quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Ano Novo Vida Nova

Será? 
Sempre que começa um novo ano, acreditamos que assim seja, ou teremos que fazer por isso. Contudo, “pelo andar da carruagem” talvez como em Espanha… será mais um ano de con-su-mismo: cada um de nós vai continuar con su mismo salário (quem tiver trabalho, claro, e que saiba preservá-lo), su mismo carro, su mismo vestuário, su mismo TUDO porque não nos dão hipóteses para mais… Portanto, provavelmente vai continuar tudo igual, sem novidade, neste mundo desigual onde uns conseguem ficar cada vez mais ricos e outros na miséria, às vezes mais mental do que outra coisa (é verdade)…

Mas falemos de coisas mais engraçadas… por exemplo: PALAVRAS.
Adoro brincar com as palavras, por isso cheguei a ficar viciada em jogar scrabble, ai que saudade, adorava inventar termos novos e estranhos, só para completar o jogo e fazer pontuação, e ríamos muito com isso… e também gostava de fazer as palavras cruzadas dos jornais ou revistas.

Além do facto de ter morado alguns anos no Brazil e aprendido muitos termos novos, diferentes dos nossos, que depressa assimilei e ainda gosto de relembrar quando assisto à novela da tarde, reparo que também neste país tão pequenino há "dialetos" que diferem de um lugar para o outro, e só me apercebo de que estou a falar "estrangeiro" quando me dizem "isso diz-se no norte, aqui não"... chego ao ponto de já nem saber onde se diz o quê.

Entre o norte e o sul, alguns exemplos:

Aloquete/cadeado - cruzeta/cabide - sertã/frigideira - cimbalino/bica - pingo/garoto - fino/imperial - molete/carcaça? - picheleiro/canalizador - carcela/braguilha - sapatilha/ténis - ferrar/morder - morcão/totó - trolha/...? - 3 menos 10 (horas)/10 para as três...zangado/marafado...etc...

E aquelas do por/colocar/botar? estas até têm graça, há quem ache que colocar é um termo mais fino; botar, meter ou por é coisa mais reles. Ficaria mais chique começar a dizer colocar a mesa, a galinha colocou o ovo, vamos ver o colocar do sol... LOL (Laughing Out Loud - para quem ainda não sabe, já agora)!

Eu boto! (também pode ser o verbo "votar" no norte, carago)
Boto sal na sopa, boto açúcar no chá. Boto a roupa para lavar. Boto o telemóvel a carregar. 
Sim, do verbo botar.


E já agora, apreciem: http://souportista.com/pronuncia-do-norte-e-o-mais-proximo-do-portugues-original/

100 mais palavras, de novo quero desejar-vos um FELIZ ANO com muito Humor e Amor, além de saúde (claro) - o essencial da vida – e, de preferência, sem termos que usar burka...

Será que ainda vamos chegar a 2028, ainda existirá o Facebokas e poderemos organizar um vaivém entre a Terra e Vénus (deusa do Erotismo, do Amor e da Beleza) …? 
E depois quero ir de Vénus aMar-te… logo veremos…


quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Mais EU e... FELIZ 2016!


Talvez este seja o último texto do ano, e quero dizer que estou orgulhosa de mim mesma, por ter iniciado um projeto que me tem dado prazer. Com este, serão 31 textos que descreveram mais ou menos o meu sentir durante 2015. Espero continuar inspirada, a agradar-me e a agradar-vos com as minhas palavras.
Ainda há N coisas que muita gente não saberá sobre mim:
- Gosto de ser loira, e o ruivo também me fica bem (o cabelo escureceu ao longo dos anos, mas insisto em ter a cor dourada, agora mais para o platinado)
- Fui casada duas vezes
- Não tive a dádiva de gerar filhos, mas o instinto maternal também não me atormentou
- Já vivi no continente africano e passeei pelo americano; agora parei no europeu

- Entre os 18-21 anos morei no (ex) estádio das Antas (não é para qualquer um...)
- Já tive os meus minutinhos de fama na TVI numa noite de São João - junho 2011 - a comer sardinhas nas Fontainhas, o lugar onde nasci (nunca imaginei que tanta gente me veria, a nível nacional)
- Já fui totó muitas vezes (mas… vivendo e aprendendo)
- Sou muito sonhadora, e ao mesmo tempo aceito bem a realidade (que remédio, pela minha sanidade mental)
- Sou boa observadora (naquilo que me interessa)
- Desligada (do que não interessa)
- Refilona
- Impulsiva
- Tanto sou persistente como desisto fácil, depende!
- Romântica inveterada
- Apaixonada pelo mar e sol
- Gosto que cuidem de mim e me dêem mimos
- Sou um pouco “fria” e distante com certas pessoas
- Derreto-me facilmente, também (para quem merece)
- Adoro gente de (sor)riso fácil e sincero
- As cores vivas atraem-me: lilases, laranjas, vermelhos, e também a cor preta… difícil dizer a preferida
- Já fui introvertida; hoje em dia tento ser mais comunicativa, e até virei palhaça…
- Nunca liguei a animais antes, agora adoro gatos (dos outros)
- Já fui uma vez de bicicleta do Porto a Miramar, outra vez até Leça
- Adoro fazer longas caminhadas, mesmo que não haja companhia
- Gosto de poder dançar até de manhã e ver o dia nascer (uma vez ou outra)
- Adoro sentar na areia ou numa esplanada a ver o por do sol
- Felizmente não tenho a mania das limpezas, o pó não me incomoda
- Calço 40/41 mas… “sapato não”
- Adoraria andar descalça, ou de havaianas, o ano inteiro
- Não gosto dos meus dedos dos pés, são um bocado grandes (já gostei menos)
- Gosto de comida japonesa
- Não me importava de ser sempre vegetariana / crudivorista, mas fica difícil…
- Gosto de fígado
- Gosto de vinho rosé e tinto
- Evito as bebidas com gás, mas um espumante vai sempre bem...
- Preciso de adrenalina/paixão (por algo ou alguém) para viver “feliz”

- Não me dou com gente destrambelhada, ou que convive comigo e nunca me conhece; gosto de ter orgulho nas pessoas que me rodeiam, ou que amo, se começo a revirar os olhos muitas vezes, é mau sinal...

