sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Efemeridade

As estrelas que voltaram ao céu:

CAMILO DE OLIVEIRA / NICOLAU BREYNER / JOSÉ BOAVIDA
FIDEL CASTRO / MUHAMMAD ALI / JOHAN CRUYFF
prince / LEONARD COHEN / DAVID BOWIE / GEORGE MICHAEL / RICK PARFITT 
(entre outros, mais ou menos conhecidos)

O ano de 2016 termina assim com tantas perdas, de gente que contribuiu de alguma forma para melhorar o nosso mundo, (des)agradando mais a uns do que a outros, e cada morte faz-nos pensar e ter mais consciência do pouco que dura a vida…um bom motivo para pensar duas vezes antes de andarmos aqui com vidas tensas, desavenças e outras tristezas… (e observo de repente na lista acima: todos homens!)
Porém, é tão difícil conviver com certas pessoas, complicadas a nível emocional, diria eu. Desde que me conheço como gente com cabecinha pensadora, dou comigo a revirar os olhos muitas vezes, com a paciência a diminuir e apreciando cada vez mais o silêncio ou a minha sozinhez.
Reparo com tristeza e apreensão que tenho convivido com pessoas deprimidas que vivem no passado e/ou ansiosas que querem apressar o futuro, e a quem é 'impossível' dar a volta… Chego à conclusão de que cada um tem que ajudar-se sozinho, ou procurar ajuda por iniciativa própria, pois ninguém pode ajudar ninguém.
Foi apenas um aparte. Queria era entender por que dura tão pouco a vida, talvez pelo facto de ser algo tão belo e perfeito que tem uma grande fragilidade, daí a sua efemeridade? O ditado popular “A vida são dois dias” tem muito de verdadeiro, pois a nossa passagem por este planeta é controlada pelo tempo, que age implacavelmente.
Como ladrão, sem avisar, a morte chega. Sempre naquela hora em que menos esperamos. Não há rico, pobre, inteligente, famoso, influente, político, empresário, trabalhador, mendigo, que consiga escapar desse encontro. Mais cedo ou mais tarde ela virá, alguns de nós vivendo muito ou pouco, seja de causas naturais, sem culpa ou intencionalmente; há quem escolha a hora de partir, movido/a irracionalmente pela depressão, deceção, desilusão, sem a felicidade que o dinheiro não comprou. Há pessoas que estão cheias de dinheiro mas vazias de felicidade, que é a essência que move as nossas vidas. Quem vive esperando o futuro para ser feliz, perde a felicidade de cada momento da vida e do presente, preso às amarguras do passado e impedindo a felicidade do amanhã.
Não deixemos que os traumas do passado nos impeçam de agarrar as novas oportunidades de ser feliz que a vida nos dá. Esse é o grande mistério da vida: a capacidade de recomeçar, de recompor-se, e seguir adiante após cada deceção. O melhor mesmo é fazer agora, é começar agora, ou mesmo recomeçar, pois deixar para amanhã não tem garantia nenhuma. A vida bem vivida não é aquela orientada pela aparência, dinheiro, aquisições, status social ou nível intelectual, e sim pela busca da paz interior nos pequenos detalhes.
Por isso, vamos viver tudo o que há para viver. Deixemos marcas. Desta vida nada podemos levar, mas poderemos deixar. Então deixemos sementes, sejam elas de alegria, paz, amor, carinho ou dedicação. Deixemos boas histórias para os descendentes (quem os tiver), parentes e amigos contarem sorrindo aos outros, a nosso respeito.
Nunca deixemos de amar, aproveitar cada momento como se fosse o último, deixar boas impressões, apertar a mão do próximo, abraçar, brincar como as crianças, e sorrir, sorrir muito mesmo. Desapeguemo-nos de tudo o que possa enegrecer o nosso coração e tornar a vida mais pesada do que ela já é. Melhor esquecer o que já não importa. Há muitas vidas vazias, por viverem a relembrar o que deveriam esquecer e esquecerem o que deveriam relembrar.
Se nos foi concedida a dádiva de viver, embora limitados pelo tempo, então vivamos o melhor possível com os que nos cercam, pois estes ajudam a construir a história da nossa vida, de maneira a que essa dádiva seja vivida feliz e inesquecivelmente...

2016 foi um ano útil. Fez-nos questionar o sentido da vida. Que 2017 se torne no ano que todos desejamos, e que a sorte nos acompanhe sempre também! Bom Ano Novo  ;)

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Esperançar

Este será meu último blogue de 2016. Vou estar ausente algum tempo. 
Tempo de parar e refletir… Um novo ano nos espera e com ele a esperança de dias melhores, as expectativas são sempre muitas... e será que realmente fizemos tudo o que queríamos ter feito? Talvez o ano novo não seja realmente o virar de uma data, um mês ou um dia, mas sim um espelho de quem fomos e como crescemos como pessoa…
Contrariando as frases (feitas) lindas de natal, plagio um texto que li no facebook, de uma amiga. Por que alguns de nós cada vez gostamos menos deste mês, o do natal. É uma confusão enorme e parece que as pessoas andam, ou correm, à toa, na ganância do consumo, ainda mais do que nos outros meses. É também um mês frio, em que a falta de calor – humano e físico – mais se faz notar.
 “Ah não sei o que dar a esta ou aquela pessoa que TEM tudo... ah, o ano passado a prenda dela foi um nojo e este ano vou ao chinoca e vingo-me!...ah, o MEU orçamento-tão-bem-medido vai estoirar... ah, aquela pechincha na loja é MINHA, não é sua, ponha-se na fila seu filho da p**t*!”

