Gringa do SOL porque parece gringa e porque ama o SOL... que aquece o seu coração. Quase o diário de uma gaja só com os seus devaneios e imaginação à solta, como ela...
quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Já passou...
Felizmente voltou a calmaria. Já ninguém quer ouvir falar de natal, até daqui a um ano.
Aproveitei o dia de hoje para ir a uma consulta de dermatologia, antes de passar pela praia e seguir para o ginásio. A médica é de um país de Leste, formada por uma faculdade do Porto, mas com muitos anos de Portugal já fala um português perfeito. Uma jovem senhora, sempre querida e simpática, além de atraente. Mais uma vez enfrento aquele discurso 'banal' de que nem pareço portuguesa blablabla. Sou alta, faço lembrar a Nicole Kidman… Também, dizia-me a rececionista “você fala bem Português”… LOL… a minha vida é mesmo assim, divertida. Na minha humilde opinião, não sou eu que sou alta, a maioria das mulheres neste país é que é mesmo baixa...
Conversadora, e me achando uma mulher bonita, a doutora até me perguntou por que não fui para modelo; que eu devia fazer um book fotográfico e mandar para as agências, que precisam de pessoas de qualquer idade... UAU gostei da ideia, mais uma coisa que poderia fazer no meu tempo todo livre, muito em breve. Além de querer continuar no ginásio, e de sonhar pertencer a um grupo de Gospel, adoro aquela energia e alegria que o grupo (de grandes vozes) emana, nada me falta para poder ter uma agenda cheia. Ah e espero ainda conhecer pessoas interessantes, que preencham ainda mais a minha vida.
Entretanto, faz bem ir a lugares sozinha e ter conversas comigo mesma. Faz bem aprender a ir sozinha a um restaurante e pedir a minha comida favorita. Ou ir a um bar, onde poderei encontrar alguém conhecido, ou não. É necessário aprender a fazer alguns planos a sós. Aprender a ser gentil e dar colo a mim mesma. Aprender a ser a minha própria (boa) companhia. Nunca se sabe quando tudo desaba. É que, pensando bem, no final das contas (ou do dia) cada um de nós, só nos temos a nós mesmos, sozinhos, estejamos mal ou bem acompanhados.
E desta maneira sou de vez em quando mimada e incentivada por pessoas que mal conheço. Quisera eu ter estes incentivos desde a minha juventude, quando eu nem sequer tinha a mínima noção do que queria ser… Assim a vida vai me levando, e não tem sido mal, apesar de algumas deceções e contratempos. O saldo é positivo, quando se mantém uma mente positiva. As pessoas e as coisas certas vão surgindo pelo caminho, para eu aprender sempre, e seguir em frente. Carpe diem!
terça-feira, 24 de dezembro de 2024
Miniférias
Dias de SOL a iluminar a mente e o coração. Como é bom acordar devagarinho, espreguiçar, agendar o dia, pensar em fazer coisas novas e diferentes, por exemplo hoje, ir ver o reboliço matinal no mercado da cidade, ter mais tempo para conhecer novas pessoas e novas atividades…
Isso sim, é VIVER. Quem disse que trabalhar dava saúde? Normalmente, dá até mais doença do que saúde, mas foi assim que nos habituaram. Felizmente, começa a haver muita gente jovem a ser inteligente, que descobre formas de fazer algo que goste e ao mesmo tempo dê bom retorno financeiro. Não nos ensinaram isso no passado. Em muitas coisas, o mundo caminha para melhor. Há que ser esperto e aproveitar o melhor da vida.
Esta é uma antevisão das oportunidades que terei muito em breve. Muito ansiosa e em contagem regressiva (final countdown)… TEMPO para mim, e para o mundo.
Ah é verdade, hoje é véspera de natal. Para mim, o Natal faz sentido quando a família (de sangue ou não) se reúne com prazer e festeja o AMOR do qual há manifestações ao longo do ano. Se assim não for, é apenas mais uma data festiva. Como o carnaval ou uma festa sanjoanina. Há quem apenas se reúna à mesa, se empanturre de comida e bebida - que alguém esteve a preparar tudo sozinha, porque assim sempre decidiu - e antes da meia noite já se passou mais um natal, vão todos embora, e a pessoa fica sozinha com tudo para limpar ou lavar... E os afetos?
(também, já presenciei festas familiares com brigas feias, por futilidades, muitas vezes). Há de tudo. E há que manter a fé e esperança num mundo que se quer fraternal. Muita gente fica ainda mais triste nesta época, desejando que estes dias passem rápido, por algum ou vários motivos. Mas aquele sentimento coletivo durante dias a espalhar bons desejos ou emanando bons fluidos, nem que seja no virtual, vai criando uma atmosfera de amor que sonhamos para todos nós. Quando se vive em paz, nem queremos sair de casa. Reunir com gente, geram-se às vezes confusões à toa. Há pessoas com muitas debilidades (mentais e não só) com as quais não sabemos lidar bem, e temos pena de não poder ajudar. “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem!”
