Não acho piada a esta comemoração
(de zombies e sangue a jorrar por todo o lado), mas para quem gosta de festa é
mais um motivo para andar por aí mascarado, ou seja, por que não uma segunda
versão do carnaval?
Dizem os estudiosos que,
embora tenha sido popularizado pelos Estados Unidos, o halloween é uma tradição com origem celta: o Stamhain, que
significava o "fim do verão". Era uma festa que começava no dia 31 de
outubro e durava três dias. O povo acreditava que, nesse período, havia uma maior
proximidade entre os mortos e os vivos: os espíritos voltavam para as suas
casas para pedir comida e, para os receber, os familiares deixavam comida e
bebida à porta de casa. Faziam fogueiras e usavam máscaras na rua. E, não só
nesta data, conheço quem também no natal ou ano novo ponha na mesa um prato a
mais, ou deixe para o dia seguinte a mesa recheada de coisas. Para “eles” virem
comer...
Há quem tenha assim uma forte
ligação entre este mundo e o outro, entendo perfeitamente.
Apesar de ser um costume
muito recente aqui, o Dia das Bruxas foi aceite facilmente pelos portugueses, havendo cada vez mais pessoas a celebrá-lo, e não são apenas crianças e jovens.
As escolas promovem concursos e desfiles, os bares e discotecas organizam
eventos. O comércio aproveita também e ganha dinheiro com a venda de vários artigos: as teias
de aranha, abóboras, sangue falso, látex líquido para fabricar feridas, ou máscaras
de palhaço assassino. Os mais procurados continuam a ser os fatos de vampiros e
vampiras, lobisomens, bruxas, além de outros fora do comum, como
personagens fictícias transformadas em zombies.
Se o intuito é meter medo a alguém,
no mundo de terror em que se vive, já nada assusta, dá é para RIR. E isso é saudável,
precisamos todos é de motivos para rir.
Deve haver crianças, as mais
pequeninas, que sentem medo e será natural. O que não é saudável é negar o medo
porque então ele passa a estar disfarçado por outra emoção como, por exemplo, o
medo da rejeição que na adolescência aparece vestido de agressividade.
Assim, até se aproveita para trabalhar os medos...primeiro reconhecendo-os... por exemplo, para quem tiver fobia de baratas, teias de aranha, morcegos, palhaços assassinos, do escuro... pode ser que depois, com o hábito, os medos vão embora e as crianças (futuros adultos) passam a ser valentes, a quem nada pode assustar, estando prontas para enfrentar o mundo e o que há-de vir por aí…
Happy Halloween! Divirtam-se.
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