quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Brrrrrrrr


Este frio está a tirar-me a vontade de qualquer coisa: de escrever, de sair… Até se me congelam as ideias, assim. Só apetece é chegar a casa e ir logo pra caminha com a botija de água quente e animar-me com algum livro ou algo interessante que passe na TV, o que é difícil…
E as amigas no Brasil a dizerem-me que não aguentam o calor, ó mundo disforme! É o cérebro delas a derreter lá e o meu a congelar aqui.

É verdade que sempre houve inverno, antigamente as mulheres lavavam a roupa em tanques de água quase a congelar, até lhes aqueciam as mãos… e não se queixavam. Não havia casas com aquecimento, nem dinheiro para pagá-lo; sempre se viveram invernos rigorosos, mas agora os média com falta de assunto(?) passam a vida a falar no frio que faz ou vai fazer, nem nos deixam esquecer disso.

De ano para ano reconheço que estou cada vez mais alérgica ao frio…ou será que nesta terra é pior, por ser mais húmido...? Lembro-me de ter ido à Polónia (em dezembro) e ter levado roupa suficiente com medo de passar frio; estava em casa de um familiar, durante 24 horas aquecida de tal forma que tive de pedir uns calções e T-shirt emprestados, ou ainda teria que andar nua pela casa ufff  
Quando era preciso sair para a rua, até dava gosto vestir-me toda e apanhar com aquele ar frio de neve no rosto... que diferença, nesses países será a conta da luz acessível ao "povo"? aqui é um roubo, só para quem pode, com salários que o permitam... quem não pode, si f... ou seja, passa frio mesmo e reza para chegar logo o calor.

Detesto andar com muita roupa em cima, fico oprimida, contraída… Adoro o tempo quente, se tenho calor posso ir dar um mergulho, ou levar com uma mangueirada, refresco e já está, fico satisfeita… E com o frio? A única opção é encolher-me debaixo dos cobertores e mantas. Ai que saudades das minhas havaianas, de andar com o mínimo de roupa possível e aconselhável...

Nos lugares turísticos, durante o dia, com sol quentinho, em pleno inverno ainda se veem turistas em roupa de verão a passear pela cidade ou sentados nas esplanadas, dá gosto apreciar "os calores" desta gente de diferentes nacionalidades, incluindo a portuguesa, em especial o pessoal jovem, as meninas todas decotadas ou de perninha ao léu, eles de camiseta caveada, viva o calor da juventude!!!

E eu jururu...

Até breve!!!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

As vantagens da PDI

Está um frio do c*c*t* (sim cacete, mesmo) – é o tempo dele, ok, e agora está no pico - mas não aguento, o verão demora muito?
Deixa-me escrever para acalentar o espírito. Costumo ler as “correntes” que me enviam, e apago logo a seguir, pasmada como essa treta volta sempre ao mesmo, e há pessoas que sempre acreditam… Porém, há umas que até fazem algum sentido. Esta tinha um texto interessante que aproveitei e transcrevo, modificando ou acrescentando algo. E sabem que mais? Quando estamos em sintonia com o universo, dificilmente algo nos deixará infelizes, nem a p…a do inverno! 

As vantagens da idade a partir dos 40, 50...

