Gringa do SOL porque parece gringa e porque ama o SOL... que aquece o seu coração. Quase o diário de uma gaja só com os seus devaneios e imaginação à solta, como ela...
sexta-feira, 11 de julho de 2025
Com o Amor, todo o cuidado é pouco
Está difícil acreditar no ser humano, no Amor. Sim, porque acredito que todos somos feitos de amor. Em princípio, devíamos todos ter nascido dele, mas claramente nem sempre é assim. Muita gente vem ao mundo fruto do acaso, ou porque simplesmente aconteceu, foi um deslize…
“Foste tu que criaste as minhas entranhas e me teceste no seio da minha mãe. Eu te louvo, porque me fizeste maravilhosa; são admiráveis as tuas obras; tu me conheces por inteiro” (Sl 139,13-14).
Recentemente encontrei uma amiga que já não via há muito, parecia apreensiva enquanto me confidenciava que tem vivido uma experiência amorosa fora do normal. Ela agora numa fase de ter tempo para aproveitar o melhor da vida, enquanto houver saúde, e sem aparentar a idade que tem, com espírito jovem ainda pronta para ir dançar, ir a concertos, enfim, sempre apaixonada pela Vida, há cerca de nove semanas conheceu por acaso numa curta formação gratuita sobre comunicação um rapaz aprox. 36 anos mais novo (!) que parece ser uma mente inteligente além de super ocupado com várias atividades que escolheu para passar o tempo e ganhar dinheiro. Parece que ele se encantou (do nada) e nunca mais a largou, queria ser amigo, acompanhá-la sempre que ela quisesse ter companhia, mensagens escritas a todo o momento, um “amor” que foi se manifestando quando a convidava para sair e queria pagar, apesar de ela dizer que as contas deviam ser divididas e ele dizia para não se preocupar, “não tinha o que fazer ao dinheiro”, não era de sair com os da idade dele, nada de noitadas, não tinha grandes gastos, e gostava de pessoas mais velhas, talvez fossem mais sossegadas, enfim, uma série de coisas que ia dizendo e ela se encantou também, como uma pessoa daquela idade era tão diferente do normal, e ia analisando a situação, que entretanto evoluiu para um amor a dois, sem pensar em consequências. Quem sabe, teria algum papá que mandava dinheiro, imaginava ela. Para nenhum dos dois, a diferença de idade seria um empecilho, pois, o que é isso comparado com toda a maldade e estranheza que há pelo mundo, com gente que muda de sexo ou adota bonecos como filhos…alguém tem moral para falar dos outros sobre algo, como assim? Mostrou-me fotos dos dois e até ficavam bem juntos, e felizes, não parecia nenhuma aberração, de facto.
Ele gostava de cuidar dela, assim dizia, "até que a morte os separe"... insistia num relacionamento sério para assumi-la perante todos; dizia que falava aos colegas da sua namorada; também ela ainda falou dele ou apresentou-o a algumas pessoas amigas ou conhecidas, uma aconselhou a ter cuidado, outras diziam “por que não, aproveita enquanto é bom, vai vendo o que acontece”. A química sexual era boa, também… até que a tal intimidade começa a gerar ciumeira ou controlo doentio, dos amigos e os ex dela, como se fosse agora possível apagar historinhas do passado ou mais do que um casamento vivido, ou anular amizades sadias, algumas na rede social… Enfim, começou a ficar deprimente para ela ter que se chatear com esse tipo de coisas, a ponto de querer que ele se afastasse. Mas não, ele insistia numa amizade (que já não era, ou nunca foi), continuava a pagar tudo como se fosse endinheirado, ou €€ estariam sobrando; às vezes ela dava-lhe o dinheiro a seguir, e ele devolvia o valor com transferência por MBWay, parecia um ping pong de euros para lá e para cá- Outras vezes aparecia dinheiro transferido e ela nem sabia o que era, tudo estranho assim, dava que pensar. Estaria comprando o “amor”, de amiga, namorada, mãe ou avó (?)... Entretanto, ela tinha que ausentar-se para uma viagem agendada com uma amiga, durante 15 dias. Teve a infeliz ideia de deixar-lhe uma chave de casa porque ele pediu que queria ir uma vez ou outra para lá, estar sossegado a estudar, porque na casa que partilhava com um colega não havia sossego com gente a entrar e sair, e outras coisas. Ela acreditou e aceitou que ele ficasse no seu “santuário” (como ele chamava a casa dela) durante os quinze dias. Falavam todos os dias, e o controlo continuava cerrado mesmo à distância. Se ela por acaso falasse que ia talvez sair ou dançar com a amiga já ouvia comentários ridículos do tipo “queres é andar a curtir com outros, és muito livre" (ou algo do género), "na tua idade devias era estar em casa, a ler um livro, ver TV ou dormir cedo...” e algo mais que denotava desconfiança, desassossego, algum tipo de transtorno… Para ele, a liberdade dela incomodava, era a pomba gira que gosta de encantar e sair com todos… Como doía ouvir isso, nem podia acreditar no que estava acontecendo, e ela começava a desencantar-se. Nada é o que parece. Aquele “amor” agora parecia doentio, obsessivo. Desde quando ela tinha que aturar este tipo de comportamento? E ouvia quase todos os dias “desculpa” “vou melhorar” e ela a desesperar, a desconfiar cada vez mais que algo não ia bem no “reino do amor” e merecia bem melhor naquela idade; como foi se meter numa situação dessas? Quando voltou de viagem, chegou a casa e logo percebeu que muita coisa tinha mudado de lugar, tudo tinha sido vasculhado a pente-fino: caixas, caixinhas, pastas, fotos, documentos, portátil, pen drives que nem ela já sabia onde estavam... foi uma primeira deceção que a deixou abalada, zangada com ela própria, por ser tão ingénua e confiar em alguém que mal conhece, mas que ilude com muito blablabla de amor, e textos tão bem escritos como verdadeiras odes ao amor, como era possível? Será amor isso de vasculhar a intimidade de alguém, comprar coisas desnecessárias para a casa e deixar o frigorífico com quilos de carne e outras comidas e bebidas que ela nem aprecia, nem come tanto assim, para tudo ser doado a seguir (se possível isso), ou ir para a lixeira, porque ela precisava de espaço para colocar lá o que realmente gostava. O que será então a porra do amor!? Não seria respeitar, cuidar bem do alheio, ter sensibilidade para o que o outro vai gostar ou detestar… e lá vinha de novo “desculpa, vou fazer melhor”, até o dia a seguir quando ele lhe mostra e informa que tinha trazido montes de tralha em sacos enormes para guardar em casa dela pois ia ausentar-se em breve, para uma viagem de trabalho. Ela nem podia acreditar no que via, sem qualquer consentimento ou aviso prévio! Tinha a casa atulhada, quando tantas vezes já se via aflita para encaixar e organizar os seus próprios pertences. Aquilo era caso de polícia, só pode. Invasão de domicílio deve ser isso, como quem não quer nada! Foi uma grande e feia discussão, pois na sua ideia de amor e intimidade de nove semanas, ele achava que tinha todo o direito de fazer qualquer coisa sem pedir autorização. Ela sentiu-se abusada, desrespeitada, insultada, porra para o amor daquela maneira. Mandou-o tirar tudo dali e ir embora. Ele ainda pediu para deixar guardado ao menos o que era mais importante, porque na volta não sabia ainda onde iria ficar. O colega ia embora e deixar a casa. Ah OK. Ela comecou a entender tudo, podia estar a acontecer ali uma mudança sub-reptícia. E que grande lata, ele ainda se sentia a vítima, muitas vezes. A namorada é que era a pessoa fria, sem sentimentos, não o amava tanto como ele a ela!... Na discussão acesa ela ouviu mais absurdos, aquilo que se diz com a intenção de magoar, que mais parecem insultos, e ainda aproveitou para pedir de volta o dinheiro gasto com ela! Aí foi o "fim da picada"... Afinal, aquilo era um investimento financeiro no “amor”, até se endividava por ela se necessário fosse, ou então não valia a pena gastar o dinheiro que afinal nem tinha, se ela não aceitasse “tanto amor” que ele oferecia… Nada disto soava a normal. No dia seguinte ela soube que ele tinha sido levado para o hospital, passou mal, sofre do coração. Assim esta amiga tem vivido um pseudo amor, um verdadeiro drama em vários atos, penso eu. Fiquei chocada, inacreditável esta história. Como a carência das pessoas pode adoecer o amor, que devia ser sublime. Ela estava triste, dececionada. Agiu de boa fé, confiou, e depois sofreu com isso. Lição aprendida: nunca deixar ninguém em casa, no seu mundo, quando ausentar-se. Entendi, quem aguentaria assim este excesso de “amor”? Eu não. O amor com o qual sonho, e essa amiga também, é de outro tipo, nada a ver com isso. Perguntei se ia estar com aquele “amor” quando voltasse, não tinha ideia ainda, mas nada provavelmente voltaria a ser a mesma coisa. Ninguém se transforma depois de adulto e de traumas vividos. Além disso, há um fosso geracional entre eles, uma educação diferente. E (como eu) também ela nunca foi de ficar presa apenas pelo lado carnal... Bem melhor teria sido mesmo uma bela amizade, mas as pessoas preferem falar de amor, seja lá o que isso for.