- Não sou a sapiência em pessoa, mas desconfio de alguém que escreva mal, por ex: ler "pessas" em vez de peças ou "voçê" com cedilha ou "colonar" em vez de clonar... quero fugir... há que ter o mínimo de instrução para comunicar nas redes sociais, por favor!

- Adoro dormir
- Um dia alguém me leu as mãos, e tenho alma de artista! (na escrita? quem sabe)
- Há um hobby que ainda não explorei: a fotografia!
- Já tirei bué de fotos lindas de mim mesma, em poses que nem eu me reconheço!
- Já fui possessiva e ciumenta (com as minhas coisas e as minhas pessoas), agora menos… sou mais EU!
- Parece que tenho adquirido maturidade emocional, segundo alguns artigos que li 

- Fujo de gente anormal, hipócrita, sem escrúpulos
- Dizem que (ainda) parto corações por aí… sei lá!

(Lista incompleta, e a completar ao longo do tempo)
FELIZ ANO NOVO

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

SobreVOANDO...


É raro viajar, mas quando é para ser de avião quase na hora da partida é sempre uma sensação de aventura/medo, por mais que a viagem seja curta e o avião seja considerado um dos meios de transporte mais seguros do mundo. 
Melhor nem pensar em nada, abstrair-se de qualquer pensamento ruim (eventualmente derivado de notícias recentes) e desfrutar do voo. Pensar como o homem é capaz de grandes feitos e como é bom estar em tão pouco tempo no lugar de destino.

Olho para os outros passageiros, e imagino se pensarão o mesmo que eu. Uns fecham os olhos e tentam dormir, talvez tenham tomado algum drunfo para relaxar durante a viagem, outras agarram-se ao telemóvel que deve ser logo desligado, mas ainda estão com as últimas despedidas… casais vão de mãos dadas e aos beijinhos, aproveitam para namorar e afastam o stress… depois vêm as ou os assistentes de bordo distrair-nos com as medidas de segurança, como devem ser colocadas as máscaras em caso de falta de ar, quais as portas por onde devemos atirar-nos se acontecer algum acidente, além de nos aconselharem a ler as instruções na nossa frente… E vale a pena? Quase ninguém liga, seja o que Deus quiser, e vamos lá…

Quando o aparelho levanta voo é um instante, logo a seguir acendem-se as luzes e já vamos mais calmos, nuvens adentro, às vezes ainda se assiste a um belo por de sol…

Viajar de avião não é para qualquer um(a), muito menos para quem sofre de claustrofobia. Pensar que vamos fechados naquela coisa pesadíssima a planar, com tantas vidas lá dentro. Porém, é uma sensação indescritível ir junto à janela e olhar para baixo, ver todas as luzinhas da grande cidade, identificar aqui e ali um lugar conhecido ou, quando mais alto, ver as de outros lugarejos minúsculos onde alguém estará morando, longe de tudo e de todos.

Nunca me esqueço, em 2009, eu tinha viagem marcada para voltar a Portugal, poucos dias depois daquele terrível desastre do voo Air France 447 que caiu a meio do oceano entre o Rio de Janeiro e Paris, inexplicavelmente… até decidi adiar a minha viagem, a fim de recuperar o ânimo.

Quando o aparelho aterra, é outra sensação de aperto no estômago, não vá o avião entrar pelo aeroporto ou terra adentro. Nenhum destes pensamentos ocorrerá para quem vive a voar. Imagino que essas pessoas vivem entre o céu e a terra, e nada lhes assusta.

Agora fez-me lembrar do livro “Fernão Capelo Gaivota” que conta a história de uma gaivota que não quer apenas voar, mas quer melhorar no voo a cada dia, e para isso precisa de enfrentar muitos desafios. Os seus lemas são “Nunca desista” e “Nem o céu é o limite”.

Assim como na ficção do livro, na vida real também encontramos pessoas que acreditam nos próprios sonhos e buscam o que querem, mesmo quando tudo parece conspirar contra isso.


— Vê mais longe quem voa mais alto!

https://www.youtube.com/watch?v=WKi6kQbsD0g

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

O que é o Amor...


Ontem lia no jornal que o tema mais procurado em 2015 pelos Portugueses foi “O que é o Amor?” na pesquisa do Google - http://www.jn.pt/PaginaInicial/Tecnologia/Interior.aspx?content_id=4932335

Afinal não sou só eu a embirrar com este tema. Quando penso que sou (a)normal, afinal há mais de meio mundo a pensar igual a mim. Porém, confesso que nunca fiz essa pergunta ao Dr. Google, ou nem me lembrei. Elementar, meu caro Google: cada um sabe de si, e do seu amor! 
Há uns que gostam assim, outros assado, com mais ou menos molho, e quem não gosta deixa no prato.

