quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Halloween (ou Dia das Bruxas) em Portugal


Não acho piada a esta comemoração (de zombies e sangue a jorrar por todo o lado), mas para quem gosta de festa é mais um motivo para andar por aí mascarado, ou seja, por que não uma segunda versão do carnaval?


Dizem os estudiosos que, embora tenha sido popularizado pelos Estados Unidos, o halloween é uma tradição com origem celta: o Stamhain, que significava o "fim do verão". Era uma festa que começava no dia 31 de outubro e durava três dias. O povo acreditava que, nesse período, havia uma maior proximidade entre os mortos e os vivos: os espíritos voltavam para as suas casas para pedir comida e, para os receber, os familiares deixavam comida e bebida à porta de casa. Faziam fogueiras e usavam máscaras na rua. E, não só nesta data, conheço quem também no natal ou ano novo ponha na mesa um prato a mais, ou deixe para o dia seguinte a mesa recheada de coisas. Para “eles” virem comer... 
Há quem tenha assim uma forte ligação entre este mundo e o outro, entendo perfeitamente.

Apesar de ser um costume muito recente aqui, o Dia das Bruxas foi aceite facilmente pelos portugueses, havendo cada vez mais pessoas a celebrá-lo, e não são apenas crianças e jovens. As escolas promovem concursos e desfiles, os bares e discotecas organizam eventos. O comércio aproveita também e ganha dinheiro com a venda de vários artigos: as teias de aranha, abóboras, sangue falso, látex líquido para fabricar feridas, ou máscaras de palhaço assassino. Os mais procurados continuam a ser os fatos de vampiros e vampiras, lobisomens, bruxas, além de outros fora do comum, como personagens fictícias transformadas em zombies.

Se o intuito é meter medo a alguém, no mundo de terror em que se vive, já nada assusta, dá é para RIR. E isso é saudável, precisamos todos é de motivos para rir.
Deve haver crianças, as mais pequeninas, que sentem medo e será natural. O que não é saudável é negar o medo porque então ele passa a estar disfarçado por outra emoção como, por exemplo, o medo da rejeição que na adolescência aparece vestido de agressividade.

Assim, até se aproveita para trabalhar os medos...primeiro reconhecendo-os... por exemplo, para quem tiver fobia de baratas, teias de aranha, morcegos, palhaços assassinos, do escuro... pode ser que depois, com o hábito, os medos vão embora e as crianças (futuros adultos) passam a ser valentes, a quem nada pode assustar, estando prontas para enfrentar o mundo e o que há-de vir por aí…
Happy Halloween! Divirtam-se.

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

No escurinho do cinema...



“A star is born” – Nasce uma estrela
“The Wife” - A Mulher

      Às vezes ando meses sem ir ao cinema, com muita pena minha, por falta de lembrança, de tempo, ou outra coisa qualquer. De 22 a 24/10, até ontem portanto, foi o festival do cinema com bilhetes a 2.50€ em todo o país e - claro - toca a aproveitar, sem desculpas! Fui ver dois filmes que gostei muito. Ambos, de maneira diferente, abordam temas sensíveis, de relacionamento, amor sofrido, que nos deixa a pensar: por que tem que ser tudo tão difícil e doloroso na vida, ainda mais quando se trata do Amor… incoerência dificil de assimilar…
      “A star is born”
      Já tinha ouvido falar muito bem deste filme, e ainda por cima protagonizado por Bradley Cooper (Oh my gosh, que feliz é a Irina ex CR haha),  então tinha que assistir a este em primeiro lugar. Não imaginava também ver Lady Gaga bonita na sua simplicidade, assim sem máscaras nem adereços, e como é boa atriz!
      O filme arrasa logo nos primeiros segundos com a energia de um solo de guitarra nas mãos do Bradley que me deixou boquiaberta Uaaaau começa bem! (além de lindo será que ainda toca de verdade?)… Assim começa a história, com desespero, pessimismo, cinismo, numa guitarra raivosa a querer destruir o mundo por não se conseguir tomar conta dele. E depois… todo o Amor  a ser vivido por duas pessoas que se apaixonam perdidamente uma pela outra, para o bem e para o mal. Dramalhão inspirador. Como a Vida, que é desmancha-prazeres. E nós, público, gostamos imenso disso: ver indivíduos imperfeitos que tentam a todo o custo recolher os cacos de si mesmos e reconstruirem-se ou, pelo menos, ajudar aqueles a quem amam. Quase podia encontrar alguma parecença com uma parte da minha vida, e não seria a única no mundo… “Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência” (dizem, ou antes diziam…)
      O nosso amor, a nossa saudade do amor, a nossa necessidade de amor, a nossa carência de amor reconhecem-se no amor dos protagonistas. Chorei ao ver a personagem de Lady Gaga tentar a realização do seu sonho – uma carreira bem sucedida e premiada de cantora/compositora - com a grande ajuda do seu Amor, a Estrela que estava em decadência e queria passar o seu Brilho para quem amava. Lindo de morrer.

