terça-feira, 28 de agosto de 2018

Universo de Amor

Assim mesmo: Amigos a monte e aos montes

Um dia ela teve vontade de ir a um daqueles jantares que grupos de pessoas fazem para conviver e conhecer pessoas novas. Era inverno e estava farta de ficar em casa nos fins-de-semana, só e sem saber para onde ir. Não havia amigas disponíveis naquela noite, ou talvez nem se deu ao trabalho de ligar a alguma e saber. Uma tal de Valquíria era quem organizava esse tipo de eventos, fazendo a publicidade via internet. Não se lembra em que rede social viu anunciado na altura, mas era em 2011 e este seria em Matosinhos.
E lá foi ela em modo “deixa ver se me divirto”… Gostou, foi um bom ‘jantar dançante’ com dezenas de pessoas animadas, oriundas de vários pontos do país, a maioria já se conhecendo, e ela tentou ambientar-se. Pouco faladora, mais observadora, ainda conseguiu comunicar com quem estava ao seu lado, e dançar.
Para finalizar a noite, um grupinho decidiu esticar numa discoteca, não muito longe dali, e lá foram, ela incluída. A festa acabou quase ao amanhecer. Eles eram de outras cidades, não tinham onde ficar a dormir, antes de enfrentar a estrada… À saída, ela sugeriu “se quiserem ficar no meu apartamento, penso que há espaço para todos repousarem o esqueleto umas horitas”… Eram aí uns 6 (4 ladies e 2 gentlemen)… a maioria sempre mulheres, claro...porque entretanto alguém desistiu, ou desapareceu na noite. E lá foram eles. Organizaram-se, dormir onde e com quem? Na cama dela, até 3 cabiam, se alguém quisesse. Tudo na boa, cansadinhos mas felizes. Havia a sala e dois quartos, e nada de atrevimentos, nem sequer sobrava 'gás' para mais nada… Pois até que valia tudo naquele momento, menos homem com homem e mulher com mulher, como diria o saudoso Tim Maia. Mas se fosse preciso, por que não? Nem deu pra ver quem dormiu com quem, todos apagaram de repente...

De manhã acordaram mais frescos, descansados e prontos para a viagem de volta, tomaram o café da manhã num café em baixo. 
A seguir, lá partiram os novos amigos, deixando convites para quando ela quisesse visitar a cidade de cada um deles. Hoje fazem parte da sua lista de amigos no facebook, dificilmente os verá novamente, mas sabe que estão ali. 
Como as estrelas, assim são os amigos, os novos e os antigos.
Expandir o Amor…o que existe na amizade e de todas as formas, é tudo do que este Mundo precisa!
Expandir esse sentimento através de pequenas atitudes: falar bom dia, trocar um sorriso ou olhares com outras pessoas, dar abrigo, ou conselhos a quem os pedir…
Reconhecer que o outro faz parte de nós. Afinal, todos viemos do mesmo Criador, somos energias que comungam e crescem juntas.
Quando conseguirmos ver no outro tudo aquilo que temos dentro de nós, quando nos igualarmos ao outro de uma forma positiva, as chances de crescimento espiritual de todos aumentam.
Nós precisamos dar as mãos e distribuir sentimentos positivos. O mundo precisa do amor, esse sentimento universal que é capaz de mudar ou curar tudo!
É bom ser ‘diferente’ e encontrar pessoas da mesma tribo! Que difundem o amor para além da sua casa, no trabalho, por todos os lugares em que passem… e assim mudarem o cenário de violência e separação que o mundo vai vivendo.

Apenas está só - e EGOísta - quem quer, e "A vida é pequena demais para perdermos tempo em algo que não envolva amor." (Pedro Chagas Freitas)

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Calooorrrrrrr...

Comentava hoje com um amigo que é muito difícil andar de cavalo para burro. Ninguém gosta, não sou só eu! 

Não sei… mas gostava de entender porque há-de a vida complicar-se tanto em certos momentos, por que nos põe à prova todos os dias, por que nos dá e nos tira constantemente... Só espero estar à altura de tanto desafio....

Adoro calor mas atrofia-me o espírito, que quer voar e não consegue. O ar está denso e quente, impede-me de respirar e não me  permite voos. Fico parada horas a fio, apenas deitada sem pensar em nada, nem vontade de fazer algo. O calor provoca alergias no meu corpo, impede-o de dormir as horas necessárias, e ando zombie. O calor derrete-me o pensamento. Paro no tempo e no espaço, como se isso fosse alguma vez possível....