Não quero falar aqui do amor entre membros da família, esse acredito que exista ‘bem lá no fundo’ apesar de todas as desavenças e clivagens emocionais. Quero falar do amor homem/mulher ou agora mulher/mulher e homem/homem. Sim, porque atualmente é tudo tão (a)normal que até se torna ‘intimidativo’… Ainda hoje uma senhora amiga (estrangeira) contava-me sobre a azáfama natalícia e falava do filho cujo namorado vinha de Itália passar cá estes dias. Dei comigo a pensar: se calhar enganou-se, devia querer dizer ‘namorada’… mas depois refleti “ué, qual o problema, é normal!”…

Importante é não confundir amor com paixão. Quando ouvimos falar em amor à primeira vista, talvez a expressão “paixão (ou atração) à primeira vista” fosse mais sensata. Atração por algo que a pessoa nos transmitiu, no olhar, no toque, na maneira de ser ou de falar, na personalidade… 
O AMOR é algo mais amadurecido, e leva tempo! Muitas vezes pode começar com uma simples amizade, sem segundas intenções. Com o passar do tempo, os dois (ou as duas) descobrem que se amam e que não podem viver um sem o outro. Neste caso, o amor foi surgindo aos poucos. Ambos ou ambas tiveram tempo de se conhecer, ver as boas e más características que cada um(a) possuía. Quando resolveram namorar já sabiam que poderiam enfrentar juntos os bons e maus momentos da vida.
Claro que há também o contrário: com o tempo descobre-se as diferenças, a falta de cumplicidade, cada um(a) pensando de forma diferente, e aí não dá, poderá tornar-se (ou voltar a ser) uma boa amizade, se assim quiserem. 
E por que tem que ser sempre pelo sexo oposto? (faz sentido).

Tanto se pode fazer por amor e em nome dele. Pode haver amor de uma vida inteira, de uma noite apenas... inexplicavelmente tudo pode acontecer, sem nada planeado. Pode haver amor com ou sem sexo… afinal amor pode ser TUDO, em especial para uma pessoa romântica.
Há quem chame logo amor a quem mal conhece, outros têm dificuldade ou nunca pronunciam tal palavra, acham que isso é coisa de filmes…e assim vamos vivendo com mais ou menos amor sentido… seja lá de que forma for esse AMOR, é um sentimento muito bom, com certeza, e sem ele ninguém consegue viver, com ou sem palavras. Pode até ser invocado em vão e tornar-se perigoso, quando alguém diz que maltratou ou matou por amor; pode-se também abandonar por amor… http://www.vagalume.com.br/rui-veloso/nao-invoquem-o-amor-em-vao.html

Resumindo: Parece que o amor é também complicado, além de inexplicável. Com ou sem amor, a maior riqueza desta vida [para além do privilégio de ter saúde] é fazer boas amizades.

O romantismo do amor parece estar fora de moda, o amor verdadeiro foi banalizado, diminuído a vários tipos de experiências vividas pelas pessoas as quais se referem a estas utilizando a palavra amor. Noites descompromissadas de sexo são chamadas “fazer amor”. Não existem mais responsabilidades de se amar, a palavra amor é usada mesmo quando as pessoas não sabem direito o seu real significado.” (citando Zygmunt Bauman)

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Não há famílias perfeitas

Apesar de haver quem queira dar a impressão de ter uma família perfeita "é tanga". Todas têm os seus quiproquós, é evidente, uns mais outros menos graves. Mas com amor e perseverança, tudo se resolve e a vida continua. Há umas que demonstram claramente o sentimento que existe entre todos os seus membros, há abraços, sorrisos, muita cumplicidade... e há também aquelas que querem aparentar ser o que não são, ostentam uma fachada, mas cada um sabe o que vai dentro da sua casa, ou não vai...

Falando da minha, está mesmo longe de ser perfeita. Segundo alguns estudiosos, ou mesmo a teoria espírita, não é à toa que nascemos num determinado núcleo familiar. Antes de nascer, escolhemos a encarnação, ou seja, a família na qual iremos nascer de acordo com o que temos que aprender nesta vida. Sem entrar no assunto da reencarnação (na qual pouca gente acredita), acredito sim que nascemos cercados por um grupo de pessoas que nos recebe, bem ou mal, para nos ensinarem alguma coisa e também aprenderem connosco... E eu ainda ando a tentar perceber por que escolhi esta que tenho. A verdade é que tenho aprendido muito, e sinto que aos poucos vou evoluindo e me tornando a pessoa que devo ser. 

Já foi o tempo em que me entristecia com o afastamento emocional que existe entre nós, ao ponto de uma mãe com quatro filhos sentir solidão (isso não é normal, digo eu...) mas agora relevo... esse distanciamento fez-me ficar mais próxima de certas amizades que são como família. Talvez faça parte do carma de cada um ou de cada família. Mal conheci meus avós, mal convivi com qualquer familiar incl. a madrinha que me deu um nome do qual nunca gostei. A partir de certa idade adotei o diminutivo "Lina" e assim já gosto mais. Mudaria o meu nome na boa, se fosse fácil ou permitido...

Sinceramente, mesmo assim, agradeço ao universo, ou talvez a mim mesma, por ter nascido na família que nasci, pois aprendo muito e cada dia mais com eles (mesmo distantes), dentro e fora de mim. O que ensino a eles? Bem, isso só eles poderão dizer.

Chegou dezembro, começou o clima de natal, lá vem a apologia da família bla-bla-bla, mas esta quadra festiva deixou de ter sentido para tanta gente porque, durante o ano, onde está esse espírito bondoso e natalício? E depois chega o dia 24/25 (e depois ainda o dia 31) e é só reunir todos e mais algum à volta da mesa e "enfardar" para nos dias seguintes andar a chás ou tomar guronsan...