Escolhi ficar em silêncio, reconstruir-me, e tentar ser uma melhor pessoa. Ainda não aprendi a “dar a outra face”, como Cristo nos ensinou, mas aos poucos ainda chego lá.
Acredito que para muita gente no mundo, incluindo eu, 'pulava-se' o natal e o réveillon e passávamos já para aquela parte em que é verão…LOL (a mim dava imenso jeito). Não ficamos frios por falta de sentimentos, ficamos frios por excesso de deceções.
Cada um no seu tempo. Cada um com o seu ritmo. Cada um na sua história. “Be kind” – I will. LUZ e PAZ no Mundo!
A vida às vezes dói, às vezes cansa, às vezes fere. Não é perfeita, não é consistente, não é fácil. Mas apesar de tudo, a vida é bela.
sábado, 14 de dezembro de 2024
Passeio em noite de lua cheia
Vamos percebendo que as pessoas são como os livros, alguns cheios de magia e encanto, outros vazios. Uns nos enganam pela capa, enquanto outros surpreendem pelo conteúdo. Encontramos certas pessoas e, em tão pouco tempo de convivência, é como ler uma sinopse. A seguir, estamos ansiosos para compreender o livro/a pessoa por inteiro.
Cada um com a sua devida importância.
Por outro lado, alguns livros deixamos pela metade, enquanto outros devoramos intensamente.
No final, o que vale é mesmo uma boa história, quer seja romântica, dramática, triste, misteriosa, infantil, complexa...
Tenho andado longe de livros, e de pessoas também.
Sim, tenho tendência para isolar-me. Não porque não goste de pessoas, mas porque o mundo, com o seu ritmo frenético, esgota-nos: o barulho incessante, as multidões apressadas, e as conversas que, muitas vezes, são tão básicas.
Isolo-me porque prefiro estar só do que rodeada de pessoas com quem não partilho a mesma vibração, o mesmo compasso da alma. Não é que os outros sejam menos interessantes ou dignos, nada disso. Somos apenas diferentes. As nossas sensibilidades movem-se em tempos distintos, e está tudo bem assim.
Com o passar dos anos, tenho me tornado mais consciente de quem sou, do meu caminho e do que não estou disposta a carregar. Tenho compreendido que a solidão, para mim, não é um vazio, mas uma presença — um encontro íntimo comigo própria, onde o silêncio é reconfortante como um abraço.
O mundo tem muito para oferecer, sim, mas também tem imensos ruídos que podem afastar-nos da nossa essência. A ignorância, a inveja, a competição desenfreada, as distrações constantes... é fácil perder o rumo. Por isso, escolho a minha bolha de paz, seja em casa, num canto tranquilo, ou no meio da natureza. É nesses espaços que reencontro a minha serenidade, onde o melhor de mim floresce no silêncio que escolho.
Quase pareço antissocial, mas não. Apenas aprendi a respeitar a minha sensibilidade e a necessidade de equilíbrio. Ouço, acolho, ajudo sempre que puder, de coração aberto. Mas, depois, preciso de regressar ao meu refúgio interno, ao lugar onde me restauro.
E, se alguma vez dedicar o meu tempo a alguém, não será por solidão ou por necessidade de preencher vazios. É porque escolhi, de forma consciente e verdadeira, estar com esse Alguém.
Num passeio junto ao mar, a noite de lua cheia inspirou-me. Ela, a Lua, espelhada sobre o mar permitia-me ver a praia toda e as ondas a beijarem suavemente a areia. Tive vontade de filmar, fotografar, mas não. Além da definição da câmara do meu telemóvel não ser grande coisa à noite, um dia tudo se perderá. O que fica gravado na alma, isso nunca! Ainda era cedo, os bares ainda vazios, e alguns restaurantes felizes com os jantares de natal. Podia ter ido ao do ginásio, mas preferi não ir, talvez para o ano. Ainda mal convivi, comecei há 15 dias no novo ginásio, que estou a gostar muito. Na maioria dos lugares, a dança e animação começam pela meia-noite e vai até de madrugada. Pena. Não consigo esperar, vou embora. Boa noite.
sexta-feira, 6 de dezembro de 2024
Essa dor não é minha...
Sexalescente: esta palavra existe no dicionário! E eu sou uma delas. Porém, na avaliação física que ontem me fizeram no ginásio, a minha idade metabólica corresponde à de uma mulher de 52 anos; nesse caso eu ainda não seria uma sexalescente LOL mas… o que importa é mesmo o espírito. Este em mim nunca muda. Quando calha (raramente) de me chamarem “senhora” até me soa mal. Os sessentas de hoje parecem ser os quarentas de antigamente, e nota-se isso mais na mulher.
Ou nada a ver. São tempos diferentes, e quem sabe das coisas, cuida mais da sua parte interna (a emocional) do que da externa, é importante isso.
Ou alguma coisa boa acontecendo na “evolução” dos tempos, ainda bem.
