sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Almas Afins


A Vida é um mistério, todos sabemos. E o Amor, ai esse então, “bota mistério nisso”!
Por que temos a oportunidade de conhecer tanta gente, e vamos logo “implicar” com alguém em especial? Qual o motivo? O que foi que nos fez aproximar, e muitas vezes tentar que dê certo?
Devia ser proibido chorar ou sofrer por Amor. Isso não existe! Com Amor tudo tem que ser belo, perfeito, tristeza não é bem-vinda. Até já sou chamada de Alice, aquela que vive na “bolha” das maravilhas (país não, esse está do pior mesmo, assunto para outro texto)...
Uma das maiores bênçãos que podemos ter na vida é estarmos livres da necessidade de procurar ou dar explicações. Aconteceu, pronto, vamos viver com a intensidade que se deseja. Não encontramos ninguém por acaso. Temos a oportunidade de aprender e evoluir com todas as Almas que encontramos.
Os encontros mais importantes já foram combinados pelas almas antes mesmo que os corpos se vejam” escreve o famoso Paulo Coelho.


E eu quero acreditar nisso, então nem me dou ao trabalho de procurar explicações para os mistérios do Amor ou da Vida. Podemos andar à toa, perdidos anos e anos por aí, mas - com Sorte - pode acontecer de algum dia alguém chegar e conhecer-nos, ver-nos além da aparência exterior, ou seja: alguém tocar-nos a Alma. Estava predestinado. Simplesmente saberá quem eu sou, sem ser preciso falar nada, essa pessoa vai saber o que eu sinto, só de olhar nos meus olhos, ou através de um simples abraço. Sem confusão nem desconfiança, segura de si, saberá dizer-me as palavras certas nos momentos mais difíceis, ou até no silêncio saberá ensinar-me.   https://www.youtube.com/watch?v=L3HQMbQAWRc
Conseguir que nos entendam depois que saibamos nos explicar é ótimo, mas fazer isso sem palavras é uma dádiva. Não são muitas as pessoas que vão realmente saber quem nós somos durante toda uma vida. E se essas chegarem aos cinco dedos de uma mão, podemos agradecer ao Universo. E, em princípio, pelo menos uma ou duas delas deveriam ser a nossa mãe ou o nosso pai. Será uma bênção ter alguém que entende o nosso olhar, o nosso sentir por dentro... que nos ama mesmo quando nos esquecemos das próprias virtudes. Essas pessoas são as que devem ficar guardadas no nosso coração, as que dispensam saber as nossas explicações. Há quem chame a isso de Amor, outros de Amizade. Estou a desistir de encontrar definição, porque esse encontro de Almas vai muito além da razão.
Basicamente, qualquer pessoa pode mexer com as nossas hormonas, ou os nossos sentidos, e despertar processos químicos nos nossos corpos, mas pouquíssimas despertarão a nossa Alma, e são estas que vão realmente fazer uma grande diferença nas nossas vidas, para melhor.
Quando nos sentimos mal em algum relacionamento físico, poderemos afastar-nos sem prejudicar os nossos sentimentos e sem ferir o nosso coração, mas quando se trata de uma conexão de Almas, não é possível mentir para nós mesmos porque, por mais que procuremos, não encontraremos um outro alguém que nos faça tão bem, que nos complete e traga a verdadeira alegria. Por isso se diz que podemos enganar o corpo com outra pele, mas nunca o coração com outra Alma.

Creio que, muitas vezes, duas Almas mesmo amando-se intensamente, precisam seguir caminhos diferentes para que vivam novas experiências, aprendam as lições, encontrem o caminho certo e talvez se encontrem novamente, numa fase melhor. E essa separação na vida terrena não as impedirá de manterem contacto. Se um deles já partiu para outra dimensão, quem acreditar em outras vidas, haverá o reencontro…

Normalmente, a visão que temos sobre o Amor e a Vida se transforma quando encontramos a Alma que foi destinada a estar junto à nossa. Prestamos mais atenção, fica mais difícil sermos enganados por conexões falsas e os nossos corações entendem que ninguém mais nos trará tanta felicidade e completude. Assim acontece para quem já viveu uma relação feliz e perdeu-a, por algum motivo, trágico ou não.

Devemos aprender a reconhecer a grande oportunidade que temos de estar perto da nossa Alma ‘gémea’ e que, apesar das experiências que tenhamos vivido nas nossas Vidas, sempre estaremos conectados pelo Amor, aquele que nos une, alimenta e transcende os limites da razão.
Quero acreditar e entender que, algures e no momento certo, a Alma ideal está à espera de encontrar-me, para que possamos continuar a nossa viagem juntos.
Até lá, confio que o melhor está por vir e vou vivendo com a autenticidade que me caracteriza, tentando nunca enganar o meu sofrido coração. Histórias de amor encantam-me, ainda mais quando leio testemunhos como este:
 Eu era casada, tinha 2 filhos. Um dia encontrei o amor da minha vida, ele tinha 23 e eu 29. Foi uma história linda, mas não podíamos ficar juntos porque ele era estudante e não tinha dinheiro pra manter uma família. Eu, ainda estando casada, não podia tirar as crianças do conforto delas, junto ao pai. Os anos passaram e novamente nos encontrámos, divorciei-me e casámos, hoje faz 36 anos que estamos juntos. Somos felizes, viajamos pelo mundo inteiro e vivemos na Europa, e somos avós de 3 crianças.”

Vida misteriosa esta!
Admito que sou muito crente, é verdade. Só consegue entender quem passa por esse tipo de experiências, porque não são as palavras que explicam, é algo muito mais forte. Algo que não depende de nós. Mesmo que, por alguma razão, os dois não possam estar juntos, eles e só eles sabem o que os une e os prende um ao outro…
Como mulher, tenho tendência para o romantismo. Romântica assumida, doente, daquelas que poetizam. Sentimental ao extremo. Mas tento estar alerta, ser observadora, pois percebo que, do mesmo modo que há a possibilidade de existir a minha Alma gémea, também pode haver quem se aproveite desta “fragilidade” sentimental… Sem criar ilusões, nem falsas expectativas, é preciso pensar bem, avaliar (com a cabeça fria, de preferência). 
Se uma Alma (gémea ou não) se predestina a estar ao lado de outra, as coisas irão fluir, sem nenhuma confusão. O Universo CONSPIRA (AGE) para que tudo aconteça naturalmente. E há que proteger-se. Pois a carência é capaz de cegar, e a paixão ilude…

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