O Natal está bom para as crianças, com a sua alegria e ingenuidade, mas o consumismo desenfreado é algo assustador. Neste período natalício, somos massacrados com publicidade constante para comprar, comprar, comprar. Hoje as crianças não se contentam apenas com um presente pedido ao Pai Natal, mas fazem listas de brinquedos enormes e ficam frustradas quando não os recebem. E é justamente nesta época que vemos as grandes diferenças entre as famílias, umas não têm sequer o que comer, outras esbanjam-se em coisas supérfluas. Mundo desequilibrado este. E os pais deviam ensinar-lhes que é importante partilhar e preocupar-se com o próximo, os outros meninos e meninas que nada têm... Através de uma criança que aprende os valores da vida (tanto em falta ultimamente) poderemos vislumbrar o início de um mundo melhor.

Para Osho - um místico / líder espiritual que gosto de ler - a família está obsoleta e é a causa raiz de milhões de males, que vão passando de uma geração para outra. Os filhos recebem dos pais como herança desejos insatisfeitos, frustrações, ambições incompletas... 

No ocidente, de acordo com estatísticas, um terço dos casamentos acaba em divórcio com todas as horríveis batalhas legais sobre os filhos e sobre os bens. A maioria de todos os assassinatos e crimes violentos do mundo acontece dentro de casa, entre os membros da família... Hoje em dia há filhos que se ausentam, vão para longe procurar oportunidades de emprego e de vida; pais que tentam fazer o mesmo, em qualquer idade. Famílias desfeitas. Quem sabe, a data natalícia tem isso de bom: reunir todos novamente e matar a saudade uns dos outros. 

Há poucos dias soube que uma boa amiga vai em breve para a Austrália tentar um emprego, deixando aqui os 3 filhos, a quem ela pretende dar um futuro "risonho". Que a sorte esteja com ela e tenha sucesso, tão longe!

Minha árvore de Natal 2015

 Boas Festas para vocês!

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

No limbo...

Há quem considere que me exponho demais ao escrever o meu blog, ou até parece que faço publicidade de mim própria, ou procuro alguém(?)... mas penso assim: quem serei eu, se não uma partícula minúscula no meio de milhões delas neste universo gigante, uma mulher/pessoa como muitas, com desejos e sonhos em comum... Adianta esconder alguma coisa? Por aquilo que observo ao meu redor, às vezes sinto-me um ET, mas deve haver muitos/as mais, melhores ou piores...

Sempre gostei de escrever, ainda não havia estas novas tecnologias (agora está tudo ao nosso alcance com um simples clique) e já eu curtia arranjar correspondentes noutros países (o "pen pal", lembram-se?) e escrevia/recebia cartas, uma forma de também ir praticando a língua inglesa que tinha estudado, ou francesa. Outros tempos, até pareço uma dinossaura.

Agora que tenho estas modernices ao meu serviço, vou usando-as para o meu bel-prazer, e muito mais faria se houvesse tempo e maior conhecimento das atualizações a nível informático. Atualmente, o mundo gira a uma velocidade vertiginosa, amanhã já estamos ultrapassados. Detesto quando o telemóvel vai para consertar, é formatado, e depois é uma trabalheira para por de novo o raio do aparelho a funcionar ao meu jeito. Como a gente perde tempo com estas coisas, às vezes lá tem que ser, quando há tanta coisa boa para se fazer à nossa espera! Um passeio à beira-mar ou beira-rio, o por do sol, um belo luar... ou apenas relaxar no sofá e curtir um som no fim de tarde ou à noite, ver uma novela brasileira e matar saudade daquele Rio por onde já passei e fui feliz...


E por falar em 'passagens', nos últimos anos sinto-me a viver numa espécie de limbo. Desde que o meu pai partiu em 1999 (faz 16 anos daqui a 3 dias) - a pessoa mais próxima de mim - e depois fui vendo partir outros familiares com quem não convivi muito, e pessoas amigas de todas as idades, com mais ou menos intimidade, é que caio na real e deixo de levar muita coisa a sério. Há quem diga, para quê levar a vida a sério? não sairemos vivos dela... então há que sentir-se feliz com as coisas mais simples. 



Sinto como se essas pessoas ainda existissem - e existem, não consigo é vê-las - estão em outra dimensão, e desejo (acredito) que estejam em paz, muito melhor do que aqui neste mundo onde todos os dias sofremos com o que sentimos, vemos e ouvimos, e onde nos fazem viver com medo de tudo. Uma forma de fugir disso é, por exemplo, desligar a TV. Só atrocidades, um mundo em colapso, a caminhar para o seu fim.


Agora com a cena do Facebook, as pessoas partem e ainda continuam ali, se eu quiser postar uma mensagem linda na sua cronologia, uma música ou um coraçãozinho, ainda posso... incrível! E dá vontade de escrever "ó pá onde te escondeste? esse lugar é fixe? manda notícias carago!"... como seria bom se respondesse... Quando procuro um endereço de e-mail e cruzo com um nome que já não existe, que não vai me responder nunca mais, dá um aperto no coração... C'est la vie!
Porém, nas minhas caminhadas com a natureza falo com quem eu quiser, e sou escutada, com certeza.

https://www.youtube.com/watch?v=EP1LiJCkpeo

Há dias assim, hoje lembrei-me...dia 26 (13+13)...deu-me para ficar lamechas, e partilhar o meu sentir. Considero-me uma pessoa normal (seja lá o que isso for) e escrevo para quem me quiser ler ou tiver paciência para isso.
A seguir poderei falar mais N coisas sobre mim, sem problema algum e sem máscaras...

