terça-feira, 28 de março de 2017

Por um triz...

… deixo de ser feliz… quando vivemos num mundo que se transforma a ritmo alucinante e que já mal conseguimos acompanhar.
Falando ainda de pais e filhos, eu admiro a coragem de quem ainda quer pôr criança(s) neste mundo. Imagino-me sendo mãe, iria ser tão galinha que até meteria impressão! Com medo de tudo o que lhes pudesse acontecer...mas acho que saberia conjugar firmeza e flexibilidade, educaria com coerência e respeito, com diálogo, como gostaria que me fizessem a mim quando era pequena. Sei que é fácil falar, mas tenho essa ideia sim. As crianças devem ver nos pais um modelo de conduta, de respeito e de comunicação, e acredito que tenderão a imitar o que vêem nos adultos.

Ando pela rua e é tão bonito vê-los pequeninos, miniaturas de gente, tagarelas ou chatinhos, pela mão do pai ou da mãe; deve ser maravilhoso acompanhar os primeiros passos, as primeiras palavras… porém, depois crescem… e acaba-se a magia! Claro, como em tudo, há exceções, mas há tanta criança mal-educada. Eles gritam, impõem as suas vontades e ganham sempre. Então, filhos de pais com relações conturbadas, que se separaram e nem amizade ficou, naquela idade estúpida pela qual todos já passámos, é de “bradar aos céus”!

Reparo que atualmente são (quase) todos tratados como rainhas e reizinhos, uma maneira que os progenitores arranjam para compensá-los pelo que tiveram que passar: o caos, a separação de quem os gerou.

E se tudo lhes for permitido, se nada lhes custar a conquistar, tornam-se crianças inadaptadas. Têm que saber que há limites, ou regras, que devem ser percebidos e cumpridos. Agora peca-se pela permissividade. Passou-se de um extremo ao outro, antes os pais eram autoritários, hoje são negociadores, os filhos discutem com eles de igual para igual. E muitos abusam.
Como se isso não bastasse, há cada vez mais ansiedade e depressão entre as crianças, dá pena ver. As pessoas que não aprenderam a ter limites normalmente têm uma baixa tolerância à frustração. A impertinência, a exigência de privilégios, a falta de perseverança e esforço, a impaciência, pouca colaboração, problemas de comportamento, agressividade ou mesmo a destruição de objetos são alguns dos problemas que a falta de limites pode ocasionar. A criança é quem ordena, comanda e decide. “Cria corvos e eles comer-te-ão os olhos”, diz o ditado popular e aplica-se bem à educação das crianças sem limites, ou seja, muitas vezes agimos de forma bem-intencionada e pagam-nos com ingratidão. 
São as crianças e os idosos que me comovem neste mundo-cão (será o cão assim tão mau?). Apesar que as pessoas idosas nem sempre são a flor-que-se-cheire, também fazem das suas e são manipuladoras, e como quem não quer nada vão provocando "desastres" a todos os níveis, piores são os emocionais e que custam a sarar, muitas vezes…
Enfim, salve-se quem puder… E para quê levar a vida tão a sério, se não sairemos vivos dela? 
Mesmo assim, continuo otimista, acreditando que tudo poderá mudar, para melhor, cada um fazendo a sua (ínfima) parte, e a tempo...
http://uptokids.pt/educacao/a-infinita-solidao-das-criancas-de-hoje/

