quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Ano Novo Vida Nova

Será? 
Sempre que começa um novo ano, acreditamos que assim seja, ou teremos que fazer por isso. Contudo, “pelo andar da carruagem” talvez como em Espanha… será mais um ano de con-su-mismo: cada um de nós vai continuar con su mismo salário (quem tiver trabalho, claro, e que saiba preservá-lo), su mismo carro, su mismo vestuário, su mismo TUDO porque não nos dão hipóteses para mais… Portanto, provavelmente vai continuar tudo igual, sem novidade, neste mundo desigual onde uns conseguem ficar cada vez mais ricos e outros na miséria, às vezes mais mental do que outra coisa (é verdade)…

Mas falemos de coisas mais engraçadas… por exemplo: PALAVRAS.
Adoro brincar com as palavras, por isso cheguei a ficar viciada em jogar scrabble, ai que saudade, adorava inventar termos novos e estranhos, só para completar o jogo e fazer pontuação, e ríamos muito com isso… e também gostava de fazer as palavras cruzadas dos jornais ou revistas.

Além do facto de ter morado alguns anos no Brazil e aprendido muitos termos novos, diferentes dos nossos, que depressa assimilei e ainda gosto de relembrar quando assisto à novela da tarde, reparo que também neste país tão pequenino há "dialetos" que diferem de um lugar para o outro, e só me apercebo de que estou a falar "estrangeiro" quando me dizem "isso diz-se no norte, aqui não"... chego ao ponto de já nem saber onde se diz o quê.

Entre o norte e o sul, alguns exemplos:

Aloquete/cadeado - cruzeta/cabide - sertã/frigideira - cimbalino/bica - pingo/garoto - fino/imperial - molete/carcaça? - picheleiro/canalizador - carcela/braguilha - sapatilha/ténis - ferrar/morder - morcão/totó - trolha/...? - 3 menos 10 (horas)/10 para as três...zangado/marafado...etc...

E aquelas do por/colocar/botar? estas até têm graça, há quem ache que colocar é um termo mais fino; botar, meter ou por é coisa mais reles. Ficaria mais chique começar a dizer colocar a mesa, a galinha colocou o ovo, vamos ver o colocar do sol... LOL (Laughing Out Loud - para quem ainda não sabe, já agora)!

Eu boto! (também pode ser o verbo "votar" no norte, carago)
Boto sal na sopa, boto açúcar no chá. Boto a roupa para lavar. Boto o telemóvel a carregar. 
Sim, do verbo botar.


E já agora, apreciem: http://souportista.com/pronuncia-do-norte-e-o-mais-proximo-do-portugues-original/

100 mais palavras, de novo quero desejar-vos um FELIZ ANO com muito Humor e Amor, além de saúde (claro) - o essencial da vida – e, de preferência, sem termos que usar burka...

Será que ainda vamos chegar a 2028, ainda existirá o Facebokas e poderemos organizar um vaivém entre a Terra e Vénus (deusa do Erotismo, do Amor e da Beleza) …? 
E depois quero ir de Vénus aMar-te… logo veremos…


quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Mais EU e... FELIZ 2016!


Talvez este seja o último texto do ano, e quero dizer que estou orgulhosa de mim mesma, por ter iniciado um projeto que me tem dado prazer. Com este, serão 31 textos que descreveram mais ou menos o meu sentir durante 2015. Espero continuar inspirada, a agradar-me e a agradar-vos com as minhas palavras.
Ainda há N coisas que muita gente não saberá sobre mim:
- Gosto de ser loira, e o ruivo também me fica bem (o cabelo escureceu ao longo dos anos, mas insisto em ter a cor dourada, agora mais para o platinado)
- Fui casada duas vezes
- Não tive a dádiva de gerar filhos, mas o instinto maternal também não me atormentou
- Já vivi no continente africano e passeei pelo americano; agora parei no europeu

