… deixo de ser feliz… quando vivemos num mundo que
se transforma a ritmo alucinante e que já mal conseguimos acompanhar.
Falando ainda de pais e filhos, eu admiro a coragem de
quem ainda quer pôr criança(s) neste mundo. Imagino-me sendo mãe, iria ser tão
galinha que até meteria impressão! Com medo de tudo o que lhes pudesse acontecer...mas acho que saberia conjugar firmeza e flexibilidade, educaria com coerência e respeito, com diálogo, como gostaria que me
fizessem a mim quando era pequena. Sei que é
fácil falar, mas tenho essa ideia sim. As crianças devem ver nos pais um modelo
de conduta, de respeito e de comunicação, e acredito que tenderão a imitar o
que vêem nos adultos.
Ando pela rua e é tão bonito vê-los pequeninos, miniaturas de gente, tagarelas
ou chatinhos, pela mão do pai ou da mãe; deve ser maravilhoso acompanhar os
primeiros passos, as primeiras palavras… porém, depois crescem… e acaba-se a
magia! Claro, como em tudo, há exceções, mas há tanta criança mal-educada. Eles
gritam, impõem as suas vontades e ganham sempre. Então, filhos de pais com
relações conturbadas, que se separaram e nem amizade ficou, naquela idade
estúpida pela qual todos já passámos, é de “bradar aos céus”!
Reparo que atualmente são (quase) todos tratados como rainhas e
reizinhos, uma maneira que os progenitores arranjam para compensá-los pelo
que tiveram que passar: o caos, a separação de quem os gerou.
E se tudo lhes for permitido, se nada lhes
custar a conquistar, tornam-se crianças inadaptadas. Têm que saber que há limites,
ou regras, que devem ser percebidos e cumpridos. Agora peca-se pela
permissividade. Passou-se
de um extremo ao outro, antes os pais eram autoritários, hoje são negociadores,
os filhos discutem com eles de igual para igual. E muitos abusam.
Como se isso não bastasse, há cada vez
mais ansiedade e depressão entre as crianças, dá pena ver. As pessoas que não aprenderam a ter limites
normalmente têm uma baixa tolerância à frustração. A impertinência, a exigência de privilégios, a falta de perseverança e esforço,
a impaciência, pouca colaboração, problemas de comportamento, agressividade ou
mesmo a destruição de objetos são alguns dos problemas que a falta de limites
pode ocasionar. A criança é quem
ordena, comanda e decide. “Cria corvos e
eles comer-te-ão os olhos”, diz o ditado popular e aplica-se bem à educação das
crianças sem limites, ou seja, muitas vezes agimos de forma bem-intencionada
e pagam-nos com ingratidão.
São as crianças e os idosos que me comovem neste mundo-cão (será o cão
assim tão mau?). Apesar que as pessoas idosas nem sempre são a
flor-que-se-cheire, também fazem das suas e são manipuladoras, e como quem não
quer nada vão provocando "desastres" a todos os níveis, piores são os emocionais e que custam a sarar, muitas vezes…
Enfim, salve-se quem puder… E para quê levar a vida tão a sério, se não sairemos vivos dela?
Mesmo assim,
continuo otimista, acreditando que tudo poderá mudar, para melhor, cada um fazendo a sua (ínfima) parte, e a tempo...
http://uptokids.pt/educacao/a-infinita-solidao-das-criancas-de-hoje/
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Concordo em pleno por ser uma verdade plena!
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