quarta-feira, 15 de março de 2017

19 de março

Está a chegar o dia do PAI e ainda não tinha escrito sobre Ele. 
Fiquei sem o meu aos 40 anos, e ele partiu com 67, tão novo ainda. Tinha entrado na reforma e parece que já nada fazia sentido, então a doença aproveitou-se disso e fez-lhe a vontade… Para quê continuar aqui? São sensações estranhas estas, de não conseguir chorar a perda de um ser amado pois pressente-se que estará a caminho de um lugar melhor, quando este aqui não foi o Éden, nem pouco mais ou menos. Tempos difíceis antigamente, de miséria e de ignorância. Hoje em dia também há disso, mas noutro sentido, é mais a miséria moral e espiritual.
Nos últimos dois anos da doença já andava de hospital em hospital e era tão dolorosa a hora da visita, que palavras dizer, mesmo ele mantendo aquele sorriso e dizendo algumas brincadeiras, para aliviar o ambiente. Quando esteve num hospital perto do meu local de trabalho, ainda conseguia dar uma escapadinha na hora do almoço para ir vê-lo, e foi a última vez num desses dias. Felizmente havia os outros filhos (e a minha mãe, claro) que podiam estar mais tempo junto dele.
O que consigo lembrar do meu Pai? Que fui a sua primeira filha... soube um dia que ele preferia um rapaz, e dizia assim “se vier menina, devolvo-a à fábrica”… mas depois sei que gostou da menina que veio, que era ligada no pai, como são todas as meninas… 
Foi ele quem me ensinou a nadar, pegava em mim e atirava-me ao mar sem dó nem piedade, depois explicava-me como mexer os pés e as mãos, e eu desenrascava-me. Não era muito de acarinhar e pegar ao colo, ninguém pode dar o que nunca teve, mas era um pai divertido e que divertia. Quando lhe elogiavam os filhos, dizia sempre que eram os seus herdeiros...das dívidas! Gostava das coisas mais simples, contentando-se com muito pouco nesta Vida.
Em jovem tinha sido atleta de basquetebol pelo FCP; mais tarde, em Angola, foi treinador e quando eu era adolescente quis por-me também nessa modalidade, ainda treinei algumas vezes, mas a mãe queria-me em casa a ajudar, e desisti...
Atualmente as relações pai/filho ou filha são tão diferentes! Muitos homens são loucos para ser pais, e depois estragam com tantos mimos. Frequentemente vemos o pai a empurrar o carrinho de bebé pela rua, ou a transportar a criança ‘a tiracolo’ aconchegando-a junto ao seu peito no sling, uma prática que remonta à antiguidade e que nos recorda o continente africano e asiático, e que se tornou uma tendência popular na Europa e Estados Unidos. Além de pais-galinhas, agora são pais-cangurus. E com tanta condescendência, parece até que são eles que amam mais os filhos. 
Agora há a 'versão CR', pelas notícias que lemos, de usar barrigas de aluguer em outros países para ter um filho só para si, assim esse pai não terá que dividir com mais ninguém o amor de uma criança; e como será o futuro emocional dessa criatura que não conhece o amor de mãe? Algum dia perguntará por Ela? E o amor de avó ou de tia(s) estará devidamente à altura? Tudo isto me faz pensar, fico perplexa com este mundo moderno.
E, ainda, há aqueles pais desnaturados (uma minoria, creio) que rejeitam um filho, e não sabem o crime que cometem, essa criança nunca vai atinar na vida, conheço caso(s).
Entretanto, não há dúvidas de que a relação que uma mãe e um pai têm com a criança é muito diferente, e isso pode ser saudável, porque os dois complementam-se e ensinam coisas distintas ao filhote. 

Encontrei por acaso uma lista de atitudes clássicas de mãe e pai, cuja autora convida a compartilhar, para rir ou levar na brincadeira, pois  a realidade agora é bem diferente, conforme eu dizia atrás:

A diferença entre ser mãe e ser pai
       ·         A mãe sonha em fazer o quartinho perfeito do bebé, com a combinação de cores ideal.
       ·         O pai perguntará “mas para que raios é necessária tanta mariquice…?!”

·         A mãe acorda sem que o bebé precise de chorar (ela vai lá só para conferir que ele está a respirar!).
       ·         O pai só acorda depois que o bebé já está aos berros por mais de dez minutos (e mesmo assim ele primeiro certifica-se se por acaso a mãe já foi lá resolver o assunto).

·         A mãe vê o filho a chorar com cólicas e até chora junto.
       ·         O pai pendura a criança no braço, quase de pernas para o ar, e fica a andar pela casa (e não é que funciona?).

·         A mãe sente o cheirinho do cocó na fralda a uma distância de 5 metros.
       ·         O pai não sente nem a 30 cm (e, em caso de dúvida, só vai trocar a fralda no final do dia!).

·         A mãe coloca primeiro a papinha na palma da mão para saber se está quente.
       ·         O pai prova com a colher do bebé e ainda aproveita mais umas colheradas (afinal, está tão gostosa!).

·         A mãe leva o bebé a passear com a roupa e a mantinha a combinar.
       ·         O pai esquece-se da manta e ainda coloca uma meia de cada cor.

·         A mãe morre de medo de dar-lhe banho e a criança escorregar.
       ·         O pai acha piada quando o filhote faz caretas ou beicinho pois esteve quase a afundar-se.

·         A mãe se pergunta por que o pai é tão desligado.
       ·         O pai se pergunta por que a mãe é tão stressada.

·         A mãe brinca com o bebé falando de jeito engraçado e fazendo macacadas.
       ·         O pai atira a criança ao ar (e a mãe tem certeza de que o filho vai cair ao chão!).

