terça-feira, 22 de dezembro de 2015

SobreVOANDO...


É raro viajar, mas quando é para ser de avião quase na hora da partida é sempre uma sensação de aventura/medo, por mais que a viagem seja curta e o avião seja considerado um dos meios de transporte mais seguros do mundo. 
Melhor nem pensar em nada, abstrair-se de qualquer pensamento ruim (eventualmente derivado de notícias recentes) e desfrutar do voo. Pensar como o homem é capaz de grandes feitos e como é bom estar em tão pouco tempo no lugar de destino.

Olho para os outros passageiros, e imagino se pensarão o mesmo que eu. Uns fecham os olhos e tentam dormir, talvez tenham tomado algum drunfo para relaxar durante a viagem, outras agarram-se ao telemóvel que deve ser logo desligado, mas ainda estão com as últimas despedidas… casais vão de mãos dadas e aos beijinhos, aproveitam para namorar e afastam o stress… depois vêm as ou os assistentes de bordo distrair-nos com as medidas de segurança, como devem ser colocadas as máscaras em caso de falta de ar, quais as portas por onde devemos atirar-nos se acontecer algum acidente, além de nos aconselharem a ler as instruções na nossa frente… E vale a pena? Quase ninguém liga, seja o que Deus quiser, e vamos lá…

Quando o aparelho levanta voo é um instante, logo a seguir acendem-se as luzes e já vamos mais calmos, nuvens adentro, às vezes ainda se assiste a um belo por de sol…

Viajar de avião não é para qualquer um(a), muito menos para quem sofre de claustrofobia. Pensar que vamos fechados naquela coisa pesadíssima a planar, com tantas vidas lá dentro. Porém, é uma sensação indescritível ir junto à janela e olhar para baixo, ver todas as luzinhas da grande cidade, identificar aqui e ali um lugar conhecido ou, quando mais alto, ver as de outros lugarejos minúsculos onde alguém estará morando, longe de tudo e de todos.

Nunca me esqueço, em 2009, eu tinha viagem marcada para voltar a Portugal, poucos dias depois daquele terrível desastre do voo Air France 447 que caiu a meio do oceano entre o Rio de Janeiro e Paris, inexplicavelmente… até decidi adiar a minha viagem, a fim de recuperar o ânimo.

Quando o aparelho aterra, é outra sensação de aperto no estômago, não vá o avião entrar pelo aeroporto ou terra adentro. Nenhum destes pensamentos ocorrerá para quem vive a voar. Imagino que essas pessoas vivem entre o céu e a terra, e nada lhes assusta.

Agora fez-me lembrar do livro “Fernão Capelo Gaivota” que conta a história de uma gaivota que não quer apenas voar, mas quer melhorar no voo a cada dia, e para isso precisa de enfrentar muitos desafios. Os seus lemas são “Nunca desista” e “Nem o céu é o limite”.

Assim como na ficção do livro, na vida real também encontramos pessoas que acreditam nos próprios sonhos e buscam o que querem, mesmo quando tudo parece conspirar contra isso.


— Vê mais longe quem voa mais alto!

https://www.youtube.com/watch?v=WKi6kQbsD0g

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