…E todos os anos é assim. Noções erradas de solidariedade; falta de abraços com sentimento verdadeiro; família unida e feliz, coisa cada vez mais rara… Já só resta essa correria desenfreada e sem sentido ao consumo: os senhores do mundo, do poder e da massa agradecem. Para eles, é NATAL… para muitos de nós, é FATAL!
Sem falar do que vemos na TV todos os dias, e aquela notícia de jornal, ainda a semana passada “Dez mil polícias e metralhadoras para evitar crimes no natal”… que natal é esse? (deprimente)...

Ainda assim, façamos o favor de ser felizes! Vamos esperançar, em vez de esperar. 

Esperançar é almejar, sonhar, buscar, definir o que se quer e como o irá alcançar, agir, ou seja, é diferente de esperar passivamente. Então esperançar passa a ser uma força que nos torna resilientes. (O problema é que muitos esperam, sempre reclamando da vida, de que adianta isso?)

Em dezembro acalentamos a esperança na primavera de um novo ano que chegará em breve, e no desaparecimento da FOME NO MUNDO.
(há que saber encontrar alguns resquícios de lucidez no meio deste caos)


E, levando a vida a rir, vou contar-vos: um amigo meu, depois de ler o meu texto sobre o “sonho milionário” – a cooperativa da felicidade – não lhe agradou muito a ideia. Tinha uma proposta bem melhor: uma “república” só para homens (que as mulheres só chateiam), com enfermeiras que agora nesta época andariam para lá e para cá a cuidar (bem) deles em roupinha de natal, aquela saia bem curtinha, um decote generoso, sem faltar o gorrinho… esse seria pois o lugar ideal para os filhos enviarem os cotas de quem já só esperam as heranças. Em pouco tempo eventualmente dar-lhes-ia o badagaio, e pronto, morreriam felizes. 
Acho então que deveria mudar-se o nome para “República Morra Feliz” (num aguento!) ahahah 😍😜

Posso demorar a voltar aqui, mas voltarei sempre. É preciso às vezes ficar fora desde silêncio cor-de-rosa, pois lá fora há vida azul celeste, ou azul-marinho... às vezes pálido e às vezes quase transparente...https://www.vagalume.com.br/paula-fernandes/pra-quem-sabe-sonhar.html
Feliz 2017!🌞🌟⭐♬♫♪



Viver é uma sorte!

Ela... e o mar...
Nasceu à beira-rio e sempre viveu à beira-mar. 
Agora, morando de novo a uns 100m da praia daquela cidade onde já está há 2 anos, não sendo de longe nem de perto a mais perfeita do mundo ou do país, sente-se em casa. Depois do trabalho, já de noite no horário de inverno, é só atravessar a rua e faz caminhadas pela avenida sobre o mar. Se fosse verão, fá-lo-ia pelo passadiço junto à areia, ou de bicicleta. Sempre há mais opções com o tempo quente e os dias mais longos. 
Em tempo de frio até parece um lugar fantasma, em comparação com os meses agitados de verão. Vê-se pouca gente pela rua e a maioria das lojas, restaurantes e cafés está fechada. Nos prédios enormes praticamente todos os apartamentos estão fechados, nota-se um ou outro à média luz, podendo-se apreciar de fora o requinte da decoração interior, ou outro que está alegremente enfeitado com luzes de natal… 
ela fica imaginando se haverá pessoas felizes a viver naquele lugar tão calmo durante meses, e que podem vir simplesmente à varanda e apreciar aquele mar fabuloso... ou será que também se queixam da vida ou de terem nascido?

Em noites de lua cheia sente-se atraída por aquela luz cor de prata a incidir no mar, e por aquele marulhar, dando até vontade de dar um mergulho em plena noite; será bem capaz disso um dia (ou melhor, uma noite), por que não? Num mundo que está virando um grande hospício, em que a maioria das pessoas deixa de ser elas próprias para satisfazer a sociedade, e vão usando máscaras fingindo que são sadias, que mal haverá em dar um mergulhito quando já está escuro ou à luz da lua?...https://www.youtube.com/watch?v=T1bD5Qtr2Aw

Ela pouco mais ambiciona além de VIVER simplesmente, com saúde, morando num lugar agradável e confortável e com tempo para fazer o que gosta. Mesmo que ali não seja fácil fazer novas (e boas) amizades, vive bem com ela própria.