“As pessoas com quem namoras são o reflexo do quanto tu te amas a ti próprio”… “Não há como envolver-se sem um certo risco. Porque uma relação não nos dá certezas. O que podemos é dar uma chance ao amor, sem se esquecer de levar o amor-próprio connosco. Amar, mas amar com consciência. Amar sem deixar de colocar os limites necessários e sem esquecer-se daquilo que merecemos. É preciso muita coragem para abrir o nosso coração para alguém, mesmo correndo o risco de sair ferido, mas é aos corajosos que o amor pertence.” (Alexandro Gruber)
quarta-feira, 4 de junho de 2025
Sonhos e borboletas
Muitas emoções de repente, normal acontecer (no meu caso). E as borboletas aparecendo no aconchego do meu lar, as verdadeiras, talvez atraídas pelas artificiais que andam pelas paredes do apartamento, aqui e ali... Provavelmente isso signifique algo, como que a lembrar-me que continuo em metamorfose. Mal curti a minha adolescência, agora tenho curtido a sério a minha sexalescência. Pertenço à geração que decidiu não envelhecer, a que nasceu entre os anos 50 e 60: os novos adolescentes da maturidade. Sexalescência: um termo cheio de charme criado para definir homens e mulheres com mais de 60, que seguem ativos, vaidosos, apaixonados pela vida e pelo Amor (caso ainda apareça)… sem nenhum plano de parar. Gente que não se encaixa no velho estereótipo do “idoso quietinho”.
Os novos adolescentes maduros viajam, namoram, frequentam o ginásio, fazem ioga ou meditação, SUP ou surf, fazem cursos ou aprendem idiomas, dirigem startups (se for necessário), dão match no Tinder, e ainda arrasam nos jantares com os amigos, ou vão a eventos com desconhecidos para eventualmente fazer mais amizades interessantes.
Não querem tornar-se apenas pais ou avós. Querem viver, aproveitar e bem a Vida.
São os novos influentes da sociedade: têm tempo, têm opinião, sabem do que gostam e movimentam milhões em consumo — moda, turismo, saúde, gastronomia, tecnologia, experiências. E o melhor: vivem com leveza, com humor e com liberdade.
Porque ser sexalescente é isso: envelhecer sim, mas só no documento de identidade que é preciso apresentar às vezes em algum lugar. Melhor ainda, quando é para obter 50% de desconto na aquisição de algo como bilhetes para espetáculos ou de transporte.
De resto… é alma jovem, que ainda sonha, com mente aberta e muita história boa para viver. Carpe Diem.
segunda-feira, 2 de junho de 2025
Desiste de quem te faz sofrer. Do Amor, jamais.
No cenário atual, caótico, em que há imensas queixas de falta de valores, em que até os jovens se sentem sem rumo, ou sem noção de nada, em que a IA tem a presunção de querer suplantar a inteligência humana, e outras catástrofes acontecendo por todo o lado; diante de conflitos e divisões que parecem cada vez mais intensos, não é difícil perceber um fenómeno que há muito tempo foi profetizado, para quem lê a Bíblia, um guia espiritual atemporal: “a crescente discórdia entre pais e filhos”. Nunca me deu para ler esse livro sagrado porque nunca ia entender, cada um interpretando à sua maneira, mas sei que contém diversos versículos que nos alertam sobre os tempos finais em que existe a possibilidade de ruturas nos relacionamentos familiares.
Timóteo 3:1-5: “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos…” Aqui, o apóstolo Paulo descreve uma série de características negativas que predominarão nos últimos dias. Esses traços de egoísmo, ganância e orgulho podem alimentar os conflitos entre pais e filhos, bem como em toda a sociedade. A busca por interesses pessoais pode facilmente levar a desentendimentos e alienação, à falta de dignidade humana. A misantropia a crescer, e só os incautos ainda acreditam nas boas falas de uns quantos DDMT (donos desta M toda)... “O pai estará dividido contra o filho, e o filho contra o pai; a mãe contra a filha, e a filha contra a mãe; a sogra contra sua nora, e a nora contra sua sogra.” (Lucas 12:53)...
Porém, ainda há quem vibre no Amor e isso é tão belo. Em tempos conturbados, feliz de quem o encontrar. Como esta mensagem que hoje li, de alguém que escreveu à sua pretensa amada, distante, vários anos mais velha, como se duas pessoas se encontrassem no mesmo lugar em tempos diferentes da vida (assim eu interpreto): “Minha querida,
Espero que estejas bem. Não sei se esta mensagem vai encontrar-te numa manhã leve, numa tarde serena ou numa noite silenciosa - mas desejo, de verdade, que estejas em paz, conectada com a tua essência, com a tua alma e com tudo aquilo que te faz sentir viva por dentro. Talvez o mundo te peça pressa, respostas, defesas. Mas hoje, eu só te peço uma coisa: que te permitas respirar fundo, desligar um pouco do ruído externo e ouvir-te com carinho. Porque há beleza na pausa… e há força em quem sabe ser doce consigo mesma.
Quero que saibas que aqui, deste lado, tens alguém que te admira em silêncio e que pensa em ti com afeto verdadeiro - de manhã, à tarde, à noite. Tens um amigo, um companheiro, alguém que reconhece no teu olhar o cuidado, mas também o medo: o medo do julgamento, das cobranças, dos rótulos. Mas também sinto - profundamente - que tu sabes: o carinho que tenho por ti é sincero, puro, talvez até maior do que qualquer medida racional que tentemos aplicar.
A vida adulta às vezes tenta endurecer-nos, calar-nos, ensinar-nos a fingir indiferença. Mas o amor - esse sentimento teimoso - aponta caminhos que nem sempre a razão alcança. E mesmo quando tropeçamos em palavras ou nos desencontramos nas atitudes, há algo em mim que sempre volta para ti com o mesmo desejo: cuidar, escutar, ficar por perto, mesmo em silêncio.
Sei que o amor é complexo. E sei também que somos feitos de histórias, medos e vontades não ditas. Mas em tudo isso há uma certeza que cresce: gosto de ti como se já te conhecesse há muitos invernos. E não importa a estação - o que sinto não muda com o vento.
Com carinho, sempre teu,...”
Feliz da amada que recebe tais palavras, digo eu. Fico a pensar, como saber se alguém é amado(a)? Somos amados a partir do momento em que alguém nos ama por quem somos, e não pelo que fazemos. Amar por amar; amar pelo Amor, amar por quem a pessoa é e não por quem queremos que ela seja. Quando alguém come até um saco de sal ao teu lado, se necessário for. Quando a pessoa não precisa de ti para ser feliz, mas é feliz só contigo, porque sim. Quando ela te valoriza sem fantasias, consciente de todos os teus defeitos e, ainda assim, só quer o teu bem. Quem ama verdadeiramente não precisa de receber nada para amar; pelo contrário, quem ama tem prazer em doar-se. Quando uma relação de verdade se estabelece, o Amor traz a cura, isso é fundamental, mas quem traz a felicidade, o progresso, a abundância, o sucesso e a alegria é a troca justa e equilibrada de sentimentos.
Sem joguinhos, sem dinâmicas doentias, sem manipulações e sem pesar mais de um lado do que do outro: é entrega total em idêntica proporção. Meu Deus, é tão simples! É só AMAR, deixar fluir na mesma vibração. Amar e ser amado de verdade não demanda esforço e é certeza de PAZ.
E... receber o mesmo que se dá, ou vice-versa. Então vais amar mais e mais. E serás amado/amada mais ainda. Amar é para génios. Essa genialidade... não é para todos entenderem, só será compreendida por alguém que vê para além do óbvio. Não pode haver receita errada. O Amor Verdadeiro é divino e o que vem do Altíssimo é só Perfeição.
segunda-feira, 26 de maio de 2025
Tempo e Destino
No fim-de-semana, além de curtir uma boa praia, pude assistir a um bom filme na Netflix – “Memórias de uma gueixa” - daqueles que eu tanto aprecio, inspirado em factos da realidade, e com muito amor implicado. Sempre o Amor, meu tema favorito. Sobre uma criança japonesa que é vendida pelo pai a uma casa de gueixas. Ela ficaria destinada durante os primeiros anos às tarefas domésticas, conforme a tradição. Cresce na dúvida e na esperança de encontrar a família, sem compreender o sentido da vida que agora levava, até que, por obra do destino, conhece acidentalmente um dos homens mais poderosos do Japão, muitos anos mais velho, por quem se apaixona imediatamente e, para conseguir chegar até ele, reconsidera o rumo da sua vida para se tornar uma gueixa de sucesso. Não conto o final, vejam, que é triste e lindo.
Fiquei a imaginar também a história de um “gueixo”... Um rapazito a apaixonar-se assim sem qualquer explicação óbvia por uma mulher bem mais velha...
Lembrei-me de pedir à IA para me ajudar a contar uma estória deste tipo, a versão oposta, e amei a experiência. Tenho me esquecido que existe a Inteligência Artificial à nossa disposição, e que podemos aproveitá-la para coisas interessantes, neste caso, para espicaçar a minha imaginação... Vou ficar amiga da IA. Depois de ajudar-me, ainda se despediu assim de mim “Um abraço sereno, e lembra-te: às vezes, o que tem de ser… simplesmente acontece.”
