terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Não provoque...


Estes dias conheci uma pessoa, possivelmente (mais) uma futura amiga, que há pouquinho tempo terminou um casamento de 40 anos. Pensei eu “mais uma para o rol das soltas e divertidas”... Será? Apesar de inserida numa família bastante tradicional e endinheirada, não aguentou mais a pressão de anos de ciumeira à toa, que ia piorando ao longo do tempo, ele oito anos mais velho.
Tomou essa decisão após uma grande luta interna, foi-se abaixo, emagreceu, e agora lá está ela, só, na sua casinha, a querer sair, rir, divertir-se, em suma: VIVER! E... por que tem que ser assim?

Também, outro dia comentava eu com um amigo que uma pessoa conhecida tinha deixado dois maridos, e ele questionou “ou ela é que foi deixada?”… depois argumentou “é que as pessoas pensam que deixam, mas há muito tempo já foram deixadas…” Pois é, deu que pensar. O outro já deixou de dar atenção, de dar carinho ou amor, de ser compreensivo ou competente em vários assuntos, por aí fora, e claro… o outro depois deixa… não aguenta mais, e às vezes leva anos a deixar, pois nunca mais nada volta a ser o mesmo.

E depois li algo sobre o tema “É quase uma epidemia ver tantas mulheres inteligentes e atraentes solteiras”… É verdade! Ultimamente vai crescendo o número de mulheres independentes, bem-sucedidas, divertidas, inteligentes e solteiras... Por que será que essas mulheres lindas, incríveis, não encontram alguém para estar ao seu lado? Um dos motivos será que elas aprenderam a valorizar-se e a ter consciência de si mesmas e de tudo ao seu redor, e decidiram que não perdem mais o seu precioso tempo com quem não lhes acrescente nada (e, quantas vezes, só atrapalha).
Outros motivos haverá:
- Não estão desesperadas por um relacionamento, porque isso deixou de ser o mais importante nas suas vidas; aliás, nunca estão sozinhas, e esperam o momento certo, até estarem totalmente preparadas.
- Como, durante muito tempo, os homens eram considerados os chefes de família, muitos deles não sabem lidar com uma mulher forte e independente, que não precisa de ninguém para cuidar dela. E isso, muitas vezes, deixa o outro inseguro, complexado.
- Ao estabelecerem altos padrões, e conhecendo o seu valor, elas só vão aceitar alguém se realmente for compatível.
- Não toleram joguinhos mentais, muitas vezes frequentes nos relacionamentos românticos. Colocam-se em primeiro lugar e preferem estar sozinhas do que com pessoas que querem manipulá-las.
- Não procuram a felicidade no exterior, porque já a encontraram no seu interior. As mulheres inteligentes e atraentes vivem as suas vidas com muita alegria e amor-próprio, e sabem que o relacionamento consigo mesmas é o bem mais valioso que possuem.
Pessoalmente, e falando com honestidade - achando que sou mais feminista do que outra coisa - concordo que a mulher conquiste o seu espaço no mundo, pois foi subestimada durante gerações… mas agora também não é preciso extrapolar… 
Como mulher, não quero ser mais ou menos do que o homem, apenas caminhar ao seu lado, dar e receber amor na mesma medida; gosto de ser mimada, e ser o centro do seu mundo, sabendo que nem sempre é fácil… (Ah esse centro do mundo, ainda tenho que blogar sobre isso)…
Pensar que um sexo pode viver sem o outro, seja lá por que motivo for, é um ensinamento pouco útil às gerações atuais ou vindouras e uma celebração triste da nossa existência enquanto espécie. A emancipação da mulher deve ser um motor de aproximação dos dois sexos e não da sua separação. Há muitos casais que ainda têm muito orgulho um no outro e isso é bom de ver, e saudável, um ótimo exemplo para os seus filhos. Todos podem coabitar em harmonia se souberem gerir as suas emoções, trabalhar em conjunto e dar suporte quando é necessário.
“O pior tipo de estranho é aquele que um dia você tanto conheceu”…

2 comentários:

  1. Se gostei ou não... diria, se não me repetisse.
    Fica a propósito um poema que exprime o sentimento da morte do amor.

    Morrem amores como tão depressa outros nascem... é o belo que o amor contém!


    Sublinho uma só frase que de muitas também gostei:
    «Como mulher, não quero ser mais ou menos do que o homem, apenas caminhar ao seu lado, dar e receber amor na mesma medida;»

    O poema:

    ""
    Amor que morre


    O nosso amor morreu… Quem o diria!

    Quem o pensara mesmo ao ver-me tonta.

    Ceguinha de te ver, sem ver a conta

    Do tempo que passava, que fugia!

    Bem estava a sentir que ele morria…

    E outro clarão, ao longe, já desponta!

    Um engano que morre… e logo aponta

    A luz doutra miragem fugidia…

    Eu bem sei, meu Amor, que pra viver

    São precisos amores, pra morrer

    E são precisos sonhos pra partir.

    Eu bem sei, meu Amor, que era preciso

    Fazer do amor que parte o claro riso

    Doutro amor impossível que há de vir!""

    Florbela Espanca

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  2. Morri... de espancada...obg pelo poema e viva la vida!

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