terça-feira, 14 de junho de 2016

Sorte ou Azarito?

Mesmo sem ler muito, e viajando quase nada, tenho aprendido muita coisa sozinha, que a vida é um processo ao qual devemos estar atentos, agindo proativamente em busca das "coisas positivas". Orgulho-me de pensar assim, que tudo acontece nesta vida por algum motivo, e se conhecemos as coisas ou pessoas erradas, o que parece azar agora poderá ser uma sorte mais tarde...
Simplesmente julgamos, mas não analisamos os factos, não nos perguntamos por que motivo isto ou aquilo acontece na nossa vida e o que devemos aprender com isso, e como, apesar de todas as adversidades, será possível superar uma ou outra dificuldade.
Poderá ser uma situação cómoda fugir das situações difíceis, mas não nos proporcionará o crescimento pessoal (e profissional) que tanto sonhamos alcançar. Comodidade é estagnação.

Frequentemente reclamamos por trabalhar sob pressão, ou por não fazer o que se gosta, ou por nada fazer, mas é justamente nestes casos que despertamos para novos horizontes, para novas soluções.
Reclamar ou simplesmente contentar-se com os factos negativos ou positivos, respetivamente, pode ser perigoso. O sentimento de tristeza ou de euforia imediatista decorrente desses factos pode ser perigoso. Não é que não possamos alegrar-nos com um facto ou uma conquista importante na nossa vida, mas isso não pode ser um motivo para "baixarmos a guarda", acomodar-nos e achar que tudo está certo e que a vida mudou completamente.
Recentemente, encontrei um conto de origem chinesa que retrata muitas dessas experiências e que reflete o processo da vida e a ponderação com que devemos vivenciá-las.
Havia numa aldeia um velho muito pobre, mas até reis o invejavam, pois tinha um lindo cavalo branco. Reis ofereciam quantias fabulosas pelo cavalo, mas o homem dizia: "Este cavalo não é um cavalo para mim, é como se fosse uma pessoa. E como se pode vender uma pessoa, um amigo?" O homem era pobre, mas jamais vendeu o cavalo.

Numa manhã descobriu que o cavalo tinha fugido. A aldeia inteira começou a dizer: "Seu velho estúpido! Sabíamos que um dia o cavalo seria roubado! Teria sido melhor vendê-lo, que fatalidade!" O velho disse: "Não precisam exagerar, simplesmente digam que o cavalo não está na cocheira. Este é o facto, o resto é julgamento. Quem pode saber o que vem a seguir?"

As pessoas riram do velho, sempre souberam que ele era um pouco louco. Porém, passaram quinze dias e numa noite, de repente, o cavalo tinha voltado. Não tinha sido roubado, apenas tinha fugido para a floresta e ainda trouxera consigo uma dúzia de cavalos selvagens! Novamente, as pessoas começaram a comentar: "Velho, você estava certo, não se trata de uma desgraça, na verdade provou ser uma bênção."

O velho disse: "Vocês estão a adiantar-se mais uma vez. Digam apenas que o cavalo está de volta. Quem sabe se é uma bênção ou não? Como num livro, este é apenas um fragmento. Se lermos uma única palavra de uma frase, como poderemos julgar toda a história do livro?"

Desta vez as pessoas não podiam dizer muito, mas interiormente sabiam que ele estava errado, afinal, agora eram doze lindos cavalos.

O único filho do velho começou a treinar os cavalos selvagens e, passada apenas uma semana, caiu de um cavalo e fraturou as pernas. As pessoas mais uma vez julgaram e disseram: "Você tinha razão novamente. Foi uma desgraça. O seu único filho, que na velhice poderia ser o seu amparo,  perdeu o uso das pernas; agora você está mais pobre do que nunca."

O velho disse: "Vocês estão obcecados pelo julgamento. Não se adiantem tanto. Digam apenas que o meu filho fraturou as pernas. Ninguém sabe se isso será uma desgraça ou uma benção..."

Aconteceu que, depois de algumas semanas, o país entrou em guerra e todos os jovens da aldeia foram forçados a alistarem-se. Somente o filho do velho foi poupado, pois estava a recuperar das fraturas. A cidade inteira chorava e lamentava-se porque aquela era uma luta perdida e, provavelmente, a maior parte dos jovens nunca mais voltaria. Comentavam com o velho: "Velho, você tinha razão, o que aconteceu com o seu filho foi uma bênção. Ele pode estar aleijado, mas ainda está junto de si, e nós perdemos os nossos para sempre."

O velho respondeu: "Vocês continuam com julgamentos. Ninguém sabe! Digam apenas que os vossos filhos foram forçados a entrar para o exército e que o meu filho não foi. Só Deus sabe se isso será uma benção ou uma desgraça." (...)

Só para lembrar que assim é a nossa vida.
Sejamos APENAS felizes em todos os momentos, pequenos e grandes.

4 comentários:

  1. Os mornos serão visitados... não cheira nem fede ...

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  2. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

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  3. "Mesmo sem entender ou concordar com uma palavra do que dizes, defenderei até ao último instante o teu direito de dizê-la!!!" (...) :-)

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