      Em “The wife”, drama protagonizado pela dupla Glenn Close e Jonathan Pryce, ela (a mulher)  representa a esposa que amou e viveu devotada ao marido, um escritor famoso. Porém, no momento em que ele se prepara para receber a maior honra da sua carreira, o prémio Nobel, ela chega ao limite da tolerância quanto ao comportamento abusivo e infidelidades do marido ao longo dos 40 anos. Confrontada por algumas verdades, percebe finalmente todo o egoísmo, machismo e repressão que a impediu de tornar-se uma escritora, sonho seu desde a juventude, quando sentia que não tinha talento suficiente para escrever (naquele tempo - séc. XX - as mulheres não tinham o mesmo crédito dos homens, e ainda há casos hoje em dia!), então entrega-se por completo ao marido, tornando-se a sua “âncora”.  
      É caso para dizer-se que por detrás de um grande homem há sempre uma grande mulher e, neste filme, por detrás da grande atriz que é Glenn Close há é uma história terrível que demonstra claramente como, em todo o mundo, muitas mulheres fizeram dos maridos grandes personalidades, quando o verdadeiro talento estava do lado feminino.
      Diz a atriz numa entrevista "Acho que muitas mulheres passam grande parte da sua vida a esconder a sua luz e a dá-la a outra pessoa, aos seus maridos ou parceiros, e acredito que é um ato de coragem uma mulher deixar a sua luz brilhar".
      Ir ao cinema é como viajar pelas grandes emoções, pelo sonho e fantasia, enquanto não temos tempo para vivê-los na correria da Vida que levamos (ou nos leva). Lembrando Shakespeare: “Enquanto houver um louco, um poeta e um amante, haverá sonho, amor e fantasia. E enquanto houver sonho, amor e fantasia, haverá esperança.

Sendo assim, a vida precisa dos sonhadores, já que sem eles, a luz a que os poetas dão o nome de esperança desaparece e a vida torna-se um lugar gelado, cheio de neblina e extremamente escuro. A vida fica sem graça e nós… Ah, nós paramos de sentir e tudo se torna mecânico e desprezível, pois, como disse, quem um dia conhece o céu, jamais se acostuma com gaiolas. Nós tão somente fingimos que nos acostumamos, porque não temos coragem para ser o sonhador que habita o quarto dos fundos do nosso peito e, assim, esses tempos tornam-se difíceis para os sonhadores, que não querem nada além da liberdade de poder enxergar nas pequenas coisas as maiores felicidades da vida.” (pensarcontemporaneo.com “São tempos difíceis para os sonhadores”)
      Escolhi dois filmes sem finais felizes, mas só o primeiro me fez chorar, felizmente não era a única… afinal, a vida nunca tem um final feliz, é desmancha-prazeres sim, por mais que nos esforcemos por vivê-la da melhor forma, com todas as futilidades implicadas. https://www.youtube.com/watch?v=bo_efYhYU2A
Carpe diem, what else?