"A morte é a coisa mais justa do mundo. Nunca ninguém ficou de fora. O mundo leva toda a gente - o bondoso, o cruel, os pecadores. Fora isso, não existe nada que seja justo no mundo."(Svetlana Alexievich)

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Gente Feliz, sem Idade

Mais um ano que passa. Há quem deteste ou evite (des)fazer anos, há também quem se vista a rigor e comemore/bebemore até o dia raiar, ou à grande e à francesa, eu até nem aprecio Moet Chandon
No meu caso, aniversário é essencialmente aquele dia em que muita gente se lembra de mim, é uma azáfama o dia todo, o telefone não para de tocar e sinto-me uma pessoa super importante; amigos/as que passam o ano inteiro sem ter tempo para ligar ou falar, ou mesmo familiares, mas chega esta data e NUNCA se esquecem, seja por sms, e-mail, telefone, Facebokas ou Skype...isso deixa-me feliz.
Vim para o computador acabar uma tradução, e de repente estava lá o Dr. Google a homenagear-me "Feliz aniversário Lina!" com bolinhos e velinhas HeHeHe fiquei boba! estou cada vez mais importante, e nem sabia.
Presente do Dr. Google

Já foi o tempo (das vacas gordas) em que gostava de reunir uns quantos e era uma festa, com animação. Agora vou (des)fazendo anos tranquilamente. Haja saúde e energia para levantar da cama e sorrir para o sol ou para a chuva, seja lá o tempo que for, o importante é gostar de mim como sou. Se for sol, vai uns mergulhos, se for chuva, ai a caminha é tão boa :D

Não tenho mais idade. Raramente alguém me chama "dona" ou "senhora", e se alguém o faz (geralmente pessoas de idade) soa mesmo estranho. Mas gosto quando (normalmente) dizem "a menina" !
Também não sei dar idade a ninguém, pois isso é um detalhe sem importância para mim. Há muitos homens e mulheres cuja idade não é possível classificar. Se perguntarem a minha, ainda tenho que pensar primeiro e fazer contas, para não dizer errado. Sou da idade da Sharon Stone, Madonna, Michelle Pfeiffer...e de outras mulheres lindas e interessantes que ainda despertam instintos selvagens. 
Pertencemos ao grupo das cinquentérrimas (como diriam as minhas amigas no Brasil) e não mais das cinquentonas. O mesmo acontece com alguns homens que com a idade são cada vez mais charmosos. Não somos velhos, mas também não somos mais jovens, somos ‘ageless’ (sem idade, em inglês) - uma nova geração.

Ao desfazer anos, voltarei a ser criança, aquilo que afinal nunca deixei de ser... devo ser o Peter Pan na versão feminina. Se eu quiser, faço anos todos os dias e todos os dias anos.

Mais que tudo quero ter pé bem firme em leve dança com todo o saber de adulto todo o brincar de criança - Agostinho da Silva, Quadras Inéditas, p.59.

Aproveitando o tema, vou contar um episódio bizarro que aconteceu em 2004, para ilustrar como o que está registado no meu BI nunca combinou com a minha pessoa (a cara não bate com a careta). Estava eu a passar 1 mês nos States (South Lake Tahoe), fui jantar com pessoas amigas a um restaurante; na hora de pedir a bebida escolhi uma cerveja e o garçon pediu-me o documento de identidade! Fiquei a olhar para os outros, tipo "isto aqui é normal?"… (tinha eu uns 45 anos...ainda hoje me parece ficção!)

As diferentes fases da vida que convencionalmente se consideravam infância, adolescência, juventude, idade adulta, meia-idade e idade da reforma, são hoje ideias feitas que perderam significado para esta nova geração, a dos "sem idade". Os pais e avós de hoje nada têm que ver com os de outrora, comprovando diariamente que tudo é possível, em qualquer idade. Em vez de pararem aos 50, é quando começam a viver, a fazer desporto ou qualquer atividade física, a fazer enfim tudo aquilo que não tiveram tempo antes, por algum motivo, geralmente trabalho e/ou família para criar. É uma espécie de saber envelhecer, sem ficar velho. 

Viva EU! e Parabéns à minha mãe (e meu pai) que criaram uma bela peça!

Plagiando Saramago, é assim:

Quantos anos tenho?
Tenho a idade em que as coisas são vistas com mais calma, mas com o interesse de seguir crescendo.
Tenho os anos em que os sonhos começam a acariciar com os dedos e as ilusões se convertem em esperança.
Tenho os anos em que o amor, às vezes, é uma chama intensa, ansiosa por consumir-se no fogo de uma paixão desejada. E outras vezes é uma ressaca de paz, como o entardecer em uma praia.
Quantos anos tenho? Não preciso de um número para marcar, pois meus anseios alcançados, as lágrimas que derramei pelo caminho ao ver minhas ilusões despedaçadas…
Valem muito mais que isso
O que importa se faço vinte, quarenta ou sessenta?!
O que importa é a idade que sinto.
Tenho os anos que necessito para viver livre e sem medos.
Para seguir sem temor pela trilha, pois levo comigo a experiência adquirida e a força de meus anseios.
Quantos anos tenho? Isso a quem importa?
Tenho os anos necessários para perder o medo e fazer o que quero e o que sinto.
José Saramago

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Muito Riso, muito Siso, na Paz...