Não sabemos se a IA está a melhorar rapidamente o mundo, ou se vai causar ainda mais problemas, mas a verdade é que temos sempre o livre arbítrio e escolher o que é melhor para nós. Temos que nos sentir felizes, só por isso. Já não há tempo para lidar com o desamor e a mediocridade. Não podemos carregar as dores dos outros, já cada um tem o seu fardo.
Podemos fazer a nossa vida “perfeita”, escolhendo a dedo o que nos beneficia de algum modo e também quem nos acompanha: pessoas de amor que gostam de nós e nos protegem e, por mais que o mundo lá fora seja tantas vezes cheio de maldade, hipocrisia e ganância, teremos sempre a nossa bolha de magia que inclui alguns familiares e amigos para alegrarem a nossa existência. O resto é apenas o resto – pouco interessa.
Li este poema de Mário de Andrade e desejo partilhar com quem está na mesma faixa etária, não quero guardá-lo só para mim: *MINHA ALMA ESTÁ EM BRISA*
Contei os meus anos e descobri que tenho menos tempo para viver a partir daqui, do que o que eu vivi até agora. Eu me sinto como aquela criança que ganhou um pacote de doces, o primeiro comeu com prazer, mas quando percebeu que havia poucos, começou a saboreá-los profundamente. Já não tenho tempo para reuniões intermináveis em que são discutidos estatutos, regras, procedimentos e regulamentos internos, sabendo que nada será alcançado. Não tenho mais tempo para apoiar pessoas absurdas que, apesar da idade cronológica, não cresceram. O meu tempo é muito curto para discutir títulos. Eu quero a essência, a minha alma está com pressa... (sem muitos doces no pacote)...
Quero viver ao lado de pessoas humanas, muito humanas. Que sabem rir dos seus erros. Que não ficam inchadas com os seus triunfos. Que não se consideram eleitos antes do tempo. Que não ficam longe das suas responsabilidades. Que defendem a dignidade humana. E querem andar do lado da verdade e da honestidade. O essencial é o que faz a vida valer a pena.
Quero cercar-me de pessoas que sabem tocar os corações das pessoas. Gente a quem os golpes da vida ensinaram a crescer com toques suaves na alma. Sim, estou com pressa. Estou com pressa para viver com a intensidade que só a maturidade pode dar.
Eu pretendo não desperdiçar nenhum dos doces que eu tenha ou ganhe. Tenho certeza de que estes serão mais requintados do que os que comi até agora. O meu objetivo é chegar ao fim, satisfeita e em paz com os meus entes queridos e com a minha consciência. Nós temos duas vidas e a segunda começa quando percebemos que só temos uma...
E… quando eu chegar aos meus 80 ou 85 anos... Que bênção maravilhosa chegar a essa idade com a doce expressão de uma senhora feliz e saudável. Que grandiosa bênção, que agradecerei ao "SUPREMO DADOR DA VIDA E DONO DO TEMPO", pois nem todos podem ter esse privilégio! Espero ser essa privilegiada, com humildade e gratidão. A gente vive à espera que as coisas mudem. Que as pessoas mudem. Até que um dia a gente muda. E percebe que nada mais precisa mudar (...)
Estou assim hoje. Eu, a sexalescente, me assumindo.
segunda-feira, 2 de dezembro de 2024
A 29 dias...
… de acabar mais um ano, não posso queixar-me, e aquilo que sei melhor agora, sempre o soube afinal, mas não queria nem foi o tempo próprio para assimilar. Sempre enfiei a cabeça na areia, como o avestruz. Por ignorância. Porém, tudo serve para aprender, crescer. Ao fim de algum tempo, pouco ou muito, o que é para sabermos sempre virá à tona.
Não foi o melhor ano, mas aprendi muito mais: que devo priorizar o que a mim diga respeito e me faça feliz, mimar-me mais, decidir experimentar algo diferente como, por exemplo, o yoga aéreo (aerial yoga), lugares novos para degustar diferentes sabores, ou para dançar, seja qual for o valor a pagar. Sair da rotina é ótimo para mim. Afinal, raramente viajo para lugar algum e assim poupo milhares. Decido agora oferecer-me as prendas favoritas e que dificilmente alguém daria, ou deu, pois não me conhece o suficiente para saber agradar-me. Decido que nem eu tenho que dar nada a ninguém, por obrigação, por ser natal ou aniversário… Posso dar, sim, em qualquer altura do ano. Especialmente, tenho prazer em retribuir sempre que alguém me presenteia com carinho demonstrado, na mínima coisa. Para mim a vida deve fluir num vaivém constante, um dar-receber; não faz sentido de outra forma, ou fica desequilibrada.
Chegou a época natalícia, a mais bonita do ano, dizem. Se houver amor o ano inteiro, sim, também concordo. É bonito haver assim uma noite especial com todos os familiares presentes, os que se amam de verdade e que se procuram também o ano inteiro. O Natal é presença, não são os presentes!
Porém… nada mais é como antigamente, apesar de eu nem ser nada saudosa. A festa na alameda, no centro da cidade, começou já no fim-de-semana, e a banda passa a tocar todo o tipo de música, porém, parece que não inclui o jingle bell... Sabemos que se trata do natal pela data no calendário e pelos participantes a tocar vestidos de pai e mãe natal… E as crianças adoram, ficam encantadas por poderem tocar-lhes à sua passagem. Tão bom ser criança.