- Entre os 18-21 anos morei no (ex) estádio das Antas (não é para qualquer um...)
- Já tive os meus minutinhos de fama na TVI numa noite de São João - junho 2011 - a comer sardinhas nas Fontainhas, o lugar onde nasci (nunca imaginei que tanta gente me veria, a nível nacional)
- Já fui totó muitas vezes (mas… vivendo e aprendendo)
- Sou muito sonhadora, e ao mesmo tempo aceito bem a realidade (que remédio, pela minha sanidade mental)
- Sou boa observadora (naquilo que me interessa)
- Desligada (do que não interessa)
- Refilona
- Impulsiva
- Tanto sou persistente como desisto fácil, depende!
- Romântica inveterada
- Apaixonada pelo mar e sol
- Gosto que cuidem de mim e me dêem mimos
- Sou um pouco “fria” e distante com certas pessoas
- Derreto-me facilmente, também (para quem merece)
- Adoro gente de (sor)riso fácil e sincero
- As cores vivas atraem-me: lilases, laranjas, vermelhos, e também a cor preta… difícil dizer a preferida
- Já fui introvertida; hoje em dia tento ser mais comunicativa, e até virei palhaça…
- Nunca liguei a animais antes, agora adoro gatos (dos outros)
- Já fui uma vez de bicicleta do Porto a Miramar, outra vez até Leça
- Adoro fazer longas caminhadas, mesmo que não haja companhia
- Gosto de poder dançar até de manhã e ver o dia nascer (uma vez ou outra)
- Adoro sentar na areia ou numa esplanada a ver o por do sol
- Felizmente não tenho a mania das limpezas, o pó não me incomoda
- Calço 40/41 mas… “sapato não”
- Adoraria andar descalça, ou de havaianas, o ano inteiro
- Não gosto dos meus dedos dos pés, são um bocado grandes (já gostei menos)
- Gosto de comida japonesa
- Não me importava de ser sempre vegetariana / crudivorista, mas fica difícil…
- Gosto de fígado
- Gosto de vinho rosé e tinto
- Evito as bebidas com gás, mas um espumante vai sempre bem...
- Preciso de adrenalina/paixão (por algo ou alguém) para viver “feliz”

- Não me dou com gente destrambelhada, ou que convive comigo e nunca me conhece; gosto de ter orgulho nas pessoas que me rodeiam, ou que amo, se começo a revirar os olhos muitas vezes, é mau sinal...

- Não sou a sapiência em pessoa, mas desconfio de alguém que escreva mal, por ex: ler "pessas" em vez de peças ou "voçê" com cedilha ou "colonar" em vez de clonar... quero fugir... há que ter o mínimo de instrução para comunicar nas redes sociais, por favor!

- Adoro dormir
- Um dia alguém me leu as mãos, e tenho alma de artista! (na escrita? quem sabe)
- Há um hobby que ainda não explorei: a fotografia!
- Já tirei bué de fotos lindas de mim mesma, em poses que nem eu me reconheço!
- Já fui possessiva e ciumenta (com as minhas coisas e as minhas pessoas), agora menos… sou mais EU!
- Parece que tenho adquirido maturidade emocional, segundo alguns artigos que li 

- Fujo de gente anormal, hipócrita, sem escrúpulos
- Dizem que (ainda) parto corações por aí… sei lá!

(Lista incompleta, e a completar ao longo do tempo)
FELIZ ANO NOVO

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

SobreVOANDO...


É raro viajar, mas quando é para ser de avião quase na hora da partida é sempre uma sensação de aventura/medo, por mais que a viagem seja curta e o avião seja considerado um dos meios de transporte mais seguros do mundo. 
Melhor nem pensar em nada, abstrair-se de qualquer pensamento ruim (eventualmente derivado de notícias recentes) e desfrutar do voo. Pensar como o homem é capaz de grandes feitos e como é bom estar em tão pouco tempo no lugar de destino.

Olho para os outros passageiros, e imagino se pensarão o mesmo que eu. Uns fecham os olhos e tentam dormir, talvez tenham tomado algum drunfo para relaxar durante a viagem, outras agarram-se ao telemóvel que deve ser logo desligado, mas ainda estão com as últimas despedidas… casais vão de mãos dadas e aos beijinhos, aproveitam para namorar e afastam o stress… depois vêm as ou os assistentes de bordo distrair-nos com as medidas de segurança, como devem ser colocadas as máscaras em caso de falta de ar, quais as portas por onde devemos atirar-nos se acontecer algum acidente, além de nos aconselharem a ler as instruções na nossa frente… E vale a pena? Quase ninguém liga, seja o que Deus quiser, e vamos lá…

Quando o aparelho levanta voo é um instante, logo a seguir acendem-se as luzes e já vamos mais calmos, nuvens adentro, às vezes ainda se assiste a um belo por de sol…

Viajar de avião não é para qualquer um(a), muito menos para quem sofre de claustrofobia. Pensar que vamos fechados naquela coisa pesadíssima a planar, com tantas vidas lá dentro. Porém, é uma sensação indescritível ir junto à janela e olhar para baixo, ver todas as luzinhas da grande cidade, identificar aqui e ali um lugar conhecido ou, quando mais alto, ver as de outros lugarejos minúsculos onde alguém estará morando, longe de tudo e de todos.

Nunca me esqueço, em 2009, eu tinha viagem marcada para voltar a Portugal, poucos dias depois daquele terrível desastre do voo Air France 447 que caiu a meio do oceano entre o Rio de Janeiro e Paris, inexplicavelmente… até decidi adiar a minha viagem, a fim de recuperar o ânimo.