As pessoas ambiciosas estão sempre com pressa, correndo, indo em direção a algo que sentem vagamente que está lá adiante, mas que nunca encontrarão. A sua vida está sempre no amanhã – e o amanhã nunca vem! Tal como o horizonte, que não existe, somente aparenta existir…podendo até tornar-se pessoas agressivas e violentas, e fatalmente serão loucas…
 
A pessoa não-ambiciosa vive aqui e agora, e ficar aqui e agora é ser são. Estar totalmente neste momento é ser são. Sanidade significa um estado de paz, harmonia, alegria, bem-aventurança e bênção. A pessoa não-ambiciosa é pacífica, amorosa, compassiva.

Vai assim caminhando pelas ruas quase desertas com tantos pensamentos afluindo ao seu espírito. Sente-se uma louca saudável e equilibrada, e feliz, por que não? Perdeu tanto tempo sem saber quem era…mas nunca é tarde para encontrar-se, para aprender a pensar pela sua própria cabeça, fugindo de realidades distorcidas que desde sempre lhe foram incutidas, e a viver nunca lhe ensinaram!

Sem ambicionar grandes coisas, há porém algo que faria, se lhe saísse o Euromilhões (de que outro jeito poderia ser?): mandava construir uma "cooperativa da felicidade" (até já lhe deu um nome!). Um lugar tranquilo, pode ser na serra, a poucos km do mar, com casinhas confortáveis e bem equipadas, para aquelas pessoas no outono da vida, quando os filhos ou netos já não se interessam ou não têm tempo para elas...E quem não tivesse filhos, viveria ali o resto dos seus dias (meses ou anos) rodeado/a dos seus amigos de uma vida inteira, ou novos amigos que fariam... viveriam no meio da natureza, podia haver também uma piscina, um ginásio, ou terreno para cultivarem os seus alimentos preferidos, espaço para atividades artísticas, outro para brincarem e rirem juntos, por que não voltar a ser criança? Um espaço para esquecer os problemas de uma vida que bem ou mal viveram, para desapegar-se do que já não interessa, e agora é que importa, viver finalmente para si e sem solidão...
Sonhar é bom, desde que se acredite que nada é impossível!

Nascer na família 'perfeita'...ou seja, para vir ao mundo é preciso sorte. Porém, com tino há que saber persegui-la, ajudando muito o pensamento positivo e não deixar-se influenciar pelas más ondas. E quando as coisas não forem bem, ou à nossa maneira, há que dar a volta… afinal, até para nascer, todos tivemos que dar a volta!

(em época natalícia, só mensagens positivas) 💗

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Viver vs Existir

Tenho estado ausente aqui, será que alguém notou?… lá ando eu com o casulo às costas, espero em breve assentar e escrever com mais assiduidade.
Enquanto isso, vou observando a vida à volta, a cara das pessoas, com ou sem sorriso, e me pergunto: será que vivem, ou apenas existem?
Viver é ser. Existir é estar
Viver é construir a própria vida
Existir é passar pela vida
Viver é errar, para conhecer-se, e evoluir
Existir é acomodar-se
(…)
Na verdade, o ideal será vivermos, pois foi para isso que nascemos. Porém, não podemos negar que, para viver, é preciso existir!

E assim continuo vivendo, do jeito que escolhi, rodeada de gente marada (às vezes até há gente atinada, vá lá), e hoje apetece-me uma rapidinha, ou seja, escrever algo que li uma vez e fez-me rir, pois deve acontecer o mesmo com a maioria de nós; é sobre a PDI (porra da idade, para não dizer uma asneira duas vezes):

Já aconteceu de você, ao olhar para uma pessoa da mesma idade, pensar: “eu não sou assim tão velho/a!” ?
Veja o que contou uma amiga de alguém:
Estava sentada na sala de espera para a consulta com um novo dentista, quando observei o seu diploma na parede.
Li o seu nome e recordei de um moreno alto que tinha esse mesmo nome. Era da minha classe do colegial, uns 30 anos atrás, e eu me perguntei:
"Seria o mesmo rapaz por quem eu me tinha apaixonado na época?"
Entrei na sala de atendimento e, imediatamente, afastei esse pensamento.
Esse homem grisalho, quase calvo, gordo, enrugado, era demasiadamente velho e desgastado para ter sido o meu amor secreto.
Depois de ter examinado os meus dentes, perguntei se ele tinha estudado no Colégio Santa Cecília...
- Sim, respondeu-me.
- Quando se formou? perguntei.
- Em 1989. Por que faz essa pergunta?
- É que...bem...você era da minha classe, exclamei.
E então aquele velho horrível, cretino, careca, barrigudo, flácido, lazarento, esclerosado, filho da puta me perguntou:
- A senhora era professora de quê?
 

(kakakakakaka ooops falei asneira)

Bom feriado ou fim de semana prolongado. Não se esqueçam de viver e ser felizes!

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Voltar ou não...

