sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Carpe Diem


Confesso, às vezes me sinto cansada, fico de costas voltadas para este mundo doente, megalomaníaco, que está precisando muito de terapia (seja lá de que tipo for), a começar pelas famílias, estas afinal a base da sociedade. Relações de amor-ódio doentias, falta comunicação assertiva que eventualmente poderia compensar a falta de afetos, falta de muita coisa importante e que vai corroendo a Alma…
Não sei se é de estar inverno, e quero começar a hibernar, sei lá o que é, sinto-me uma outsider! Cada vez menos com paciência… até as redes sociais (não fossem algumas coisitas engraçadas e com valor) começam a enjoar, com tanta hipocrisia… gente vazia a mandar bitaites… tanto assunto inútil, que até fico com preguiça de conhecer pessoas, virtual ou pessoalmente…
Dificilmente se acredita em alguém, tanta gente a falar e que nada diz, apenas barulho… vive-se ao sabor da maré de quem nos governa… de pais que (bem ou mal) nos educaram e só mais tarde nos damos conta que “nada a ver com a nossa essência”; também só transmitiram aquilo que souberam e puderam, a nada mais são obrigados… gente com trabalho que não traz nenhuma realização pessoal ou profissional, pelo contrário, só serve para haver dinheiro ao fim do mês e pagar contas…sofre-se com a perda de amores, com os nossos entes queridos a envelhecer, ou que vão desaparecendo, e queríamos tanto tê-los para sempre saudáveis ao nosso lado, bem ou mal…
Tudo fica tão triste se pensarmos nisso tudo, e na efemeridade, na passagem por esta Vida, a que conhecemos e chamamos de nossa… E o que falta no mundo? AMOR de verdade. O que mais vemos atualmente é que há uma enorme falta de amor ao próximo. Faltando esse sentimento, falta o respeito também, e outros valores importantes. E quem é o próximo? É aquele que encontramos todos os dias na rua, no hipermercado, que trabalha ou vive ao nosso lado, ou até dorme connosco na mesma casa.
O amor é imprescindível para se fazer alguém feliz, e não exige abraços e beijos. Muitas vezes pode manifestar-se num sorriso, num aperto de mão afetuoso ou ainda quando se olha profundamente nos olhos do outro, sentindo a sua necessidade, o seu problema.

Porém, há pessoas que condicionam o AMOR às suas necessidades neuróticas e depois acabam com ele. Vivem uma vida tentando fazer com que os outros se responsabilizem pelas suas necessidades enquanto se abandonam irresponsavelmente. Querem ser amadas e não se amam, querem ser compreendidas e não se compreendem a si próprias… quando se abandonam, querem achar alguém que venha preencher o buraco que elas próprias cavaram. A insatisfação, o vazio interior, transformam-se na busca contínua de novos relacionamentos, cujos resultados frustrantes se repetirão. Enfim, cada um de nós é o único responsável pelas suas próprias necessidades.
Como os meus, há textos de outras pessoas que leio revelando uma angústia existencial profunda, não está fácil às vezes, e é preocupante. Por isso, há que partilhar esta angústia, quem sabe vai minimizar alguma dor que queira instalar-se em nós. Para esquecer, há os que bebem uns copos “valentes” com efeitos anestésicos… outros resolvem tornar-se eremitas, na sua caverna encontrarão a paz desejada, longe do mundo enfermo. Ou, por exemplo, os que constroem uma ecoaldeia, ideia inspiradora e que vai ganhando cada vez mais adeptos – voltar à terra, à essência, o nosso sustento – longe do barulho urbano e do consumismo desenfreado. Começa a haver algumas, vale a pena pesquisar. 
Eu e meu sorriso - verão 2017
Há ainda os privilegiados, a quem nada atinge: os que se candidatam a cargos políticos; para esses a vida vai sempre bem, e para quem lhes lamberem as botas…

Maturidade a gente adquire quando a tristeza nos desafia e a gente prefere sorrir

“Hoje eu me perdoo por tudo o que não deu certo na minha vida, liberto toda a expectativa que criei das coisas que eu achava que tinham que acontecer e me abro completamente agora para o novo e para tudo o que é real e está por vir. 
Eu me liberto das amizades que não ajudam no meu crescimento, solto os relacionamentos que me puxam pra trás. 
Entrego ao Universo o que não era pra ser. Hoje eu caminho mais leve com a inocência de uma criança que não procura, não busca, só vive mais um dia com a beleza da gratidão.” 

Dia 11 de janeiro, dia do Obrigado! Gratidão atrai coisas boas.

1 comentário:

  1. Boa noite Lina,
    Depois de te ler só me apetece gritar: tira essa tristeza do teu coração!
    Vai até as areias do mar e enterra essas amarguras ou pede ao mar que te leve essa angústia embora!
    Grita ao vento bem alto que de volta te traga a tua paz!

    Não consigo nem escrever bem o que me apetece, faltam algumas ideias, pensamentos e o que me sobra é alguma tristeza por te sentir amargurada e triste.
    Porém, podes ter a certeza de que o que foi, foi passado, são histórias e já não vão voltar.
    A vontade que tenho era dar-te um abraço e dizer-te, anima-te e fico grato por seres uma Mulher e Amiga!

    É bom que vivas numa constante esperança de um mundo melhor, de um mundo de amor e tudo que ele contém, mas nunca deves esquecer que esse sentimento de esperança é o alimento dos desejos e estes normalmente geram uma certa angústia e alguma tristeza!

    Um abraço e a minha gratidão pelo belo texto que ofereceste.

    https://youtu.be/OpSTmf4vbSo?list=RDvA7NosSEWp8

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