Eu que sempre e apenas
conheci a cultura anglo-saxónica, fiquei agora a saber que está longe da
perfeição. Se é que há algo perfeito no mundo. (Claro que há - dormir é a 2ª coisa melhor! haha)
Através da
leitura fiquei a saber que na cultura russa, por exemplo, existe uma
sem-cerimónia que normalmente desagrada aos ocidentais. Parece que lá não há
delicadezas falsas nem as teias verbais de polidez. As pessoas até parecem
malcriadas, ninguém sorri, porque não se sorri para estranhos nem se finge
gostar de algo de que não se gosta. Lá, pelo que diz o autor viajado, seja quem
for (uma pessoa amiga ou um estranho que se conheceu há 5m antes), se alguém
está a ser cretino, é-lhe dito isso na cara, ou se algo é estúpido, também o
dizem sem pestanejar! Gostei de saber sobre essa franqueza russa.
E fiquei pensando, que
diferença! Essa franqueza na cultura ocidental é considerada até ofensiva,
especialmente vindo de alguém que acabamos de conhecer. Pois aqui é só comunicação
da treta, falsidade - com as devidas exceções, obviamente - normalmente, a aproximação é com segundas intenções, tipo conversa de vendedor, ou o desejo desesperado de
ser-se apreciado por todos e mais alguém…
E se recusarmos algo, ou dissermos ‘não’
por algum motivo, ou porque simplesmente não apetece, seremos apelidados de mal educados ou mal encarados, fora
outros defeitos…
Honestidade gera confiança. Aparentemente,
esta deixou de ser valorizada no ocidente. A aparência e a capacidade ‘de venda’
tornaram-se formas de expressão mais vantajosas. Conhecer muitas pessoas
superficialmente é mais benéfico do que conhecer poucas intimamente...
Sente-se, ou chega-se a
recear, que é tudo “fake”… as pessoas sorriem e falam bonito na frente, por trás
é tudo diferente, então dessas é de fugir a sete pés… Quem for de natureza
autêntica - ou chamem-lhe atitude assertiva - não poderá viver feliz neste mundo, ou poucos
amigos fará. Ou adere à hipocrisia
generalizada, ou fica só. E não é que isso seja mau. Embora se ande para aqui
"ao molhe", as almas evoluem sós (individualmente), creio eu. No
início gera uma certa ansiedade, a ‘novidade’ de não sentir-se em sintonia com
o mundo que nos rodeia e assusta, e nos distanciamos.
Quem diz verdades, perde amizades.
Já dizia S. Tomás
de Aquino. Mas ainda há o outro “Quem diz a verdade não merece castigo”…
E,
por experiência própria, que só despertei para o “conhecimento” bem tarde (mas
sempre a tempo), lamento ter nascido numa época repressora em que se empurrava a vida com a barriga. A maioria dos
da minha geração teve pais com uma educação (ou falta dela) em que se “comia e calava”, as pessoas eram
submissas para não incomodar… podiam sofrer horrores, a nível emocional e não
só, e dessa forma aguentaram décadas de vida, sem poder prever um final de vida
amargurado, com depressões, ansiedade, ou outras doenças.
Agora podemos e fazemos tudo para ser felizes, sem papas na língua, e até partilhando.
Sem exageros, por favor.
Sem exagero, adorei o texto!
ResponderEliminarPorra que tu desta vez esmeraste-te no rendilhado das palavras, onde até convidas a ser ordinário na linguagem para melhor me expressar.
É verdade que fomos educados de uma forma repressiva... mas eu consegui libertar-me das algemas de então ou das mãos de hoje... e é com certeza muito melhor dizer um foda-se do que um desculpe-me. Só assim não me torturo e evito a merda das depressões e a puta da ansiedade.
Não entendo a vida insignificante de alguns e prefiro aquela de “foda-se isto que eu vou-me embora”!
Devo estar enganado comigo mesmo e não fazer parte dessa geração que se agrilhoa e oprime...
Hoje, exagerei na minha expressão sobre o belo e maravilhoso texto que escreveste?
QSF, mas amei!
Quem diz verdades...não te perderei com certeza, penso eu! És uma “amizade” diferente e que não troco.
Bj
https://youtu.be/lw0XPOVHORM
Xiiii exageraste mas gostei...até pareces do Porto, cara**o...agora não me apetece dizer palavrões! Nada que um QSF não resolva... y viva la vida!!!
ResponderEliminar