Mas! E porque existe sempre um mas, chega a noite e fica fresquinho, já sabe bem andar por aí, respirar a aragem noturna, descansar do calor tórrido que se aguentou durante o dia… 

E finalmente chega o fim de semana, agora quero é água salgada, sol a aquecer-me o pelo nem que seja debaixo do guarda-sol, e a areia a enterrar-me os pés. Ah! E bolas de Berlim, de preferência as de alfarroba, viciei!
  
A seguir há-de chegar novamente a segunda-feira. Depois de noites quentes e mal dormidas, custa pegar de novo no batente… Mas… penso sempre “gosto de viver aqui”… 
Só não façam de mim burra, por favor!
Raios! Porque é que me fizeram linda e não rica...

Bom fim de semana! (fui)

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Marcando o ponto

Muito dificil para mim conviver com a incompetência e/ou a irresponsabilidade de gente que às vezes me cerca, e que ainda se dão ares….
Não é mesmo nada fácil ter que contar até, 10, 100, 1000… para não responder à altura… haverá sempre mais marés do que marinheiros… não preciso dar-me a esse trabalho, pois tudo tem o seu retorno, ou esta vida seria uma grande treta…
E como ando em maré de curtir expressões…
Já desisti de remar contra a maré, vou desfilando pela vida ao som de boa música (muita, de preferência) e lá vou eu andando (ou remando) ao sabor da maré… quando estou de maré, aproveitem, que sou levada na boa… também há as marés de azar felizmente intercaladas com maré de rosas, ou de sorte. 
Assim é a vida, sempre haverá outra(s) maré(s), por que desesperar?

Aprende-se a ter paciência quando por acaso ficamos parados devido a algum acidente. E damos “gracias a la vida que nos ha dado tanto” ou “para que llorar si esta vida es un carnaval”…

E…o que é sucesso na vida?
Estar em paz com a nossa consciência. Rir muito e com frequência. Acordar, olharmo-nos ao espelho e sentir algo de belo no nosso SER, e vontade de seguir a caminhada. Ganhar ou merecer o respeito e consideração de pessoas inteligentes e responsáveis (mesmo que sejam ´un poquito’ loucas), e o afeto das crianças. Apreciar a beleza que há no mundo, e em certas pessoas. Encontrar o que há de bom nos outros. Deixar o mundo um pouco melhor, seja por jovens/filhos saudáveis (quem os tiver), um canteiro de jardim, um livro bom de se ler, pelo apoio que se dá a alguém que de nós precisa… 
Saber que ao menos uma vida respirou mais fácil porque você viveu…
Isto é ter sucesso!

E só porque gosto de escrever e por querer vir aqui “marcar o ponto” decidi deixar-vos este texto hoje. Para que ninguém reclame, nem lhe falte nada AhAhAh
Boa semana!

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Quando a escrita "embanana"...

Como eu sou “meio abrasileirada” tudo o que vem do nosso país-irmão me atrai. E achei piada a este texto sobre a nossa língua, que é o Português, apesar de haver tantas expressões e frases que nem entendemos.
Como a língua portuguesa é rica em expressões! Neste texto engraçado (de autoria desconhecida) há várias metáforas do nosso dia-a-dia (ou seja, mais do dos brasileiros) relacionadas com vocabulário ‘alimentar’. 
Não é à toa que os estrangeiros a acham tão difícil.
O que significa?