Amor... lá vou eu falar dele, meu tema preferido...
Hoje em dia há cada vez mais gente a escrever livros, de poesia e prosa… e o tema mais abordado costuma ser esse: o tal de Amor. Aquele que ninguém entende, mas todos procuram e parecem saber escrever sobre ele. Como eu não sei escrever poesia, fico por aqui, assim ao natural, como eu (o) sinto.

Apesar de procurado por todos, homens e mulheres, é preciso ter sorte para encontrar e viver um amor tranquilo. Um AMOR tem de ser leve, feliz, e na base da felicidade está a segurança, a tranquilidade, o companheirismo, amizade e confiança recíproca. Muita coisa junta, é verdade, mas se não for desse jeito, é melhor desistir, por mais irresistível que esse amor possa parecer. 

Nem sempre quem amamos nos sabe dar essa paz... além de que amar é sempre arriscado. Hoje em dia até há quem queira testá-lo primeiro e faça o test-drive no relacionamento, juntando alguns trapinhos antes de casar, se é que pretendem fazê-lo algum dia no futuro. São aquelas modernices às quais vamos nos acostumando por mais que ainda tenhamos uma mente retrógrada...mais ou menos como quando queremos entrar na água do mar, pondo primeiro a pontinha do dedão do pé na água para ver se está fria, e depois então mergulhamos de cabeça.  

Como o Cazuza cantava tão bem, até para o amor há que ter/pedir garantias
https://www.youtube.com/watch?v=DGh0FLLqy48
ser teu pão, ser tua comida/todo o amor que houver nesta vida/e algum trocado para dar garantia”...

Esta música tem uma uma letra sábia e lúcida sobre a essência do amor, e dá que pensar: “Ser artista no nosso convívio/pelo inferno e céu de todo dia/pra poesia que a gente não vive/transformar o tédio em melodia”...
Na minha opinião, amor com tédio não combina, e fujo dele a sete pés.Há que ser inventivo, e isso dá algum trabalho! 
Por exemplo, um amor com humor é tudo de bom, quebra a rotina. Em relações fortes e duradouras nota-se que o humor está sempre presente. O riso é um afrodisíaco sempre eficaz. Afinal, para quê levar sempre tudo a sério? A vida é tão frágil, tão efémera! 

Não é fácil, mas há quem diga que o coração é um músculo como outro qualquer e pode ser treinado. Há quem o treine para a tristeza, a mágoa, os joguinhos e guerrinhas domésticas, mas há também quem o treine para a alegria, a gratidão e a paz no lar (ou dentro de cada um de nós). Prefiro a segunda opção.

Muito riso, muito siso, tudo na medida certa, para levar a vida com leveza e saber riscar da nossa vida o pseudo amor, quando vemos que não vale a pena, porque depois haverá sempre alguém que nos vai amar mais. E melhor. É apenas uma questão de tempo.

Riso e equilíbrio, para uma vida leve e para que a rotina não nos pese e os sonhos nos deixem voar…

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

To Love or not to Love

Ontem assisti ‘de repente’ a uma cena de filme enquanto fazia zapping nos cento e tal canais… era um casal jovem na cama, deviam ter acabado de fazer amor e ela estava a perguntar ao parceiro porque nunca lhe dizia “amo-te”… ele ficava calado, e ela quase a chorar voltava a indagar o motivo de tanta dificuldade em dizer aquela palavrinha… ele pegou numa caneta e escreveu nas costas dela junto ao ombro direito “I love you”, achei que até ficou bonitinho, e ela olhando (um pouquinho satisfeita) de novo perguntou "mas é assim  tão difícil dizer isso"…?

Verdade… não tem jeito, mulher além de louca é chata (digo eu)… por que será que gostamos tanto de ouvir isso?

Pois essa é uma das palavras mágicas que podem fazer milagres, além daquelas: “desculpa” “obrigada” “és/estás linda”… 
Sabemos tão bem que há os que dizem esse “amo-te” a torto e direito e provavelmente nem o sentem, só para as calar… mas que cai bem, cai. 
Poderia ser uma vez por semana, sei lá… custa muito? Eu também não entendo essa dificuldade… quando se gosta (ama) de verdade, e se eu fosse homem, seria capaz de dizer isso em todos os momentos à pessoa minha amada…

Por que motivo os homens encontram sempre problemas neste ponto, entre outras várias coisas sem explicação? Eles não percebem que as mulheres precisam de um pouco de excesso de carinho e, por não perceber isso, às vezes acabam por perder alguém interessante, uma pessoa que até os faria felizes, por causa de um pequeno descuido.
Todos os homens costumam dizer, e até nós mulheres, que a mulher é complicada. Porém, elas 'apenas' precisam de demonstrações constantes de carinho como se fosse um combustível para a sua felicidade. Mesmo que para eles "amo-te" seja apenas 6 caracteres sem qualquer importância, deviam imaginar que isso poderá ser TUDO para elas... Por que dificultar uma vida amorosa?

Às vezes, homens apenas pensam e mulheres apenas sentem...

(OK há homens e homens, mulheres e mulheres; também deve haver o contrário, eles a queixarem-se que não sentem o carinho por parte delas... oh mundo desequilibrado!!!)

Ah, e o amor... é divino!



terça-feira, 27 de outubro de 2015

Quem escreve… seus males espanta!

