por ali, e poucos carros se viam estacionados. Talvez morassem lá alguns estrangeiros já na reforma que curtem o golfe e o bom tempo ao longo do ano naquele lugar.

Ela trabalhava e saía bem cedo de manhã, já o sol queimava, e só para chegar à portaria ou à saída/entrada do empreendimento eram quase 2km. Ela pensava “como é bom ter dinheiro, quem dera acabar morando num lugar assim e com um amor tranquilo…”

Ele ficava ali ‘preso’ durante o dia porque estava sem carro e porque a cidade mais próxima ainda ficava afastada. Aproveitava para continuar a trabalhar no computador, dar umas caminhadas, nadar na piscina. Esperava por ela voltar no final do dia, jantavam algo leve e a seguir comiam-se um ao outro (literalmente) …
Ele tinha sido o primeiro homem da vida dela, e parece que tinha ficado ainda o cheiro, o tesão, o toque, e tudo o que ela tinha aprendido e que sempre mais gostou na intimidade. Ainda se lembravam de uma mesa que partiram num hotel quando foram uma vez numa espécie de lua-de-mel, e riam-se muito. Gostariam de voltar a esse lugar um dia, para recordar in loco e repetir a dose!

Foram 5 noites de amor e sexo, em doses iguais, longe de tudo e de todos. Horas de prazer que a faziam gemer, e ele ainda perguntava “queres mais?”… Há homens que sabem cuidar bem de uma mulher, quando querem e gostam a sério, e isso também conta para o prazer… será que ainda casados teriam essa química e este tipo de aventuras…?

Depois, ele partiu e prometeu voltar um dia, em outro hotel ou resort, quiçá! Ah e havia um detalhe: dava sempre jeito ter 2 quartos, pois ele ressonava a noite inteira, e ela tinha que dormir!


E assim ambos voltavam à sua vida normal, cada um seguindo com a respetiva sozinhez, à qual se tinham acostumado e gostavam...
  
Não existe cedo ou tarde, não existe tempo certo ou errado, As coisas acontecem quando têm que acontecer!

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