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Doutorices, Pirosices e outras M***ices

    Há dias li o texto de um amigo sobre este tema e inspirei-me, já que também tinha em mente abordá-lo aqui. Mesmo de propósito: passados dois dias, no trabalho recebo um telefonema de alguém que pede para falar com a Dra. Lina Oliveira! Coisa rara, mas às vezes acontece. E eu deveria perguntar “como sabe que sou doutora?” (AhAhAh), ou simplesmente pedir “trate-me por Lina…” mas relaxei… ok neste país é só “doutores” e “engenheiros”… e se me sinto obrigada a tratar alguém por doutor(a) - devido à entidade em que trabalha ou à posição que ocupa, adivinha-se - então que se lixe, ficamos em pé de igualdade e ‘ora diga lá senhora doutora!’


    Sente-se quase uma espécie de vergonha com este tratamento, para pessoas como eu. Caramba, tirei um cursozito com média alta, é verdade (salvou-me o gostar de idiomas), mas dava para passar com um 10… o que poderíamos chamar então àquelas pessoas que queimam as pestanas a estudar para ser doutores a sério (sem aspas), com médias obrigatórias de 20, e que um dia tratarão da nossa saúde, ou que revelam conhecimentos fora de série?...
    Talvez porque somos um país onde os diplomas universitários e os estudos em geral foram um bem escassíssimo durante muito tempo e, de longe, temos os níveis de escolaridade mais baixos da Europa. A partir de certa altura, os pais com algumas posses têm feito tudo para que os seus filhos se formem, têm que ser doutores, engenheiros ou arquitetos, custe o que custar (e para quê afinal, depois perguntam eles; lá vão ter que emigrar se quiserem sobreviver, que tristeza)… Depois, para alguns será o deslumbramento, um bocado a mostrar novo-riquismo; há quem queira mostrar o seu novo estatuto de burguês com roupas de marca caríssimas, festas de casamento pomposas… carros XPTO a brilhar, com bom som e bem alto, para repararmos neles…férias em lugares exóticos, etc. E com esta mudança de estatuto social, o "doutor" democratizou-se, banalizou-se. No Brasil (descendentes de portugueses, claro), por exemplo, tudo o que é patrão leva doutor!
    A verdade é que um bom profissional, empenhado e dedicado, confiante no que sabe e no que deve fazer, está-se borrifando para os títulos. Os outros, os chamados doutores da mula ruça, sem nome, a quem temos que chamar “ó doutor”, “ó engenheiro”, é vê-los engalanados, parece que adquirem uma aura de poder.        Se em algum lugar for preciso resolver algo importante, bastará a palavra mágica e a coisa resolve-se imediatamente. Se for com um ‘badameco’ qualquer, ui podes crer que vai levar horas… É assim, neste país onde impera a titulocracia (em detrimento da meritocracia) e o fator C (as famosas cunhas), em que o aparato da forma de tratamento denuncia o nosso sentido das aparências, deve haver uma relação mágica que se estabelece com a pessoa, sei lá.
    Os estrangeiros têm imensa dificuldade em perceber, e até acham ridículas, as várias fórmulas de ‘chamamento’ existentes na língua portuguesa. Você, tu, o senhor, vossa excelência, senhor doutor, senhor professor, senhor engenheiro ou arquiteto, excelentíssimo senhor, ‘sôtor’, senhora dona... Como explicar a um não-português, por exemplo, o sentido de chamar "engenheiro" a alguém que não pratica engenharia? Ao menos com eles, os gringos, o tratamento preferencial é o nome próprio ou o "you", seja qual for o seu nível académico. A língua ajuda, esse "you" serve para tudo, trato formal ou informal, com ou sem protocolo, e não temos que sentir os desníveis da sociedade.
    Tanto quanto me é dado saber, para os americanos e os ingleses só muito poucas pessoas é que têm direito ao uso dos títulos académicos de doutor ou professor. Em Inglaterra, só mesmo os professores catedráticos no topo da carreira é que usam este último título, não basta ter uma pós-graduação.
    Lembro de uma cena: uma secretária preparando uma convocatória de reunião; tinha de incluir uma dúzia de pessoas, vários doutores e um ou outro engenheiro, e apenas um era sem Dr. ou Engº, esse era apenas o Sr. Fulano de Tal (mas não menos importante)… ali sozinho no meio da lista de engalanados, que situação, “não seria melhor retirar o título dos outros?” pensava ela em voz alta, para a colega ajudar…
    Outra: durante a preparação de um evento alguém apresentou aos franceses a lista dos participantes portugueses recheada de ilustres doutores, e um deles comentou “tantos médicos!” e esse alguém teve que explicar-lhes que médicos ali não havia nenhum…
Enfim… "Palavras para quê? Artistas portugueses e só usam Pasta Medicinal Couto!"
    E eu, que nunca cuidei do meu lado artista, mais do que aqueles anitos a estudar, tenho me licenciado, quase com doutoramento pela Universidade da Vida, tal como tantos outros cidadãos, que é a melhor e a mais completa de todas as universidades: sabemos que, se errarmos, pagaremos a fatura dos nossos erros, quer queiramos, quer não.. Tanto tenho aprendido, e não faço questão do diploma… Aliás, pelo outro obrigaram-me a pagar mais de 100 euros, está empoeirado guardado sei lá onde! Orgulho-me sim pelo facto de ter estudado e concluído um curso - já tarde, mas sempre a tempo - e com aquela média! Só não segui para mestrado porque… é o país que temos… tudo para os “doutores”… Carpe diem!