“Quando me fizeram essa pergunta, pensava que escrever sobre comida seria sopa no mel, mamão com açúcar.
Só que depois de um certo tempo dá crepe, você percebe que comeu gato por lebre e acaba ficando com uma batata quente nas mãos. Como a rapadura é doce mas não é mole, nem sempre você tem ideias, e pra descascar esse abacaxi só metendo a mão na massa. E não adianta chorar as pitangas, ou simplesmente, mandar tudo às favas. Já que é pelo estômago que se conquista o leitor, o negócio é ir comendo o mingau pelas beiradas, cozinhando em banho-maria, porque é de grão em grão que a galinha enche o papo.
Contudo, é preciso tomar cuidado para não azedar, passar do ponto, encher linguiça demais. Além disso, deve-se ter consciência de que é necessário comer o pão que o diabo amassou para vender o seu peixe. Afinal não se faz uma boa omelete sem antes quebrar os ovos. Há quem pense que escrever é como tirar doce da boca de criança, e vai com muita sede ao pote. Mas como o apressado come cru, essa gente acaba falando muita abobrinha, são escritores de meia tigela, trocam alhos por bugalhos e confundem Carolina de Sá Leitão com caçarolinha de assar leitão.
Há também aqueles que são arroz de festa, com a faca e o queijo nas mãos, eles se perdem em devaneios (piram na batatinha, viajam na maionese… etc.). Achando que beleza não põe a mesa, pisam no tomate, enfiam o pé na jaca, e no fim quem paga o pato é o leitor que sai com cara de quem comeu e não gostou. O importante é não cuspir no prato em que se come, pois nem sempre é tudo farinha do mesmo saco. Diversificar na escrita é a melhor receita para engrossar o caldo e oferecer um texto de se comer com os olhos, literalmente. Por outro lado, se você tiver os olhos maiores que a barriga, o negócio desanda e vira um verdadeiro angu de caroço. Aí, não adianta chorar sobre o leite derramado porque ninguém vai colocar uma azeitona na sua empadinha, não. O pepino é só seu, e o máximo que você vai ganhar é uma banana, afinal pimenta nos olhos dos outros é refresco…A carne é fraca, eu sei. Às vezes dá vontade de largar tudo e ir plantar batatas. Mas quem não arrisca não petisca, e depois quando se junta a fome com a vontade de comer as coisas mudam da água pro vinho.
Se embananar de vez em quando, é normal, o importante é não desistir mesmo quando o caldo entornar. Puxe a brasa para a sua sardinha, que no frigir dos ovos a conversa chega à cozinha e fica tudo de se comer rezando. Daí, com água na boca, é só saborear, porque o que não mata engorda.
Entendeu agora o que significa ‘no frigir dos ovos’ ?”
Eu entendi, e vocês? Vivendo e aprendendo… 

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Destino(s)...?

Quero crer que é sempre por alguma razão que as pessoas entram na nossa vida, com algum propósito. Assim, tudo o que podemos pensar é que existe um destino, em que cada um encontra aquilo que é importante para si. O universo inteiro conspira para que as pessoas se encontrem e resgatem algo umas com as outras.
Conhecemos pessoas de todos os tipos, por umas criamos rápida empatia e ficam na nossa vida para sempre, nem que a distância algum dia nos separe. Outras passam ‘por acaso’ e são para esquecer, mais dia menos dia.  Com todas elas aprendemos.
A amizade é algo muito importante na vida do ser humano, sem esse vínculo não teríamos harmonia nem paz. Precisamos dos amigos para nos ensinar algo, compartilhar, conduzir-nos, alegrar-nos, ou seja: nascemos sem pedir, morreremos sem querer, então vamos aproveitar o intervalo e, de preferência, em boa companhia. É infeliz quem levar uma vida inteira distraído/a, sem refletir na importância de criar verdadeiros laços de amizade.
Não importa a quantidade, mas sim a qualidade das pessoas que estão ao nosso redor. Vamos focar-nos apenas nos relacionamentos que resultam em contribuições e crescimento mútuo. É uma questão de compatibilidade, de essência, e de olhares íntimos que nos alimentam. 
E mesmo que não nos vejamos nem nos telefonemos amiúde, eu sei que os amigos estão lá para quando eu precisar deles, e eles sabem que eu estou sempre aqui quando forem eles a precisar de mim.
Aproveito este texto (mais um) sobre Amizade para homenagear a minha colega de trabalho. Não sei se ela vai ler-me, mas tenho vontade de fazê-lo e é hoje. Ficarei a saber se leu, se algum dia ela comentar comigo.
Poderia ser a minha filha mais nova! É uma ‘menina’ que admiro muito, além de bonita e pessoa sensível, é de uma esperteza e inteligência fora de série, nada a ver com a maioria dos jovens que vemos por aí. Um ser humano com história(s) de vida que marcaram e fizeram dela o que é hoje: batalhadora, muito profissional, super organizada e responsável, de uma pacatez que se pode confundir com timidez, equilibrada qb...talvez com mais vontade de ser perfeccionista do que eu... Não consigo ver-lhe defeitos. Ah tem certas fobias: andar de avião; e não pode ver, ou sequer imaginar, que há uma barata atrás de uma porta (ela vai rir-se com esta). A de avião, pode ser que ainda a supere algum dia HaHaHa
É uma pessoa com quem convivo 40h por semana, e que todos os dias me inspira a ser um melhor ser humano, por exemplo, a controlar esta impulsividade que às vezes em nada me beneficia. Apesar da grande diferença de idade, é assim, acreditamos que aprendemos muito uma com a outra, pressinto eu. 
Vale a pena conhecer pessoas assim. Ligadas apenas por motivo de trabalho, até parece que levamos saudade uma da outra quando entramos de férias...lol
E desta forma o caminho da Vida torna-se mais leve.
https://www.youtube.com/watch?v=OnF0pkWD2Tc
Pronto, hoje tive vontade de contar-vos uma história bonita. 
Bom fim de semana, de verão, e que estejam sempre rodeados pelas melhores pessoas que conhecem e vos fazem felizes. Vamos espalhar magia por aí!