Eu nunca trocaria os seres amados, meus amigos surpreendentes, minha vida maravilhosa, por menos cabelo branco ou uma barriga mais lisa.
Enquanto vou envelhecendo torno-me mais amável para mim e menos crítica de mim mesma.
Eu me torno minha própria amiga…
Eu não me censuro por comer doces a mais, ou por não fazer a minha cama, ou pela compra de algo supérfluo.
Eu tenho o direito de ser desarrumada, de ser extravagante.
Vi muitos amigos queridos deixarem este mundo cedo demais, antes de compreenderem a grande liberdade que vem com o envelhecimento.
Quem vai censurar-me se resolvo ficar a ler ou estar no computador até às 4 horas e dormir até ao meio-dia?
Se me apetecer, dançarei ao som daqueles sucessos maravilhosos dos anos 70 & 80 e se eu, ao mesmo tempo, quiser chorar por um amor perdido… eu choro!
Poderei fazer o que me der na real gana, por exemplo, andar de minissaia (se achar que me fica bem), passear na praia com um calçãozinho sobre um corpo decadente e mergulhar nas ondas com abandono, apesar dos olhares penalizados dos outros ou do “jet set”… eles também vão envelhecer.
Eu sei que sou às vezes esquecida, mas há algumas coisas na vida que devem mesmo ser esquecidas… recordo-me das coisas valiosas, isso é que importa.
Claro, ao longo dos anos o meu coração foi se partindo… Como é possível um coração não sofrer quando se perde um ente querido, ou quando vemos uma criança sofrer, ou mesmo quando algum animal de estimação tenha desaparecido ou sido atropelado por um carro?
Porém, corações partidos são os que nos dão força, compreensão e compaixão. Um coração que nunca sofreu é imaculado e estéril, e nunca conhecerá a alegria de ser imperfeito.
Sou abençoada por estar vivendo o suficiente para ter os meus cabelos grisalhos e ter os risos da juventude gravados para sempre em sulcos profundos no meu rosto. Muitos nunca riram, pois morreram antes de os seus cabelos virarem prata.
Conforme envelhecemos, é mais fácil ser positivo. Preocupamo-nos menos com o que os outros pensam. Não me questiono mais. Ganhei o direito de estar errada. Se alguém me perguntar, responderei que gosto de ser “velha” e ter cãs… gosto da pessoa que me tornei.
Não vou viver para sempre, mas enquanto ainda estou aqui, não vou perder tempo a lamentar o que poderia ter sido, ou feito, ou preocupar-me com o que será no futuro…
E, se me apetecer, vou comer gelados ou sobremesas todos os dias.
E que as minhas lembranças e amizades perdurem por muitos anos, nunca nos separemos, porque valem a pena, alegram os meus dias!

Uma pessoa que valha a pena não olha só para o corpo ou o rosto do “outro”, pois essas partes envelhecem, aparecem as rugas… um “grande” ser olha o caráter, a bondade, a compreensão do outro (ou outra), independentemente dos seus defeitos.
“Olhos que olham são comuns. Olhos que vêem são raros.”

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

História(s)