·         A mãe brinca às escondidas, tapa o rosto com as mãos e diz “cucu!”.
       ·         O pai esconde-se atrás do sofá e dá um susto tão grande, que a criança sai a chorar pela casa!

·         A mãe sai para passear com o bebé no carrinho enquanto pensa na próxima mamada.
       ·         O pai sai a correr com o carrinho para “dar emoção”.

·         A mãe sempre leva uma frutinha quando sai de casa, no caso de o bebé ter fome.
       ·         O pai compra uma sanduíche e deixa o bebé dar uma dentadinha.

·         A mãe vai falar com a coordenadora na escola quando alguma criança bate no seu filho.
       ·         O pai diz ao filho que da próxima vez ele tem que se defender.

·         A mãe deixa o último pedaço do bolo de chocolate para o filho comer.
       ·         O pai chega enquanto o filho está a comê-lo e briga ‘de mentirinha’ (ou não!) pelo pedaço.

·         A mãe diz ao filho que primeiro ele tem que fazer os trabalhos para casa (TPC), depois pode brincar.
       ·         O pai chega a casa e vai jogar à bola com o pequeno, e os TPC ficam para depois!

·         A mãe vê o filho a fazer birra e sai de perto para não esganá-lo.
       ·         O pai põe-se a escutar música rock na sala e simplesmente não ouve mais nada!

·         A mãe levanta-se durante a noite para cobrir o filho.
       ·         O pai pede à mãe uma cobertinha para cobri-lo.

Conclusão: não existe mãe de filho único! Porque, além de cuidar da criança, ela tem ainda outra, do tamanho dela!

terça-feira, 7 de março de 2017

EU, Mulher

Já me esquecia, sou Mulher e amanhã é o “meu dia”. Tenho que escrever algo, assim rapidinho, para comemorar.
Como o Natal, o dia da Mulher é (ou deveria ser) todos os dias… Ela é bicho esquisito, todo mês sangra ahahah https://www.vagalume.com.br/rita-lee/cor-de-rosa-choque.html 
... mas não é só isso, Mulher é coisa boa, uma obra de arte, uma força da natureza, com o dom de gerar e assim (pro)criar humanidade! Muito homem gostaria de ser mulher, creio eu.

Também acho que gosto de ser Mulher, ainda não refleti muito bem sobre isso, apesar de estar inserida numa sociedade machista, em que nos olham de forma diferente, e ainda haver mulheres mal remuneradas em alguns lugares, tendo formação equiparada à dos homens. Porém, as coisas estão a mudar e o Mundo está sendo aos poucos conquistado por nós, Mulheres.  

Já deixaram de ser o sexo frágil. Há quem diga que são lixadas umas com as outras, mas são elas que se organizam e marcam convívios ou jantaradas, cantam e dançam, divertem-se sem parar. Gosto de apreciar ou sentir essa cumplicidade entre amigas de verdade.
São elas que tomam iniciativas e há homens que gostam disso, outros não. Umas têm jeito doce, meigo e maternal, outras nem pouco mais ou menos… Força, garra e altivez são qualidades de umas, outras têm raça feminista ou doçura submissa… 
O que define uma mulher? “Ela é uma substância tal que, por mais que a estudes, sempre encontrarás nela alguma coisa totalmente nova”, aventurou-se Tolstói a dizer. Talvez sim, mas apenas talvez.

Não tem que haver dia pra celebrar-se a existência delas. Exaltá-las é simplesmente comemorar a vida! “E o sexo está nelas, e o mundo está nelas, e a loucura reside nesse mundo” (Vinicius de Moraes).

Um café...por favor!

Tipos de café
Às vezes me divirto quando se trata de pedir um simples café. Já nem sei como pedi-lo para ter a quantidade que irá saber-me bem…Decidi que “3 quartos”, comprido ou quase cheio é o que mais me convém. Se não disser nada, onde não me conhecem, normalmente servem-me uma “italiana”, dou um gole e já desapareceu o café, detesto!

Outros nomes para a dose de cafeína costumam ser: bica, expresso, cimbalino (à moda do Porto), normal, duplo, cheio, curto, com cheirinho, abatanado, em chávena fria ou escaldada, carioca (fraquinho, mais água do que cafeína), com adoçante ou açúcar… coitado(a) de quem serve cafés, dá em louco ao anotar tantos pedidos… e mais: pingo ou garoto (com leite, se for no norte ou no sul, respetivamente), pingado (só com um pinguinho de leite)… e por aí fora; não sei se me esqueci de alguma versão, mas no outro dia pude inteirar-me de uma nova modalidade. 