As pessoas pensam que uma alma gémea é a pessoa com quem você se encaixa perfeitamente, que é o que todo mundo quer. Mas uma verdadeira alma gémea é um espelho, é a pessoa que trás à tona tudo o que temos reprimido, que faz você olhar para dentro reconhecendo que pode mudar a sua vida. Uma verdadeira alma gémea é, certamente, a pessoa mais importante que você já conheceu na sua vida. Mas devemos viver com uma alma gémea para sempre? De jeito nenhum. Viveremos muito mal. A alma gémea entra na sua vida, tira o véu dos seus olhos e vai embora”. Elizabeth Gilbert

A pessoa que dançar contigo na chuva será a que caminhará contigo sob uma tempestade.

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

O MAR… sempre o aMAR…!

Para desanuviar de um mundo enlouquecido, a desvanecer-se aos poucos – incêndios todos os verões, pessoas que ficam de repente sem os seus bens e o seu lar, outras à deriva, com problemas de todos os tipos, e outros fenómenos imprevisíveis - nada melhor do que ir até ao Mar, esta doideira que nunca me passou, e sempre que posso lá vou eu correndo para dar um mergulho, ou tentar dar, quando a água está fria e desilude. 
Vendo uma foto minha que um amigo aproveitou para juntar um poema, o que me deixa lisonjeada, lembrei-me de Iemanjá, a Deusa do Mar (Salvé!).
Ela mora no mar, ela brinca na areia...
Olho o mar e espanto-me no tanto que tem pra dar…! Crepúsculo ao romper d’aurora… Pôr-do-sol que não demora… Brisa suave que nos guarde do calor do sol da tarde…! Sentido da imensidão… Os teus horizontes pra onde vão…?! A beleza das tuas cores mistura de tantos horrores dos que labutam em tuas águas deixando em ti tantas mágoas…! Rejeitas o que não queres… A morte dá sempre à praia… Vivas como viveres deixa-me beber-te os saberes… Faz de mim uma cobaia.” (Reinaldo Santos, amigo)

O dia da Deusa é 2 de fevereiro, mas, para além desta data, há devotos que realizam celebrações também em 15 de agosto e 31 de dezembro, por conta das ‘simpatias das 7 ondas’ e da virada do ano.

Enquanto mergulho, com Ela (minha Deusa) posso conversar, e orar:
Divina mãe, protetora dos pescadores e que governa a humanidade, dai-nos proteção. Oh doce Iemanjá, limpai as nossas auras, livrai-nos de todas as tentações. És a força da natureza, linda deusa do amor e bondade. Ajude-nos descarregando as nossas matérias de todas as impurezas e que a vossa falange nos proteja, dando-nos saúde e paz. Que assim seja feita a vossa vontade. Odoyá!”

domingo, 5 de agosto de 2018

Ohh Life!