Quando o aparelho aterra, é outra sensação de aperto no estômago, não vá o avião entrar pelo aeroporto ou terra adentro. Nenhum destes pensamentos ocorrerá para quem vive a voar. Imagino que essas pessoas vivem entre o céu e a terra, e nada lhes assusta.

Agora fez-me lembrar do livro “Fernão Capelo Gaivota” que conta a história de uma gaivota que não quer apenas voar, mas quer melhorar no voo a cada dia, e para isso precisa de enfrentar muitos desafios. Os seus lemas são “Nunca desista” e “Nem o céu é o limite”.

Assim como na ficção do livro, na vida real também encontramos pessoas que acreditam nos próprios sonhos e buscam o que querem, mesmo quando tudo parece conspirar contra isso.


— Vê mais longe quem voa mais alto!

https://www.youtube.com/watch?v=WKi6kQbsD0g

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

O que é o Amor...


Ontem lia no jornal que o tema mais procurado em 2015 pelos Portugueses foi “O que é o Amor?” na pesquisa do Google - http://www.jn.pt/PaginaInicial/Tecnologia/Interior.aspx?content_id=4932335

Afinal não sou só eu a embirrar com este tema. Quando penso que sou (a)normal, afinal há mais de meio mundo a pensar igual a mim. Porém, confesso que nunca fiz essa pergunta ao Dr. Google, ou nem me lembrei. Elementar, meu caro Google: cada um sabe de si, e do seu amor! 
Há uns que gostam assim, outros assado, com mais ou menos molho, e quem não gosta deixa no prato.

Não quero falar aqui do amor entre membros da família, esse acredito que exista ‘bem lá no fundo’ apesar de todas as desavenças e clivagens emocionais. Quero falar do amor homem/mulher ou agora mulher/mulher e homem/homem. Sim, porque atualmente é tudo tão (a)normal que até se torna ‘intimidativo’… Ainda hoje uma senhora amiga (estrangeira) contava-me sobre a azáfama natalícia e falava do filho cujo namorado vinha de Itália passar cá estes dias. Dei comigo a pensar: se calhar enganou-se, devia querer dizer ‘namorada’… mas depois refleti “ué, qual o problema, é normal!”…

Importante é não confundir amor com paixão. Quando ouvimos falar em amor à primeira vista, talvez a expressão “paixão (ou atração) à primeira vista” fosse mais sensata. Atração por algo que a pessoa nos transmitiu, no olhar, no toque, na maneira de ser ou de falar, na personalidade… 
O AMOR é algo mais amadurecido, e leva tempo! Muitas vezes pode começar com uma simples amizade, sem segundas intenções. Com o passar do tempo, os dois (ou as duas) descobrem que se amam e que não podem viver um sem o outro. Neste caso, o amor foi surgindo aos poucos. Ambos ou ambas tiveram tempo de se conhecer, ver as boas e más características que cada um(a) possuía. Quando resolveram namorar já sabiam que poderiam enfrentar juntos os bons e maus momentos da vida.
Claro que há também o contrário: com o tempo descobre-se as diferenças, a falta de cumplicidade, cada um(a) pensando de forma diferente, e aí não dá, poderá tornar-se (ou voltar a ser) uma boa amizade, se assim quiserem. 
E por que tem que ser sempre pelo sexo oposto? (faz sentido).

Tanto se pode fazer por amor e em nome dele. Pode haver amor de uma vida inteira, de uma noite apenas... inexplicavelmente tudo pode acontecer, sem nada planeado. Pode haver amor com ou sem sexo… afinal amor pode ser TUDO, em especial para uma pessoa romântica.
Há quem chame logo amor a quem mal conhece, outros têm dificuldade ou nunca pronunciam tal palavra, acham que isso é coisa de filmes…e assim vamos vivendo com mais ou menos amor sentido… seja lá de que forma for esse AMOR, é um sentimento muito bom, com certeza, e sem ele ninguém consegue viver, com ou sem palavras. Pode até ser invocado em vão e tornar-se perigoso, quando alguém diz que maltratou ou matou por amor; pode-se também abandonar por amor… http://www.vagalume.com.br/rui-veloso/nao-invoquem-o-amor-em-vao.html

Resumindo: Parece que o amor é também complicado, além de inexplicável. Com ou sem amor, a maior riqueza desta vida [para além do privilégio de ter saúde] é fazer boas amizades.