Adultos são uma seca. Vivem no stress de dar presentes, o que dar, a quem dar, a pressão das oferendas começando no “horror” da black Friday e mantendo-se até 24 de dezembro. Já conheci quem deixasse as compras sempre para a última, e ia a correr antes da ceia de natal comprar o que tivesse na ideia… A seguir ao black november, há a black Friday e Saturday e Sunday… depois, ainda há a Cyber Monday… E por aí vai, tudo a entrar pelos nossos olhos e ouvidos adentro, diariamente. Há que nos tentar até ao fim. E eu me confesso, fui tentada ao ver uma mochila (mais uma) na montra de uma loja que agrada imenso, com um preço razoável que me seduziu.
Toda esta azáfama consome tempo e dinheiro, e os nervos… E Natal devia ser sinónimo de paz, meditação, reconciliação com nós próprios e com os outros, se possível.
Ao mesmo tempo que quero comprar tudo o que vejo e gosto, também sou pessoa para aproveitar tudo o que tenho até ao fim como, por exemplo, até as pastas de dentes em casa LOL. Contra o desperdício, tudo é aproveitado. Normalmente uso o que tenho há anos e não sigo modas, rejeito muitas tendências, e costumo adotar um comportamento sustentável. Mas não sou perfeita de todo, às vezes gosto de prevaricar, com consciência e bel-prazer.
O melhor mesmo é cada qual presentear-se a si próprio/a com o que gosta. Falo por mim, nos natais da vida raramente me ofereceram aquilo que prefiro, mas aceitei de bom grado, pela tradição, e porque sou educada (claro). Cada um dá o que sabe e o que pode. Mas aquela de andar todos os santos natais a presentear meias e pijamas, ou coisinhas da loja do chinês, porque nem sabem o que dar, e arranja-se qualquer coisinha, já ficou démodé. Em especial os jovens, espertos e mimados hoje em dia, não querem qualquer coisa, nem barata, preferencialmente esperam receber dinheiro para juntarem e comprarem o que gostam.
Importante mesmo é o Amor, com ou sem presentes. Feliz de quem puder celebrar em clima de verdadeiro sentimento, o que realmente faz falta no mundo.
Boas festas para todos, já é desde agora o meu desejo. Bells jingle, jingle.
domingo, 24 de novembro de 2024
Desapegar é urgente
De coisas:
Preocupa-me o facto de poder estar apegada a coisas. Às vezes ponho-me a comprar em repetido, sem me lembrar que já tenho em casa. Tenho que me controlar. E depois há aquelas coisas que penso que é preciso ter, por exemplo, um disco externo, para deixar gravado para a posteridade tudo o que eu tenha escrito ou fotografado ao longo dos anos. Conclusão: o primeiro que tive foi à vida quando caiu ao chão e pifou; tive pena de perder tanta foto que já nem me lembro, de amigos e familiares, de quando frequentei o curso superior, etc. Lá fui eu comprar outro, mais tarde… Esta semana descobri que este, mesmo sem uso e guardado em casa, também se danificou, assim de repente e sem conserto, diz o técnico na loja de informática. Sinceramente, para quê andar a comprar assim? Agora desisto e aprendo. Queremos guardar tudo, o passado ficou lá atrás, e vamos visitá-lo quando?! Sei lá. Pois é, não vou preocupar-me mais em guardar demasiadas fotos ou textos. Afinal, importante mesmo é o que fica gravado no nosso coração, o que nunca será esquecido. Não compro mais discos externos.
Fico mesmo chateada com este consumismo exacerbado, ao qual quase somos obrigados. Agora fujo de blue e black fridays, é black november, é ‘promoções’ o ano inteiro e coisas do género que nos deixam assim, a achar que está bom preço e andar sempre a comprar.
E assim, continuo a fazer todo o tipo de limpeza na minha existência. Quero aprender a filosofia do minimalismo, que ensina que não temos que viver com o mínimo, mas sim com o necessário.
De que adianta eu ter um guarda-roupa cheio se algumas roupas usei uma vez, ou ainda nem sequer usei (em anos), à espera de uma ocasião especial que nunca chega? De que adianta querer comprar vários livros quando não pego num livro o ano todo, porque não há tempo ou há a internet, ou a Netflix… Não há tempo (para já) para querer ser e fazer tudo.
Espero (vou tentar) passar a comportar-me como uma pessoa consumista consciente, deixando de desejar bens materiais, supérfluos. Aliás, até penso que não devo ser tão apegada como temo ser. Lembro-me de um caso antigo, quando mal conhecia uma pessoa, eu desempregada na altura, e essa pessoa agiu de má fé ao pedir-me dinheiro emprestado que nunca devolveria, porque tinha tido um problema e poderia devolver os 600€ (!) no prazo de uma semana. Esperei sentada. Foi um choque perceber como posso ser tão ingénua (e desapegada, afinal). Depois disso, só desejei que essa pessoa tenha na vida alguém a fazer-lhe o mesmo, ou aos filhos. A lei do carma funciona, ou lá o que isso for. Pena é que nunca mais foi fácil confiar em alguém, infelizmente; por uns pagam os outros.
