quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Sexualidades

Sonho sexualizado

De repente, ela acordou de um sonho e, perplexa, ficou a pensar que tinha sonhado com algo que não costuma corresponder à sua realidade. Estava algures desfrutando de um momento carinhoso, erótico mesmo, com outra moça, bem mais jovem. Trocavam beijos quentes, mordiscadelas e afins, sentadas uma atrás da outra, encaixadas, talvez fosse à beira-mar. A moça mais jovem era muito linda.
Por que se sonha com algo que “não tem nada a ver”?! Comentava ela com uma amiga que a visitava. Nunca passou pela sua cabeça ter um relacionamento amoroso ou sexual com outro ser do mesmo género, apesar de não ter qualquer tipo de preconceito. Aliás, até achava mais excitante dessa forma do que entre dois seres masculinos. Vai lá saber por quê! 
Curiosamente (na vida real), nesse mesmo dia, mais tarde, descendo no elevador deparou com uma menina aparentando ter uns 15 anitos e era linda, toda perfeita, olhos verdes, boca sensual, um corpo a insinuar-se num conjunto de top e calção curtinho. Podia ser esta a menina do meu sonho, pensou ela.
(...)
Ao ouvir esta história sonhada, lembrei-me de algo que li um dia sobre sexualidades.
Numa explicação breve, a autora do texto – claro, só podia ser brasileira, pois no Brasil é que há os nomes adequados para tudo, praticamente - “ensinava” que neste mundão em que vivemos há 3 tipos de pessoas:

1. As alossexuais: aquelas que sentem atração sexual por outras pessoas. Elas olham para alguém > acham a pessoa atraente > ficariam com essa pessoa.

2. As demissexuais: aquelas que só sentem atração sexual por outras pessoas caso tenham algum tipo de ligação emocional / psicológica / intelectual.

- Cenário a) Ela olha uma pessoa > não sente nada. Pode ficar com essa pessoa? Pode, mas não sentirá nada, nem isso lhe dará prazer algum. Há quem se esforce e curta mesmo assim. Porém, a experiência poderá ser tanto indiferente como incómoda, do tipo de a pessoa esforçar-se e no final sentir-se como um pedaço de carne “abatido”.

- Cenário b) Uma pessoa olha para outra > conhece essa pessoa > as duas conversam > elas criam uma ligação (afeto) > essa pessoa passa a ser atraente para o demissexual.

3. As assexuais: aquelas que não sentem atração sexual de forma nenhuma! Até poderão apaixonar-se, mas jamais sentirão atração por alguém.

E…imagino quantas mais palavras haverá para definir algo nesta área, neste mundo cada vez mais (a)variado... Ainda há o poliamor, do qual me apetecerá falar, ou escrever um dia… 
Desta forma eu, demissexual assumida, vou adicionando novas palavras ao meu dicionário, ainda mais agora que se discutem coisas nunca antes vistas (pelos vistos), como a “identidade de género”…


(vivendo e aprendendo, sempre!)

4 comentários:

  1. Pronto já sei o que dizer quando me perguntarem, sexo?
    Logo responderei demissexual!
    Assumido e praticante.
    Mas logo me perguntarão, o quê?
    Responderei sob um sorriso, perguntem à Lina!

    Mas adorei todo o contexto, texto e a tua assunção!
    Bj

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  2. Classificar dá sempre nisto, mas essa coisa de “demi” não me soa nada bem, assim metade, uma sexualidade muito racionalizada. De qualquer modo é de sexualidade que se fala e é interessante.

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