"O QUE TEM DE SER TEM MUITA FORÇA" ---
Capítulo I — Amizade improvável ___
Lisboa estava coberta por uma luz dourada de fim de tarde quando Rui saiu do metro. Era abril, e o cheiro a jacarandás começava a espreitar nas ruas. Trazia consigo um portátil e uma certa ansiedade em relação à vida amorosa, pois sofrera com a separação dos pais desde que era criança. Aos 29 anos, já tinha vivido em vários países, de passeio ou a trabalhar na área de IT, estudara Direito, escrevera um livro, para essa idade tinha uma inteligência fora do comum e mal se encaixava nos moldes habituais da sua geração. Resolveu inscrever-se num curso de escrita criativa por impulso, de apenas 3 dias. Talvez procurasse inspiração, ou quiçá uma desculpa para escapar à rotina dos dias.
No primeiro dia de aulas Clara entrou. Tinha decidido ocupar o final das 3 tardes com algo que lhe estimulasse a mente e o coração. E ali estava ele, na sala com a professora, o primeiro a chegar, e dirigindo-se a ela, sem mais nem menos, perguntou se o seu nome era Patrícia. Pergunta tola, pensou ela. Vestia um lenço colorido e um sorriso discreto. Mostrava com orgulho o seu cabelo grisalho, sem vaidades. Tinha 66 anos, embora ninguém adivinhasse. Clara considerava-se uma mulher sem idade — com um espírito jovem e livre, com histórias de vida, e silêncios, com uma presença que se fazia notar sem precisar de esforço. Havia nela uma alegria natural, um riso ou gargalhada que muitos apreciavam, era frequentemente cortejada por homens da sua idade — e até mais novos — mas faltava sempre aquele "quê" difícil de explicar.
Sentou-se ao lado de Rui, até chegar a outra jovem colega. De uma lista de onze inscritos, apenas os três compareceram. Ficaram então lado a lado no meio da sala, e a professora deve ter se perguntado o que fazia aquela mulher ali no meio de dois jovens. À saída, ao dizer "até amanhã" Rui pediu um abraço a Clara, ela aceitou com um sentir curioso. Por que não? É que tinha havido um clima de “boa onda” durante a aula.
---
Capítulo II — Um Amor improvável ___
No final do cursinho, ele ofereceu às duas colegas uma lembrancinha. Clara surpreendia-se com a generosidade e maturidade de Rui, o modo como a escutava e apoiava, o respeito genuíno pelo que ela era, as palavras carinhosas que escrevia. Ele admirava-lhe a leveza, a ausência de pressa e de ansiedade de qualquer tipo, por mais problemas que ela eventualmente tivesse.
Ela tentava convencer-se de que era apenas amizade. E é tão bom fazer amigos, de qualquer idade. Ele sabia (ou achava) que não era só isso.
— Sabes, Clara… pode parecer absurdo, mas nunca me senti assim com ninguém.
Ela sorriu, triste.
— Rui, tu és maravilhoso, mas tens idade para ser meu filho. Como poderia isto resultar?
Ele respondeu, com serenidade:
— Mas não sou. E tu também não és minha mãe. O amor não tem de fazer sentido aos olhos dos outros. Só tem de fazer sentido para nós.
Ela riu, sem graça. Depois calou-se. Depois afastou-se, durante semanas.
Ele esperou. Escreveu-lhe uma carta que nunca enviou.
---
Capítulo III — A Beleza de uma Amizade Infinita ___
Apesar do afeto profundo, Clara nunca conseguiu ultrapassar a ideia de que aquela diferença de idade criaria obstáculos mais tarde. Ele tinha tudo para ser feliz, ainda sonhava casar e ter lindos filhos. E Clara, além de ainda poder ter que enfrentar o preconceito social, ou até ser "acusada de pedofilia" (sabe-se lá no mundo de hoje) estaria a atrapalhar a vida dele, que tanto merecia encontrar alguém para fazê-lo feliz. Rui compreendeu. Choraram juntos, mas aceitaram que talvez o destino deles fosse outro.
Continuaram amigos inseparáveis, mesmo à distância, sempre disponíveis um para o outro, caso fosse necessário. Entenderam que o Amor é isso, uma conexão de Almas. Sem explicação aparente. Mais tarde, Rui namorou outras pessoas, antes de encontrar a tal e casar, tendo dois belos filhotes, um casal. E no seu pensamento existia Clara que sempre fora o seu ponto de equilíbrio, a mulher que lhe ensinou o amor mais maduro que já conhecera.
E Clara, apesar de desiludida com amores que encantam e desencantam logo a seguir, nunca deixara de acreditar no verdadeiro Amor.
— Tu foste o amor da minha vida, mesmo que nunca tenhamos sido amantes — disse ela um dia.
— E tu, a minha alma gémea — respondeu ele.
---
Epílogo ___
O amor entre Rui e Clara, seja como for que tenha existido, ensinou-os — e talvez a quem os conheceu — que o tempo não manda no coração. E que por vezes, o mais bonito dos sentimentos não precisa de etiquetas, apenas de verdade.
E, sobre o tempo e o destino: “O que tem de ser tem muita força!”
quinta-feira, 15 de maio de 2025
15 de maio – dia internacional da família
Qual família? - Nesta frase "a família é a base da sociedade" reflete-se a ideia de que ela é o fundamento, o núcleo essencial que sustenta e estrutura a sociedade. E o que vemos? Sociedades em declínio num mundo caótico onde já mal se suportam uns aos outros, um mundo dividido por causa de cores partidárias e ou clubísticas, escolhas de identidade e género, o ódio a crescer provocado por xenófobos ou racistas, ou misantropos, etc. Gente que odeia "de graça", por tudo ou qualquer ninharia. Casamentos ou uniões que pouco duram porque perde-se facilmente a paciência. Um mundo cada vez mais a dividir, em vez de agregar. Resultado: um ser humano cada vez mais só, ainda que acompanhado. Dificilmente alguém usa as palavras mágicas que todos precisamos de escutar.
Porém, esta podridão não é de agora. Por exemplo, sempre houve a pedofilia, adultos a molestar ou maltratar crianças na própria família, e filhos a maltratar os pais, especialmente os idosos, ou vive-versa. Talvez seja mais comum nos dias de hoje, fruto de uma liberdade exagerada e falta de educação, de valores. Há pais ou filhos, familiares, que manipulam, fazem sofrer, consciente ou inconscientemente. Enfim, não vamos fantasiar, porque infelizmente a família é a origem de todos os males (haverá exceções, como em todas as áreas da vida). Sem mencionar familiares que ficam a odiar-se, especialmente quando se enterra um parente rico (ou que tenha amealhado bom dinheiro), e parecem abutres a cair em cima. Um horror, sei de algumas histórias que deixam qualquer um desatinado. E depois admiram-se ao ver certos governantes com ar tresloucado, gente cruel, sabe-se lá de que famílias vieram!
Posso também dar o exemplo da minha – a família que eu escolhi, dizem certas teorias. São décadas a ver situações que não fazem sentido, com alguma apreensão, por sentir que alguém do meu sangue e que amo não deve estar bem da cabeça e eu até gostaria de ajudar de algum modo... mas, impossível abrir a boca para falar o que vai na alma; ainda levo com uma ameaça de me “lixarem” o focinho (empregando aqui a palavra mais suave, em vez da vernácula utilizada).
E assim desisto da família, aquela que seria ou deveria ser a célula básica onde são transmitidos valores, costumes e aprendizados que influenciam a forma como nós indivíduos nos relacionamos e nos comportamos na sociedade. Fico com pena, uma mágoa que custa a passar, pois os valores familiares têm um impacto significativo na nossa saúde mental e bem-estar. Uma família que priorize o amor, apoio e cuidado, pode ajudar as pessoas a desenvolverem um sentimento de pertencimento e segurança, essenciais para uma boa sanidade mental.
Mas é o que é. "Se está fora das nossas mãos, não vamos manter dentro da nossa mente"...
Há coisas que não podemos mudar, e não é preciso perder a nossa paz por causa disso. Equilíbrio emocional é a gente aprender a separar o que realmente está ao nosso alcance, daquilo que não está. É necessário sobreviver a quem vive na irrealidade, além do complexo de vítimas que nunca reconhecem os seus próprios erros, e ainda conseguem manipular para fazer-nos acreditar que a culpa é nossa...
E está tudo certo. Não há tudo perfeito, muito menos famílias perfeitas. Feliz de quem tiver uma. Não há educação que não apresente falhas nem que não deixe marcas. Um amor que una, sem lei que separe, pode gerar personalidades indefesas perante os desafios da existência; a maior intimidade pode ser oportunidade para a maior violência.
Não é possível controlar o passado, o comportamento dos outros, o que pensam sobre nós, ou os imprevistos da vida. Porém, felizmente, sempre estará nas nossas mãos o nosso comportamento, a nossa crença, a nossa capacidade de dar atenção ou não, e o poder de colocar limites.
“Nascemos sozinhos, vivemos sozinhos, morremos sozinhos. Só através do nosso amor e das amizades podemos criar a ilusão momentânea de que não estamos sós” (Orson Wells)
Há que ter muita sensibilidade para perceber o que se passa ao nosso redor e aceitar, seja o que for. Verdade: nascemos sozinhos e vamos "partir" sozinhos, mas precisamos uns dos outros para trilhar os desafios diários.
