segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Nostalgia de fim de semana

Sábado 4-2-2017
Escrevo esta data e reparo que é aniversário de uma prima minha, procuro no facebook e…oh carago, já não é minha amiga…ok - ahahah só me rindo com estas modernices (é a cena do tira-e-põe…). Mandei sms, quem sabe ainda tem o mesmo nº de tlm… who cares?
Hoje é sábado, dia de dormir até ser (de) tarde, parece que nunca deixei de ser como era em bebé, diz a minha mãe que não gostava de comer e só queria dormir; ou fui mordida pela mosca tsé-tsé, ou estou mesmo a hibernar… mas o que interessa isso? Importante é que dormir é bão e gosto muito!!!
Dia de fazer a minha caminhada ao acordar, ou andar de bicicleta. Está um dia cinzento, fico nostálgica… Quem disse que estou sozinha? A chuva (pouquinha, passou logo, foi minha amiga) é boa companhia, posso falar com as florzinhas, as árvores, os passarinhos barulhentos, o gatinho que passa também sozinho, ou o cão; digo olá ao menino estranja que parou com o seu triciclo e ficou a olhar para mim… Posso falar com o sol, com as estrelas – as visíveis e as que já partiram – com o mar, as nuvens, comigo mesma…
Quem se queixa de solidão só pode ter algum tipo de dependência… com tanta companhia ao nosso dispor, por que não sentir-nos sempre bem e felizes?… Às vezes me pergunto se serei normal, é que gosto mesmo de ser/estar sozinha. Habituei-me, na boa, porque nasci numa família pequena, tão pequena que até vai desaparecendo… Sendo o ser humano um animal de hábitos, é assim, e há quem se acostume ao desassossego e não se daria bem no meu lugar, por isso o mundo se torna tão interessante, com toda essa diversidade. Que chato seria se todos gostassem só do amarelo… pois aquela teoria poética de que “ninguém é feliz sozinho” dá que pensar.
Quem estipulou que o normal é ter família, com todas aquelas confusões de pais/filhos, avós/netos/sogros e afins, e outros atritos familiares? Costuma-se dizer “é para o que cada um nasceu” e é bem verdade. Há vidas tão confusas, que penso para mim “que sortuda eu sou”!
https://www.youtube.com/watch?v=iWhkCuff9OM
Domingo
Dia com mais sol, percorro a cidade de bicicleta, adoooro! Passei por acaso na feira das velharias e já estava na hora de arrumar. Pensei em uma amiga que provavelmente estaria lá, e estava, mas nem parei. Desde que mudou de endereço, nunca mais deu sinal de vida, e eu também só procuro quem me procura, pois cansa um pouco ser sempre eu a visitar as pessoas.
São assim certas amizades, e certos familiares, mas família temos que a chamar de nossa, não tem outro jeito. 
Porém… o que é isso comparado com as notícias com que somos confrontados constantemente, sobre o facto de, em pouco tempo, uma em cada três pessoas terá cancro… (pudera, com os alimentos cada vez mais contaminados ou plastificados)... ou que há a possibilidade de desaparecerem milhares de pessoas em Portugal (sobretudo, de Lisboa para baixo) devido a sismo ou terramoto, e que os prédios não estão preparados para isso… (e então, o que há a fazer, viajamos todos para Marte?) Ou seja, querem que andemos todos os dias alarmados com tudo e mais alguma coisa, e…daqui a cem anos já ninguém se lembra disso nem do FB ahahaha

Não há nada como uma consciência tranquila, uma vida pacata, e saber que há sempre alguém que nos quer (bem), e está à mínima distância de uma chamada telefónica! 
O resto são “paroles paroles”…  https://www.youtube.com/watch?v=_ifJapuqYiU

"Antes de mais nada, toda a sociedade exige necessariamente uma acomodação mútua e uma temperatura; por conseguinte, quanto mais numerosa, tanto mais enfadonha será. Cada um só pode ser ele mesmo, inteiramente, apenas pelo tempo em que estiver sozinho. Quem, portanto não ama a solidão, também não ama a liberdade: apenas quando se está só é que se está livre.
A coerção é a companheira inseparável de toda a sociedade, que ainda exige sacrifícios tão mais difíceis quanto mais significativa for a própria individualidade. Dessa forma, cada um fugirá, suportará ou amará a solidão na proporção exata do valor da sua personalidade. Pois, na solidão, o indivíduo mesquinho sente toda a sua mesquinhez, o grande espírito, toda a sua grandeza; numa palavra: cada um sente o que é."
Arthur Schopenhauer, in 'Aforismos para a Sabedoria de Vida'

Sem comentários:

Enviar um comentário