"Viver é uma peripécia. Um dever, um afazer, um prazer, um susto, uma cambalhota. Entre o ânimo e o desânimo, um entusiasmo ora doce, ora dinâmico e agressivo.
Viver não é cumprir nenhum destino, não é ser empurrado ou rasteirado pela sorte. Ou pelo azar. Ou por Deus, que também tem a sua vida. Viver é ter fome. Fome de tudo. De aventura e de amor, de sucesso e de comemoração de cada um dos dias que se podem partilhar com os outros. Viver é não estar quieto, nem conformado, nem ficar ansiosamente à espera.
Viver é romper, rasgar, repetir com criatividade. A vida não é fácil, nem justa, e não dá para a comparar a nossa com a de ninguém. De um dia para o outro ela muda, muda-nos, faz-nos ver e sentir o que não víamos nem sentíamos antes e, possivelmente, o que não veremos nem sentiremos mais tarde.
Viver é observar, fixar, transformar. Experimentar mudanças. E ensinar, acompanhar, aprendendo sempre. A vida é uma sala de aula onde todos somos professores, onde todos somos alunos. Viver é sempre uma ocasião especial. Uma dádiva de nós para nós mesmos. Os milagres que nos acontecem têm sempre uma impressão digital. A vida é um espaço e um tempo maravilhosos mas não se contenta com a contemplação. Ela exige reflexão. E exige soluções.
A vida é exigente porque é generosa. É dura porque é terna. É amarga porque é doce. É ela que nos coloca as perguntas, cabendo-nos a nós encontrar as respostas. Mas nada disso é um jogo. A vida é a mais séria das coisas divertidas."
Joaquim Pessoa, in 'Ano Comum'

https://www.youtube.com/watch?v=BKtrWU4zaaI
E cada um de nós é único!

"Quando nasceste todos sorriam, só tu choravas; procura viver de modo que, quando morreres todos chorem, só tu sorrias!" - Confúcio

sábado, 4 de agosto de 2018

Verdade(s)


Eu que sempre e apenas conheci a cultura anglo-saxónica, fiquei agora a saber que está longe da perfeição. Se é que há algo perfeito no mundo. (Claro que há - dormir é a 2ª coisa melhor! haha) 
Através da leitura fiquei a saber que na cultura russa, por exemplo, existe uma sem-cerimónia que normalmente desagrada aos ocidentais. Parece que lá não há delicadezas falsas nem as teias verbais de polidez. As pessoas até parecem malcriadas, ninguém sorri, porque não se sorri para estranhos nem se finge gostar de algo de que não se gosta. Lá, pelo que diz o autor viajado, seja quem for (uma pessoa amiga ou um estranho que se conheceu há 5m antes), se alguém está a ser cretino, é-lhe dito isso na cara, ou se algo é estúpido, também o dizem sem pestanejar! Gostei de saber sobre essa franqueza russa.
E fiquei pensando, que diferença! Essa franqueza na cultura ocidental é considerada até ofensiva, especialmente vindo de alguém que acabamos de conhecer. Pois aqui é só comunicação da treta, falsidade - com as devidas exceções, obviamente - normalmente, a aproximação é com segundas intenções, tipo conversa de vendedor, ou o desejo desesperado de ser-se apreciado por todos e mais alguém… 
E se recusarmos algo, ou dissermos ‘não’ por algum motivo, ou porque simplesmente não apetece, seremos apelidados de mal educados ou mal encarados, fora outros defeitos…

Honestidade gera confiança. Aparentemente, esta deixou de ser valorizada no ocidente. A aparência e a capacidade ‘de venda’ tornaram-se formas de expressão mais vantajosas. Conhecer muitas pessoas superficialmente é mais benéfico do que conhecer poucas intimamente...
Sente-se, ou chega-se a recear, que é tudo “fake”… as pessoas sorriem e falam bonito na frente, por trás é tudo diferente, então dessas é de fugir a sete pés… Quem for de natureza autêntica - ou chamem-lhe atitude assertiva - não poderá viver feliz neste mundo, ou poucos amigos fará. Ou adere à hipocrisia generalizada, ou fica só. E não é que isso seja mau. Embora se ande para aqui "ao molhe", as almas evoluem sós (individualmente), creio eu. No início gera uma certa ansiedade, a ‘novidade’ de não sentir-se em sintonia com o mundo que nos rodeia e assusta, e nos distanciamos.
Quem diz verdades, perde amizades.
Já dizia S. Tomás de Aquino. Mas ainda há o outro “Quem diz a verdade não merece castigo”…

E, por experiência própria, que só despertei para o “conhecimento” bem tarde (mas sempre a tempo), lamento ter nascido numa época repressora em que se  empurrava a vida com a barriga. A maioria dos da minha geração teve pais com uma educação (ou falta dela) em que se “comia e calava”, as pessoas eram submissas para não incomodar… podiam sofrer horrores, a nível emocional e não só, e dessa forma aguentaram décadas de vida, sem poder prever um final de vida amargurado, com depressões, ansiedade, ou outras doenças. 
Agora podemos e fazemos tudo para ser felizes, sem papas na língua, e até partilhando. 
Sem exageros, por favor.