De pessoas:
Num amor, numa amizade, apegamo-nos facilmente quando gostamos ou parece haver algo em comum, mas pode acontecer que, mais tarde, ou com algum tempo de convivência diária, nos apercebemos que não há muito em comum, as energias não se tocam (ou “os santos não se cruzam”). Então, é melhor deixar ir. Isso eu fui aprendendo ao longo da vida. Sofre-se (claro), custa um bocado no início, fica-se até meses a pensar no assunto, se teremos agido bem ou não, mas depois passa. O tempo tudo cura, quando notamos que a nossa paz é tudo.
Há as pessoas que ficam para sempre, outras são passageiras, para nos ensinar algo. Nada é eterno, nem coisas nem pessoas.
A arte de desapegar não é fácil, quando o apego (a tudo) já se tornou um hábito enraizado, mas pratica-se e consegue-se. Querer é poder. É uma questão de estar bem connosco mesmo, em equilíbrio e em paz com as nossas escolhas e com quem somos. Quando começamos a nos bastarmos, então não precisamos mais de muita coisa material, nem de quem já não acrescenta nada de especial ao nosso viver, e podemos livrar-nos disso. Na realidade, nós precisamos de muito pouco para viver bem.
sexta-feira, 15 de novembro de 2024
12-11-2024
66 aninhos de espírito jovem, nunca muda. E confesso, tenho dificuldade em lidar com pessoas da minha idade.
Tenho estado feliz com a minha idade, quem me dera desde sempre ter tido o conhecimento que já adquiri. Feliz com a liberdade de SER, e de poder decidir o que quero para a minha Vida e, principalmente, o que não quero. Não sei daqui para a frente, mas seja o que Deus quiser. Deus, ou o meu Universo, tem sido amigável, não posso reclamar.
Decidi “de repente” que tinha que estar com os meus colegas queridos, de quem estava afastada desde 2002, quando fui convidada a sair de uma multinacional que poucos mais anos duraria, até fechar as suas portas. Foi muito bom e animado (como sempre) o reencontro, e decidimos voltar a estar todos juntos pelo menos uma vez por ano. Se Deus quiser.
Comemorei também com as amigas de longa data – Cris, Sam, Fi, Teresa (outras duas não puderam, por algum motivo) - o início de um novo ciclo que tanto desejo. Em breve, finalmente terei tempo para mais coisas para mim, curtir mais a Vida, estudar mais profundamente temas que me interessam, além da I.A. também a espiritualidade, a ancestralidade… Perde-se uma vida inteira a estudar o que não traz grande valia, e a trabalhar em empregos que não nos dizem nada, e esquecemos o essencial. E assim se perde a Humanidade na mediocridade, no que é básico, porque na verdade, normalmente, não interessa ao sistema um povo com o verdadeiro Conhecimento.
Eu confesso, tenho pena de ter pessoas na família que não evoluíram, não sabem nem querem isso, preferem falar sem ter noção do que dizem, e sem se importarem em magoar os outros uma vida inteira. Sem palavras mágicas, nada, que pudesse fazer o milagre de mudar muita coisa. É a escolha de cada um. O meu caminho é outro.
Vou aprendendo que nem tudo o que vem de fora merece ou precisa ficar armazenado dentro de nós. Absorver demais as críticas alheias, os problemas de outras pessoas, ou carregar pesos que não são nossos, apenas nos intoxica por dentro. É preciso saber filtrar e escolher com muito cuidado aquilo que merece ficar guardado no nosso mundo interior. Porque muitas vezes o nosso cansaço, a nossa tristeza e a nossa falta de confiança não vem de nós, mas de todo o lixo emocional externo que vamos absorvendo dos outros. Empatia sem discernimento é autodestruição, assim como absorver críticas sem analisá-las é um prejuízo para a própria evolução. Só cresce quem ajuda o outro sem deixar de cuidar de si. Quem sabe ouvir críticas, mas escolhe com cuidado aquilo que realmente lhe ajuda a crescer. Quem sabe que o seu mundo interior é a sua casa e que não deixa qualquer um invadi-la emocionalmente.
Aprendo também que o caminho espiritual não tem nada a ver com ser gentil e amigável, mas sim ser REAL e AUTÊNTICO. Saber ter e dar limites. Honrar e respeitar primeiro o meu próprio espaço e depois o dos outros. E neste espaço de autocuidado, a bondade pode surgir por si só. Simplesmente flui. Não por medo, mas por AMOR.
Projetos: - dar mais valor a momentos do que a memórias; - amar mais do que reclamar; - fazer da alegria uma rotina; - escolher ser feliz em vez de ter razão…
Em suma, cuidar do meu coração, que sempre se entregou demais, e tem que sossegar. Apenas dar valor ao que realmente importa. Nunca é tarde para deixar ir, para aceitar-me, e continuar a estar e SER feliz, com pouco que seja.
