segunda-feira, 30 de julho de 2018

O poder da escrita

Estou possuída por ela, esta minha escrita terapêutica. 
Além da música, é a melhor terapia que eu poderia ter encontrado para “sobreviver” a um vazio existencial que sinto ao meu redor nesta vida conturbada para tanta gente e que mal se dá conta, com o esforço que todos fazem para “tapar o sol com a peneira” e parecer tudo “na boa”… 
Vidas vazias, fúteis, gente aparvalhada há cada vez mais… Quem estiver atento, percebe tanta coisa, que nem lhes passa… gente que fala dos outros, tantas críticas, sem olhar primeiro por si abaixo, do tipo “deixa-me falar dos outros antes que falem de mim”…mas deixemo-las pensar que são inteligentes, e nós os burros, às vezes não custa nada...Oh santa ignorância!

Bem, sobra um consolo. Se os meus amigos, que também escrevem tão bem e eu admiro-os, me pedem para não parar de escrever oh então ninguém me vai segurar. A terapia da calimera, tá tudo dito (ou escrito).

Fiquei viciada na palavra escrita; é, sem dúvida, uma ferramenta de cura e uma excelente ferramenta para harmonizar o indivíduo no seu ambiente psicoafetivo. Já a proferida evito ao máximo, a paciência esgota-se rapidamente quando tem que descer ao nível de certos indivíduos. É muita confusão, é uns a falar com os outros sem se ouvirem. Anda tudo autista e torna-se contagioso, é o que parece. Autista, egoísta, comodista, uma lista com tudo em “ista”, do pior…
Posso citar dois exemplos, de ontem e de hoje. Eu e a amiga saímos para comer fora, era domingo, acabámos num restaurante desconhecido mas situado em local “in”… começou logo a má impressão com o espaço quase vazio, o galheteiro posto sujo em cima da mesa, os bolos de sobremesa na redoma mal-amanhada… coca-cola servida quente, e obrigam a tomar gelo, que a amiga nem gosta, não sabe de onde vem a água… um bitoque feito sem tempero só para matar a fome antes de ir espraiar, e vamos lá pagar (bem) e reclamar. O homem (diz-se dono da espelunca) não gostou, acabou aos berros com ela, praticamente insultando-a, e eu saindo de mansinho. Se fosse eu a querer reclamar, era pedir o livro de reclamações e escrever “restaurante a evitar, serviço péssimo” e ligar o botão QSF!… cenas destas, tristes, nem pensar, que mau aspeto!

Aqui em frente o vizinho tem a mania de entrar e sair e bater a porta como a “da quinta”, quer lá saber se há gente a dormir ao lado… hoje acordou-me às 6:40… já levou papel debaixo da porta “Don’t slam the door, please!... Neighbors being disturbed...” ooops e se for brasileiro, ou souber português, por que raio escrevi em inglês? (a calimera a pirar do capacete...)

E por aí fora, é disto todos os dias, eu vou lá querer olhar para a cara de gente assim, sem consideração pelos outros? É que me passo mesmo com má educação, não me queiram ver passar de anjo a diaba quando mexem com os meus neurónios, ou subestimam a minha (pouca) inteligência…




E aqui estou eu, calimera, em modo lunar negro. Não sou a única, reparo todos os dias que o mundo está muito conturbado e cheio de calimeros. 
Eventualmente, todos a querer virar abelha, e voar para bem longe. E onde se estará melhor?


5 comentários:

  1. Este não foi um texto de calimera, foi assertivo, foi bom de ler claro como água. !!!!!

    ResponderEliminar
  2. HeHe sei que és dos meus... e dos bons... :P (obg)

    ResponderEliminar


  3. Gostei do teu texto... não apreciei muito a autocrítica de crise de um vazio existencial com que te vês, nem que queiras parecer estar do lado negro ou negativo da lua... desvalorização e desvantagens de quem tem que se soltar para melhor ser a selvagem que dentro de si transporta.
    Bem, se calhar, uma muito má apreciação minha para quem promete escrever e ter como essa a terapia de quem se olha como calimera... que me deixa contente por saber que mais vou ler... de quem ambiciona ser abelha... (abéélhaa).
    Uma das coisas que ressalta do teu belo texto, é que nós crescemos e a vida fica sempre um pouco mais difícil porque nós passamos a ser mais exigentes. O tempo passa a ser mais curto e as distâncias sem o imaginarmos passam a ser maior entre as pessoas em nosso redor.
    Tudo não significa, de modo algum, que a vida é um desespero!
    Tem tanta coisa boa e tu carregas essa bondade e beleza interior contigo.
    Tens revelado esse lado bom através da escrita, deves partilhar e insistir para que os amigos e amigas possam sentir-se à mesa das tuas emoções. E pelo que me apercebo são muitos os “comensais”... ahahahah ahahahah
    A nossa felicidade depende muito das nossas escolhas e cuidar de nós é sempre ou quase sempre a melhor opção.
    Na vida tudo vale a pena e sempre virão coisas boas, como chegará o dia de um bom prato servido no lugar paradisíaco, com galheteiros limpos e em boa companhia saboreando um bom vinho!
    Isso é inspiração de quem sabe que ser um pouco louco e um nada infantil, vale a pena quando podemos no fim dar uma grande gargalhada!
    Oiie?
    Não queria escrever tanto... mas foi saindo-me... quase que virei Calimero a falar da abelha maia ... ahahahah ahahahah
    Bj

    ResponderEliminar
  4. Onde se lê “... sem o imaginarmos passam a ser maior entre as...” deves ler “...a ser maiores...”
    Erros!
    E, oiiie? A música?

    https://youtu.be/KJGg3Hpuvc4

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Ena ler os teus longos textos escutando um bom e relaxing blues a esta hora é muita bommmm obg bjssss E viva os fins de tarde de verão...

      Eliminar