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Mundo Calimero

Cada vez mais. E devíamos todos saber comunicar convenientemente para aliviar o caminho de uns e de outros, ou pelo menos tentar. Eu sou péssima a comunicar (verbalmente), admito-o, e por isso vou voltar a fazer um curso de 25h de Comunicação Interpessoal e Assertividade. Sei que necessito e insisto.  Não está fácil.
Através do FB (um moderno muro das lamentações) podemos ver não só futilidades ou balelas, também há quem use esta rede social para apelar à consciência de cada um e de todos (felizmente), e dá gosto ler, nem que seja com desgosto às vezes. Ficamos solidários quando sabemos que afinal não estamos sós e que há gente outsider, sentindo exatamente o mesmo que nós. 
Ainda estes dias encontrei um exemplo ‘top’ de calimero, amigo meu no FB:

Estou exaurido até à medula - nada mais resta para dar. Já percebi há muito que não vou mudar as coisas neste mundo. As evoluções que vejo na rua, no dia-a-dia, nas pessoas, no que acontece a toda a volta, assustam-me. Cada vez mais incoerência, mais agressividade pronta a explodir - mas hoje em dia mascarada lá bem por baixo de todas as coisas. Cada vez mais incapacidade de diálogo, polarização, ódio pelo outro... porque lá bem no fundo é disso que se trata. Acho que o ódio vai ganhar a batalha. O gosto pelos "homens fortes" generaliza-se, e isto ultrapassa em muito a política (pois não é dessa "política" que falo). (…) A futilidade (quando não boçalidade) triunfa, sobretudo em tempos de lazer ou de ócio. Todos esqueceram há muito que a própria génese do pensamento nasceu com o ócio, não com o trabalho... Tenho uma só escolha - não compactuar com tudo isto. Tornar-me talvez um pária social? Há um preço. Mas mesmo que custe, o cálicezinho de cicuta tem que se empurrar até à goela... talvez acompanhando com uns tremoços a coisa seja mais fácil...”

Como levou com respostas/reações imediatas ao seu post, tanto a apoiar como a 'dar na cabeça', ele depois continuou com outro:
(…) mas para perceberem onde quero chegar - e que nada tem de personalizado para/contra ninguém em particular- há posts aqui abaixo neste mesmo perfil de poemas e imagens silenciosas, e de eventos ou outras coisas interessantes divulgados por 1500 sítios com calma e sem espalhafato, mas nenhum deles causou tanta reação e tanta polémica como este último - vivemos tempos em que a "indignação virtual" é muito mais forte que a "ação real" - (espero que ninguém se ofenda por eu dizer isto!)...
Eis o novo verbo a fixar:
Eu laiko
Tu laikas
Eles laikam
Nós laikamos
Vós laikais
Eles laikam

;-)
Até qualquer dia. Matei o Calimero.
(não sei bem se o que fica no seu lugar será mais "apreciado", mas como diria o outro... se não for, está tudo bem na mesma
)
Adorei!!! Falou no Calimero! (não acredito que ele leia o meu blogue! haha) Então, Calimero é a palavra na ordem do dia! Há-os por todo o lado, e em todo o mundo. 
I-m-p-r-e-s-s-i-o-n-a-n-t-e!
E assim vai o mundo, na sua esplêndida mediocridade, com gente a pirar por tudo o que é canto. Só teremos que blindar-nos contra tudo o que possa penetrar na nossa independência de pensamento, ou maneira de ser e estar, quanto ao resto… QSF... Afinal, isto já não vai para melhor, ou seja, nada vai mudar pois o Homem, desde que nasceu, vive para f@d*r o seu semelhante, salvo raras exceções físicas ou mentais!

Só me preocupa, com tanta calimerice por aí, e tanta revolta, muito em breve (se já não …) o Facebook ou outras redes sociais começarão uma campanha anti conspirações e passam a eliminar ou bloquear qualquer tipo de conteúdo como este, de calimeros. Mulheres descascadas, sei que já vão bloqueando...
Por isso, com a inquisição de volta, vamos ter que voltar a escrever em caderninhos… Ohh e eu não queria nada isso, já não gosto de escrever à mão...