quinta-feira, 11 de maio de 2017

Carpe Diem!

Amores possíveis

Se estivermos atentos, e se não nos faltar doses de otimismo, a vida consegue surpreender-nos diariamente, pois é cheia de curiosidades e cenas tão engraçadas e variadas, ora vejamos estes exemplos: o casal Trump, ele com aquele aspeto tresloucado e ‘fora do prazo’ casado com uma modelo, muitos anos mais nova; e agora surgindo nas luzes da ribalta o casal Emmanuel/Brigitte Macron, ele com muito bom aspeto (acho eu) e casado com uma mulher 25 anos mais velha. Quando ouvi a notícia pela primeira vez, nem acreditei. Não sou nada preconceituosa, muito pelo contrário, contudo, esta diferença de idades põe-nos a pensar em mil coisas, e (claro) vai fazer as delícias de muitas revistas cor-de-rosa além de argumento para programas humorísticos. Entretanto, começam a inventar isto e aquilo para justificar uma relação como esta, imaginação não faltará, e como se houvesse explicação para o Amor...
Procurei e pus-me a ler a história de amor deles, pronto, já fiquei fã… sei lá se é bom político ou se vai “salvar a pátria”, o que sei é que homens como ele valem a pena. Por trás de um grande homem está sempre uma grande mulher, dizem, e aqui deve ser o caso. Ele encontrou a sua aos 15 anos, esperou com paciência, enfrentando todas as contrariedades e preconceitos, e nunca desistiu. Tendo que afastar-se dela, antes de partir, Macron disse a Brigitte “o que quer que faças, vou casar contigo”. Passou mais de uma década até que a promessa fosse cumprida: Brigitte divorciou-se do marido e no ano seguinte casou com Emmanuel Macron. Aos 24 ou 25 anos ela bem podia ter dito “ainda está para nascer o homem que me fará feliz!” (literalmente).
E alguém consegue duvidar do Amor em casos como este? No passado, também fui apaixonada por alguém 14 anos mais novo, e achei melhor desistir porque 'penso demais' e tinha "medo" de não saber aceitar uma rejeição, caso houvesse, da parte da família dele, e desisti facilmente. Ele também não insistiu, e assim tudo leva a crer que "quando tem que ser, acontece". Ou seja: as coisas acontecem na hora certa, e da maneira que têm que acontecer... E o Amor, se houver de verdade, supera qualquer contrariedade, grande ou pequena. 
Na noite em que venceu a primeira volta das eleições em França, ele disse “sem ela, eu não seria eu”, caramba! Mulheres, convenhamos, esta é a verdadeira história de amor dos nossos sonhos num mundo vulgarizado pelo culto da ‘eterna’ beleza e juventude, à custa de muitas plásticas, implantes ou outros artifícios. Para quem pode (€€€), entenda-se. Alguém homofóbico ou misógino duvidará do amor dele por ela, mas as fotos que vemos publicadas mostram grande cumplicidade entre este casal francês. Bem diferente do que nos apercebemos quanto ao casal americano/eslovena…

Se fosse ao contrário, um homem 40 anos mais velho do que a sua mulher, já não chocaria tanto, até parece que se tornou normal numa sociedade sexista. Lembro-me agora de uma frase que li há pouco tempo numa imagem postada na rede social, de um mural onde estava escrito “Find a woman with a brain. They all have vaginas” (traduzindo: procura uma mulher com cérebro, porque vagina têm todas elas), e que certamente se dirige aos homens, e isto diz-nos tudo.

Haverá mais casos como este pelo mundo fora, simplesmente aqui trata-se de gente famosa, e até a mim deu vontade de escrever outra vez sobre este tema: o amor sem idade.

Aproveito o momento para partilhar um artigo de Mirian Goldenberg (professora e antropóloga brasileira)
*Os Sexalescentes do Século XXI*

"Se estivermos atentos, podemos notar que está surgindo uma nova faixa social, a das pessoas que estão em torno dos sessenta/setenta anos de idade - os sexalescentes - geração que rejeita a palavra "sexagenário", porque simplesmente não está nos seus planos deixar-se envelhecer.