A fim de ter um fim-de-semana diferente, fui dar um passeio de comboio até à capital. Como ainda não tinha tomado o meu pequeno-almoço, fui até à carruagem com bar, onde pedi a minha meia de leite. Estava como eu gosto, escurinha, ou seja, com mais café do que leite, servida em copo descartável, mas, devido ao balançar da locomotiva o “barman” improvisado serviu-mo meio desajeitado, segurando o copo com 3 dedos, um dos quais dentro da bebida quente. Vi aquilo e senti nojo, mas não falei nada. Podia exigir que me servisse outro em condições, ou... pediria o livro de reclamações “a bordo”? Decidi que aguentava e me calava e pensei “o que não me mata só me fortalece”… 
Além disso, serviu para escrever este blog, acrescentando uma outra modalidade às que já conhecia: o “café com dedo”!

Esta história (minha) é verídica, mas há outra - por que motivo se chama “bica” em Lisboa - desconhecendo se é lenda ou se corresponde à realidade:

Porque se diz BICA!
"Porque na primeira pastelaria que abriu em Lisboa (A Brasileira), as pessoas não estavam habituadas a beber café, e pensavam que este era para beber tal e qual como era servido (ou seja, sem açúcar). Como é fácil de imaginar, as pessoas não gostavam do sabor. Para avisar as pessoas, o responsável do estabelecimento, escreveu um cartaz que dizia “Beba Isto Com Açúcar”.

As pessoas habituaram-se e começaram a chamar o café de BICA pois eram as iniciais do cartaz."

sexta-feira, 3 de março de 2017

Dieta(s) bla-bla-bla

Socorro, já não sei o que comer…!
Dieta sem glúten, sem laticínios, sem açúcar, sem carne… e quem já comeu de tudo toda a vida, agora faz o quê, fica desconsolado(a)? 
Somos bombardeados por montes de notícias do género:

Se pensa que a doença de Alzheimer é uma doença genética, prepare-se para uma boa surpresa: não é. Em "Cérebro de Farinha", o Dr. David Perlmutter (o único neurologista dos EUA que é membro da Associação de Nutricionistas Americanos)  revela um dos segredos mais bem guardados da medicina: os hidratos de carbono destroem o cérebro. E podem conduzir à demência, depressão, PHDA, epilepsia, ansiedade, dores de cabeça crónicas, diminuição da líbido e muito mais. Esqueça os seus genes. O destino do seu cérebro é ditado por aquilo que come todos os dias. As doenças degenerativas são causadas em primeiro lugar por inflamações, que têm origem no consumo de alimentos hipercalóricos, sobretudo os que contêm glúten ou elevado teor de açúcares. Felizmente, podemos contrariar a decadência natural do nosso cérebro. Uma dieta rica em proteínas e “boas gorduras” é a solução ideal. Não apenas o protege de doenças, como estimula o crescimento de novas células cerebrais independentemente da idade que temos – seja aos 40 ou aos 80 anos, vamos sempre a tempo de renovar a nossa massa cinzenta.”

Somos o que comemos, e o que comemos vai nos matando aos poucos, caramba!

Jane Plant, uma professora britânica, tendo sobrevivido ao cancro, decidiu escrever um livro a falar sobre os malefícios dos produtos lácteos, dando o exemplo das chinesas que apresentam a menor taxa de índice de cancro de mama no mundo.
Na publicação, ela aconselha a comer mais alimentos de origem vegetal e menos carne vermelha, açúcar, sal e gordura. Porém, as sugestões mais radicais são que, ao excluir totalmente produtos lácteos como queijo, leite, manteiga e iogurte, poderemos travar com sucesso uma luta contra a doença, impedindo que as células cancerígenas cresçam e se espalhem.

Comer muita fruta, verduras e legumes, trocar a carne vermelha pela branca, substituir refrigerantes por sumos naturais ou chás, abusar das fibras…todas estas teorias viraram uma espécie de mantra dos nutricionistas. Até dos grelhados já ouvi falar mal! No entanto, todos os alimentos, por mais saudáveis que possam parecer, têm os seus aspetos negativos, ou seja: comer bem também pode fazer mal.

Em suma: não existe alimento perfeito. Tudo depende do estado (debilitado) de alguma parte do organismo de cada pessoa, e até pode-se passar mal com um sumo ou uma barra de cereais! Portanto, vamos mas é comer de tudo um pouco, de modo equilibrado, e conseguiremos driblar a doença… espero que assim seja.

Ou você é feliz, ou você faz dieta. Porque as duas coisas ao mesmo tempo, não dá!