Antigamente
celebrava-se a ressurreição de Cristo, havia tempo de silêncio a partir
da quinta-feira santa (a rádio só passava música sacra) - ficaram
lembranças vagas - era preciso ir confessar-se ao padre para poder comungar
no domingo de Páscoa, os afilhados iam aos padrinhos (eu nunca fui,
nem os conheci)... e outros "rituais" que devem ter sido
ensinados pela igreja católica.
Hoje
nota-se que tanta coisa mudou, celebra-se mais o coelhinho da páscoa
e toda a variedade de amêndoas e ovos de páscoa, come-se e bebe-se. Por
falar em comer amêndoas, adoro as de chocolate negro e aquelas com canela,
mas este ano nem lhes toquei...
Quem
pode, o melhor mesmo é aproveitar este período e tirar umas férias. A praia, mesmo
com tempo meio nublado/sol fraquinho, fica cheia de gente, e já
se veem muitos corpos sarados, de pele bem branca ou já morena, uns
gordos outros magros, algumas corajosas a desfilar em topless, uma mãe
leva pela mão a criança que usa a parte de baixo
do biquíni maior que a dela... por mim, dispensava qualquer
pano... eu sentir-me-ia bem a viver numa tribo com o mínimo de roupa, ou nenhuma.
No
sábado, depois de uma boa caminhada, dei finalmente um mergulho no mar
(desde janeiro não o fazia). Faltava-me a parte de cima do biquíni
(quando saio esqueço sempre alguma coisa que me fará falta), mas
pensei: pior seria se esquecesse a parte de baixo, depende, se a calcinha
for muito rendada ou transparente, claro...
Tivemos a
companhia de amigos durante os 4 dias, foi um acampamento divertido cá em casa,
e o domingo de Páscoa foi passado num lugar espetacular com muita
música e dança toda a tarde. Divertimento e liberdade, algo que nos atrai
bastante. Adoro dançar descalça. Foi uma Páscoa Feliz para todos (acho eu), sem
amêndoas nem ovos de chocolate.
Agora
voltou a paz, o começo de uma nova semana. Está frio e chuva, nunca mais
chega o verão, mas não faz mal. Também existe a parte de mim que adora ficar só
e em silêncio, quando as palavras não fazem falta nenhuma e a alma vai ficando
mais leve, descansada. Não precisa ser o silêncio radical, que não pode ser
interrompido; prezo é a possibilidade de silêncio porque nem sempre estamos com
as palavras na ponta da língua (ou dos ouvidos). Também elas (as palavras),
como nós, precisam de descanso e recolhimento.
Quem me
conhece, sabe que sou pouco faladora. Não se trata de falta de interesse
pelo que têm a dizer os meus semelhantes, sejam eles quem forem. Às vezes
descobrimos que o que mais nos cansa quando falamos com os outros não é ter que
ouvir o que dizem, mas ter que ouvir a nós mesmos.
https://www.youtube.com/watch?v=aGSKrC7dGcY
De facto... uma Páscoa diferente sem " aparentemente sem moralizar" como diz o Rui Reininho no Efectivamente dos GNR.https://www.youtube.com/watch?v=anwCv3tO8W8 Quanto ao silencio goza-o as palavras a mais só trazem malefícios como dizem os depeche mode https://www.youtube.com/watch?v=aGSKrC7dGcY
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