Trata-se de uma verdadeira novidade demográfica, parecida com a que em meados do século XX, se deu com a consciência da idade da adolescência, que deu identidade a uma massa de jovens oprimidos em corpos desenvolvidos, que até então não sabiam onde meter-se nem como vestir-se.

Este novo grupo humano, que hoje ronda os 60/70 anos, teve uma vida razoavelmente satisfatória. 
São homens e mulheres independentes, que trabalham há muitos anos e conseguiram mudar o significado tétrico que tantos autores deram, durante décadas, ao conceito de trabalho. 
Procuraram e encontraram, há muito, a atividade de que mais gostavam e com ela ganharam a vida. Talvez seja por isso que se sentem realizados! Alguns nem sonham em aposentar-se. E os que já se aposentaram gozam plenamente cada dia, sem medo do ócio ou solidão. Desfrutam da situação, pois, após anos de trabalho, criação dos filhos, preocupações, fracassos e sucessos, sabem olhar para o mar sem pensar em mais nada, ou seguir o voo de um pássaro da janela de um 5º andar...

Algumas coisas podem dar-se por adquiridas. 
Por exemplo: não são pessoas que estejam paradas no tempo: a geração dos "sessenta/setenta", homens e mulheres, maneja o computador como se o tivesse feito toda a vida. Escrevem aos filhos que estão longe e até se esquecem do velho telefone fixo para contatar os amigos - mandam WhatsApp ou e-mails com as suas notícias, ideias e vivências.

De uma maneira geral estão satisfeitos com o seu estado civil, e, quando não estão, procuram mudá-lo. Raramente se desfazem em prantos sentimentais. 
Ao contrário dos jovens, os sexalescentes conhecem e pesam todos os riscos. Ninguém se põe a chorar quando perde: apenas reflete, toma nota e parte pra outra...

Os homens não invejam a aparência das jovens estrelas do desporto, ou dos que ostentam um traje Armani, nem as mulheres sonham em ter as formas perfeitas de uma modelo. 
Em vez disso, conhecem a importância de um olhar cúmplice, uma frase inteligente ou um sorriso iluminado pela experiência.

Hoje, as pessoas na idade dos sessenta/setenta estão estreando uma idade que não tem nome. Antes seriam velhos e agora já não o são. 
Hoje estão com boa saúde física e mental; recordam a juventude mas sem nostalgias parvas, porque a juventude, ela própria também está cheia de nostalgias e de problemas.

Celebram o sol a cada manhã e sorriem para si próprios. Talvez por alguma razão secreta, que só sabem e saberão os que chegarem aos 60/70 no século XXI.”

(Bom texto para compartilhar com amigos de qualquer idade!)

Brigitte M., ou Trogneux, pode ser um exemplo de sexalescente, pelo que pude apreciar nas fotos publicadas. É uma senhora que tem berço, educação, recebe elogios pela sua elegância e, ao mesmo tempo, é vista como alguém que vai contra as regras porque, aos 64 anos, não hesita em usar, de forma confiante, vestidos e saias curtos, roupa jeans, calças de cabedal e saltos de sete centímetros.

Por trás de uma grande mulher também há sempre um grande Homem! Esperemos que Macron faça muito pela França, contrariando todos os comentários maldosos ou preconceituosos que só querem é desestabilizar.

Envelhecer pode ser agradável, e até divertido, se soubermos como usar o tempo, se estivermos satisfeitos com o que conseguimos na vida e se continuarmos a manter a ilusão. Apesar de tudo, não posso queixar-me da minha.

E "vamos indo" a envelhecer, dançando, cantando, sorrindo... divertindo-nos, porque a vida é bela e rara! :-) 
https://www.youtube.com/watch?v=HFgi79BbrxI

1 comentário:

  1. Sexalescente diz que escreves muito bem e adora ler as análises que fazes do " vamos indo" a envelhecer e a caminho dos 90!
    Noite feliz e Bjs

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