Lembrei-me que está fazendo hoje precisamente 1 ano que um ente querido
do passado decidiu partir. Quero escrever um texto a homenagear essa pessoa,
por quem nutri amor, e mesmo que as pessoas deixem de ficar juntas, por algum
ou alguns motivos, o amor é um sentimento que nunca morre. Ou não teria sido AMOR!
Acho eu.
Pelo que soube dos seus últimos momentos de vida, não quis
permanecer nesta dimensão com sofrimento, e partiu para outra, onde espero
esteja em paz e sem dor.
Assim como aconteceu com o meu pai, em 1999, também foram uns dois
anos de sofrimento desde que a doença apareceu. E todos em volta sofrem
igualmente. Não sei qual a dor maior, se da partida, se andar aqui a tentar de
tudo para que a pessoa recupere a VIDA, e sem sucesso.
Sem conseguir dar explicação, quero acreditar
que há outras vidas para além desta. Que esta é apenas uma passagem, para
evoluir (ou não), e voltaremos quantas vezes forem precisas, até atingirmos a LUZ,
a perfeição. Segundo os espíritas, esta é só uma escola para uma fase de
aprendizagem da nossa alma, que ainda vai seguir muitas outras vidas, com os
carmas e tudo o mais. E respeito o Nirvana dos budistas e todas as outras
visões do divino que todas as culturas têm e as quais, geralmente, ignoro (no verdadeiro
sentido da palavra, ignorância mesmo). E respeito quem tenha a visão de que
esta vida é a única que existe, para ser vivida como pudermos (e soubermos), tenha ela sido criada
por um deus ou Deus, ou por uma conjunção de fatores químicos e biológicos resultante de
factos ocorridos há trilhões de anos e sempre em processo.
Na Declaração
Universal dos Direitos do Homem deveria constar mais um direito: “Todos os seres
humanos têm o direito de morrer sem dor”. Afinal "damos duro" aqui, a gente estuda, a gente trabalha, ama-se alguém,
procria-se e, sem mais nem menos, morre-se? Qual o sentido disto tudo? Não seria bem
melhor se soubéssemos logo à nascença qual a nossa missão nesta passagem (para
a outra margem)? Acho que é tudo tão difícil pra nós, meros mortais, entendermos.
Havia de ser possível estabelecer uma idade (digamos, 90 anos?) para cumprir a nossa missão, seja ela qual for, e um dia partir sem doença dolorosa… E haverá idade razoável para se viver? Deveria estar escrito na lei natural das coisas: no aniversário da idade X, todos os homens e mulheres desta Terra perecerão. Décimo primeiro mandamento, por exemplo. Todos, sem exceção, ricos e pobres, bons e maus, honestos e corruptos, todos, enfim, sempre morreriam naquela idade, ninguém poderia contestar. Seria justo. Tudo bem, os homens continuariam a dar um jeito de estragar a coisa toda, vendendo privilégios, criando templos no mínimo questionáveis, mas, pelo menos, evitava-se grandes injustiças, como a partida precoce de gente boa e sã, de crianças… de gente que morre de fome todos os dias em certos países…
Havia de ser possível estabelecer uma idade (digamos, 90 anos?) para cumprir a nossa missão, seja ela qual for, e um dia partir sem doença dolorosa… E haverá idade razoável para se viver? Deveria estar escrito na lei natural das coisas: no aniversário da idade X, todos os homens e mulheres desta Terra perecerão. Décimo primeiro mandamento, por exemplo. Todos, sem exceção, ricos e pobres, bons e maus, honestos e corruptos, todos, enfim, sempre morreriam naquela idade, ninguém poderia contestar. Seria justo. Tudo bem, os homens continuariam a dar um jeito de estragar a coisa toda, vendendo privilégios, criando templos no mínimo questionáveis, mas, pelo menos, evitava-se grandes injustiças, como a partida precoce de gente boa e sã, de crianças… de gente que morre de fome todos os dias em certos países…
E mais: todos saberiam que a morte estaria
à espreita em exatos anos ou meses ou dias. Todos podiam morrer com a mesma
naturalidade com que se nasce. E, portanto, quem não aproveitasse a vida, azar,
foi por pura incompetência, não por acomodação ou despreparo. Além do mais,
haveria tempo de todos consertarem todos os erros e desacordos e se
reconciliarem, para morrerem em paz e deixarem os outros também em paz.
Até para os governos seria conveniente, porque
seria possível fazer planos estratégicos, gerir os recursos, calcular as reformas,
e dar o privilégio aos velhos de desfrutarem dos seus últimos anos, sem
sobressaltos.
Poder-se-ia controlar um pouco mais o ritmo de nascimentos e,
quem sabe, oferecer a este planeta-laboratório mais recursos naturais, para
que, fazendo-se os cálculos acertados, muitas gerações pudessem viver numa boa. E um importante
efeito colateral: haveria também uma mudança cultural, não mais sofreríamos
tanto com a partida "injusta" dos nossos entes mais queridos, porque a morte seria um
ritual solene já previsto desde o nosso nascimento e poderíamos lidar com ela
de forma muito mais natural.
"Quando nasceste, ao teu redor todos riam, só tu choravas.
Faze por viver de tal modo que, à hora de tua morte, todos chorem, só tu rias." (Confúcio)