Todos os dias se apagam estrelas no nosso mundo para, eventualmente, irem brilhar em outro, que desconhecemos… Nestes dias só se fala da (já esperada) morte de Mário Soares, um senhor político famoso de provecta idade e que tem feito correr muita tinta com opiniões contraditórias, tanto amado como odiado.
Nunca gostei de estudar história, tornei-me assim desconhecedora dos factos históricos para poder entender e discutir algo a respeito, menos ainda gosto de politicar, mas agora apetece-me divagar sobre o assunto. 
Desde sempre ouvi dizer que este foi o senhor culpado por tanta gente - quase um milhão? - retornar à metrópole em 1975 com uma mão à frente e outra atrás. Eu e meus pais, retornados, mas meus 2 irmãos e irmã nasceram em Angola, por isso eram refugiados. Meu pai primeiro, e a seguir a mãe, não foram para lá com a ideia de enriquecer, nem coisa que se pareça, apenas foram em busca de condições melhores de vida à custa do seu trabalho, e que aqui não havia, neste cantinho atrasado. Os dois trabalharam arduamente no dia-a-dia para sustentarem 4 filhos e acabaram forçados a regressar ao seu país de origem, sem poderem trazer dinheiro suficiente para a sobrevivência da família. Minha mãe veio primeiro com os quatro filhos, a mais nova com 1 anito e eu a mais velha com quase 17. Sem casa, sem nada. Por pouco, meu pai era carne para canhão, ou para tubarão, pois estava com dificuldades para embarcar. Eram filas intermináveis de gente desesperada para fugir daquela terra 'sem dono', e mais tarde lá conseguiu, à última hora, por algum “milagre”. Aqui ficámos sujeitos à caridade alheia e às idas ao IARN para as refeições diárias. Eu muito chorei, foi um choque vir para um país tão diferente, e que no entanto era o meu!
Varreu-se-me muita coisa da memória, inexplicavelmente, penso agora que já nem me recordo da forma como voltámos, se de barco ou avião. Tenho que perguntar à minha mãe, ela que sabe e conta tudo, sempre com os mesmos pontos e vírgulas. Até como chegou a rastejar pelas escadas acima com a bebé nos braços, no meio de tiroteio, para entrar em casa. E há também factos "soltos" dos quais me lembro, por exemplo, de um primo em Lisboa que eu tinha acabado de conhecer e que foi um dos que morreram durante o golpe de 25 de novembro de 1975, era o tenente José Coimbra dos Comandos.
Em Portugal, até aos anos 70, vivia-se com muita pobreza, sobretudo nas aldeias, mas também tínhamos família a viver pobremente na cidade. Velhos, crianças e mulheres descalços, sujos, desgrenhados. Sem casas de banho nas casas, sem água canalizada, tomava-se banho de celha quando era possível; a sanita era um buraco improvisado em algum canto do quintal; sem luz elétrica; as pessoas nem conheciam o mar; a maior parte delas não sabia ler nem escrever; não havia jornais nem livros; sem centro de saúde, nem estradas, nem automóveis… Os homens (jovens) ou tinham partido para a guerra, e com sorte voltariam vivos um dia, ou tinham ido para França ou Alemanha.
Segundo as notícias, parece que foi pouca gente ao funeral deste senhor que mereceu honras de estado, três dias de luto nacional, cerimónias dignas de alguém muito importante para o país. Havia menos gente do que eventualmente houve em funerais de outros políticos, ou de gente famosa em outras áreas… Era dia de trabalho, há quem argumente, mas quando os campeões europeus chegaram a Portugal a 11 de Julho 2016 também era dia de trabalho, e nem por isso o país deixou de sair à rua, virou até feriado de repente. Não era, mas parecia. Com Soares não se passou nada disso, daí podermos concluir que só o futebol, o ópio do povo, é que faz mover multidões...
Agora que tenho uma cabecinha pensadora e mesmo sendo leiga em políticas e história, devo ser honesta e pensar que ninguém é obrigado a gostar de Mário Soares, mas é importante reconhecer que podemos escrever o que quisermos acerca dele, e de outros, sem medo de uma PIDE ou de uma KGB a bater-nos à porta, graças à luta a que este senhor persona non grata dedicou a sua vida enquanto outros eventualmente ficaram no bem bom (e ainda reclamam...).
Há quem se dê ao trabalho de publicar agora uma grande manchete - de algum periódico sensacionalista da época? - a citar o que este senhor respondeu sobre o que fazer com os brancos “atirem-nos aos tubarões!”… Verdade? Mentira? Estou sabendo agora, na altura nem me apercebi disso, nem lia, nem me interessava por nada, nem ninguém falava comigo destas coisas…
Como diria o Diácono Remédios (Herman José) “as opiniões são como as vaginas, cada uma tem a sua e quem quiser dá-la, dá-la!” A verdade é que só sente na pele quem passa por elas, e claro, quem não passou por nada daquilo, pode falar por alto o que bem lhe apetecer.
Porém, pensando um bocadinho, pelos vários comentários que vou lendo na diagonal, parece que esse senhor teve que fazer em poucas semanas o que era para ter sido feito em cinco décadas e, evidentemente, isto causou muito sofrimento a muita gente. Obviamente o Dr. Soares cometeu erros, há quem diga que pisou na bandeira portuguesa, que era prepotente, que usou e abusou de recursos públicos para seu proveito pessoal, etc…e qual é o político que não o faz, ou que coloca o Povo em primeiro lugar? Pergunto eu, na minha ignorância. Provavelmente ainda está para nascer…
Talvez muitos o odeiem porque uma boa maioria do povo português assistiu no pós 25 de abril ao enriquecimento descarado de uma certa classe política defensora da liberdade, da igualdade e da democracia à custa dos dinheiros públicos e da própria pseudo democracia da qual foram os progenitores.
Provavelmente, dever-se-ia guardar esse ódio para quem mandou as pessoas para África naquele tempo de miséria, não para quem de lá as tirou. Quem emigra (ainda hoje) para outros países não tem o ódio de Portugal que alguns, poucos ou mesmo muitos, retornados (e não só) ainda sentem. Notou-se agora pelos comentários que lemos, ouvimos, ou abundam nas redes sociais.Todos os seus defeitos e os erros, o tempo e a história se encarregarão de julgar. Vejamos o lado bom das coisas, da história, neste caso. A defesa da liberdade, liberdade que nos permite falar e escrever tudo o que nos vem à cabeça, com ou sem razão, isso o Povo não esquecerá.
Portugal mudou TANTO nestes 40 anos. Dou comigo a imaginar, se nada daquilo tivesse acontecido, como seria se ainda estivéssemos em Angola… estaria melhor do que estou hoje? Apesar de todo e qualquer erro, apesar da descolonização mal feita, apesar dos pesares, 
VIVA A REVOLUÇÃO, O 25 DE ABRIL, SEMPRE!
Passei pelo sofrimento de largar "o meu" lugar paradisíaco, o único que conhecia; os meus pais muito mais sofreram, terem que voltar sem nada depois de todo o trabalho em vão... mas toda a vida foi sempre assim, feita de História(s), e eu bem digo: até para nascer, no país certo, na família certa, é preciso ter sorte! Sempre houve gente corrompida pelo poder e que se dá bem, os que sofrem sem querer, o pobre e o rico, o bem e o mal, o branco e o preto, o doce e o amargo... E amanhe-se quem puder... a vida continua.
Muita gente aproveitou-se de subsídios e tudo o que fosse possível à custa do IARN, estão hoje na maior, outros não souberam mexer-se e continuaram pobrezinhos, recomeçando do zero... entendo que há muita coisa que depende de nós; uns contentam-se com um prato de sopa e um copito de tintol (assistindo ao futebol), outros batalham forte e feio para comerem lagosta regada a Moët & Chandon, e caviar... aliás, alguns nem precisam, é-lhes tudo concedido de bandeja... É o mundo que temos!
Retornados/refugiados: uma ferida que não sara, mas conseguimos viver com ela!