Li esta notícia “Há cada vez mais gente a (re)casar com os ex” e penso logo em blogar!
Lembrei-me logo do que alguém me dizia um dia no Brasil sobre isso “voltar para ex-marido é como desenterrar defunto”… Porém, por que não? https://www.youtube.com/watch?v=BfpldkuXLso

Há várias teorias, e houve diversos comentários acerca dessa notícia, alguns hilariantes e provocadores. Penso para mim que trocar de marido ou mulher é trocar de defeito. No entanto, como o ser humano é eternamente insatisfeito, gosta de andar a experimentar nem que se arrependa depois, mas é assim.
https://www.vagalume.com.br/antonio-variacoes/estou-alem.html  
Pode ter sido uma relação imatura, ou o divórcio ter sido precipitado, e mais tarde pensar que afinal foi um erro. A realidade é que deve haver cada vez mais divórcios irrefletidos.
Às vezes ouço falar de casais que vivem maritalmente durante anos, um dia decidem oficializar a relação e festejam o casamento ao lado dos filhos já crescidos; passam meses e divorciam-se, que doideira! Parece que “o papel” estraga o relacionamento... serão as exigências e essas coisas a ver com contrato de propriedade?
Diz-se que só se dá valor ao que se tem quando se perde. Só que às vezes é tarde demais. Tanto a realização como a anulação de um casamento deveriam ser bem ponderadas, mas infelizmente agora é tudo “fast food” e descartável, não presta deita fora! Acredito, e falo por experiência própria, que deixa sempre marcas (uns mais, outros menos) profundas até para quem toma a iniciativa de desistir de uma relação a dois. Quem for apaixonado, tentará uma segunda... e a terceira será de vez?
Há quem não voltaria para o ou a ex nem que ele/ela fosse o último ser à face da Terra, mas quem voltar e se der bem, talvez essa seja uma relação "para sempre", desta vez sim, até que a morte os separe...
Elizabeth Taylor foi o melhor exemplo, pelo meio de 8 casamentos, casou-se com R. Burton duas vezes!
Ainda na semana passada li também uma notícia de uma jovem “famosa” que se separou ao fim de 8 meses, sem arrependimento. Quem sabe, daqui a uns anos, ou meses, voltará? Mas isto com os famosos é coisa habitual, são fofocas que dão para vender bem revistas cor-de-rosa

Haverá aqueles 'machos' (feios, porcos e maus, digo eu) que pensarão assim, comparando as mulheres com os carros que tanto adoram: se calhar os "novos carros" revelaram-se "menos fiáveis" e de "manutenção mais dispendiosa", pelo que optaram voltar para aqueles que - apesar dos defeitos - lhes haviam garantido muitos km´s de satisfação e cujas "manhas" já eram conhecidas... LOL
Enfim, quando um verdadeiro homem reconhece a mulher certa para si saberá cuidar bem dela e fará tudo para não deixá-la fugir, podendo tornar-se o último homem da vida dela...(e vice-versa, digo eu), se não tiver sido o primeiro...http://soutaoboa.com/verdadeiro-homem/

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Doses de otimismo

Beta-i, Beta talk… e por aí fora... são novas palavras que começam a fazer parte do meu vocabulário. Uma vez por mês costuma haver nesta cidade um tipo de tertúlia chamada beta talk, ontem fui assistir pela segunda vez, e dá gosto ver – neste mundo depressivo e cada vez mais caótico – pessoas jovens ou menos jovens, de sorriso largo e espírito empreendedor, com muitas ganas de mudar o mundo, felizes com as suas escolhas, e arriscando mesmo com medo todos os dias. São exemplos a seguir.
http://www.sulinformacao.pt/2016/11/ambiente-livros-e-viagens-dao-o-mote-para-a-beta-talk-de-novembro/
Ah e aprendi uma palavra nova: serendipidade (ou serendipismo). “Faculdade ou o ato de descobrir coisas agradáveis por acaso” (Priberam). Então é isso, aquela sensação que às vezes temos “que coincidência”, se acontece algo sem esperarmos e era mesmo o que queríamos; afinal nada é por acaso, acontece sim porque já vimos construindo esse querer há muito tempo dentro de nós. Por isso se diz que “querer é poder” e algum dia será possível, sim! É considerada uma forma especial de criatividade, ou uma das muitas técnicas de desenvolvimento do potencial criativo de uma pessoa adulta, que alia perseverança, inteligência e senso de observação (também encontrei esta definição).

E saí do (ou da) beta talk com esta frase de Dalai Lama no pensamento:
"O planeta não precisa de mais 'pessoas de sucesso'. O planeta precisa desesperadamente de mais pacificadores, curadores, restauradores, contadores de histórias e amantes de todo tipo. Precisa de pessoas que vivam bem nos seus lugares. Precisa de pessoas com coragem moral dispostas a aderir à luta para tornar o mundo habitável e humano, e essas qualidades têm pouco a ver com o sucesso tal como a nossa cultura o tem definido." 

Ontem calhou também de ser quarta-feira, o dia das caminhadas, e quando saí ainda antes de ouvir o segundo testemunho, cruzei-me com as dezenas de pessoas que se juntam às 20h na alameda e percorrem algumas ruas junto à zona ribeirinha, dispostas a perder uns quilitos e ao mesmo tempo vão convivendo, durante uma hora. E ontem era noite de (ainda) lua linda e grande, que nos acompanhava. 
Às quartas também costumam ser as tertúlias musicais no Birimbar, um barzinho acolhedor estilo familiar, lugar de encontro de pessoas amigas e conhecidas, onde se pode ouvir boa música ao vivo pela noite dentro, quartas e sábados. Música de todas as nacionalidades, em especial angolana e MBP, além de bons saxofonistas e outros grandes músicos.