terça-feira, 16 de outubro de 2018

Encontros de Almas

Alma gémea existe?

    Essa é uma pergunta para alguém que ande em busca de um amor… perfeito….aquela metade de si que lhe falta, e que pode acrescentar algo ao seu viver, que alguns (poucos) eleitos conseguem encontrar, e outros nunca! Por que será? Talvez porque estes já são seres completos, não têm nada a preencher… (digo eu)
    E o que será uma alma gémea? Encontramo-la sempre? Corremos o risco de a encontrar e não a reconhecer? Há uma ou várias? E se nos enganarmos no ‘gémeo’?
    Há histórias de encontros, de alguém que aparece de repente e se encaixa tão bem, corpos se entrelaçando como extensão de Almas que tinham de encontrar-se algures ou em algum momento… Do tipo “por onde andavas?” “não te conheço de outra vida?” Momentos Mágicos, efémeros e intermináveis (até que a realidade, nua e crua, as separe, por algum motivo). 
    A nossa alma gémea poderá ser muito diferente, haver diferenças de raça, de idade, de religião… Ou até pode ser do mesmo sexo… Almas sedentas de Amor, apenas isso. Porque o objetivo não é o corpo físico, é o reconhecimento da essência do outro independente do que ele é exteriormente.
    Claro que, como em qualquer relação, os conflitos também existem, mas com a nossa (suposta) alma gémea a sensação principal é de paz, de entrosamento e de afinidade, porque ela faz parte da nossa essência. Imaginemos que passamos 10 anos sem ver a pessoa, se não for a nossa alma gémea nem nos lembraremos mais. Se for, pensaremos nela, sonharemos com ela, não conseguimos esquecer.
    Há quem acredite que é possível passarmos por ela e não a reconhecermos. Por exemplo, pode acontecer de pessoas se conhecerem aos 15 anos, depois perdem-se uma da outra, casam com outras pessoas, e 10 ou 20 anos mais tarde voltam a encontrar-se. Pode acontecer que a pessoa não está preparada, ou que tem outros carmas a cumprir. Às vezes, os seres estão em processos diferentes de evolução, e por causa disso um não consegue imediatamente perceber o outro. No momento em que essa ligação entre duas almas for 'astrologicamente cobrada', a força é tão grande que vai atraí-las uma para a outra.
    O sonho de encontrar a nossa alma gémea confunde-se com o sonho da perfeição, com a ideia de que em algum lado do universo há alguém que seja o nosso espelho, que nos complete tão perfeitamente que todas as nossas angústias, dramas e carências se hão-de desvanecer. 
    
    Num dos seus textos mais poéticos, precisamente sobre almas gémeas, Miguel Esteves Cardoso afirma que 'uma alma gémea é a prova de que não estamos sozinhos.' Voltar ao nosso 'outro' não é apenas encontrar alguém que nos ame: é completarmo-nos de uma maneira quase cósmica. "Como é que se reconhece uma alma gémea? No abraço. Quando duas almas gémeas se abraçam, sente-se o alívio imenso de não ter de viver. Não há necessidade, nem desejo, nem pensamento. A sensação é de sermos uma alma no ar que encontrou a sua casa, que voltou finalmente ao seu lugar, como se o outro corpo fosse o nosso que perdêramos desde a nascença."