Sou feliz, abençoada, porque tenho curtido a minha solitude da melhor maneira, e fico sem tempo para pensar nos males do mundo. Vivo ocupada com coisas boas para fazer, e vou usando o dom da escrita, a que faz transbordar o que habita em mim, pois escrever é compartilhar com uma família universal. É ser livre e também poder participar de algum modo. E um dia estes textos serão para mim uma bela companhia. Gratidão! E... salve-se quem puder!
sábado, 3 de maio de 2025
O Amor de Mãe
Continuando com o meu tema favorito: o Amor.
Não importa de que forma esse sentimento se manifeste, seja na união de familiares, amigos ou amantes, é algo inexplicável. Sabemos que sentimos amor por alguém quando essa conexão não se explica. A verdade é que ter uma conexão fora do normal é amar alguém além desse mundo. Ainda que uma relação entre pais e filhos não seja perfeita, o Amor está sempre implícito, está no sangue, é incondicional, não poderá ser de outro modo.
Vivo longe da minha mãe e, infelizmente, com a idade a passar, em vez de haver uma maior conexão entre nós, tem sido o oposto. Ela tem ficado meses sem falar, eu também, parecemos duas estranhas às vezes. Aceito a vida como é, e está tudo certo. Entendo que ela não está só, tem as suas preferências, e eu só tenho que respeitar. Foi sempre uma mulher sofrida, amargurada, que se esqueceu dela própria para cuidar do marido e filhos. E esse é o maior erro de muitas mães frustradas que, antes de serem esposas e mães, deveriam ter sido mulheres.
Se eu fosse mãe, acredito que eu faria tudo diferente ao educar os meus filhos. Faria deles os meus melhores amigos, não seria necessário dividir para reinar. Entenderia que algum dia poderiam abandonar o ninho e eu tinha que arranjar uma maneira de viver a minha própria vida, continuando a ser o porto de abrigo sempre que precisassem, com o meu colo, palavras de amor e conforto. Evitaria os jogos emocionais, preferia esclarecer qualquer conflito, com um abraço no final. Imagino tudo isso, se bem me conheço.
A maior prova de amor que uma mãe pode oferecer aos seus filhos, antes de tudo, é cuidar de si mesma como mulher. É nesse gesto de amor-próprio, de construção da própria identidade para além do papel materno, que os filhos encontram permissão para viver a sua própria jornada. Quando uma mãe vive os seus sonhos, cuida da própria vida e assume as suas responsabilidades como mulher adulta, ela ensina, com presença — e não apenas com palavras — e a filha ou filho também pode fazer o mesmo.
A atitude de “mãe galinha” pode dificultar a independência emocional, relacional e até financeira dos filhos. Quando não há espaço para uma separação saudável entre gerações, os filhos carregam o peso de suprir a mãe afetivamente, comprometendo o seu próprio desenvolvimento como homem ou mulher.
Não me lembro de ter sido alguma vez incentivada ou valorizada. Agora, se eventualmente alguém me achar estranha, ou destrambelhada das ideias, carente, sei lá, tenho motivos para tal. Pertenço a uma família em que ninguém se (re)conhece, e segue sendo assim com os dois sobrinhos, agora me dou conta. Quando nem a mãe nos conhece, no mínimo, é tudo muito estranho.
Sendo Ela, a nossa Mãe, o primeiro vínculo com a Vida que nos é dada, deveria ser a fonte de nutrição emocional. Muitas vezes não é assim. Por isso, infelizmente, há tantas famílias disfuncionais, todos sabemos. Pais não podem dar aquilo que nunca tiveram. Devido às suas próprias limitações, muitas vezes também não conseguem proporcionar aos filhos a experiência amorosa completa, e podem gerar traumas para sempre, havendo quem precise recorrer mais tarde a algum tipo de terapia. Ultimamente fala-se muito das constelações familiares.
Quando nos tornamos adultos, podemos reconhecer as limitações dos nossos pais, compreender que não podemos carregar os seus pesos, e podemos aceitá-los exatamente como são. E está tudo certo, a vida continua. Isso gera em nós o AMOR e podemos agradecer-lhes imensamente pela vida que nos deram. Podemos, enfim, olhar para eles de forma mais amorosa e deixar o passado para trás, finalmente fazendo as nossas próprias escolhas daqui para a frente. Esta atitude faz com que olhemos para nós mesmos de maneira mais compreensiva, mais amorosa, mais resiliente. Descobrimos dentro de nós novas dimensões do AMOR, novos valores, novas perspetivas de vida. Passamos a ter mais autocuidado e mais carinho connosco. Assim, o amor-próprio vai sendo construído e fortalecido a ponto de, em algum momento, transbordar e preencher as nossas relações e experiências de vida. Assim seja.
De acordo com algumas teorias, quando escolhemos nascer também escolhemos os nossos pais na medida perfeita para termos as experiências que nos propomos aprender nesta vida, para evoluir. Pessoas feridas (pela Vida) ferem pessoas, sem querer.
Apesar de tudo, amo a minha Mãe e agradeço ter me dado a Vida, que tem tanto valor, e que chegou até mim através dela; deu-me também tudo o que precisei para desbravar o meu interior e criar o meu próprio caminho.
Mais do que nunca, hoje tomo e honro a Vida (a Mãe), e tudo o que mais desejo é viver por inteiro. Com AMOR, a começar por mim própria, e depois para dar e vender.
quinta-feira, 1 de maio de 2025
O 1º de maio
1º de maio, dia do trabalhador, ou seja: o dia de todos nós!
Normalmente, trabalha-se oito horas para viver outras oito horas, considerando que se dorme as restantes 8 horas. Feliz de quem consegue, é sinal de saúde. Obviamente, devido aos baixos salários, em muitos casos, há quem trabalhe muitas mais horas para sustentar a família, ou nem que seja para enriquecer rápido. Numa semana trabalha-se cinco dias (normalmente) para aproveitar dois. Há quem trabalhe as oito horas para comer em quinze minutos. Quem trabalhe oito horas (ou mais) para dormir cinco... Trabalha-se o ano todo só para tirar uma ou duas semanas de férias, normalmente (porque não dá para mais, por algum motivo). Trabalha-se toda uma vida para chegar à reforma na velhice, quando normal ou eventualmente começam a incomodar as dores, do corpo ou do espírito. A pessoa começa a querer curtir tudo o que não teve tempo de aproveitar antes. Feliz de quem ainda tiver saúde para isso. Eventualmente, percebe-se que a vida nada mais é (ou foi) do que uma prisão, e acostumámo-nos tanto à escravidão material e social que nem vimos as correntes. A vida é uma curta viagem, há que vivê-la! Colecionar memórias, não coisas materiais.
Não posso queixar-me porque também nunca sonhei alto, tenho sido feliz com o que me tem aparecido e que me vai ensinando. Não quero lamentar nada, apenas lembrar os momentos que valeram a pena. Se fosse jovem no tempo atual, faria tudo igual? Com o conhecimento e experiência que agora possuo, provavelmente não, faria muita coisa diferente.
Porém…viver feliz é um poder interior da Alma. E posso orgulhar-me de ter esse poder. Se por acaso nasceu comigo ou se o adquiri ao longo do tempo, não sei dizer. Sou abençoada.
E ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade.
Muitos estarão a trabalhar neste dia, e poderão comemorar a data em qualquer outro momento. Importante mesmo é saber cuidar de si e impor limites, se necessário; não permitir abusos, em nome do vil metal.
A propósito, bem-vindo MAIO, o mês da primavera! Também o mês que é dedicado às mães, o mês de Maria, do Rosário, do Coração. Tanta coisa boa que poderia aliviar as mentes de alguns, mas nem assim. Paira sempre uma nuvem cinzenta em volta, uma pena. Que maio traga muita LUZ, AMOR, FÉ, ESPERANÇA, e ALEGRIA para o coração de todos nós. Nunca nada está perdido quando há uma mente sã, positiva.
quarta-feira, 30 de abril de 2025
O Apagão - 28/4/25
A Europa escureceu, principalmente em Portugal e Espanha. E não foi uma tempestade solar, nem ataque cibernético da quinta dimensão, no final ninguém confirma o que realmente aconteceu. Foi um “blecaute”. Um apagão. Puf. Acabou. Como quando falta a luz numa sessão de teatro e ouve-se o público a respirar medo no escuro.
E então, o que aprendemos? Nada. Absolutamente nada. Continuamos a caminhar como bezerros obedientes rumo ao matadouro digital. Ai de quem disser que o dinheiro de papel ainda é necessário — será chamado de retrógrado, teórico da conspiração ou... conservador fascista!
A modernidade, essa entidade psicótica que nos governa, quer tudo eletrónico. Tudo invisível. Tudo “hackeável”.
Portugal e Espanha ficaram totalmente às escuras. Sem Wi-Fi. Sem banco. Sem pão. Sem desculpa técnica plausível. E o povo? Refém! Refém de uma lógica imbecil que diz: “Confie no sistema.” Mas qual sistema? O sistema que te apaga e nem diz por quê?