Haja alguém com otimismo neste mundo ou vamos todos a caminho da insanidade... Pela rua quantas vezes nos cruzamos com alguém que comenta o mesmo de sempre "isto está cada vez pior" "estamos no início da terceira guerra mundial" "agora é um dia de cada vez, não sabemos o dia de amanhã", e é mesmo! Tentemos alienar-nos do que não presta e vamos construir a nossa paz interior, para nosso bem e de todos os que nos rodeiam!... 






terça-feira, 15 de novembro de 2016

Um conto de natais...

Agora que passou mais um aniversário, sinto que fiquei um aninho mais interessante. Consigo sentir também alguma felicidade neste mundo caótico, pois o universo me tem brindado com tudo o que preciso ou desejo. Pode então começar a época (pré-) natalícia! 
Apetece-me citar um dos poemas mais lidos de José Luís Peixoto, do livro A Criança em Ruínas:

na hora de pôr a mesa, éramos cinco: 
o meu pai, a minha mãe, as minhas irmãs 
e eu. depois, a minha irmã mais velha 
casou-se. depois, a minha irmã mais nova 
casou-se. depois, o meu pai morreu. hoje, 
na hora de pôr a mesa, somos cinco, 
menos a minha irmã mais velha que está 
na casa dela, menos a minha irmã mais 
nova que está na casa dela, menos o meu 
pai, menos a minha mãe viúva. cada um 
deles é um lugar vazio nesta mesa onde 
como sozinho. mas irão estar sempre aqui. 
na hora de pôr a mesa, seremos sempre cinco. 
enquanto um de nós estiver vivo, seremos sempre cinco.




E adaptá-lo a mim:
"na hora de pôr a mesa éramos seis: o meu pai, a minha mãe, os meus dois irmãos, a minha irmã dezasseis anos mais nova e eu. isso foi durante algum tempo, depois conheci a paixão, e à revelia dos pais "fugi" para o Brasil, não vi a irmã nem os irmãos crescerem, tornarem-se mulher e homens... depois, o meu pai morreu. hoje, na hora de pôr a mesa, somos seis, menos os meus dois irmãos que estão na sua vida e pouco ou mal comunicamos, menos a irmã mais nova que decidiu afastar-se da família e escolheu a vida que bem quis e ninguém conhece, sendo para mim uma 'perfeita' estranha, menos o meu pai, menos a minha mãe viúva. cada um deles é um lugar vazio na mesa onde já comi (ou não) sozinha em duas ou três noites de natal. mas irão estar sempre lá. na hora de pôr a mesa, seremos sempre seis. sem mencionar o sobrinho ainda menor, e a sobrinha já mulher e com companheiro, cada qual em sua vida. enquanto um de nós estiver vivo, seremos sempre seis..." 

E a vida continua, haja saúde (física e mental, claro) e paz de espírito!

(esta versão do poema dedico à família que me calhou na rifa, a quem desejo toda a felicidade do mundo, e que nunca lhes falte nada, como desejo para mim)
https://www.youtube.com/watch?v=8JyH8lsdgxA

Felizes Festas para todos e espalhem magia todos os dias!

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Que remédio!

Ainda estes dias o Facebook me definiu em uma palavra: Amor. Achei curioso e concordei, pois desde que me conheço como gente sou uma lamechas. Vivo a vida sempre cor-de-rosa. Era adolescente e já chorava ao ouvir músicas, por exemplo, de Percy Sledge "When a man loves a woman", ou "Love Story", e outras, e sabia lá o que isso era...! Uma pinga-amor, é o que sempre fui e nunca mais tenho emenda! 
Até aqui no meu blog farto-me de escrever essa palavra... e logo a seguir, curiosamente, leio este artigo  http://www.noticiasmagazine.pt/2016/sabia-que-o-amor-e-um-remedio/

"O amor faz bem à saúde, não só psicológica como física." "Um amor correspondido e feliz faz bem à cabeça, e atua como um remédio (...)"
https://www.youtube.com/watch?v=IEVow6kr5nI&list=RDDgEiDc1aXr0&index=2
Pois é, seja ele platónico, virtual, qualquer tipo de amor fará muito bem a qualquer pessoa. E não precisa ter sexo, penso eu. Mas se tiver, e do bom, melhor ainda! 
Quando somos jovens, temos um desejo hormonal primário, movido por impulsos. Com o tempo, o sexo torna-se mais refletido, mas o prazer mantém-se igualmente forte. E quando a sensualidade e a sexualidade se misturam com amor, surge a apoteose. Para mim, sempre foi e é difícil fazer sexo sem sentir amor.

E, claro, tem que ser um sentimento recíproco. Depois, com o tempo, se a flor não for regada, poderá murchar. O amor de verdade (não pode existir outro) é algo sublime e não acaba assim de qualquer maneira, pois às vezes acontece que Amar é... gostar das pessoas mais do que elas merecem.