    Adoro ler tudo o que aparece sobre temas esotéricos, para mim faz sentido, por mais que custe ou leve tempo a entender para certas pessoas. Por exemplo:
“Já sentiu que compreendia o que diziam os olhos, pele ou mãos de alguém?
    Qual de nós nunca encontrou uma pessoa e, ao vê-la pela primeira vez, sentiu que compreendia perfeitamente aquilo que dizem os seus olhos, a sua pele, as suas mãos? É uma sensação difícil de definir, em que tudo nessa pessoa nos toca e mexe connosco, sem que para isso possamos apresentar qualquer explicação. É como se aquela pessoa fizesse parte de nós, é uma sensação estranha, mas maravilhosa ao mesmo tempo, que nos faz sentir completos. Mas, por outro lado, pensamos: “Como é possível sentir tamanha atração e complementaridade por uma pessoa totalmente desconhecida para mim?”
    Se já passou por uma situação destas provavelmente já se cruzou com uma das suas Almas Gémeas. Em determinadas reencarnações somos divididos numa parte feminina e noutra masculina, e a partir daí andamos sempre à procura da nossa outra parte. O amor transcendental acontece quando encontramos uma outra parte de nós próprios, e em cada vida temos a missão de a encontrar. Quando isso não acontece, o coração fica triste e sofre.
    Pode dar-se o caso de numa só encarnação encontrarmos duas, três ou mais Almas Gémeas. É através do amor que acumulamos experiências aprendidas em muitas vidas. Somos responsáveis por todas as outras partes de nós próprios que estão espalhadas pelo mundo, temos a obrigação de sermos o nosso melhor amigo e procuramos ser felizes.
    Em cada reencarnação devemos juntar-nos a, pelo menos, uma parte de nós próprios, ainda que seja por momentos. Esse amor será tão intenso e verdadeiro que ficará gravado nos nossos corações até ao resto da nossa existência. Se gostava de encontrar a sua alma gémea, abra o seu coração e chame-a para que ela venha até si. Quanto maior for o conhecimento que tem de si próprio, mais fácil será atrair e identificar a sua alma gémea.
    Tenha presente que em grande parte esta pessoa é igual a si, por isso, se não se aceitar a si próprio e não se conhecer devidamente, como poderá reconhecer e aceitar a outra parte de si mesmo? Mesmo se pensa que receberá com alegria a sua alma gémea, se até hoje isso não se verificou, esta situação poderá ter acontecido por duas razões: por não estar emocionalmente preparado para a deixar entrar na sua vida, ou porque ainda tem muito trabalho de cura espiritual para fazer, isto é, ainda não se aceitou a si próprio tal como é.
    Outra das razões pode ser o facto de que o seu estilo de vida não lhe permite ter espaço para ela. Para atrair a alma gémea, além de precisar de estar predisposto para que tal aconteça, é necessário que na sua vida haja efetivamente lugar para ela.” (texto de lifestyle.sapo.pt)
    Por outro lado, há quem seja totalmente descrente acerca destas “tretas” Não existe nada disso... o amor à primeira vista… essa pessoa que seja o preenchimento de todo o vazio emocional que sempre sentimos, que nos complete e que faça isso de forma natural, não forçada, meio mágica… 
    Existe é uma ou outra substância que funciona como mensageiro fisiológico, ou as hormonas, existe coincidência de encontros, cheiros e conversas que nos deixam ainda mais felizes e confiantes. Mas não existem almas gémeas. 
    Elas podem tornar-se gémeas, isso sim. Quando cedemos em relação a muita coisa que gostamos, ou não, para agradar ao outro. E se for de parte a parte, então um vai ficando cada vez mais parecido com o outro. 
    Às vezes custa, mas as almas vão ficando parecidas. Haja amor, sentimento de verdade. Vão ficando tão parecidas que até parece que são gémeas, que coisa!

terça-feira, 9 de outubro de 2018

Só dá ELA...

