segunda-feira, 6 de abril de 2015

Uma Páscoa diferente

Antigamente celebrava-se a ressurreição de Cristo, havia tempo de silêncio a partir da quinta-feira santa (a rádio só passava música sacra) - ficaram lembranças vagas - era preciso ir confessar-se ao padre para poder comungar no domingo de Páscoa, os afilhados iam aos padrinhos (eu nunca fui, nem os conheci)... e outros "rituais" que devem ter sido ensinados pela igreja católica. 
Hoje nota-se que tanta coisa mudou, celebra-se mais o coelhinho da páscoa e toda a variedade de amêndoas e ovos de páscoa, come-se e bebe-se. Por falar em comer amêndoas, adoro as de chocolate negro e aquelas com canela, mas este ano nem lhes toquei...

Quem pode, o melhor mesmo é aproveitar este período e tirar umas férias. A praia, mesmo com tempo meio nublado/sol fraquinho, fica cheia de gente, e já se veem muitos corpos sarados, de pele bem branca ou já morena, uns gordos outros magros, algumas corajosas a desfilar em topless, uma mãe leva pela mão a criança que usa a parte de baixo do biquíni maior que a dela... por mim, dispensava qualquer pano... eu sentir-me-ia bem a viver numa tribo com o mínimo de roupa, ou nenhuma.

No sábado, depois de uma boa caminhada, dei finalmente um mergulho no mar (desde janeiro não o fazia). Faltava-me a parte de cima do biquíni (quando saio esqueço sempre alguma coisa que me fará falta), mas pensei: pior seria se esquecesse a parte de baixo, depende, se a calcinha for muito rendada ou transparente, claro...

Tivemos a companhia de amigos durante os 4 dias, foi um acampamento divertido cá em casa, e o domingo de Páscoa foi passado num lugar espetacular com muita música e dança toda a tarde. Divertimento e liberdade, algo que nos atrai bastante. Adoro dançar descalça. Foi uma Páscoa Feliz para todos (acho eu), sem amêndoas nem ovos de chocolate.

Agora voltou a paz, o começo de uma nova semana. Está frio e chuva, nunca mais chega o verão, mas não faz mal. Também existe a parte de mim que adora ficar só e em silêncio, quando as palavras não fazem falta nenhuma e a alma vai ficando mais leve, descansada. Não precisa ser o silêncio radical, que não pode ser interrompido; prezo é a possibilidade de silêncio porque nem sempre estamos com as palavras na ponta da língua (ou dos ouvidos). Também elas (as palavras), como nós, precisam de descanso e recolhimento.

Quem me conhece, sabe que sou pouco faladora. Não se trata de falta de interesse pelo que têm a dizer os meus semelhantes, sejam eles quem forem. Às vezes descobrimos que o que mais nos cansa quando falamos com os outros não é ter que ouvir o que dizem, mas ter que ouvir a nós mesmos.

https://www.youtube.com/watch?v=aGSKrC7dGcY


1 comentário:

  1. De facto... uma Páscoa diferente sem " aparentemente sem moralizar" como diz o Rui Reininho no Efectivamente dos GNR.https://www.youtube.com/watch?v=anwCv3tO8W8 Quanto ao silencio goza-o as palavras a mais só trazem malefícios como dizem os depeche mode https://www.youtube.com/watch?v=aGSKrC7dGcY

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