Sei que o ditado popular não é bem assim, nem sequer rima, mas no meu caso sinto cada vez mais que a escrita me atrai; até aqui eu escrevia apenas para mim, particularmente nos momentos mais difíceis a nível emocional, tipo uma catarse necessária para que tudo o que não presta saia da minha mente. Só quero ocupar o meu pensamento com coisas boas (quem sabe, sou hedonista)

Agora criei este blog que puxa por mim, e se passo algum tempo sem vir aqui, começa aquele frenesi “estás a demorar a escrever, então?”… acordo geralmente cheia de energia (mental e não só), com mil ideias para partilhar ou “botar cá para fora”…

Hoje falava com os meus botões enquanto conduzia, falo muitas vezes sozinha (é verdade), e também danço na rua, se for preciso, não posso ouvir uns acordes que fico logo a mexer! Sou uma figurinha, um cromo, eu sei (e diz quem me conhece)…
Pensava que não é preciso muito para sentir-se feliz, isto é, na medida em que o mundo à volta nos permita isso. É bom acordar com saúde e ter algum trocado para comer e pagar as contas. E se houver um amor na nossa vida, é a cereja no topo do bolo (como se costuma dizer). 

Pensava também em pessoas que conheço ou já conheci, com muito dinheiro e/ou propriedades e não sabem o que fazer à vida, levam uma vida tão monótona que até dá dó, e penso "ai se eu tivesse tudo isso, o que eu (não) faria!"... Outras serão diferentes, gastam tudo de uma maneira estúpida, querem viver tudo de uma vez, e nem por isso são mais felizes... Mas (felizmente) ainda há outras que partilham o que têm e sabem fazer outra pessoa feliz (bem hajam essas). E eu, seria mais feliz se fosse rica? 

Há quem já nasça com a vida super facilitada, herdeiro/a dos bens de família, chega aos 18 anos e já possui "tudo" sem ter que trabalhar para isso: desde o melhor carro zerinho (se quiser), apartamentos em vários lugares, viagens pelo mundo, etc. 
Outros ouviram os pais falar desta forma "se queres ser alguém na vida, trabalha como nós, faz-te à vida!"... E penso, por que uns trabalham e conseguem acumular alguma coisa de valor ao longo da vida, podendo deixar os filhos bem mais tarde, e outros trabalharam uma vida inteira e nada juntaram? Levam uma vida pobre até morrer... Daqui nascem as desigualdades; acredito que também se consiga ganhar dinheiro de forma honesta, apesar de o contrário ser o mais comum, infelizmente.

Penso que é mesmo uma questão de sorte? ou saber viver? Mais tarde diremos "os pais fizeram o melhor que souberam ou puderam", outros tempos, outras mentalidades. Afinal de contas, a vida não mudou tanto assim, sempre houve e vai haver pessoas diferentes, umas que se preocupam, outras não...e cada um colhe o que semeia, não é verdade?

Se a gente reparar na infelicidade alheia e nas desigualdades sociais, é inevitável que tudo isso nos afete, mas agradeço todos os dias por ser como sou, por conseguir alhear-me do que não interessa e acordar sempre pronta para o desafio de um novo dia. Pronto, desabafei. 


Ser feliz é...

"ter um monte de problemas, mas ser capaz de sorrir com as pequenas coisas do dia-a-dia".

"trabalhar como se não precisasse do dinheiro, amar como se nunca tivesse sido magoado(a), e dançar como se ninguém estivesse a observar!

Não é bom pensar assim? carpe diem!

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Vida, vida… vida louca!


"Toda mulher é doida. Impossível não ser. A gente nasce com um dispositivo interno que nos informa desde cedo que, sem amor, a vida não vale a pena ser vivida, e dá-lhe usar o nosso poder de sedução para encontrar "the big one", aquele que será inteligente, másculo, se importará com nossos sentimentos e não nos deixará na mão jamais. Uma tarefa que dá para ocupar uma vida, não é mesmo? Mas além disso, temos que ser independentes, bonitas, ter filhos e fingir, às vezes, que somos santas, ajuizadas, responsáveis, e que nunca, mas nunca, pensaremos em jogar tudo para o alto e embarcar num navio pirata comandado pelo Johnny Depp, ou então virar loura e cafetina, sei lá, diga aí uma fantasia secreta, sua imaginação deve ser melhor que a minha.
Eu só conheço mulher louca. Pense em qualquer uma que você conhece e me diga se ela não tem ao menos três dessas qualificações: exagerada, dramática, verborrágica, maníaca, fantasiosa, apaixonada, delirante. Pois então. Também é louca. E fascinante.
Todas as mulheres estão dispostas a abrir a janela, não importa a idade que tenham. Nossa insanidade tem nome: chama-se Vontade de Viver até a Última Gota. Só as cansadas é que se recusam a levantar da cadeira para ver quem está chamando lá fora. E santa, fica combinado, não existe. Uma mulher que só reze, que tenha desistido dos prazeres da inquietude, que não deseje mais nada? Você vai concordar comigo: só sendo louca de pedra." Martha Medeiros

Verdade. Sou louca, admito.Com prazer. Este foi o texto que encontrei quando fui pesquisar junto do Dr. Google se por acaso havia muito mais gente louca como eu... só a verborreia não faz parte do meu ser; prefiro o silêncio, a introspeção. Porém, loucos somos todos, homens e mulheres! Mas ok, as mulheres extrapolam (alguns homens sofrem com isso, e depois avariam)...