Sempre Ela. 
Está como que acuada no seu covil apenas observando o que vai em volta… tanto transtorno por aí, tanta futilidade, falta de amor ou do que fazer, palavras vãs, tristeza, frustrações e traumas disfarçados com máscaras de alegria e suposta felicidade. 
Então o Facebook é o espelho de tudo isso. Só TOCs...Anda estupefacta e cada vez mais acha essa rede social enjoativa, salvo algumas mensagens lindas de ler, e textos bem escritos por amigos. 

O FB serve para ela divertir-se, mas ultimamente sente que essa é mais uma forma de meio mundo andar a espicaçar a outra metade, seja com o futebol, com a política… E as frases lindas de pessoas que, se não as conhecesse, até pensaria que se tratava da realidade!? Fica-se a rir. Antes rir do que chorar, ora! De religião pouco se comenta, parece que já ninguém ou quase ninguém quer saber desse tema. QSF. Bom mesmo é mandar bocas políticas e futebolísticas, ainda que nada se entenda dos assuntos, interessa é picar alguém... Manda-se indiretas a torto e a direito (para quem servir a carapuça, obviamente)- normalmente, isso acontece depois de “ralações” que mal iniciaram e por algum motivo depressa terminaram, ou vão terminando, importante é "estar numa ralação" hahaha – tudo vem a público, o circo a arder e os outros assistindo, às vezes de camarote.

Que raio de mundo doente é este, ou para onde caminha isto tudo? Será falta do que fazer na vida que deixa as pessoas assim, à toa? Pensa ela. Há pouco tempo leu a palavra “cinseridade” num comentário, ficou a olhar para aquilo… voltou lá passadas umas horas e ainda continuava lá essa palavra! De uma senhora que costuma postar fotos lindas quase todos os dias, mostrando a carinha ‘laroca’ e o corpo ainda interessante. Será que não poderia ocupar-se a ler uns livros, formar-se em algo, ou aprender Português, no mínimo? “God make her good but not yet” … (como essa há outras pessoas que comentam sem prestar a mínima atenção ao que escrevem).
Está assustada. Enjoada. Sem vontade de participar mais com likes em tudo o que aparece, muito menos onde houver erros destes, crassos! Talvez até vão começar a estranhar a falta dos seus “likes” ou algum comentário a apoiar o bitaite ou indireta, mas não dá! Já não tem paciência.
Sente que o mundo está um caos. De muita parra e pouca uva. Montanhas a parir ratos! E a gente vai disfarçando que está tudo bem, o mundo gira, bora lá! Um dia da caça, outro do caçador...Deixa-os pensar que são importantes, os melhores em tudo ou em qualquer coisa!

Até dá medo conhecer pessoas novas. Psicopatas, há-os por todo o lado, inclusive no FB. E podem saltar do virtual para o real, cuidado. Já bastam os que se encontram por acaso em alguma esquina da vida. Ou até na própria família eles podem existir, o que podemos fazer? Ficar cada um acuado no seu covil e observar…

Há quem lhe diga que é culta e inteligente. Ela até começa a acreditar, depois de assistir a tanta aberração por aí… Apesar de simples, estará Ela a  tornar-se demasiado exigente, ou esquisita? Ok pode acabar sozinha, e daí? QSF. 
Às vezes imagina-se a voltar atrás no tempo, ter entre 15 a 17 anos, possuir os conhecimentos que tem hoje, saber encontrar a pessoa certa para si e… ‘era amor para a vida toda’. Alguém com quem seguir os mesmos objetivos, caminhando pela vida de mão dada, na tranquilidade. Porque, para loucura, já basta o próprio viver e o que a rodeia. Ainda não teve essa sorte, como acontece para alguns eleitos, mas o sonho nunca morre. E de nada se arrepende. A vida aprende-se e às vezes leva tempo.
(se Ela não existisse, tinha que ser inventada, 'raisparta' a Mulher!)
Apaguem o mundo e liguem a música. A alma não quer ruído, precisa é de melodia.
https://www.youtube.com/watch?v=aMMZh5_IFxY

https://www.youtube.com/watch?v=vTmAo7_VyN8&feature=share

terça-feira, 2 de outubro de 2018

Dá-me música...