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Feicebukiando

O Facebook é um caso de estudo. Já estive para desistir, mas depois pensei melhor. Afinal, através dele comunico com pessoas amigas e queridas que estão bem longe, além de divertir-me, por que não? E continuei. Já ouvi dizer que ia aparecer algo que substituiria essa rede social, mas ainda não vi nada no horizonte!... Grande Zuckerberg!

O Facebokas (nome mais apropriado) dá para partilhar estados de alma, pensamentos e situações que podem acontecer a qualquer comum dos mortais; encontram-se velhas amizades, eventualmente far-se-ão novas, e até pode dar em casamento, ou em vigarices, infelizmente (...); fica-se a saber de mortes e nascimentos, que de outra forma talvez nem soubéssemos... Portanto, faz-nos ficar contentes, tristes, atentos, perplexos…montes de emoções provocadas online
Sentimos quando alguém está tão só (ou quiçá, doente) que vai ali manifestar publicamente o que sente (tipo confessionário); sabemos quando alguém está noivo(a) ou "numa relação” e coloca fotos e mais fotos fantásticas e românticas, nem que passado semanas, dois ou três meses, já tenha sido tudo retirado, até ao próximo status amoroso! 
Estas coisas já não sei se dão pena ou vontade de rir… para quê declarações públicas e virtuais de amor entre um casal, ou dirigidas a um filho ou filha (ainda mais, bebé ou criança)? Soa-me estranho tudo isso, e pode até soar a falso, nomeadamente aquelas juras de amor eterno (enquanto, dura, claro) logo nos primeiros dias… Coisas íntimas são para tratar-se em casa, acho eu. 
Agora, entre amigos é outra coisa, vale a pena trocar declarações ou fofuras com verdadeira amizade, sabe sempre bem ao coração, anima a vida e o ego!
Eu mesma já tive ou tenho a mania das selfies, não passa de um entretenimento e partilha de momentos (a sós ou não) em que nos sentimos felizes ou bonitos (geralmente, mais no feminino)...

Uma vez ou outra há aquele ou aquela que, de repente, já não consta da minha lista de amigos... que surpresa...cansou-se do FB (pode ser, lá terá os seus motivos); ou pior, vejo que continua lá... ooops então cansou-se da minha amizade (?), enfadou-se com algo e nem avisou(?) fico p... da vida com isso, ah sim, então, se a 'amizade' acabou assim, nunca existiu afinal... a pessoa fez-me um favor, desapareceu e não volte. Comigo é assim, perdi a pachorra para gente com pancas, seja quem for, já basta aturar as minhas (rsrs)

Porém, há a parte séria da rede social. Pode-se fazer marketing de produtos, e negócios; serve para denunciar algo que está errado, ou de "barómetro" para tendências e opiniões, ver a formação e/ou educação de cada pessoa que lemos, às vezes é cada pontapé no português com tamanhos erros ortográficos que até dói! Útil para perceber como anda a sociedade, o que mais interessa ao público em geral... 

