Confesso, às vezes me sinto
cansada, fico de costas voltadas para este mundo doente, megalomaníaco, que
está precisando muito de terapia (seja lá de que tipo for), a começar pelas
famílias, estas afinal a base da sociedade. Relações de amor-ódio doentias,
falta comunicação assertiva que eventualmente poderia compensar a falta de afetos, falta de muita coisa importante e que vai corroendo a Alma…
Não sei
se é de estar inverno, e quero começar a hibernar, sei lá o que é, sinto-me uma
outsider! Cada vez menos com paciência…
até as redes sociais (não fossem algumas coisitas engraçadas e com valor)
começam a enjoar, com tanta hipocrisia… gente vazia a mandar bitaites… tanto
assunto inútil, que até fico com preguiça de conhecer pessoas, virtual ou
pessoalmente…
Dificilmente se acredita em
alguém, tanta gente a falar e que nada diz, apenas barulho… vive-se ao sabor da
maré de quem nos governa… de pais que (bem ou mal) nos educaram e só mais tarde
nos damos conta que “nada a ver com a nossa essência”; também só transmitiram aquilo
que souberam e puderam, a nada mais são obrigados… gente com trabalho que não traz
nenhuma realização pessoal ou profissional, pelo contrário, só serve para haver
dinheiro ao fim do mês e pagar contas…sofre-se com a perda de amores, com os
nossos entes queridos a envelhecer, ou que vão desaparecendo, e queríamos tanto
tê-los para sempre saudáveis ao nosso lado, bem ou mal…
Tudo fica tão triste se
pensarmos nisso tudo, e na efemeridade, na passagem por esta Vida, a que
conhecemos e chamamos de nossa… E o que falta no mundo? AMOR de verdade. O que
mais vemos atualmente é que há uma enorme falta de amor ao próximo. Faltando
esse sentimento, falta o respeito também, e outros valores importantes. E quem
é o próximo? É aquele que encontramos todos os dias na rua, no hipermercado, que
trabalha ou vive ao nosso lado, ou até dorme connosco na mesma casa.
O amor é imprescindível para
se fazer alguém feliz, e não exige abraços e beijos. Muitas vezes pode
manifestar-se num sorriso, num aperto de mão afetuoso ou ainda quando se olha
profundamente nos olhos do outro, sentindo a sua necessidade, o seu problema.
Porém, há pessoas que
condicionam o AMOR às suas necessidades neuróticas e depois acabam com ele.
Vivem uma vida tentando fazer com que os outros se responsabilizem pelas suas
necessidades enquanto se abandonam irresponsavelmente. Querem ser amadas e não se
amam, querem ser compreendidas e não se compreendem a si próprias… quando se
abandonam, querem achar alguém que venha preencher o buraco que elas próprias
cavaram. A insatisfação, o vazio interior, transformam-se na busca contínua de
novos relacionamentos, cujos resultados frustrantes se repetirão. Enfim, cada
um de nós é o único responsável pelas suas próprias necessidades.
Como os meus, há textos de
outras pessoas que leio revelando uma angústia existencial profunda, não está
fácil às vezes, e é preocupante. Por isso, há que partilhar esta angústia, quem
sabe vai minimizar alguma dor que queira instalar-se em nós. Para esquecer, há os que bebem uns
copos “valentes” com efeitos anestésicos… outros resolvem tornar-se eremitas,
na sua caverna encontrarão a paz desejada, longe do mundo enfermo. Ou, por
exemplo, os que constroem uma ecoaldeia, ideia inspiradora e que vai ganhando cada vez mais adeptos – voltar à terra, à essência,
o nosso sustento – longe do barulho urbano e do consumismo desenfreado. Começa a
haver algumas, vale a pena pesquisar.
Eu e meu sorriso - verão 2017 |
Há ainda os privilegiados, a quem nada
atinge: os que se candidatam a cargos políticos; para esses a vida vai sempre
bem, e para quem lhes lamberem as botas…
Maturidade a gente adquire quando a tristeza nos desafia e a gente prefere sorrir
“Hoje eu me perdoo
por tudo o que não deu certo na minha vida, liberto toda a expectativa que criei
das coisas que eu achava que tinham que acontecer e me abro completamente agora
para o novo e para tudo o que é real e está por vir.
Eu me liberto das amizades que não ajudam no
meu crescimento, solto os relacionamentos que me puxam pra trás.
Entrego ao Universo o que não era pra ser. Hoje eu
caminho mais leve com a inocência de uma criança que não procura, não busca, só
vive mais um dia com a beleza da gratidão.”
Dia 11 de janeiro, dia do Obrigado! Gratidão atrai coisas boas.
Boa noite Lina,
ResponderEliminarDepois de te ler só me apetece gritar: tira essa tristeza do teu coração!
Vai até as areias do mar e enterra essas amarguras ou pede ao mar que te leve essa angústia embora!
Grita ao vento bem alto que de volta te traga a tua paz!
Não consigo nem escrever bem o que me apetece, faltam algumas ideias, pensamentos e o que me sobra é alguma tristeza por te sentir amargurada e triste.
Porém, podes ter a certeza de que o que foi, foi passado, são histórias e já não vão voltar.
A vontade que tenho era dar-te um abraço e dizer-te, anima-te e fico grato por seres uma Mulher e Amiga!
É bom que vivas numa constante esperança de um mundo melhor, de um mundo de amor e tudo que ele contém, mas nunca deves esquecer que esse sentimento de esperança é o alimento dos desejos e estes normalmente geram uma certa angústia e alguma tristeza!
Um abraço e a minha gratidão pelo belo texto que ofereceste.
https://youtu.be/OpSTmf4vbSo?list=RDvA7NosSEWp8