Foi uma vez num sábado e
voltou domingo; foi um passeio rápido pela cidade que ela nunca aprendeu a
amar, porque foi levada bem pequenina para as terras quentes do ultramar. E o
inconsciente não perdoa, foi arrancada de lá sem entender nada, e nunca mais
haverá uma terra como aquela. Foi um sonho.
Sem raízes, agora estará bem em
qualquer lugar, desde que haja calor humano à sua volta, e onde o clima seja
ameno a maior parte do ano.
Não sente falta de “ir à
cidade”, mas quando passa por lá surpreende-se com as mudanças, tanta coisa
nova, tornou-se a verdadeira turista no lugar que a viu nascer. Sim, está bonita aquela cidade que foi considerada,
já pela terceira vez, o melhor destino europeu. Porém, como nesta vida tudo tem o seu reverso, boa/ótima para os turistas, e cada vez pior para quem lá mora. Salários continuam baixos, há falta de lugar para morar, etc. (...) Enfim, sem mais comentários.
A sua cidade é e sempre foi
famosa pela gente hospitaleira que a habita, os portuenses, além daquela
pronúncia do norte inconfundível. O sotaque dela é que continua a ser uma
mistura de “tudo um pouco”, que ficou da convivência prolongada com pessoas
angolanas, brasileiras e, mais recentemente, com novas amizades de outras
nacionalidades com quem tenta manter uma conversação pausada, para que lhe
entendam. Aliás, morando num país onde o estrangeiro nem precisa se esforçar
muito, desde que se saiba falar Inglês… quem tem mesmo que falar pausado é a
amiga inglesa, ou a sueca, ou… quem não vai entender mesmo nada é ela. Falta de
prática. Mas isso não interessa nada, a mímica dá sempre muito jeito ou, eventualmente, pergunta-se ao Dr. Google no telemóvel, caso seja algo imprescindível.
Vai
travando conhecimento com pessoas divertidas e generosas com quem passa bons
momentos. Semelhante atrai semelhante, dizem. Falar inglês com povo
italiano ou espanhol, nem pensar… ou, como diria minha amiga brazuca, nem fu*&%$ndo…!
Menos de 24h para ver a
cidade é insuficiente, mas sentia-se feliz. Ia pernoitar ao pé de pessoas amigas que já
não via há algum tempo e gostaria de lhes dar um abraço, porém reconhecia que esse momento ia saber
a pouco. Ou via todos ou não via ninguém. Então preferiu que não soubessem que ela andava por aquelas bandas. Ao
anoitecer de sábado decidiu calcorrear o centro e descobrir novidades, parando
para tomar uma cerveja belga no lindo espaço, moderno e intimista, do Mercado
do Bom Sucesso.
Mais tarde, gostaria de ter ido abanar o capacete para a Baixa (zona
ribeirinha ou dos Clérigos) onde está la
movida portuense, até seria capaz de fazer uma direta, houvesse companhia
para alinhar nisso… depois dormiria no comboio de volta ao sul, por que não? Porém…
deu preguiça sair de casa com tanto frio. Refastelou-se no sofá e ficou a ver
um bom filme na TV, e ainda havia muitos canais para zapear…
Vai se informando aqui e ali
sobre o que há de novo na sua terra, quer experimentar tudo o que puder quando
tiver mais tempo, e entretanto encontrou muita informação reunida aqui: http://observador.pt/2017/02/09/20-razoes-que-fazem-do-porto-o-melhor-destino-europeu/
(muito bom, qualquer turista pode aproveitar as dicas)
Domingo, antes de partir,
ainda deu mais umas voltinhas pela cidade, aproveitando o SOL e o bom tempo que especialmente fazia naquele fim de semana, como se a cidade sub-repticiamente lhe dissesse “deixaste-me, mas
também brilho aqui para ti, quando quiseres, por isso volta sempre que te
apetecer!”.
Voltará. E aprenderá a
gostar daquela cidade onde há lugares que lhe trazem lembranças saudosas. Tudo faz parte da vida. Bib’ó PORTO carago!
Marisol (alter ego,
a portuense desnaturada)
Biba! Biba portuense desnaturada! Gostei de ber a vonita forma de descreberes a tua cidade... Carago, és baidosa dessa cidade... mesmo falando um pouco com o sotaque do puertuuu.
ResponderEliminarFalando eu no meu sotaque com a mistura de sons da terra onde nasci, digo que gostei!
Gostei muito da forma cantada com que viveste a “rapidinha” visita... bonito!
Como eu fui, em tempos, frequentador do cinzento das ruas e paredes de pedra dessa cidade sei bem que esse ambiente é deveras envolvente no pensamento que se tem a cada passo.
Soubeste dizer tudo ou quase tudo, que fizeste germinar uma vontade enorme de tirar um fim‑de‑semana e numa “rapidinha” mergulhar nesse teu Porto que tanto elogias.
Tudo de bom para ti e Bjs