Tantos livros à minha espera e ando com este frenesi de
querer blogar, será bom ou mau? É que também gosto de sair e conviver, passear,
dançar… e o dia só tem 24h, e o fim-de-semana é tão curto!
Resumindo: o tempo
não chega para fazer tudo o que se gosta!
Gosto (ainda) de perder tempo a visualizar (ou seja: cuscar um pouco) as minhas amizades no ‘Focinhobuk’ para sentir-me acompanhada (quando vejo alguém online)...
Gosto (ainda) de perder tempo a visualizar (ou seja: cuscar um pouco) as minhas amizades no ‘Focinhobuk’ para sentir-me acompanhada (quando vejo alguém online)...
Reparo que aparece o aniversário de
pessoas falecidas e ainda há quem vá à sua cronologia desejar saúde e
felicidades - sermos imortais na era das redes sociais, não é este um mundo loucamente estranho? - ainda é possível ir lá e fazer uma declaração de
carinho, deixar um “like” ou um 'coração de saudade' para alguém que apreciamos
ou amamos e que já passou para o 'outro lado’… Estarão os dois mundos cada vez
mais perto?! A verdade é que (quase) tudo não é mais como antigamente, já pouca
gente se veste de luto, e pode-se até brincar com a Morte… e por que não? Para
quem acredita que não somos apenas carne que se transforma em pó, mas somos
espírito que vive eternamente, fica muito mais fácil aceitar a perda dos entes
queridos, ou que a morte faz parte da(s) vida(s)! Apenas vamos uns antes dos
outros...
UM DIA SEREI PASSADO...
Virá um dia, não sei quando, se perto ou distante, que
o que sou ou o que resta de mim, vai passar a residir no beco da memória, ou da
falta dela.
Quando isso acontecer, talvez surjam os elogios de
circunstância, aqueles que transformam as más pessoas em boas pessoas quando
morrem, mas também aqueles genuínos e sentidos, de quem me acompanhou no
caminho, ou mesmo afastado, esteve sempre comigo.
A vida de cada um de nós acaba por ser um repositório
de presenças e de abandonos, de chegadas e de partidas, de momentos que parecem
eternos, de instantes que passam, de virtudes e defeitos, de alegrias e
tristezas, de promessas que ficam por cumprir, de sonhos que adormecem a
sonhar. De “senhor do meu próprio tempo” vou ter que aceitar
que, sem hora marcada, o tempo há-de tomar conta de mim. Um dia serei passado,
mesmo habitando o futuro...
A vida é como uma viagem de comboio, com
as suas estações e mudanças de carris, alguns acidentes, surpresas agradáveis
em alguns casos e profundas tristezas em outros…
Quando
nascemos, apanhamos o comboio e conhecemos os nossos pais, acreditamos que eles
vão viajar sempre ao nosso lado, porém eles vão sair em alguma estação e nós
continuaremos a viagem. De repente ficamos sem a companhia e o amor
insubstituível deles. Por um infeliz acaso, poderá acontecer o oposto, e a dor será insuportável. É
inimaginável a dor resultante da perda de um filho, deve dar vontade de morrer
logo a seguir...
Pelo caminho muitas outras pessoas
especiais e significativas aparecerão: os nossos irmãos, primos, amigos, e
supostamente a nossa (ou nossas) cara-metade…
Alguns apanham o comboio para descer na
próxima estação e nem vamos notar que eles desocuparam os assentos. Outros vão
amargurar a viagem, e vamos desejar que saiam o mais rápido possível. Outros
ainda, ao descerem, deixarão um vazio definitivo…
Alguns “passageiros”, apesar de serem
pessoas que amamos, seguirão em carruagens diferentes… Durante toda a jornada
permanecerão separados, a menos que decidamos aproximar-nos e sentar-nos ao
lado deles. Se realmente forem importantes para nós, é melhor apressarmo-nos
antes que outra pessoa o faça antes de nós. Convém manter um relacionamento
saudável com todos eles, procurando em cada passageiro o melhor que tem
para oferecer-nos, e vice-versa.
E a jornada continuará cheia de desafios, sonhos, fantasias, alegrias, tristezas, esperas e despedidas… Vamos mentalizar-nos que há sempre outra estação de comboios mais além, e, como não sabemos quando será a nossa última, vamos aproveitar cada momento desta viagem.
Carpe diem!