Quando tenho um tempinho e a cabeça livre de outros afazeres, penso demais sobre a vida, como viemos parar aqui, que destino está reservado para cada um de nós, para onde vamos… perguntas sem respostas, respostas sem perguntas…

A vida é mesmo muito louca, porque é cheia de gente louca; dá-nos de presente tudo o que precisamos, mas continuamos a querer sempre mais. Afasta-nos de pessoas que já não interessam, por algum motivo, e aproxima-nos de outras fantásticas, que nem imaginaríamos conhecer. Lágrimas e sorrisos convivem simultaneamente. Umas vezes sorrimos 'sozinhos' com lembranças agradáveis, outras vezes as lembranças sufocam e caem lágrimas. Vida com certezas que não se concretizam, dúvidas que carregamos para sempre, promessas que o vento leva... Medos, insegurança, desejos… medo que reprime os sonhos; insegurança de não estar a seguir o caminho certo; desejo de não errar...

As pessoas são indomáveis, com os seus sentimentos, sonhos, conflitos. Com o tempo aprende-se que depois de uma tempestade ou de grande conflito interno, o melhor a fazer é seguir em frente e confiar no Universo, e assim daremos a chance de acontecerem verdadeiros 'milagres' que vão dar-nos força, para dar um passo, e a seguir outros, até conseguirmos reerguer-nos. E quando estivermos de pé novamente, vamos entender que tudo aconteceu para fortalecer-nos e trazer-nos até aqui, ao momento atual. 

E nesta loucura da vida, confiando na perfeição do Universo, estou sempre pronta para qualquer batalha e não tenho dúvidas de que vencerei todos os conflitos que eventualmente surgirem, porque assim tem que ser…

A vida é muito louca mesmo. Todas as manhãs a ilusão de que podemos mudar o mundo; todas as noites a certeza de que somos tão pequenos para isso…













"Mas eu não quero me encontrar com gente louca", observou Alice.
" Você não pode evitar isso", replicou o gato.
"Todos nós aqui somos loucos.Eu sou louco,você é louca".
"Como você sabe que eu sou louca?" indagou Alice.
"Deve ser", disse o gato, "Ou não estaria aqui".

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Ela não anda, ela desfila...


Domingo, dia chuvoso e de eleições.
Ela saiu para a rua, decidiu usar um vestido de renda branca com "fundo" (ou forro) azul turquesa - feito pela mãe - e sandálias brancas com um tacão que a fez ficar uns bons centímetros mais alta. Às vezes apetece-lhe dar nas vistas, sem querer. 
Foi assim à missa para rezar por alguém que lhe era querido e tinha partido há uma semana.
As pessoas passavam por ela e deviam pensar que era alguma gringa que morava ali, ou estava de férias.

Não podia votar porque estava fora do seu local de residência. Andou a passear pelas ruas do centro quase desertas, tomou o breakfast composto por meia de leite e uma torrada com geleia numa pequena confeitaria/casa de chá famosa na cidade. Depois continuou a ver as montras com as modas para a nova estação.

Reparou com curiosidade num rapaz no alto dos seus 40 anos a passear com a mãe já nos seus 80, que também andavam a ver montras; ele carregava a bolsa da senhora idosa, que era grande e devia estar pesada, e tentava com alguma paciência falar com ela sobre o que estava exposto num manequim...Pensou ela "ainda há filhos queridos"... e continuou rua acima, por acaso reparando que ele a observava...

Mais adiante, ele apareceu de repente ao seu lado e a falar em Inglês, dizendo que a tinha achado interessante e gostaria de conhecê-la melhor. Era ainda mais alto do que ela e com um ar simpático e educado. Ela deu uma gargalhada e disse-lhe que podia falar português; ele ficou mais à vontade, e ela já estava habituada a ser abordada dessa forma...

Foram andando e falando um com o outro, ele tinha deixado a mãe no carro, que estava cansada, e veio atrás dela para matar a curiosidade...falou um pouco dele também, e perguntava várias coisas, se ela era casada, se tinha filhos... ou se ainda queria ter... ela disse que não tencionava e a rir informou-o da sua idade, aí uns 16 anos mais velha do que ele... mas nem isso o fez desistir, mal acreditava e elogiou-a na beleza, na pele, etc... ainda quis parar a meio do caminho para se olharem no reflexo de uma vitrina, eram ambos altos e faziam um belo par (dizia ele), e riram-se.

Com aquela idade e bonitão, ele nunca tinha casado, mas ela nem perguntou por que motivo. Talvez ainda não tivesse encontrado a pessoa certa, ou perfeita. Há gente assim, exigente demais. A mãe estava viúva há poucos meses e tinham vindo os dois da capital para passear uma semana à beira-mar.

Na despedida ele quis deixar o seu contacto, convidando-a para um evento no fim de semana, mas ela achou melhor não.Ela gosta de fazer amizades, mas com um homem assim interessante e bem mais novo, tem que ter algum cuidado... Não é que diferenças de idade sejam algum problema, muito pelo contrário, sempre conviveu melhor com pessoas bem mais novas.  Porém, sempre ficou com a ideia de que não é muito fácil ter homens amigos, pois acabam por querer sempre algo mais do que amizade... e é melhor evitar dissabores futuros...  

São estes episódios engraçados na vida dela que a fazem sentir-se divertida, e feliz. E a verdade é que com o passar dos anos sente-se cada vez melhor, fazendo jus àquele provérbio "como o vinho do Porto, quanto mais velho melhor!"...


"Uma mulher madura
Não provoca, já é provocante...
Não é inteligente, é sábia...
Não insinua, mostra subtilmente o seu ponto de vista...
Não se precipita, espera pelo momento mais indicado...
Não pensa em quantidade, prefere a qualidade...
Não vê, observa...Não anda, caminha...
Não julga, analisa...
Não procura, desperta os seus sentidos.
Não prende, deixa livre...

Porque....

Sabe o que quer...como quer e com quem quer!!"