segunda-feira, 9 de abril de 2018

Estorinha de segunda-feira

Apesar de às vezes encontrar-se com pessoas amigas, adorar ir dançar e curtir no meio de gente estranha e alegre, desde a tarde até à noite de uma tarde de domingo, na maior parte do seu tempo - bem ocupado (diga-se de passagem) - ela vai preferindo estar em sua própria companhia; lá anda ela por aí com os seus devaneios, pensamentos vários e simultâneos… (seria bom parar de pensar e ficar apenas no “nada”?… conseguir ignorar o que nos rodeia…deve ser uma paz!)
Imagina que deve haver quem a ache estranha, quem se der ao trabalho de reparar: a maior parte do tempo sozinha por aí, faça chuva ou faça sol, deve ter algum defeito, só pode, pensarão… então não é também o que lhe vem logo à mente quando se apercebe que há um novo vizinho a morar só, no mesmo piso? Hmmm homem só, entra e sai… estranho! E parece estrangeiro…
Afinal, somos todos ‘farinha do mesmo saco’, todos estranhos, pensa ela. Todos temos pensamentos acerca dos outros, e que nem sempre correspondem à realidade. Fantasiamos sempre muita coisa, quantas vezes errada. Quem é louco para preferir estar sozinho? Ela, por exemplo! Pois parece que a maioria das pessoas opta por estar mal acompanhada do que viver só. E os outros, serão os misantropos? Algum ou alguns motivos terão para andarem sós. Ou nasceram estranhos, ou já levaram muita 'pancada' da vida e da gente, e agora só querem é PAZ!

E o que interessa isso? Cada um seja o que quiser ser. Há quem diga que quanto mais velhos somos, também maiores se tornam as probabilidades de encontrarmos a pessoa da nossa vida ou, pelo contrário, de ficarmos sozinhos para sempre. Temos uma sensibilidade tão mais educada, damos tanta importância a pormenores, que depois não se chega lá com marketing e publicidade enganosa. Apenas com transparência.

AMAR dá muito trabalho, exige tempo, dói. Porém, não existe nada que valha mais a pena do que encontrar aquela pessoa em cujos braços poderemos adormecer, tranquilamente, como faz um bebé no colo da sua mãe. 
Na falta desse amor, contentemo-nos com o maravilhoso amor/amizade

O Tempo passa.
A vida acontece.
A distância separa.
As crianças crescem.
Os empregos vão e vêm.
O amor fica mais frouxo.
As pessoas não fazem o que deveriam fazer.
O coração parte-se.
Os pais morrem.
Os colegas esquecem os favores.
As carreiras terminam.
Os filhos seguem a sua vida como lhes ensinaram (ou não).
MAS...os verdadeiros amigos estão lá, não importa quanto tempo e quantos km estão entre eles.
Um amigo nunca está mais distante do que o alcance de uma necessidade, torcendo por nós, intervindo em nosso favor e nos esperando de braços abertos, abençoando a nossa vida!
E quando a velhice chega, não existe coisa melhor do que um "papo" entre velhos amigos/as... as histórias e recordações dos tempos ou momentos vividos juntos, das viagens, das férias, das noitadas, dos "engates"...Ahh!!! tempo bom que não volta mais...
Não volta, mas pode ser lembrado numa boa conversa numa espreguiçadeira em tempo de lazer, debaixo da sombra de uma árvore, deitados na rede de uma varanda confortável ou numa esplanada de um barzinho ou restaurante, regada a bom vinho, não com desconhecidos mas com velhos amigos.
Quando iniciámos esta aventura chamada VIDA, não sabíamos das incríveis alegrias ou tristezas que estavam mais adiante, nem sabíamos o quanto precisaríamos uns dos outros. 
Triste de quem não fez amizades, seja por que motivo for... 

(dedico este texto a quem sente a minha ausência do blogue, então hoje tinha que vir aqui citar e escrevinhar algo...)

3 comentários:

  1. Sente-se sempre falta de um amigo ou amiga, apesar dos km's entre eles...mal dos que juntos não sintam a amizade.
    Tema para se escrever e bem nunca é difícil, o que mais pode faltar é a vontade... sempre se arranja quando alguém nos espicaça e faz sentir que isso, de se escrever, é mais um acto de libertação das algemas a que os pensamentos se prendem!
    Gostei de ler e apreciei muito a forma como o sentes ... Agora um segredo, sinto uma vontade enorme de estar um bom bocado na cavaqueira contigo e recordar passos passados onde com certeza há coisas comuns da terra que nos viu crescer.
    É essa necessidade que nos faz amar a amizade e amar os amigos, no caso é amar a amiga, que mesmo sem precisarmos deles, dela ou dele, sabemos que existem. E, deixam a sua "pegada".
    Gostei e não deixo de registar que adoro ler o que escreves.
    Não escrevinhaste...escreveste com sentimento.
    Boa noite e Bjs com carinho!

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  2. Estranhamente, os blogues do google continuam a ser marcados como “lixo” pelo meu Outlook. Coisas de guerras entre empresas, certamente, que não é problema teu; tenho que centralizar as minhas coisas num sítio decente.
    Só para te dizer que não desistas de blogar ou fazer coisa similar. Faz-te bem e gosto de te ler.

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  3. Obg Luís! é um prazer também ler-te de vez em quando, não descures o "spam"...bj.

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