O romantismo do amor parece estar fora de moda, o amor verdadeiro foi banalizado, diminuído a vários tipos de experiências vividas pelas pessoas as quais se referem a estas utilizando a palavra amor. Noites descompromissadas de sexo são chamadas “fazer amor”. Não existem mais responsabilidades de se amar, a palavra amor é usada mesmo quando as pessoas não sabem direito o seu real significado.” (citando Zygmunt Bauman)

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Não há famílias perfeitas

Apesar de haver quem queira dar a impressão de ter uma família perfeita "é tanga". Todas têm os seus quiproquós, é evidente, uns mais outros menos graves. Mas com amor e perseverança, tudo se resolve e a vida continua. Há umas que demonstram claramente o sentimento que existe entre todos os seus membros, há abraços, sorrisos, muita cumplicidade... e há também aquelas que querem aparentar ser o que não são, ostentam uma fachada, mas cada um sabe o que vai dentro da sua casa, ou não vai...

Falando da minha, está mesmo longe de ser perfeita. Segundo alguns estudiosos, ou mesmo a teoria espírita, não é à toa que nascemos num determinado núcleo familiar. Antes de nascer, escolhemos a encarnação, ou seja, a família na qual iremos nascer de acordo com o que temos que aprender nesta vida. Sem entrar no assunto da reencarnação (na qual pouca gente acredita), acredito sim que nascemos cercados por um grupo de pessoas que nos recebe, bem ou mal, para nos ensinarem alguma coisa e também aprenderem connosco... E eu ainda ando a tentar perceber por que escolhi esta que tenho. A verdade é que tenho aprendido muito, e sinto que aos poucos vou evoluindo e me tornando a pessoa que devo ser. 

Já foi o tempo em que me entristecia com o afastamento emocional que existe entre nós, ao ponto de uma mãe com quatro filhos sentir solidão (isso não é normal, digo eu...) mas agora relevo... esse distanciamento fez-me ficar mais próxima de certas amizades que são como família. Talvez faça parte do carma de cada um ou de cada família. Mal conheci meus avós, mal convivi com qualquer familiar incl. a madrinha que me deu um nome do qual nunca gostei. A partir de certa idade adotei o diminutivo "Lina" e assim já gosto mais. Mudaria o meu nome na boa, se fosse fácil ou permitido...

Sinceramente, mesmo assim, agradeço ao universo, ou talvez a mim mesma, por ter nascido na família que nasci, pois aprendo muito e cada dia mais com eles (mesmo distantes), dentro e fora de mim. O que ensino a eles? Bem, isso só eles poderão dizer.

Chegou dezembro, começou o clima de natal, lá vem a apologia da família bla-bla-bla, mas esta quadra festiva deixou de ter sentido para tanta gente porque, durante o ano, onde está esse espírito bondoso e natalício? E depois chega o dia 24/25 (e depois ainda o dia 31) e é só reunir todos e mais algum à volta da mesa e "enfardar" para nos dias seguintes andar a chás ou tomar guronsan...

O Natal está bom para as crianças, com a sua alegria e ingenuidade, mas o consumismo desenfreado é algo assustador. Neste período natalício, somos massacrados com publicidade constante para comprar, comprar, comprar. Hoje as crianças não se contentam apenas com um presente pedido ao Pai Natal, mas fazem listas de brinquedos enormes e ficam frustradas quando não os recebem. E é justamente nesta época que vemos as grandes diferenças entre as famílias, umas não têm sequer o que comer, outras esbanjam-se em coisas supérfluas. Mundo desequilibrado este. E os pais deviam ensinar-lhes que é importante partilhar e preocupar-se com o próximo, os outros meninos e meninas que nada têm... Através de uma criança que aprende os valores da vida (tanto em falta ultimamente) poderemos vislumbrar o início de um mundo melhor.

Para Osho - um místico / líder espiritual que gosto de ler - a família está obsoleta e é a causa raiz de milhões de males, que vão passando de uma geração para outra. Os filhos recebem dos pais como herança desejos insatisfeitos, frustrações, ambições incompletas... 

No ocidente, de acordo com estatísticas, um terço dos casamentos acaba em divórcio com todas as horríveis batalhas legais sobre os filhos e sobre os bens. A maioria de todos os assassinatos e crimes violentos do mundo acontece dentro de casa, entre os membros da família... Hoje em dia há filhos que se ausentam, vão para longe procurar oportunidades de emprego e de vida; pais que tentam fazer o mesmo, em qualquer idade. Famílias desfeitas. Quem sabe, a data natalícia tem isso de bom: reunir todos novamente e matar a saudade uns dos outros. 

Há poucos dias soube que uma boa amiga vai em breve para a Austrália tentar um emprego, deixando aqui os 3 filhos, a quem ela pretende dar um futuro "risonho". Que a sorte esteja com ela e tenha sucesso, tão longe!

Minha árvore de Natal 2015

 Boas Festas para vocês!