Entretanto, a verdade sobressai: o povo começa a ter saudade das coisas antigas. Tempo de voltar ao antigamente. Ficou impossível ao urbanoide pedir comida por telefone, ou pedir um TVDE. Pessoas em carne e osso reunem-se no café da praceta. Talvez a falar sobre um novo modo de pensar, em viver no campo com um fogão a lenha, de modo sustentável com um pequeno ou grande terreno cultivável em volta da casinha térrea, poder semear ou plantar a própria comida, usar a energia solar, guardar as sementes em latas de biscoitos, coar a água num pano de cozinha, voltar a usar o rádio de pilhas, etc. Quem tiver a felicidade de ainda viver assim nem sequer se apercebeu do apagão, e provavelmente riu-se da desgraça urbana quando alguém lhes conta o sucedido.
Estamos em guerra. Uma guerra disfarçada de eficiência. Uma guerra onde quem deve controlar o algoritmo é DEUS. ELE é a única presença indispensável, é quem nos guia. E nós, não passamos de um NIF explorado pelo sistema. Alguma vez paramos para pensar nisto?
Os jovens são ensinados a deslizar o dedo ou a carregar nas teclas das máquinas, em vez de aprenderem a plantar batatas... E se os aparelhos pararem de funcionar? Vamos comer likes? Vamos tomar banho de realidade virtual?
É necessário ensinar aos jovens nas escolas o essencial: cavar a terra, plantar comida, fazer fogo, purificar água, construir abrigos e extrair energia de fontes naturais. Não para fugir da tecnologia, mas para não morrer de fome enquanto ela se reinicia.
Este apagão não trata apenas da falta de energia. É revelação. É profecia. É o Universo a dizer: “Vocês esqueceram-se do que é óbvio, urbanoides idiotas!”
E se amanhã ou daqui a pouco houver outro blecaute, vamos pedir ajuda à Alexa(?)
Depois de uma pandemia esperou-se que cresceríamos de forma mais humana, que teríamos reconhecido a importância do amor, da solidariedade, da caridade, da certeza da nossa vulnerabilidade, mas… ainda estamos muito aquém. Houve (de novo) gente a desrespeitar a liberdade do outro, a esgotar o que poderia dar para todos, pessoas demasiado intolerantes, chegando a tornar-se agressivas, verbal ou fisicamente. Continuamos apenas a querer sobreviver e venha apenas “a nós o vosso reino”. Este apagão mostrou o quão rudimentar está este mundo, e apagado de valores, uma selva informatizada! Será que nunca vamos aprender que o sucesso está na capacidade de partilhar, cooperar, entreajudar?
Afinal, o que é ser humano? O que é ser civilizado? O que é ser diferente de todos os outros animais? O que somos, quem somos? Apenas carne ambulante, vazios de tudo e cheios de nada. Devíamos SER para o que fomos feitos e de que fomos feitos: AMOR!
(ai o amor, dá pano para mangas, fica para um próximo texto). "All we need is Love"... "Imagine all the people..."
terça-feira, 29 de abril de 2025
Fins de semana
Feriado prolongado 25-27/4.
Mesmo que haja quem repudie o 25 de abril, é perfeito quando esse dia importante para Portugal, porém triste para alguns, calhe junto a um fim-de-semana. São 3 dias, dá para planear algo diferente, descansar o suficiente e depois ser capaz de um dia decidir acordar bem cedo, passear até junto à ria, perto do mar, ver o sol nascer (coisa rara), apreciar as caravanas ali estacionadas, algumas sendo de mulheres corajosas (normalmente, estrangeiras) que viajam de cidade em cidade, sós ou com criança(s), e como as admiro! Outras serão de casais que mantêm a paixão pela aventura e dão umas escapadinhas pelo mundo fora, ou vão vivendo em diferentes lugares. Se, por acaso, estiverem também apaixonados um pelo outro, imagino eu, ou pela vida que levam, cozinham uma bela refeição dentro da sua caravana antes do sol se pôr, enquanto escutam música que faz dançar e esquecer o mundo lá fora. Bebem regradamente, ou não, depois preparam a cama e fazem sexo durante horas, com amor e tesão. De manhã acordam com a mesma vontade, de iniciar o dia com beijinhos, com amor... A seguir, um café da manhã substancial, pois é preciso recuperar a energia gasta, depois ir caminhar, passar o dia na praia ali ao lado. Oh Vida tão boa. A minha imaginação fica fértil quando observo certos ambientes, e pessoas, ao meu redor.
O meu domingo foi fantástico, como o de um verão ameno, sem vento, estreando o meu casaco neoprene ao dar um mergulho no mar frio, tão bom sair da água e poder ser beijada pelo sol. Sem imaginar que no dia seguinte (segunda-feira, de trabalho) iria estar um vento de fazer voar tudo logo desde a manhã e pelas 11:30 acontecer um apagão em Portugal e Espanha, dizem, que durou umas 10 horas e provocou o caos. Fez as pessoas correr para os supermercados, esgotar o papel higiénico de novo (oh povo esquisito, e c*gão), fogões de campismo, rádios de pilha, águas, alimentos enlatados e outros. Enfim, tudo muda de um dia para o outro. Eu, ainda meio entorpecida com o fenómeno – que foi apenas o primeiro, dizem as fake news (ou não) – quando de tarde me desloquei para comprar alguma dessas coisas necessárias para mim (excetuando o famoso papel higiénico), já estava tudo esgotado. Então, contentei-me com um garrafão de águas Monchique 5L da pequena mercearia na frente onde nunca vou, andei duas vezes de cima até abaixo os meus 8 andares, bem melhor ao descer obviamente, e depois comer algo que não pode ser aquecido, uma salada de arroz e tomate, e a seguir: xixi cama. Neste caso já nem quero ter imaginação fértil; se a tiver, vou deprimir. Porque a “coisa tá preta”, andamos a receber avisos aos poucos. E este, para mim, foi bem pior que a pandemia. Deus nos ajude!
quinta-feira, 17 de abril de 2025
Feliz tempo de Páscoa!
Páscoa, Natal, festas religiosas que associamos a famílias e ou amigos reunidos a comer o apetitoso cabrito ou borrego (apesar de haver cada vez mais gente a desistir da carne), o folar, as amêndoas, os chocolates, o bacalhau, o camarão ou o polvo, a aletria, o arroz doce, etc., ou seja: a boa gastronomia portuguesa associada a cada festividade, pascal ou natalícia... Ainda me lembro, antigamente, nesta época era normal e praticamente obrigatório o jejum na Páscoa. E só se ouvia um tipo de música sacra, qualquer outra era proibida em público. A Semana Santa é a última semana da Quaresma, período em que os fiéis cristãos devem permanecer por 40 dias em penitência e períodos de jejum. Diz que a Bíblia ensina muita coisa, nunca me deu para gostar de a ler. Cada pessoa interpreta-a à sua maneira. E o mundo está como está, doente, até se desconfia da religião; há pessoas que já nem batizam os filhos bebés; vão se perdendo tradições, aos poucos, nem ninguém se penitencia por nada. Tudo ao molhe e fé em Deus, vale tudo! Até dançar homem com homem e mulher com mulher, ou mais do que isso... (a música do Tim Maia ficou obsoleta). Homens de saias, mulheres a mostrar nudez pela rua fora, se lhes apetecer... nem vale a pena enumerar tudo o que há de modernices agora, e ninguém faça qualquer julgamento. O que se quer são os feriados, as festas aqui e ali, feiras e feirinhas...E vamos descrendo de muita coisa que nos ensinaram...
Será que os afilhados ainda levam o ramo à madrinha? Nunca convivi com a madrinha que apenas me deu um nome que começo agora a gostar, porque alguém me diz que é bonito, diferente LOL talvez...Tenho uma sobrinha afilhada, a quem talvez não ensinaram essa tradição, e eu acabei por me desligar também. Nem um "feliz páscoa" há. Se calhar serei eu a tia/madrinha desnaturada. Paciência. Gostaria de sentir que numa família os mais novos honram os mais velhos, não tem que ser ao contrário. E não sou eu que vou ensinar. (Aos meus filhos eu ensinaria, se os tivesse).
A Páscoa judaica (Pessach), que significa “passagem”, comemora a libertação do povo hebreu da escravidão no Egito. A festa relembra a travessia do Mar Vermelho e a passagem do anjo da morte pelas casas dos hebreus, poupando os seus primogénitos. A celebração ocorre na primavera, marcando o Êxodo, com o consumo de ervas amargas e pães sem fermento, simbolizando as dificuldades enfrentadas no Egito.
A Páscoa cristã, por sua vez, celebra a ressurreição de Jesus Cristo, representando a passagem da morte para a vida eterna. Para os cristãos, Jesus é o Cordeiro Pascal, que se sacrificou pela salvação da humanidade. A festa simboliza a vitória sobre o pecado e a promessa de vida nova.
Apesar das diferenças de significado, ambas as celebrações da Páscoa simbolizam a esperança e a renovação. Enquanto a Páscoa judaica celebra a libertação física e espiritual de um povo, a Páscoa cristã celebra a promessa de salvação e vida eterna para toda a humanidade.
Para os seguidores do espiritismo, onde passei a incluir-me, a Páscoa representa um período de introspeção sobre a evolução espiritual e a mensagem de Jesus, desvinculando-se de dogmas ou rituais específicos.