A única coisa que eu me arrependo sobre envelhecer é que terei menos tempo para viver com as coisas que aprendi. Mas valeu.
Hoje verei mais uma lua cheia, os meses voam, não há mais tempo a perder. Envelhecer é obrigatório. Crescer mais sábio é opcional. Viva EU!
domingo, 3 de novembro de 2024
Rebuçados para o ego
Nesta idade em que me encontro, a terceira (dizem os entendidos), não andei a contar o tempo e aqui estou eu com a mesma mentalidade, e quando já vou viver bem menos do que vivi até agora, mais atenta a tudo o que me rodeia, e mais sensível também, ainda acontecem situações insólitas que me animam. Por exemplo, pessoas a parar na minha frente na rua, de repente, e dizerem “Você é uma mulher muito bonita”, esta foi de uma outra mulher há bem pouco tempo. Quando é piropo de homem, o paleio costuma ser diferente LOL
Um dia, num momento meu mais down e com questões existenciais, por que raio acontecem certas coisas na vida sem as merecermos, eu falava no Messenger com um amigo de há muitos anos, e ele mimou-me desta maneira “Tens de te olhar mais ao espelho e falar mais contigo. Tens de gostar de ti, és linda, és meiguinha, és inteligente, és carinhosa, és amiga!”… “És um ser muito válido na criação, e tens de ter consciência disso! Poderás não ser para uns (e a culpa não tem de ser tua), mas decerto serás para outros”…etc… O meu ego acalmou.
Uma vez, no primeiro encontro com uma pessoa que não conhecia, disse-me “Não posso crer que seja difícil encontrar um parceiro simpático e respeitador, tu és uma mulher tão bonita, por dentro e por fora.”
Outro dia, no ginásio, enquanto eu fazia uma atividade, o instrutor perguntou-me o que eu fazia na vida, se eu estava na área das terapias holísticas, no ioga ou algo assim. É que eu transmitia para as pessoas um certo ar de tranquilidade, por isso ficou curioso.
Estes exemplos demonstram que o Universo é perfeito, equilibrado. Sempre existe alguma compensação. Basta prestarmos atenção a cada detalhe, todos os dias. Como o que alguém nos diz, e que poderá ser a realidade, quando nos veem de determinada maneira. Até na própria família, nem toda a gente tem que gostar de nós, se nem nos conhecem de verdade. Não é que eu precise da validação de alguém para ser quem sou, mas às vezes até se fica na dúvida de quem somos nós quando ouvimos algo a nosso respeito e que não é verdade. Há quem goste de nos fazer sentir mal, por desdém ou algo assim. Nunca imaginei que eu daria a sensação de transmitir paz ao meu redor, fiquei feliz com essa ideia.
Resumidamente é assim: “Se sabes o que vales, procura o que mereces”... esquece os outros...
quinta-feira, 17 de outubro de 2024
Lua cheia em Carneiro –
Tempo de AMAR sem esquecer de si mesmo/a.
“Com a lua cheia de outubro a trazer energia, paixão e entusiasmo, um grande objetivo ou sonho em que estejas a trabalhar pode estar perto de tornar-se realidade. Aproveita esta energia poderosa – afirma-te e mostra ao mundo que estás pronta para celebrar o teu sucesso.”
Em processo de renovação. Limpeza espiritual. Há algum tempo libertando-me de coisas e pessoas que nada mais acrescentam para a minha evolução neste plano. Situações difíceis passam, a vida muda, tudo se transforma. Quando algo não pode ser mudado externamente, tratamos de mudar dentro de nós. Acredito na grande força da mente, e aquilo que nos fazem só tem a importância que lhe for dada. Ainda bem. Em cada situação da Vida passo a ver uma lição aprendida, e nada terá mais a força de magoar-me.
Estou a aprender a acreditar na força do elemento Feminino. Citando Bert Hellinger: “quando uma mulher decide curar-se, ela transforma-se numa obra de amor e compaixão, já que não se torna saudável apenas a si própria, mas também a toda a sua linhagem.” E por que associar isso à Mulher? Porque esta é geradora de vida por natureza, e transformadora de ambientes. Por isso, uma mulher curada pode trazer cura ao seu ambiente, quer a nível familiar, profissional ou financeiro. E também à sua linhagem, pois a dor e a escassez acabam nela. Assim seja!
Quando temos a coragem de seguir a nossa Verdade, e quando nos posicionamos, é como se tudo à nossa volta começasse também a posicionar-se. Porque essa Verdade é imponente, e quem nos ama vai ver isso. E quem não nos ama… paciência… cada um seguindo o seu próprio caminho. E tá tudo certo.
Apelando para a minha Consciência ancestral:
Pessoas magoadas magoam pessoas… Não quero guardar mágoas, quero entender que nem todos evoluíram da mesma forma, agem dentro dos limites deles. Não somos nada, nem ninguém para apontar o dedo, seja a quem for. Olhemos sim, para dentro de cada um de nós. Eu me perdoo e perdoo o outro, tudo fica no passado, não espero nada, ninguém me deve nada...
