terça-feira, 29 de maio de 2018

Essencial: MENTE (sã)…

A mente que nos mente
    “A mente é uma força poderosa. Ela pode escravizar ou fortalecer-nos. Ela pode mergulhar nas profundezas da miséria ou levar-nos ao êxtase. Há que saber usar o seu poder com sabedoria. Quando filtrarmos somente os pensamentos positivos, a nossa vida começará a mudar”.
       “A questão não é o que os olhos veem, mas o que a mente percebe.”
     “A mente, como a matemática, não mente. Mente quem fizer mau uso de uma ou de outra. Da mesma forma que tanta gente exercita o corpo para ficar bonito ou elegante, por que não exercitar a mente?”
      "Metade dos nossos erros na vida vem do facto de que sentimos quando deveríamos pensar, e pensamos quando deveríamos sentir."


… e finalMENTE consigo vir aqui mandar uns bitaites, e fazer-vos pensar, como eu, se quiserem (claro). Tanto há para falar sobre a nossa mente tão complicada. E será que a dos homens é menos complexa que a das mulheres? É que há uns a queixar-se “a mulher diz sim quando quer dizer não, e não quando quer dizer sim, não sabemos como lidar com elas…”
E se a mente (nos) mente muitas vezes é porque não a usamos devidamente. E se não é bem usada, é por isso que anda tudo destrambelhado. Neste mundo chato em que cada um quer ser dono da verdade à sua maneira, é curioso observar a variedade de mentes (ou dementes?) que por aí há: muitas doentes; umas curiosas, outras bondosas; outras perigosas ou perversas, maquiavélicas, e… como destrinçá-las, para podermos acautelar-nos? Como ajudar pessoas que vivem com uma mente atormentada uma vida inteira, sonhando ter paz algum dia…?
A nossa mente vê a vida da forma como foi formatada, pela sociedade em que nascemos, pelos nossos criadores, traumas, experiências boas e outras menos boas, medos que passamos, e tendências biológicas e culturais. Cada mente interpreta os acontecimentos através de uma lente específica. Cada uma é diferente e única. Ninguém nunca vai conseguir ter a mesma experiência de vida que nós temos, nem nunca vamos conseguir transmiti-la em palavras. 
Cada pessoa é especial e ÚNICA no universo! Cada um de nós tem a SUA história.
E um dos maiores problemas nas relações humanas está em querer que os outros se submetam às nossas visões idiossincráticas, sigam os nossos preceitos, compartilhem os nossos valores e crenças, e se curvem diante dos nossos desejos. Inclusivamente, acho que a maioria de nós ouve o outro não com o intuito de compreender, mas apenas com a intenção de retrucar.
Por que há pessoas com vidas difíceis, relações complexas e infelizes? Onde quer que vão só encontram problemas, e nunca soluções. Sempre têm o “azar” de encontrar pessoas completamente diferentes, e “todos” são maus… Ignoram que as generalizações que fazem convergem num único ponto: elas próprias! Pessoas cuja mente foi formatada de uma forma inadequada, com problemas, visões distorcidas ou algum “bug”...?

E é por isso que a mente nos mente. Constantemente ela nos oferece a sua própria realidade, baseada nos seus enganos e erros. E assim vivemos ‘de olhos vendados’, incapazes de experimentar a realidade como ela é verdadeiramente.
Todos procuram erradicar o mal fora, no mundo exterior, quando o mal está dentro de cada um de nós. O mal é a mente distorcida e descontrolada, desta forma roubando-nos a paz interior e a felicidade.
E em troca, dá-nos apenas sofrimento quando mal usada.

O que acontece quando alguém faz algo errado ou contra a lei? A punição é ir para a solitária, ou seja, o pior castigo que o ser humano conseguiu conceber para punir uma pessoa é deixá-la sozinha com ela mesma, acompanhada apenas da sua própria mente!

O ser humano quer dominar as entranhas do imenso universo e a intimidade do pequeno átomo, mas comete um grave erro ao não explorar o mais importante de todos os espaços: a sua própria mente! Para poder compreender, finalmente, porque é que, no auge da indústria do lazer, nunca fomos tão tristes; no apogeu da psicologia, nunca fomos tão stressados e deprimidos; na era da informação, nunca formámos tantos repetidores de dados… Para descobrir, com grande surpresa, algumas armadilhas na sua engrenagem mental que conspiram contra a sua liberdade de escolha; para perceber que faz guerras porque facilmente constrói inimigos na sua mente; sofre pelo futuro porque não tem no presente um caso de amor com a sua própria existência… Verá que traumas não são sentenças de morte, que crises são oportunidades, lágrimas são nutrientes para novos capítulos… E, acima de tudo, perceberá que o tempo da escravatura não terminou nas sociedades democráticas. Nesse dia, talvez perceba que o ser humano só é verdadeiramente livre no teatro social se primeiramente o for no teatro psíquico…”

(in “Armadilhas da Mente”).

2 comentários:

  1. Quanto à introdução sem comentários.
    Acerca do que o homem pensa da mulher, é um facto que a mulher é em si uma equação complexa de sentimentos, onde o resulta muitas vezes não provém da mente inteligente, mas das emoções ou sentimentos que afrouxam a razão ou o resultado que a mente tenta ditar.
    É verdade que todo o processo de socialização condiciona a mente e em consequência ela própria se desmente a si mesma para melhor agradar e assim mente a quem devia demonstrar que um não é tão valorizado quanto um sim ou talvez.
    Sim, sou único tão único quanto a minha mente e não te minto se te disser que quanto maior a liberdade e o desapego da matéria mais real é tudo que da mente advém para assim estar tão perto da realidade quanto me for permitido.
    Creio que a tua mente não te deixou mentir, quando dizes que a mente vê com maior facilidade o exterior do que o interior de cada um um de nós... mas quanto mais próximo estivermos do nosso “eu” mais felizes somos porque a mente entende muito melhor a realidade sem mentir à mente de si mesmo.
    Não considero um castigo quando se está só e com a nossa mente, é quase a sublimação do indivíduo onde se encontra consigo mesmo e se eleva a ele próprio ao cimo para a si se ver e não ser visto do exterior para que outras mentes possam mentir acerca do que vai na sua mente.
    ...
    Em conclusão, a tua mente actua mais do que mente!
    Gostei do tema e da abordagem.
    Foi bonito ler-te!
    Bjs

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  2. “...onde o resulta muitas vezes...” deve ler-se : ...onde o resultado muitas vezes...

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