A caminho de "admirável"? Veremos...
É curioso apreciar como o mundo se transforma a ritmo vertiginoso e até nos assustamos, onde é que isto vai parar? Gente da minha idade até se sente do tempo dos dinossauros, tais são as mudanças que vão acontecendo ao longo dos últimos anos.
É curioso apreciar como o mundo se transforma a ritmo vertiginoso e até nos assustamos, onde é que isto vai parar? Gente da minha idade até se sente do tempo dos dinossauros, tais são as mudanças que vão acontecendo ao longo dos últimos anos.
Quando crianças, aprendemos tudo “bonitinho” e “certinho”, como a
seguir os 10 mandamentos, a respeitar tudo e todos, a casar virgem e para toda
a vida, com promessas de estarem juntos na riqueza e na pobreza, na saúde e na
doença, etc. - homem-mulher (que outro jeito?) - para muitos, aprender era uma coisa, e na prática era outra coisa, há de tudo! Aparentemente tudo
corria normalzinho, seja lá o que for (a)normalidade.
Parece que, de repente, tudo começou a “sair do armário”. Já ninguém quer ser
normalzinho? Olhamos em volta, em especial através da TV ou das revistas e/ou jornais, e não
entendemos mais nada. Então no mundo artístico é que se nota demais, um casa-separa a toda a hora, e no caso da homossexualidade, abundam exemplos que se
banalizam. Qualquer dia, anormal será ainda haver um casal homem-mulher, ou as crianças terem pai e mãe ainda juntos… Os
casamentos desfazem-se “na maior”, um homem já com netos troca a sua mulher por
outra 20 ou 30 anos mais nova e recomeça outra vida, nova família… tudo na boa,
fácil, tudo normal!
Dá que pensar muito. Sobre a homossexualidade, será que de tanto ouvir agora “ame-se” a pessoa acaba buscando
um ser do mesmo género, com quem se dá ou identifica melhor, homem com homem,
mulher com mulher, sei lá! Divagando…e não só, constatando! (ainda no outro dia tinha ao meu lado no cinema duas jovenzitas apaixonadas, comendo pipocas de braço dado). Começam cedo, vê-se muito e não me choca.
Encontrei estes dias, por acaso, a notícia sobre uma ex modelo
brasileira que fez sucesso nos anos 80 (quando lá vivi). Agora está com 60 anos
e continua um mulherão, diferente aspeto claro, mas tudo no sítio e durinho.
Depois de casamentos e namorados, assumiu há dois anos uma relação com uma
garota vinte e oito anos mais jovem. Está mais feliz do que nunca e com mais
prazer sexual, diz ela.
Curiosidade também é ela confidenciar “Nunca imaginei
envolver-me com uma mulher. Não sei se posso considerar-me gay e dizer para
você que gosto de mulher. O que sei é que gosto do jeitinho dela, me apaixonei,
independente de ser homem ou mulher (…) Tento olhar para ver se reparo mais em
homem ou mulher, para saber o que sou, mas não me sinto nem atraída por nenhum
dos dois. Se um dia terminasse com ela, eu não sei te dizer.”.
Pois, é aquela história “nunca digas, desta água não beberei”… estas
coisas deixam-me a pensar e costumo brincar “deve ser bom, pois quem vai já não
volta”… a quantidade de gente que tem mudado “não está no gibi”… e, sendo
difícil encontrar homens bonitos, quando os vemos até já podemos imaginar tudo (salvo
‘raras’ exceções, caramba!)…
“… me apaixonei
por ela, independente de ser mulher ou homem…", isto diz tudo e para mim faz sentido. Há
quem acredite que se nasce gay (por
exemplo, a companheira dela assume-o) mas penso que, no fundo, procuramos é quem
se identifique connosco, nos ame incondicionalmente e preencha a nossa vida.
Que nos faça sorrir e viver a vida pacificamente. Não é pedir muito, no entanto
há muita gente do sexo oposto incapaz disso, infelizmente, muitas vezes cria é mais problemas…
Diz quem
estuda o assunto que, “de um modo geral,
todos somos gays, potencialmente bissexuais ou pansexuais ou andróginos. Potencialmente
somos tudo, depois escolhemos aquilo que melhor casa com a gente. Se uns querem
curtir apenas uma parte das energias yang e yin que todos somos,
tudo bem. Se outros querem curtir o contrário do que indicariam os seus
genitais, ou então querem misturar, ou até ainda nem sabem bem o que desejam,
ok, também tudo bem. Qual o problema? Qual o dano que essa pessoa faz? Ela está
se reconhecendo, se procurando, tentando aprimorar as suas condições para fazer
o caminho da sua própria aprendizagem por este mundo. E isso, tão elementar,
parece não ser fácil.”
A mim já
nada me surpreende e aceito tanta coisa diferente, que pode ser explicada.
Porém, sei que há pessoas intransigentes, fundamentalistas, e daí gerar tanta
confusão neste mundo.
Outro caso impressionante que deu bastante que falar: o caso da austríaca Conchita Wurst,
25 anos, causando um impacto arrasador quando surgiu com um estiloso vestido de
cauda longa e profusa barba aparada para vencer, em Copenhaga, a 59ª edição do
tradicional concurso de canção Eurovision, conquistando o público de 37 países
votantes não só pela extravagância, mas também pelo seu inquestionável talento
musical. Quando ainda era um jovem de 22 anos, a “mulher barbuda” decidiu criar
uma figura artística que teria a colossal tarefa de provocar e questionar os
conservadores valores austríacos, reivindicando com as suas atuações públicas o
direito de ser diferente num
mundo ainda povoado de absurdos preconceitos, batizando o seu alter-ego de
Conchita Wurst, uma mulher de barba e rosto angelical.
Com o
prémio nas mãos ela disse: “Não foi uma vitória apenas minha. Foi a vitória de
todos aqueles que acreditam num futuro de paz, sem discriminação e baseado na
tolerância e no respeito".
Ele/ela teve a criatividade e a ousadia de juntar num mesmo corpo um homem e uma mulher para dizer ao mundo alguma coisa do tipo “Escutem, não sou nem homem nem mulher, ao mesmo tempo que sou homem e sou mulher. Escutem a minha voz, escutem o que eu canto, tanto faz se quem canta tem corpo masculino ou feminino. Eu canto e vivo com a minha alma.” Esse foi o seu trunfo, conseguiu mudar mentalidades e as leis na sua terra natal.
Ele/ela teve a criatividade e a ousadia de juntar num mesmo corpo um homem e uma mulher para dizer ao mundo alguma coisa do tipo “Escutem, não sou nem homem nem mulher, ao mesmo tempo que sou homem e sou mulher. Escutem a minha voz, escutem o que eu canto, tanto faz se quem canta tem corpo masculino ou feminino. Eu canto e vivo com a minha alma.” Esse foi o seu trunfo, conseguiu mudar mentalidades e as leis na sua terra natal.
Na realidade, antes de mais nada todos somos um
espírito e uma alma. Para quê tantos preconceitos e rotular as pessoas?
Vamos deixar os outros curtir as suas mais variadas fantasias e sexualidades e
nós façamos o mesmo! Temos que aprender a olhar para além do corpo, não
somos o nosso corpo, somos seres de espírito (alma), e o nosso corpo
(mesmo que seja um corpão, um avião) é apenas um veículo provisório para andar
por este mundo.
Bem... agora farei um intervalo na escrita e nos pensamentos, vou carnavalizar. Divirtam-se, e até ao meu próximo blog!
Engana-se quem pensa
que as pessoas mudam. Nada disso, as máscaras é que vão caindo!
https://www.letras.com/elis-regina/87856/