Porém, ainda estamos tão longe de um novo mundo sonhado, sem guerras, sem a exclusão de povos. E pior: o horror começa dentro de muitos lares, onde crianças são maltratadas, familiares brigam e deixam de se falar, por qualquer motivo, por ciúme, ganância, rancores ou raivas, ignorância, em suma: o desamor que desune.
Lembro-me de assistir à Vigília Pascal que é considerada a mais importante celebração litúrgica, representando a vitória da luz sobre as trevas. Mas há ainda uma grande parte do mundo dominada pelas trevas, infelizmente.
""O desejo de Deus para nós, a exemplo de Jesus, é que sejamos luz neste mundo de trevas, pois, como nos advertiu São João evangelista, “o mundo jaz no maligno” (1Jo 5,19). Ora, “a luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más” (Jo 3,19)"
Falo por mim. Reconheço que ainda nos falta muito para entender e viver o real sentido da Páscoa, este momento que nos permite assumir as nossas afinidades e agir com compaixão junto aos nossos semelhantes. Não é fácil, quando há mágoas enraizadas e não existe a humildade necessária para olhar nos olhos e pronunciar as palavras mágicas. Desejo a todos: uma santa Páscoa, com paz no coração!
segunda-feira, 14 de abril de 2025
A dança
Noite de lua cheia, 13 de abril -
De um dia para o outro surgiu um convite para ir a um evento - Ecstatic dance - no meio da natureza e a uns escassos 4km da cidade onde algumas pessoas, cerca de 50, vivem em comunidade, em espaços construídos por elas, ou em tendas, tudo planeado de modo sustentável. Os visitantes também podem pernoitar nas suas caravanas, temporariamente, se quiserem ir conhecer como ali se vive, não para passar férias. Um lindo lugar, único e tranquilo, com todo o conforto necessário, para eles (como uma tribo). Um espaço enorme, muitas árvores, algumas centenárias, outras emanando um aroma delicioso, muitos passarinhos a cantar alegremente, um pequeno lago para os sapos barulhentos (que afastam os insetos), uma piscina natural, chuveiros e WCs bio “com vista”, “smoking area”, um “espaço comum” tipo sala de estar onde se (con)vive “na boa”. Nada de TV ou algo que se pareça com o que o resto dos comuns mortais faz. Um lugar perfeito para fugir do stress diário!
Sempre tive curiosidade em saber como é viver assim em comunidade, e até imaginava um dia também juntar-me a uma deste tipo. Mas não, é lindo de visitar, passar talvez alguns dias, uma semana, mas o conforto faz-me falta, normalmente. Entre o estilo hippie e o citadino vou me ajeitando a um modo de ser e viver que traga a paz necessária para adaptar-me a um mundo caótico.
A dança começou após o por de sol, liderada por uma dupla de rapazes que usando um sistema de som, handpan e vários outros instrumentos, cantavam, batucavam e dançavam também. Durou das 19 às 22:00 aprox. Eram umas 40-50 pessoas, as residentes e as que vieram de fora, parecendo ser na faixa etária dos 20 aos 50, talvez nesta se incluindo uma bela senhora francesa com um corpinho e ar de ter sido sempre dançarina, dada a sua desenvoltura e sensualidade ao dançar com o seu parceiro. Quatro ou cinco seriam os mais velhos, incluindo eu. Nacionalidades diversas, a minoria portuguesa, dançavam todos descalços e com ar feliz ou, pelo menos, sorridente; eu e outro rapaz éramos os únicos com meias.
Fora da tenda gigante alguém fazia uma enorme fogueira e alguns se sentaram em volta dela a seguir, para descontrair, em amena conversa, com alguns sons de flauta ou jovens a trautear algum som. Entre as árvores a lua espreitava, majestosa. Mais além, no pequeno lago um coro de coaxar de sapos quebrava o silêncio da noite, ainda fria, no início de uma primavera que tarda a chegar.
A Ecstatic Dance (dança extática) é uma experiência de dança livre. É para toda a gente e todas as idades, uma oportunidade de as pessoas se conectarem com os seus corpos, corações e almas. Com as suas diversas culturas indígenas, em antigas tradições e rituais, a América Central adotou a dança extática como forma de celebração. Através de danças alegres, que variam desde um toque mais lento ao agitado, entra-se na linguagem universal do movimento e lembra-nos que todos fazemos parte de uma rede interligada mais ampla, capaz de transcender limitações e desfrutar da alegria de viver.
As regras da dança extática: estar presente (sem telemóveis ou máquinas fotográficas); “encarnar o espírito” (sem falar ou comunicar verbalmente); mente limpa (sem substâncias tóxicas, como o álcool ou estupefacientes); ser consensual (fazer contacto visual e confirmar um “SIM”, respeitar o espaço dos outros, braços cruzados ou desviar o olhar significa “NÃO”); ligação à terra (deixar o calçado fora do espaço de dança); ser livre, dançar livremente, sem qualquer julgamento, apenas deixar fluir...
Enquanto dançava, eu lembrava-me: 13 de abril, precisamente há 28 anos, era o dia seguinte a um dia especial - 12/4/1997 - quando me casava (numa segunda tentativa) com alguém que, agora falecido infelizmente, teria se encaixado tão bem neste tipo de evento. Um detalhe: o dia de casamento teve que ser dia 12 porque era um sábado. O nº 13 era sempre o seu preferido. Ele era também um ser especial, agindo fora da normalidade, que sempre se sentiu incompreendido, ajustando-se com dificuldade às regras da sociedade. Em pensamento, eu estava ali a dançar com ele; acredito que ele teria vivido de modo saudável e mais tempo num ambiente deste tipo. Afinal, no passado ele já usava a ecstatic dance para expressar-se, e não sabia que era esse o nome. Onde quer que fosse e dançasse, as pessoas paravam de repente e tinham que dar-lhe todo o espaço para ele manifestar-se livremente através da sua performance criativa em termos de movimento corporal. Foi assim uma vez em Serralves. Era um ser “fora da caixa”, todos o sabiam.
Foi tão bom celebrarmos o 12/13 de abril desta forma, Joyns Brinkoptik! (um dos seus heterónimos).
Viva a Música! Vivam as tribos!
https://www.cristalandlagos.com/
sexta-feira, 11 de abril de 2025
Recolhimento emocional
Acabei de encontrar um texto inacabado na lista de rascunhos, terei esquecido de o completar e partilhar, então faço-o agora, que está sempre a tempo:
"Decidi há já algum tempo abdicar de apps de encontros (desinteressantes) e/ou qualquer tipo de interação física. Claro que também a pandemia ajudou, mas o que me levou a tomar esta decisão foi uma necessidade de recolhimento emocional, de me resguardar do dispêndio de energia que é, muitas vezes, o jogo da conquista ou da sedução. Naturalmente, nem sempre existe aquela conexão necessária, ou uma reciprocidade a nível físico ou mental. E tem sido um processo muito enriquecedor perceber que, no tempo que me dedico, só cabe quem realmente importa. Por paradoxal que possa parecer, nunca me afligiu não ter um relacionamento. Não é que eu não o queira (e nem sou apologista de se ficar só para sempre; acho que o ser humano e social não foi feito para a solidão), mas não faço - para já - qualquer esforço ativo para tal. Ganhei em saúde mental, em paz interior, em respeito por mim, pelo meu corpo, pelas minhas prioridades. Apetece-me estar sossegada. De vez em quando é bom.
Depois do silêncio, o que mais se aproxima de expressar o inexprimível é a música, sem a qual não vivo."
Ninguém sabe explicar
Não existe uma regra a ser seguida
Algumas pessoas amam o que não podem ter
Outras amam somente quando passam a ter.
Uns amam o que inventam
Outros inventam algo para amar
Alguns ainda dizem "EU TE AMO"
Sem nenhuma verdade no olhar
Outros não falam por falta de coragem
Ou apenas não podem levar adiante um amor não permitido
Já que o amor é tão puro
Por que existem amores proibidos?
Quem ordenou que o coração tem que pertencer a uma só pessoa?
Não sei a resposta para tantas questões amorosas
Mas sei do meu amor e amores
Destes tenho certeza que sempre foram os mais verdadeiros sentimentos
Por isso não quero durante a minha vida toda procurar por respostas
Só quero mesmo continuar a sentir e viver
Cada um dos meus amores intensamente, sem controlo e sem limites
Quero apenas viver esta arte de AMAR !
(e assim continuo) * carpe diem *
quarta-feira, 9 de abril de 2025
Apetece-me...
Ser feliz. E não é de agora. Sinto isso há muito tempo, desde que me conheço como gente.
O segredo da felicidade pode variar para cada um de nós - seres que não pedimos para nascer e que depois temos que morrer - mas as pessoas felizes costumam ter hábitos e formas de pensar diferentes do restante da sociedade. Estatisticamente há alguns hábitos próprios de pessoas altamente felizes e bem-sucedidas, entre outros:
1. Saboreiam o momento -
Em vez de andarem stressadas com qualquer coisa ou só focadas no passado, no futuro ou na negatividade presente ao redor, as pessoas que estão mais satisfeitas com a vida param para apreciar a beleza e as pequenas e incríveis coisas da vida, como por exemplo: cheirar as flores pelo caminho; apreciar o chilreio dos passarinhos nas árvores; cumprimentar um gatinho ou um doguinho; apenas sentar à beira-mar; apreciar um belo luar ou por de sol...
