terça-feira, 30 de abril de 2019

Amar com Liberdade


Conversas de amigas
Idades entre 40 e tal – 60 e tal
Uma solteira, outras descasadas ou divorciadas, alguma amancebada, outras viúvas, com filhos pequenos ou já adultos… uma mescla de tudo o que possa existir…
Conversam animadamente sobre homens, sim, já não são só os homens a falar de futebol e gajas; agora estas também falam abertamente e sem rodeios de qualquer tema acerca deles, desde o mais íntimo ao generalizado! E riem muito, só palhaçada. Depois do sofrimento de terem amado alguém que as deixou, ou que partiu para outra dimensão, ou mesmo quem elas preferiram abandonar, por algum motivo…
Agora são livres, desimpedidas, e só querem amar quem as merece. Ou melhor assim, sozinhas.
Falam no poliamor. Se a sociedade não fosse tão hipócrita, por que não? (pode acontecer a qualquer simples mortal gostar de mais do que uma pessoa, ninguém está livre disso)...Não foi também sempre fantasia do homem ter mais do que uma mulher? E talvez sempre as tiveram, com a mulher em casa, muitas vezes fingindo que não sabe... 
Já que é humanamente impossível - será? - reunir tudo numa pessoa só, agora são elas que imaginam terem vários, mesmo que não se atrevam: um que é bom nisto e lhes agrada, outro bom naquilo e que as encanta… e com o consentimento de todos é possível viver uma relação feliz e sem preconceito.

Quando não se tem uma mente aberta, este é um tema difícil de abordar… só mesmo para pessoas pouco conservadoras, ou rebeldes, que gostam de temas controversos.
Os padrões de vida dos nossos pais ou antepassados já eram, nada a ver com as novas gerações que de repente  nascem no meio de uma crise de valores, em que se desvaloriza o amor para toda a vida, o amor único - o verdadeiro, o sentido, o vivido, o que cresce selvagem. Salvaguardando raras exceções, evidentemente.
Depois de certa idade (para ter juízo), ou depois de tanto sofrer em busca de um amor de verdade, há quem decida ser LIVRE para o amor, ou seja, querer amar em liberdade por não querer pertencer a ninguém, assim como também não deseja ser dono de ninguém; a liberdade é que é a trave mestra para o verdadeiro amor, sem querer escravizar-se a ninguém. Apenas é e quer ser, tão só e sempre, escravo/a da sua consciência e só ela poderá julgar para viver-se o sentimento do amor.
Ser livre para o AMOR! Eu sei, é tudo muito bonito na teoria… mas na prática é só para seres especiais que sabem viver com amor, o genuíno, com honestidade e comunicação. Sem fingimentos.
Pelo Amor Livre
Eu prometo não te prometer nada
Nem te amar para sempre
nem não te trair nunca
nem não te deixar jamais.
Estou aqui, te sinto agora
sem máscaras nem artifícios
e enquanto for bom para os dois que o outro fique.
Nada a te oferecer senão eu mesmo
Nada a te pedir senão que sejas quem tu és
a verdade é o que de melhor temos para compartilhar.
Tuas coisas continuam tuas e as minhas, minhas.
Não nos mudaremos na loucura de tornar eterno
esse breve instante que passa.
Se crescemos juntos
ainda que em direções opostas
saberemos nos amar pelo que somos
sem medo ou vergonha
de nos mostrarmos um ao outro por inteiro.
Não te prendo e não quero que me prendas
Nenhuma corrente pode deter o curso da vida
nenhuma promessa pode substituir o amor
quero que sejas livre como eu próprio quero ser.
Companheiros de uma viagem que está começando
cada vez que nos encontramos novamente.
(Geraldo Eustáquio de Souza)

1 comentário:

  1. Gostei... gostei! E do poema adorei... senti-me e “nada a te pedir...” “...cada vez que nos encontramos novamente “ !
    Sabes?
    Gosto de te ler... continua!
    Bj

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