E quando se fala de amor, também poderá ser por si próprio(a), pela vida, pelas coisas lindas da natureza... por tudo aquilo que nos faz vibrar ou saltar da cama,  
Recomeçar e sorrir novamente para a vida
Acreditar nas pessoas e no amor
Pensar que a felicidade existe
Abrir o peito e mostrar o coração
Despir-se da armadura e sentir tudo intensamente
Seja alegria ou tristeza, são sentimentos
Não podemos escolher o que iremos sentir
Mas podemos sempre superar e voltar a sorrir
Desejamos estar todos os dias felizes
Mas a vida tem os seus deslizes
As vezes escorregamos e caímos
Choramos, brigamos e rimos
O que importa é sentir, estar vivo
É ver a cada dia que nasce um bom motivo
De olhar para o céu e agradecer
A chance e a dádiva divina de mais um pouco viver! 

Chegamos ao outono, com toda a sua beleza ... Vivendo todos os dias na mesma plenitude ... 
beijos quase natalícios <3

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

FÉzadas

Há neste mundo (cada vez mais) gente estranha, cada um(a) com a sua panca, às vezes até prejudicando os outros...sendo mesmo necessária muita força para seguir em frente... Por isso entendo quando alguém gosta mais dos animais do que dos seres humanos. Felizmente, quando estamos em sintonia com o universo, e com boa-fé, a própria vida se encarrega de mostrar-nos o que é trigo e o que é joio, dando-nos a possibilidade de escolher o que for melhor em cada momento. E diz-se que "a verdade virá sempre à tona".

Às vezes encontro textos da Alexandra Solnado cuja leitura aprecio bastante, pois costuma ir ao encontro da minha sensibilidade; este veio a calhar agora, e decido partilhá-lo. Temos que acreditar que, se formos firmes na direção dos nossos objetivos, o pensamento cria, o desejo atrai e a realiza!

Normalmente achamos que a é acreditar que irá acontecer o que nós queremos. Porém, ao longo do tempo, algo nos vai ensinando que a fé é acreditar que o que quer que seja que aconteça vai ser o melhor para nós. Mesmo que não seja o que queremos.
E realmente há essa grande confusão. As pessoas continuam a pensar que o que elas querem é que é bom para elas. A maior prova disso é que, se fizermos uma pesquisa e perguntarmos às pessoas o que é que elas gostariam que lhes acontecesse, a maior parte delas vai responder "Queria que me saísse o Euromilhões."
E todos nós sabemos que quem ganha o Euromilhões perde completamente a paz. Há umas pessoas que começam a ter medo de serem assaltadas, têm medo que os filhos sejam sequestrados; outras são ostensivamente abordadas ou invadidas. Há pessoas que têm inclusivamente que mudar de cidade.
Nós não sabemos o que é bom para nós. Na realidade é o ego que nos está sempre a dizer que sabe o que é melhor para nós. Nós só queremos segurança e conforto, e isso não é necessariamente o melhor. Segurança e conforto não são evolutivos. E a médio prazo estancam a vida. Quando desistimos de achar que sabemos o que é melhor para nós, começamos a desativar o ego. 
E no momento em que nos entregamos e pedimos que a vida mostre o que é melhor para nós, não para a nossa segurança e conforto e sim para a nossa evolução, aí começamos a aceder a um estado muito mais pacífico, muito mais orgânico, muito mais natural. Começamos a aceder ao nosso estado de fé, que é quando acreditamos que "Tudo o que acontece é para melhorar a vida da gente."
E realmente, se pensarmos que a energia é perfeita, os campos magnéticos são perfeitos, vemos que tudo o que acontece é absolutamente perfeito. E se tivermos fé na inteligência superior da vida e deixarmos que ela siga com os seus planos, dentro de muito pouco tempo as coisas vão mesmo melhorar.

Amém!
Não coloque limites em seus sonhos, coloque FÉ!

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Doce Novembro

Chegou NOVEMBRO, com chuva, mas não deixa de ser doce... Mês de aniversário de pessoas maravilhosas (ahahaha) quando ficarei 1 ano mais inteligente e sábia, mais doce (quem sabe)... nunca mais velha! Costumo dizer que preferia comemorar os meus anos no verão, então ele vem só para mim: o verão de São Martinho.

Vem a seguir à festa das bruxas, uma tradição norte americana que agora se espalha por aqui; para mim é mais um carnaval, mas está bem, haja festas e alegria, doces e travessuras, pois é o que se leva desta vida… 

Começamos já a ver as montras que se enchem de coisas lindas para oferecer no natal, quem puder; algumas ruas com iluminação alusiva à época; as casas enfeitadas com árvores de natal e outros adereços lindos e natalícios…
O bla-bla-bla próprio da época, o "feliz natal" ou "boas festas" por todo o lado, começam as filas para comprar o bacalhau e o bolo-rei, as rabanadas, aletria, etc. Eu não adiro a esse stress, fico na minha apreciando, e mais nada; para mim continua tudo igual ao resto do ano, serei  uma pessoa estranha, não sei. Como diz o outro "natal deve ser todos os dias"...
Além disso, deu-me para gostar do sul, portanto estou longe do meu norte onde se vivem mais as tradições. Faltam-me aqui as castanhas assadas desta época, bem acompanhadas e regadas… o vinho do Porto já tenho, e as francesinhas, ah essas, um dia ainda tenho que experimentar se alguém as faz saborosas neste lugar… (falava de natal e fui dar às francesinhas hehe)... parece que está na hora de visitar a terrinha natalícia em breve!