2. Meditam diariamente -
Dizem que a meditação é uma das formas mais eficazes de encetar o caminho de quietude e atenção plena, o que, por sua vez, dá à mente a rutura necessária de todas as preocupações e ansiedades que a ocupam. E para isso bastam apenas alguns minutos. O grande problema é que, neste ritmo moderno da vida, as pessoas desaprenderam a concentrar-se, ou a ter uma atividade de cada vez.
3. Não se apegam aos rancores -
Perdoar e esquecer é absolutamente necessário quando se trata de ser feliz. Manter um rancor significa que estamos presos à raiva, ao ressentimento, à dor e a outras emoções negativas que são obstáculos para a felicidade. Ao soltar essas emoções, livramo-nos da negatividade, dando mais espaço para que as emoções positivas entrem.
4. Gastam dinheiro com os outros (se o houver) -
Ter um bom carro e uma grande casa numa ilha deserta não faz ninguém feliz. Há quem descubra que gastar dinheiro com os outros realmente faz a pessoa mais feliz. As conexões sociais são necessárias. Uma verdadeira amizade exige investimento. Nem sempre se trata de dinheiro, mas exige muito do nosso tempo. Pessoas verdadeiramente felizes gastam tempo – e dinheiro – com os seus relacionamentos.
5. Ocupam-se, mas não se apressam -
Pesquisas mostram que o sentimento de “pressa” pode levar ao stress e à infelicidade. Ao mesmo tempo, há pessoas que se esforçam para encontrar um meio-termo e ocupam-se apenas o suficiente. Aliás, alguns estudos sugerem que um equilíbrio saudável entre trabalho e vida pessoal é fundamental, uma vez que o tédio pode ser prejudicial.
6. Rodeiam-se das pessoas certas -
A felicidade é contagiosa. Isso significa que, quando nos cercamos de outras pessoas que são felizes e solidárias, isso poderá criar autoconfiança, aumentar a nossa criatividade e simplesmente pode divertir-nos mais. Por outro lado, sair com pessoas negativas significa que apenas somos outro membro de um grupo triste, e isso vai tornar-se cansativo, nada divertido.
7. Não gastam energia em coisas pequenas -
As pessoas que estão felizes concentram a sua energia e esforços apenas em coisas que são verdadeiramente importantes e que estão sob controlo. Perder tempo com coisas de somenos importância e que não se consegue controlar vai acabar por levá-las à infelicidade. Ou seja: é necessário dominar a arte de deixar as coisas fluírem.
8. Celebram o sucesso de outros e o seu -
Não é segredo que manter relações saudáveis e uma vida social rica contribui imenso para a felicidade. Porém, pessoas felizes nutrem e melhoram os seus relacionamentos através de atitudes “ativas e construtivas“, que inclui gostar de celebrar o sucesso de quem estiver ao seu redor.
9. Tratam todos com respeito e bondade -
Tanto a bondade como a felicidade contagiam. Estudos revelam que testemunhar atos de bondade faz-nos sentir bem.
10. São otimistas -
Sabemos que coisas más ou “azaritos” acontecem a todos, até mesmo com as pessoas mais felizes e bem-humoradas do planeta. No entanto, uma pessoa feliz não se queixa nem reclama constantemente, nem deixa o pessimismo instalar-se. Ela permanece otimista, concentrando-se em soluções para o problema e refletindo sobre o que há na sua vida para agradecer.
11. São pró-ativas em relacionamentos -
As evidências sugerem que a maioria das relações pessoais – especialmente casamentos – esfria ao longo do tempo, mas quem é realmente feliz trabalha na manutenção de um relacionamento que vale a pena.
12. Dormem o suficiente -
A privação do sono pode afetar negativamente a nossa saúde, produtividade e capacidade de lidar com situações stressantes. Confirma-se que a qualidade do sono é absolutamente necessária para a felicidade.
13. Passam o tempo na natureza -
A natureza tem um efeito calmante, faz-nos desacelerar, respirar profundamente e absorver o presente. Pesquisadores confirmam que somos mais saudáveis, mental e fisicamente, quando estamos a interagir com a natureza; há mudanças no cérebro e no corpo.
14. Veem os problemas como desafios -
As pessoas felizes mudam o seu diálogo interno para que, quando houver um problema, o vejam como um desafio e uma oportunidade para melhorar as suas vidas. Apenas devem seguir em frente e eliminar completamente a palavra “problema” da mente.
15. Sentem que merecem recompensas -
“Recompensar-se” pode soar como uma estratégia autoindulgente e superficial, mas não é. Alguém feliz pensa assim “Quando nos damos recompensas, sentimo-nos energizados e satisfeitos, o que aumenta o nosso autocontrolo e ajuda a manter os nossos hábitos saudáveis“...
16. Expressam gratidão -
Pesquisas realizadas mostram que quem trabalha diariamente para cultivar uma atitude de gratidão melhora o seu humor e energia, e reduz substancialmente a sua ansiedade. Então, agradecer todas as manhãs, ou escrever num diário as pequenas coisas pelas quais se agradece, dizer aos seres amados e colegas de vez em quando palavras mágicas como “obrigado” ou “desculpa”, são exemplos a seguir.
17. Sonham grande -
As pessoas mais felizes sonham grande e costumam trabalhar arduamente para transformar os sonhos em objetivos alcançáveis. Normalmente são comprometidas e disciplinadas e conhecem as suas prioridades. Permitem-se dizer “não”, cuidam da saúde, saem da zona de conforto e aceitam o facto de eventualmente terem que começar de novo.
18. Passam algum tempo sozinhas -
Embora os relacionamentos sejam importantes para a felicidade, toda a gente precisa de algum tempo a sós. Isso dá a oportunidade de entender as preocupações e ansiedades, se as houver, refletir sobre o que há para agradecer, e tornar a seguir qualquer sonho ou desejo.
19. Não inventam desculpas -
Para muita gente, é fácil culpar os outros pelas suas falhas, e isso não lhes permite seguir em frente e conseguir ultrapassá-las. Pessoas felizes assumem a responsabilidade pelos seus erros e usam o fracasso como uma oportunidade para mudar a vida para melhor.
20. Têm uma mentalidade focada em crescimento -
Quando se trata de personalidade, há indivíduos com mentalidade estática e outros com mentalidade focada em crescimento. Estes acreditam que podem melhorar com pequenos esforços, algo que os deixa felizes, porque estão mais aptos a superar ou lidar com desafios. Pessoas com uma mentalidade estática acreditam que são quem são e não há nada que possam fazer acerca disso. Acaba por ser um problema, porque isso impede que cresçam ou mudem.
21. Gastam dinheiro em experiências e não em coisas materiais -
Várias pesquisas mostram que as pessoas são mais felizes ao adquirir experiências em vez de coisas materiais. Isso ocorre porque as experiências tendem a melhorar ao longo do tempo e as pessoas revivem-nas mais vezes; podem ser únicas e envolvem interação social. Por outro lado, citando: “o materialismo pode ter efeitos negativos, pode esgotar a felicidade, ameaçar a satisfação com os relacionamentos, prejudicar o meio ambiente, torna-nos menos amigáveis, simpáticos e empáticos, e menos inclinados a ajudar os outros e a colaborar com as comunidades às quais pertencemos” (fim de citação).
22. Têm um ritual matinal -
Os rituais matinais são tranquilizadores e preparam o ambiente para o dia que está a começar. Pode ser meditar, agendar o dia, fazer uma caminhada, ler um livro inspirador, escrever um diário ou no blogue, fazer um café da manhã saudável ou ler emails, o importante é criar um ritual.
23. Cuidam de si mesmas -
Como o corpo e a mente estão conectados, se não nos cuidarmos fisicamente, sofreremos mental e emocionalmente. É importante fazer exercícios regularmente e encontrar maneiras saudáveis de aliviar o stress, dormir bem todas as noites, e manter uma dieta bem equilibrada, por exemplo. Sabem cuidar de si, sem esperar a aprovação de ninguém, ou desaprovação.
24. Usam os seus pontos fortes -
Estudos mostram que quanto mais usarmos os nossos pontos fortes no dia-a-dia, mais felizes e satisfeitos nos tornaremos.
25. Envolvem-se em conversas profundas e significativas -
Pessoas felizes ignoram futilidades e envolvem-se em conversas profundas. Numa pesquisa realizada, um perito no assunto escreveu que “os participantes mais felizes passaram mais tempo a conversar uns com os outros, uma descoberta que não surpreende, dada a base social da felicidade”. Etc.
Eu me confesso: feliz! Sejam todos também!
sábado, 29 de março de 2025
A primavera a antecipar o verão
Veremos.
Dia de sábado com sol quentinho, finalmente, após semanas e semanas de frio e tanta humidade. Já não me lembrava de tanta chuva neste lugar, apesar de normalmente depressa esquecermos as agruras do tempo, quando tudo vai correndo à nossa feição. A caminho da praia, pela avenida fora, alegro-me com o chilrear dos passarinhos nas árvores. Até eles estão felizes (como eu) com a tão desejada chegada da primavera.