Outras situações, "hilárias", é quando jovens nos seus 20's adicionam pessoas como eu... que já perdi a paciência para "conversa de chacha". Até adiciono porque vejo primeiro se é amigo de amigo, e confio. E é sempre bem-vindo quem vier por bem... Mas depois lá começa aquele "papo" do costume "Oi tudo bem? gostava de te conhecer... de onde és... que idade tens... podemos ser amigos?... quando tomamos um café" e por aí fora... 
Com respostas monossilábicas (cheia de curiosidade, a ver no que aquilo vai dar), respondo "podia ser tua avó..." rsrs kkkk lol para lá e para cá... até que o rapaz desiste...estes garanhãozitos rapidamente se enfadam e vão à vidinha, ou seja, deixam de ser 'amigos' num simples clique, têm mais para onde se virar! rsrs
"Ciao avozinha sexy" (despediu-se este último)... ahahah

E aprendo...vou parar de adicionar mesmo amigo de amigo... ou pergunto antes ao meu amigo de verdade se vale a pena. Quero ter amizades com interação interessante ou inteligente - além de divertidas, claro - sejam elas virtuais ou reais.
Inté...!

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Viva 2017!

2017 está muito melhor do que 2016 !!!! ahahah
Pois é… tempo de balanço…e parece que a crise acabou. Pelo noticiário ouvimos dizer que os portugueses gastaram este ano mais uns bons milhões do que no ano passado pela mesma altura; que se venderam mais carros, e não foram os baratos, são topo de gama mesmo! Também já tinha lido uma notícia de jornal de que Há mais 1300 milionários em Portugal do que há 1 ano”... Entre outras notícias como:
“Angola, um país rico com 20 milhões de pobres”
“Um terço dos portugueses não tem dinheiro para ter uma vida digna”

Que mundo patusco este! Na verdade passo por restaurantes e estão sempre todos cheios, especialmente os caros… isso na cidade grande, onde passei uns dias e já sentia saudade da ‘aldeia’ à beira-mar onde escuto o barulho das ondas enquanto caminho pelas ruas quase desertas…
Uma vez levei mais de uma hora para ir de autocarro da foz à ribeira, um percurso que nem sei se chegará a um quilómetro! Chegaria mais depressa a pé…em hora de ponta, a impressão é que há um carro (ou mais) por pessoa neste país! Continuará aquela ideia do “pobre com mentalidade de rico”…

2016 era noves fora 9 = 0. Um ano muito atribulado com notícias chocantes a nível mundial e não só. Fim de um período desastroso? Agora será 2017, noves fora 1. Quem entende de numerologia, dirá que vai ser um melhor ano, de recomeço, vamos ver, sejamos otimistas e esperemos que sim.
Abro o meu calendário e percorro as anotações do meu pequeno caderno. Desta forma viajo 12 meses, relembrando todas as coisas incríveis que me aconteceram em 2016. Neste ano - devo admitir sem qualquer falsa modéstia e ignorando alguns azaritos - tive muitas coisas boas, superando até algumas expectativas!!! Tive a sorte de ficar num lugar onde me sinto bem, continuei a realizar coisas que faziam parte da minha lista de "a fazer" durante anos, até andei de gôndola na linda cidade de Aveiro, a Veneza portuguesa! Partilhei experiências com pessoas queridas que conheci ou me visitaram. Foi um ano memorável em que os momentos inolvidáveis foram mais que muitos. Uma vénia a todas as pessoas minhas amigas de verdade que são quem os proporciona.

Mário Quintana defende que "O segredo não é correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até ti." Devo estar a cuidar bem do meu jardim, pois sinto que cada pessoa que passa pela minha vida deixa algo dela comigo e leva um pouquinho de mim, essa é a semente. A mais bela responsabilidade de qualquer relação, seja ela de que tipo for, é dar e receber alguma coisa, e é também a prova de que nada acontece por acaso. Portanto, continuem a tratar assim do vosso jardim, amanhã nascerá outra flor, e borboletas não vos faltarão.

Sonhemos que o mundo pode ser sempre melhor. Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetrável e inexpugnavelmente nosso. Mesmo que por vezes as coisas pareçam difíceis e as condições não sejam as melhores, temos de estar sempre presos a esse sonho e à espera do nosso melhor.  
Também eu estou, à espera de mim, algo me diz que posso ser sempre melhor pessoa e contribuir para a felicidade de alguém, se assim (me) quiser.
Coisas que acontecem na vida são o maior exemplo de que, por vezes,  é  preciso perder, para depois se ganhar, e mesmo sem ver, acreditar! 
"Hoje, a semente que dorme na terra
E se esconde no escuro que encerra

Amanhã nascerá uma flor...

É a vida que segue
E não espera pela gente
Cada passo que dermos em frente
Caminhando sem medo de errar...
Creio que a noite
Sempre se tornará dia
E o brilho que o sol irradia
Há-de sempre nos iluminar...
Sei que o melhor de mim
Está para chegar" Mariza

https://www.youtube.com/watch?v=2UDZH_Htpq8