Como seria viver sem música?
Nem consigo pensar em tal. Ontem foi o dia mundial da MÚSICA. Pois é, se há dia para tudo e mais alguma coisa, também ELA tinha de ter o seu dia especial. Viva!
https://www.youtube.com/watch?v=waU75jdUnYw
Imaginar o filme das '50 sombras' sem esta música linda, ou um filme do Woody Allen sem o som dos clarinetes, um dia mau sem aquela playlist infalível, ou nunca mais poder ouvir o meu álbum preferido... que horror de vida seria...
A música ambiente no trabalho proporciona bem-estar, todos os dias, a criatividade e a produtividade melhoram. E quando entramos em qualquer estabelecimento comercial, porém, sem aquele exagero de estar aos berros, às vezes, até dá vontade de andar pela loja muito tempo, comprar tudo o que for possível, ficar bonita e ir de noite ‘pra naite’… (acaba por ser uma boa estratégia de marketing). Também bares e restaurantes atraem mais gente se houver uma atmosfera musical. A lista de tarefas potencialmente incrementadas pela música é infindável: uma viagem torna-se mais curta e agradável, uma festa fica mais curtida, praticamos exercício físico com mais vontade e energia… Há quem goste de ler ou estudar ao som de música; eu prefiro o silêncio, para absorver melhor as palavras que leio. A música distrai, excita, é como tomar café, se quiser adormecer cedo, não vai ser fácil se ingerir cafeina ou tiver algum som a tocar, seja ele qual for. Para acordar ah é outra coisa, pode ser Rammstein, Pink Floyd, música zen ou passarinhos. Toda ela, ou seja, a que fizer parte da nossa estante musical, é bem vinda para iniciar o dia.

Escutar música é algo que muitos escritores (e pintores...) também adoram fazer enquanto exercem a sua função. Mas, em geral, eles são bem seletivos ao decidir o que devem ouvir. Enquanto uns preferem músicas lentas e cadenciadas, outros preferem músicas pesadas e agressivas. Em ambos os casos, a música funciona como um portal mágico para mundos criativos, sofisticados.

Quem me dera saber tocar um instrumento, foi preguiça minha, ou falta de dom, então nunca sequer tentei.
Se ouvir música sensibiliza, quem faz música deve ser sensível. E só de imaginar alguém tocando saxofone para mim UAUuuuuu 

Penso que o mundo está a precisar muito de sensibilidade. Música é a forma de arte mais excitante de todas. Satisfaz necessidades emocionais iminentes, energiza a libido, estimula o raciocínio, doma o espírito, agita os mares da reflexão, faz o tempo render. Não é sempre que esses benefícios são evidentes, embora a incidência seja quase certa, na maioria dos casos.

Música é uma das drogas mais antigas da história. Pelo seu poder inspirador, não admira que muitas pessoas recorram a ela como válvula de escape. Influencia diretamente no humor, é uma das melhores formas de soltar os pensamentos e avivar a imaginação. Ainda que ela (a música) nos falte, por algum motivo, é possível cantarolar músicas viciantes que ficaram na mente. Essa é uma necessidade natural do ser humano: dar ritmo à existência e, sem dúvida, música é um dos maiores triunfos da inteligência humana.

Música é uma arte tão poderosa que, entre os seus vários efeitos terapêuticos, pode amenizar qualquer mal-estar, neuroses e, em alguns casos, pode tratar até doenças graves. Não faz milagres, é claro, mas elimina muitas emoções desagradáveis, promovendo melhoria da saúde psíquica e maior qualidade de vida, mesmo que seja paliativa. Em excesso poderá fazer mal, como tudo o que se faz ou consome.

É mais difícil viver sem música do que viver sem jornais, TV ou filmes. Citando Nietzsche: “sem música, a vida seria um erro”. Música é, tantas vezes, uma excelente forma de evitar o sufocamento da realidade.

E, por falar em música,  Charles Aznavour faleceu ontem (no dia da Música - 1 de outubro) com 94 anos. RIP