Dizem que neste mês vamos ter de novo uma super lua lá para o dia 14/11... e vem o frio a seguir, isso já é pior, mas é sempre a mesma coisa todos os anos, então por quê reclamar...? Be happy, don't worry!


E depois, lá se vai o doce novembro e vem chegando o réveillon.

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Incomunicação

Um conto que gostei de ler, era em outro idioma, mas pedi autorização ao seu autor para traduzi-lo e publicar aqui no meu blogue:

Deviam ser 5 da madrugada quando o jovem chegou à estação e sentou-se num daqueles bancos velhos de madeira duplos (costas com costas), à espera do comboio. Estava sozinho naquele lugar, a pequena tabacaria e a cafetaria da estação ainda não tinham aberto e ele morria de vontade de fumar. O seu corpo pedia desesperadamente mais nicotina do que um café ou o pequeno-almoço. Tinha tabaco, mas esqueceu-se do isqueiro quando saiu de casa ainda meio a dormir, e agora não havia ali ninguém a quem pedir lume.
Para distrair-se, decidiu ler um pouco, uma vez que ainda faltava uma meia hora para o comboio chegar. Pegou naquele livro que encontrou em casa da mãe a quem chamava “a eterna viúva”, pois era filho de pai ausente e ela tinha-o criado sozinha, até que um dia a morte a levou. Era um livro inédito e com uma dedicatória ambígua, e mais estranho ainda era ter sido da sua mãe, uma mulher humilde e pouco culta. O autor era Darío Espina, um antigo prémio Nobel com uma escrita algo complicada e leitura ainda mais difícil, sendo famoso há algumas décadas e considerado um escritor para intelectuais.
O livro cativava-o da primeira à última página, já o tinha lido várias vezes, tendo verdadeiro fascínio pela aura de maldição e mistério que envolvia esse escritor, por quem daria tudo para conhecer pessoalmente.
Sentiu que alguém se sentava atrás dele quando ouviu o ranger da madeira velha do banco. Levantou os olhos do livro e, olhando pelo grande espelho ao fundo da sala de espera, reparou que era um indivíduo já maduro e obeso vestindo um fato cinzento tão desalinhado quanto antiquado que, com ar cansado e ausente, olhava em volta. Nesse instante, teve vontade de pedir-lhe fogo, mas…quando se virou para o desconhecido, pôde sentir o seu hálito a álcool, e isso fê-lo desistir. Seria algum bêbado em fim de noite? E depois, com o pretexto de dar-lhe lume, iria perturbá-lo com conversa de chacha? Com estas dúvidas, conseguiu reprimir a vontade de fumar e voltou à sua leitura. 

Darío havia saído com o intuito de procurar inspiração e poder terminar, de uma vez por todas, o livro que andava a escrever. Já há meses que tentava terminá-lo, contudo, a obsessão que ia aumentando nos últimos tempos prejudicava a sua mente e frustrava qualquer esforço criativo.
Como o despertar de uma larva que havia estado adormecida dentro do seu casulo, os pensamentos sobre o filho que tivera com aquela mulher e o remorso de tê-los abandonado haviam aflorado com tanta força que bloqueavam a sua mente de forma contínua “onde estará ele?” “a sua mãe ainda estará viva?” “saberá algo sobre mim?”…
Após ter deambulado sem sentido pela noite, e sem que a bebida tivesse mitigado a sua dor, Darío Espina sentou-se ali, derrotado, na tentativa inútil de evitar mais uma noite sem dormir e com pesadelos. Talvez fumar o tranquilizasse… mas… não tinha tabaco, e estava tudo fechado! Ainda pensou em pedir um cigarro àquele jovem sentado atrás de si, que podia ver através do espelho e que, curiosamente, estava a ler um livro seu, reconhecendo-o pela capa.
Porém, não o fez. Darío era um homem bastante tímido e, além disso, achava que era um pecado enorme estar a interromper alguém que lê um livro.
Os minutos iam passando… A falta de nicotina criava em ambos uma inquietude que minimizava as suas apreensões… a necessidade pode derrubar muros… e por fim, como se tivessem combinado, ambos se voltaram e encararam-se para pedirem o que lhes faltava…

Talvez pudessem falar um com o outro!... Talvez pudessem travar conhecimento!...mas já era tarde! Nesse mesmo instante chegou o comboio, que parou, as portas abriram-se ruidosamente diante daquele banco onde os dois se sentavam e o jovem, fechando o livro, apressou-se a subir antes que o perdesse…
Sim… algo esteve quase para acontecer…Sim, foi um “quase”…talvez uma única palavra pudesse mudar os seus destinos…porém, não aconteceu… e aqueles homens seguiram o seu rumo, na ignorância, sem nunca mais voltar a encontrar-se.
E é assim… talvez… na melhor das hipóteses… quem sabe… as barreiras que colocamos diante dos outros e a porcaria do “nosso espaço”… longe de proteger-nos, só faz com que nos afastemos do que mais desejamos.