Agradeço e sigo em frente, mais leve e rumo ao meu futuro.
Liberto-me de dores e de pesos que não são meus, de qualquer rejeição, qualquer tristeza. Liberto-me do abuso, de todo o abuso, por mim e por vós, ancestrais, que não tiveram a oportunidade de viver em liberdade e de manifestar-se, de tomar consciência do Amor a si próprio e ao outro...
Apenas vamos ser felizes, esta é a melhor “vingança”.
“Os sofrimentos familiares são como elos de uma corrente que se repetem de geração em geração, até que um descendente tome consciência e transforme a maldição em bênção.” (Bert Hellinger)...
(dedicando este tema a toda a minha ancestralidade, e a mim própria pela responsabilidade que assumo em o fazer… e dedico às gerações futuras, com o desejo que tenham relacionamentos com gente feliz e verdadeira.)
sexta-feira, 11 de outubro de 2024
Traumas geracionais
Ontem foi o Dia Mundial da Saúde Mental. É assustador ver como se alastra este tipo de doença, havendo quem pareça uma pessoa normal, mas que engana os outros e a si própria, e poderá ser tarde quando se der conta que é necessário procurar ajuda.
Triste é quando esse problema existe em famílias desestruturadas e não sabemos como ajudar. E este mundo torna-se um lugar estranho para se viver. Faz falta, é urgente o amor.
Os seres que deviam ser humanos estão a tornar-se hediondos. Guerras infindáveis em alguns lugares deste Mundo que podia ser um lugar aprazível para todos vivermos bem e sem medo. Homicídios fúteis e horríveis, discussões acaloradas sobre o futuro de cada país, despedimentos coletivos e protestos massivos, uma grande parte do Mundo a um passo do precipício. Há demasiadas más notícias, difíceis e complexas, tantas vezes a começar pelo seio familiar. Lares que não sabem o que é Amor são como uma casa onde não há pão: todos ralham e ninguém tem razão. A falta de amor provoca feridas imensas em todos nós.
Porém, pode haver ainda motivos para ter esperança. Noto que começa a haver imensos grupos de pessoas com uma consciência elevada e que se reúnem em prol de um mundo melhor usando terapias que podem tocar a criança interior sofrida de cada um de nós.
Acredito que a saúde mental é um bem precioso que deve ser cuidado e valorizado, mais do que nunca, agora na era de tanto conhecimento, se buscarmos forma de compreender o que se passa e curar as nossas feridas. Especialmente para quem deixa descendência (não será o meu caso, a não ser que se inclua os sobrinhos e respetivos filhos), ao investir em nós mesmos estamos a investir no bem-estar das nossas famílias e da sociedade como um todo.
Eu já ouço falar em psicoterapia desde o período em que morava no Brasil. Em certos assuntos, a cultura brasileira está mais evoluída em relação à nossa aqui; eu já sabia de amigas que andavam a fazer terapia, eu nem entendia muito bem o que era isso. Hoje dou comigo a procurar esse tipo de ajuda. Online tenho encontrado pessoas habilitadas para ajudar-me a descobrir o “mistério” da ancestralidade, devido ao facto de andar a ver anormalidades na própria família, que agora entendo ser desestruturada a nível emocional - ninguém se conhece, não há demonstração de afetos e ainda todos se queixam, cada um para seu lado. Nenhuma cumplicidade familiar, enfim.
Durante 5 domingos participo de uma “jornada” com um grupo energético - os “Ativadores da Nova Era” - cuja mentora é a Inês Gaya, especialista em cura emocional. Esta alma visionária apaixonada pelo mistério da vida e pelo estudo do ser humano dedica-se à missão de ajudar pessoas no seu processo de Despertar de Consciência, tendo também um podcast “Na Nave”. Ouçam, por exemplo, “Na Nave com Maria Gorjão Henriques” , outra mentora de milhares de pessoas na área da transformação pessoal e espiritualidade que tem dedicado a sua vida a ajudá-las a descobrir o seu propósito de realização, a fazerem o seu processo de cura emocional, de cura da sua ancestralidade para o despertar da Consciência individual e coletiva. Escreveu o livro “O Despertar da Consciência” com as Constelações Familiares. Ando a encontrar a minha tribo, constatando que muita gente atravessa problemas familiares similares, ou bem piores, e estas pessoas iluminadas podem ensinar o que é preciso assimilar para que tanta coisa faça sentido.
Não me lembro dos meus ancestrais, nem os conheci, ou mal ouvi as suas histórias de vida. Mas eram tempos bem duros, de vários abusos, repressão essencialmente feminina, e posso imaginar os sofrimentos pelos quais passaram. Porém, faço esta cura por eles, por mim, talvez eu possa dizer “isto acaba aqui” honrando-os e aceitando-os. Porque eu não quero mais carregar pesos que não são meus. Quero libertar-me e libertar os outros, dando-lhes a chance de seguirem o seu próprio caminho, o que escolheram, e eu sigo também o meu, em Paz. Agora posso entender também de onde surgiram aquelas expressões “coisas de outras vidas” ou “é o carma”…
A mente coletiva precisa tanto de mudança para um mundo melhor. Sinto que a minha Alma anseia por Conhecimento, o verdadeiro.
