quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Mundo Calimero

Cada vez mais. E devíamos todos saber comunicar convenientemente para aliviar o caminho de uns e de outros, ou pelo menos tentar. Eu sou péssima a comunicar (verbalmente), admito-o, e por isso vou voltar a fazer um curso de 25h de Comunicação Interpessoal e Assertividade. Sei que necessito e insisto.  Não está fácil.
Através do FB (um moderno muro das lamentações) podemos ver não só futilidades ou balelas, também há quem use esta rede social para apelar à consciência de cada um e de todos (felizmente), e dá gosto ler, nem que seja com desgosto às vezes. Ficamos solidários quando sabemos que afinal não estamos sós e que há gente outsider, sentindo exatamente o mesmo que nós. 
Ainda estes dias encontrei um exemplo ‘top’ de calimero, amigo meu no FB:

Estou exaurido até à medula - nada mais resta para dar. Já percebi há muito que não vou mudar as coisas neste mundo. As evoluções que vejo na rua, no dia-a-dia, nas pessoas, no que acontece a toda a volta, assustam-me. Cada vez mais incoerência, mais agressividade pronta a explodir - mas hoje em dia mascarada lá bem por baixo de todas as coisas. Cada vez mais incapacidade de diálogo, polarização, ódio pelo outro... porque lá bem no fundo é disso que se trata. Acho que o ódio vai ganhar a batalha. O gosto pelos "homens fortes" generaliza-se, e isto ultrapassa em muito a política (pois não é dessa "política" que falo). (…) A futilidade (quando não boçalidade) triunfa, sobretudo em tempos de lazer ou de ócio. Todos esqueceram há muito que a própria génese do pensamento nasceu com o ócio, não com o trabalho... Tenho uma só escolha - não compactuar com tudo isto. Tornar-me talvez um pária social? Há um preço. Mas mesmo que custe, o cálicezinho de cicuta tem que se empurrar até à goela... talvez acompanhando com uns tremoços a coisa seja mais fácil...”

Como levou com respostas/reações imediatas ao seu post, tanto a apoiar como a 'dar na cabeça', ele depois continuou com outro:
(…) mas para perceberem onde quero chegar - e que nada tem de personalizado para/contra ninguém em particular- há posts aqui abaixo neste mesmo perfil de poemas e imagens silenciosas, e de eventos ou outras coisas interessantes divulgados por 1500 sítios com calma e sem espalhafato, mas nenhum deles causou tanta reação e tanta polémica como este último - vivemos tempos em que a "indignação virtual" é muito mais forte que a "ação real" - (espero que ninguém se ofenda por eu dizer isto!)...
Eis o novo verbo a fixar:
Eu laiko
Tu laikas
Eles laikam
Nós laikamos
Vós laikais
Eles laikam

;-)
Até qualquer dia. Matei o Calimero.
(não sei bem se o que fica no seu lugar será mais "apreciado", mas como diria o outro... se não for, está tudo bem na mesma
)
Adorei!!! Falou no Calimero! (não acredito que ele leia o meu blogue! haha) Então, Calimero é a palavra na ordem do dia! Há-os por todo o lado, e em todo o mundo. 
I-m-p-r-e-s-s-i-o-n-a-n-t-e!
E assim vai o mundo, na sua esplêndida mediocridade, com gente a pirar por tudo o que é canto. Só teremos que blindar-nos contra tudo o que possa penetrar na nossa independência de pensamento, ou maneira de ser e estar, quanto ao resto… QSF... Afinal, isto já não vai para melhor, ou seja, nada vai mudar pois o Homem, desde que nasceu, vive para f@d*r o seu semelhante, salvo raras exceções físicas ou mentais!

Só me preocupa, com tanta calimerice por aí, e tanta revolta, muito em breve (se já não …) o Facebook ou outras redes sociais começarão uma campanha anti conspirações e passam a eliminar ou bloquear qualquer tipo de conteúdo como este, de calimeros. Mulheres descascadas, sei que já vão bloqueando...
Por isso, com a inquisição de volta, vamos ter que voltar a escrever em caderninhos… Ohh e eu não queria nada isso, já não gosto de escrever à mão... 

2 comentários:


  1. Cara e Amiga Gringa,

    Ler-te é um momento agradável e que me apraz registar.
    Agradeço-te esse prazer.

    Traduzires a sensação de calimerices, leva-me a pensar que toda a tua observação passa por descobrir o resto da casca dos Calimeros.
    Calimero ou Calimera, no caso pouco interessa se é o observado ou quem observa, se bem que, por vezes, até sinto uma confusão simpática nas palavras por ti escritas onde misturam-se os géneros.

    Assim,
    Estar preparado para soltar ou não a casca que se cola ao calimero passa por submissão para não incomodar, para não magoar havendo um claudicar do que se é para sermos críticos com reservas porque não transpiramos as emoções e leva-nos a sentir uma certa frustração ou ressentimento. Esta será a fase que não se descola a casca, a primeira fase.

    Uma outra fase seria da agressividade para libertação da casca, onde só se pensa no eu e que o mundo não é como gostaríamos que fosse, transportando o nosso
    comportamento para irritação e pensamos estar sós e vítimas de incompreensão. A fase da competição ou confusão.

    Por último, a libertação da casca começa com o ser-se assertivo.
    Pessoalmente recomendo e pratico.
    Discordo quando quero ou assim penso, manifesto-me com honestidade e aceito todas as emoções, sejam boas ou más.
    Sinto-me igual aos outros, nunca me diminuindo ou superiorizando.

    Não sou calimero porque estou nesta última postura, sinto-me satisfeito nas minhas relações o que me leva a concluir que cada vez estou mais realizado.

    Um dia destes, vou ler-te, com um grito de liberdade e em som selvagem dizeres bem alto - Já não sou Calimera! Ou, Calimero! (Porque nunca soube o género do pinto...)

    Ah?! E, gostei muito do que escreveste! Força e continua!
    Bj

    https://youtu.be/Yq4KA0mUnC8

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  2. Ah como é bom ler ou falar com pessoas seguras de si e realizadas, cada um de nós vai chegando lá; tentar ser sempre melhor é o caminho, obrigada por essas palavras honestas e doces, sempre (quem diz a verdade não merece castigo) haha

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