 Fez-me lembrar que sou assim também, quantas vezes podia falar e não falo, perdendo alguma boa oportunidade. Pertenço a uma família pouco comunicativa, e quem sai aos seus "não é de genebra"... 

A boa comunicação faz muita falta para que as pessoas se entendam e quiçá vivam mais felizes, sentindo-se mais acompanhadas.
Como conseguimos viver às vezes tão isolados e fechados em nós mesmos, se o homem é basicamente um ser de natureza sociável, cujo sucesso pessoal depende de viver em grupo ou em sociedade? Será indiferença, ou temor? Será que nos tornámos numa espécie individual e egoísta? Será que já não necessitamos de estar juntos para nos defendermos? Será talvez o medo de que alguém venha desassossegar ainda mais a nossa vida já tão em desassossego, ou que levante a muralha emocional que de forma pedante chamamos de “nosso espaço”?

Aristóteles escreve algures, que “O homem é um ser social. O ser capaz de viver isoladamente ou é um deus ou é um bicho, mas não um ser humano”. Serei um deus…? Porque um bicho não quero ser! (sim, confesso que já fui bicho-do-mato, mas mudei muito, para meu próprio bem).

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Relacionamentos à distância

Dou comigo a pensar que há muita gente a relacionar-se à distância, ou porque surgiu uma oportunidade profissional e o casal separa-se, ou porque alguém se apaixona por uma pessoa oriunda de outro país, e me pergunto “será possível uma relação resistir à distância?”.

Apesar de ter certa tendência para o platonismo desde jovem, assim de ânimo leve não me arrisco a dizer que sim, por isso, se tivesse que dar uma resposta seria “depende” e depende de muitas coisas.
Relacionamentos de longa distância são difíceis mas, pensando positivamente, até poderão tornar-se mais fáceis e estimulantes do que aqueles que têm que sobreviver a uma rotina ao longo de anos… Viver a pensar na pessoa amada, nos (re)encontros planeados e depois bem saboreados, aquela expectativa dos momentos a dois intensos para matar a tanta saudade... Mmmm...parece-me algo excitante!
Porém, namorar à distância supõe requerer muita paciência, amor e confiança. Portanto, não é para qualquer simples mortal. Há quem talvez desespere ao fim de alguns dias ou semanas e num instante será infiel, pois tentações não faltam; haverá quem se marimbe e pense assim “desde que eu não veja ou não saiba, quero lá saber o que ela/ele faz”… esta pode até ser uma atitude inteligente e cómoda, mas não serve para qualquer um(a), repito.

Nem todos nós somos feitos para suportar um relacionamento que carece bastante da parte física e para o qual é necessária uma dose extra de criatividade a fim de se relacionar com a outra metade. É preciso saber encantar-se por palavras que irão substituir o efeito de toques, beijos e abraços. Não é preciso ser poeta, mas uma palavra ou um texto romântico poderá mostrar o quanto o sentimento do outro é forte e iluminar um dia de muita saudade.
Falo como mulher, se o homem soubesse como uma palavra ou frase carinhosa ou romântica faz milagres, nunca se esqueceria de o fazer. Nem sempre “palavras leva-as o vento”; o amor sente-se em pequenas (e grandes) coisas quando o sentimento de um pelo outro é verdadeiro, quando há sinceridade e cumplicidade. E claro, nem todas as mulheres são iguais, há umas que são muito machas ou têm outros interesses, mas acredito que a maioria quando gosta de verdade não prescinde do excesso de carinhosice!
Pessoas diferentes terão formas diferentes de encarar um relacionamento deste género. Existe quem consiga suportar tudo e mais alguma coisa, enquanto há quem não consiga ficar sem a componente física ou emocional, o abraço, o beijo, o toque. Há também aquelas pessoas que são muito ciumentas e por essa razão terão uma grande dificuldade em conseguir suportar a distância.
Convenhamos, é muito mais fácil namorar à distância no séc. XXI do que era no passado. Podemos aproveitar as tecnologias modernas, por exemplo, as conversas em vídeo vão compensar um pouco da intimidade que a distância física impede. Skype, Facebook, Whatsapp e muitos outros sites e aplicativos permitem que os casais fiquem sempre em contacto e matem ao menos um pouquinho da saudade. Portanto, com imaginação, comunicação, a tal cumplicidade, e inteligência emocional, não faltarão formas de colmatar a falta do outro.
Namorar à distância é amar além de qualquer coisa. É confiar e confiar, e é a maior prova de amizade/amor que existe. É amar sem tocar, sem ver, é amar independentemente das barreiras. É superar a dor de não poder beijar, abraçar e mimar a pessoa. 
Namorar à distância é uma coisa gostosa, pois só nos faz querer mais e mais a outra pessoa, e isso é amar de verdade!

(esta é a minha visão platónica da coisa! será por que andei a ler fotonovelas a mais na adolescência?!)...https://www.youtube.com/watch?v=orDox1I9CtA