Curar a criança interior é uma viagem à própria alma, onde as memórias e os traumas adormecidos aguardam para ser reconhecidos. É um processo delicado, que vai além de uma simples cicatrização. É um reencontro com feridas nossas que foram esquecidas, perdidas no tempo, enterradas sob camadas. No entanto, curar-nos não é apenas sobre nós mesmos, mas também sobre aqueles que vieram antes e que, através das suas histórias e escolhas, deixaram marcas invisíveis na nossa essência.
Fazer as pazes com os pais, os avós, e todos os que moldaram a nossa herança emocional é um ato de coragem. É entender que eles, tal como nós, carregaram as suas próprias feridas, as suas próprias lutas e, muitas vezes, essas cicatrizes ecoaram nas gerações que se seguiram. Ao curarmos as feridas da nossa infância, não só libertamos a nossa própria alma, mas também honramos a dor e a resiliência dos que vieram antes.
Cada passo nesta jornada é um mergulho nas profundezas de nós mesmos, uma desconstrução de padrões que se transmitiram por gerações, e uma oportunidade de transformar dor em compreensão, e sofrimento em sabedoria. Neste processo, descobrimos que a verdadeira identidade não é definida pelas feridas, mas pela capacidade de ultrapassá-las. A cura pessoal torna-se, assim, uma cura ancestral — um círculo que se fecha ao resgatar o amor, a aceitação, e a paz que muitos antes de nós talvez nunca tenham alcançado.
Nos novos caminhos que se abrem, existe a promessa de renascimento. A criança que há em mim e um dia se sentiu ferida, agora encontra espaço para florescer, para reconectar-se com a sua essência e seguir livre. E nessa liberdade, há um convite silencioso para honrar as raízes e seguir em frente com leveza, sabendo que a cura é, acima de tudo, um ato de AMOR — por MIM, pelos OUTROS, e por toda a LINHAGEM que me trouxe até aqui.
quarta-feira, 21 de agosto de 2024
Conhece o teu valor!
Um pai antes de morrer disse ao filho: “este é um relógio muito antigo do teu bisavô, tem mais de 200 anos. Antes de ficares com ele vai ao café da rua e tenta vendê-lo para ver quanto vale.” O filho lá foi. Quando voltou disse que o conseguia vender por 10€ lá no café.
Então o pai disse: “agora vai à relojoaria e faz a mesma coisa”. O jovem assim fez e na relojoaria conseguiu uma oferta de 30€ pelo relógio. O pai disse: "agora vai ao museu e mostra lá esse relógio". Quando ele voltou disse ao pai: "no museu ofereceram 500.000€ pelo relógio.
O pai então disse: “eu queria que aprendesses que o lugar certo valoriza o teu valor da maneira certa. Não fiques irritado por não te valorizarem no lugar errado. Quem sabe o teu valor é quem o aprecia, nunca fiques num lugar que não combina contigo".
Uma história bem elucidativa. É que eu sei, por experiência própria, como é degradante conviver com alguém que não repara, não aprecia, nada de especial em nós. Seja no trabalho, em casa, em qualquer lugar. Geralmente isso acontece com pessoas que são de caráter duvidoso, as que transferem a sua ignorância para o outro: o parceiro, o colega ou o subalterno, até pode suceder com um familiar – aliás, normalmente, somos espelho uns dos outros - pois, ao subestimarem alguém, faz com que se sintam com mais poder. Os chamados podres poderes.
Por exemplo, é grande a diferença entre chefes e líderes. São estes, os líderes, que fazem muita falta no mundo. Feliz de quem trabalha sob a orientação de um bom líder, será meio caminho andado para uma interação sadia, poder haver organização na empresa e dar bons resultados. Há pessoas subordinadas que, com o tempo, se habituam a esse clima de subjugação. E depois, é vê-las a acumular em si doenças de todo o tipo, ou chegar mesmo a uma depressão, sem saberem os reais motivos. Eu não consigo sujeitar-me mais a isso, e com a idade estou ainda mais rigorosa. Aliás, uma das minhas características é tratar o outro como me trata a mim. Se, por acaso, eu chegar a ser indelicada com alguém - ou, como se costuma dizer: se me saltar a tampa alguma vez – podem crer que já terei engolido algum sapo antes... Sei e gosto de dar valor a quem o merece, então aprecio muito quem souber reconhecer algo em mim, como mereço, algo que me distingue da maioria ou que eu saiba fazer bem. Só desta forma poderei evoluir, e ficar de bem com a Vida, pois dependemos uns dos outros neste Lugar chamado Mundo.
"(...)Enquanto os homens exercem seus podres poderes/Morrer e matar de fome, de raiva e de sede/São tantas vezes gestos naturais(…)" - Caetano Veloso.
(Eu me confesso: em feliz countdown)
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