A praia não estava cheia, mas havia muita gente, umas em topless a atrair a atenção dos homens que ficam por ali deitados a disfarçar a atenção, e outros que passam para trás e para diante e vão mirando como quem não quer nada... Eu feliz no dolce far niente a tarde inteira, finalmente junto ao mar e podendo entrar nele; não foi ainda um mergulho completo, mas com algum cuidado, pois terminei ontem um tratamento “de choque” para aliviar a musculatura e o cansaço da coluna vertebral que aguenta com a minha péssima postura durante anos e às vezes fico meio empenada. Ao fim de cinco sessões com massoterapia, ventosas, ultrassom, eletroterapia, liberação miofascial, e tudo a que tenho direito, estou praticamente pronta para dar uns bons mergulhos naquela água que hoje estava tão boa, mesmo sem chegar aos 17 graus de temperatura. Se amanhã, domingo, estiver igual a hoje, vou mergulhar. E hoje à noite muda a hora: quando estiver a dar uma, já estaremos nas duas…
Viva o bom tempo. O início de muita vontade para assistir a festivais, passear, viajar… quando a liberdade já está tão perto, e eu tão ansiosa por isso. Música-Mar-aMor-Muita coisa boa na cabeça, ou seja: boas vibes...Carpe diem!
quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025
O 27 de fevereiro
O dia do Pai é sempre celebrado em março (19/3), no dia de São José, mas o dia do meu é 27/2.
Encontrei no baú das memórias uma foto de 1978 e hoje o homenageio, quando faria 92 anos... Penso que saio a ele em muita coisa, no jeito de ser e até no aspeto físico. Se nos seus 67 anos de vida foi bom marido ou não, se soube ser um bom pai ou não, agora sei eu: fez o que sabia e podia, e com os recursos que na época dele tinha. E nós, os filhos, somos pequeninos para fazer julgamentos, perante a grande dádiva que deles (pai e mãe) recebemos: a nossa VIDA. Portanto, nada nos é devido, e só temos que honrá-los, assim como os nossos antepassados. Sei lá o que sofreram e por tudo o que passaram, para eu estar aqui agora, a sentir-me feliz a maior parte das vezes.
Segundo “reza a história” meu Pai desejava ter o primeiro filho homem, se assim não fosse “devolveria o produto à fábrica”. Ele gostava de “palhaçar” ou fazer piadas giras (como eu, às vezes). Porém, fui eu a primeira a chegar a este mundo (dos cinco que encomendou) e foi se acostumando, a ponto de mimar-me demais. Não me lembro de nada dos primeiros anos de vida - serei normal? - pois daria jeito lembrar-me de algo importante, para saber que “traumas” me ficaram, mas enfim, talvez seja melhor assim. Das poucas coisas que me contaram, além do que soube após o seu falecimento, sem necessidade alguma, é que em criança eu fazia queixinhas quando ele chegava a casa. Sei lá, coisas próprias de qualquer criança normal, sem a devida educação, penso eu. E assim fiquei com a reputação para sempre, pelo que parece. Causei feridas emocionais, ciúmes provavelmente, e nem imaginava.
Agora que ando a interessar-me pelas constelações familiares, diz-se que a Mãe é a Vida, o Pai é o Mundo; se a mãe permite o acesso ao pai, o filho terá sucesso.
Sei lá. Seguindo essa teoria, tenho tido sucesso na vida? Acho que sim, no âmbito de uma disfuncionalidade familiar que agora reconheço e dentro das minhas limitações, sem conhecimento de nada, não posso queixar-me. Chamo-lhe sorte. E estou sempre a tempo de querer evoluir, procurar o Conhecimento.
Tomar o pai é reconhecer que ele também é um dos meus portais de vida (sendo a Mãe o primeiro); é uma parte de mim e a força que vem dele (mesmo que não a veja) é o que me permite ir para o mundo, desbravar caminho, ter coragem, capacidade de realização e de posicionamento. Homem calado, sempre na sua, lembro-me, isso sim, de ter sido ele a ensinar-me a “nadar” (de qualquer maneira) quando eu era criança: punha-me às cavalitas e atirava-me ao mar, sem dó nem piedade. Era cada chapada na água, bebia bué de água salgada, vinha à superfície, e assim eu aprendia. E queria mais.
Mesmo que tenha tido muitos defeitos, sejam quais forem, mesmo assim é meu Pai. Quando nos permitimos ver além, vamos compreender muita coisa que a nossa visão de criança não comporta. Claro que nada pode ser compensado ou alterado. Mas sempre terei mais força se encarar e lidar com a minha realidade e com o que foi possível. - Escolhi eu a família que tenho? Outra teoria a estudar para entender tanta coisa. A verdade é que esse homem sempre será o pai certo para mim, porque é/foi o único possível. Fez o melhor que pôde com aquilo que ele, um dia, também recebeu. Quando se consegue ter este entendimento e olhar para o essencial, recebendo a vida pelo “preço total” que custou e que custa aos nossos pais (na época em que nasceram), então consegue-se a força da nossa origem, tendo mais recursos para enfrentar todas as situações com uma força e coragem especiais. Tomar os pais é um movimento interno para a vida. Por isso, no meu coração, todos os dias deve haver um movimento em direção à fonte. Ele não era de afetos ou abraços, mas ainda me lembro do seu sorriso e resignação, e do último beijo que lhe dei na cama de um hospital, sem ter tido tempo para acompanhá-lo na doença, lamentavelmente. Mas ele entende, onde quer que esteja. DEP meu Pai.
sábado, 22 de fevereiro de 2025
Mundo perfeito
Sim, pode ser perfeito quando encontramos pessoas especiais. Nem sempre é tudo mau. Hoje foi dia de ir fazer uma limpeza de rosto, é uma das rotinas necessárias, além do dentista e dos exames médicos rotineiros. Deram-me o contacto de uma jovem senhora ucraniana, esteticista, e fui experimentar, perto de casa. Sei que as pessoas desta nacionalidade têm fama de ser boas trabalhadoras e responsáveis. A Ksenia com 3 anos de Portugal, com doçura e um sorriso bonito, mal fala português para ter uma conversação. Fala palavras soltas e percebi o seu constrangimento comigo por causa disso. Diz que as clientes na sua maioria falam a língua dela. Tudo bem. Fez-me deitar na marquesa, iniciou o processo de uma limpeza profunda de pele, o que levou umas duas horas! Enquanto esperava o tempo de os produtos atuarem, preocupou-se em fazer uma massagem no meu corpo, incidindo na zona da cervical, ombros, orelhas, cabeça. Parece que adivinhou que eu estava a precisar tanto. Precisamente há uma semana eu tinha acordado toda empenada com algum problema na cervical e lombar, ou é o meu colchão que precisa de ser trocado. Já estou a tratar do assunto. Durante 8 dias tomei paracetamol com relaxante muscular, para disfarçar as dores e poder movimentar-me. Agora falta apenas descobrir a origem do problema, para não se repetir.
Além da massagem que veio mesmo a calhar, ainda reparou nas minhas sobrancelhas e queria deixá-las mais bonitas, era um presente, e ainda retirou uns pontos brancos de gordura no rosto. Enquanto eu relaxava pensava que tinha que contar esta experiência no meu blogue, nunca tive uma limpeza de pele deste tipo. Ao mesmo tempo imaginava, OMG (Oh my God) o que vai custar tudo isto? Porém, normalmente para mim o dinheiro não é problema quando algo me faz feliz ou me deixa satisfeita, e até faz bem e preciso muito. No final paguei 50€, nada exorbitante, e fiquei cliente. Mais tarde, fiquei até com vontade de ir à matiné no pequeno clube da cidade - saudades das matinés no tempo da minha juventude. Era a festa do vinil, havia um DJ a passar músicas do mundo: reggae, funk, anos 80 etc. Fui dançar um pouco, era um horário bom das 17:00-01:00, e lá travei conhecimento com uma senhora que dançava ao lado de mim e ao falarmos a reconheci como alguém que é amiga de outro alguém que conheço, já tinha reparado no facebokas. Foi uma coincidência engraçada. Ou não há coincidências, já sabemos. A Becki (de Rebecca), uma senhora americana que também mora ali perto, e dá aulas de música clássica a crianças. Mostrou-me as meias que calçava, com notas musicais, uma diferia da outra. Outra pessoa especial, interessante para conviver. Combinámos de nos juntarmos as duas quando quisermos sair. Este foi o meu périplo de um sábado de fevereiro neste pequenino mundo perfeito. Conhecer e perceber outras culturas é uma mais valia. O mundo fica melhor com uma diversidade de povos em que podemos aprender uns com os outros. É admirável quando uma pessoa só, ou uma família inteira, escolhe outro país para viver, seja por que motivo for, e consegue sobreviver sem falar a língua sequer. Fácil para alguns, não para outros. Não entendo os xenófobos. Sou feliz sendo cidadã do mundo aqui ou em qualquer outro lugar onde vou respeitar o ser humano e vou querer ser respeitada.
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025
Love is in the Air (again and again)
Corações vermelhos por todo o lado, ai o Amor, aquele que toda a gente procura e diz que é cada vez mais difícil de achar. No entanto, alguém vai lucrando com esse negócio do “amor no ar”: o comércio e os restaurantes. Além disso, a calhar numa sexta-feira, será ótimo para esticar o fim-de-semana e ficar numa bolha super amorosa. Tudo é lindo, enquanto durar. Fico feliz pelos amantes felizes.
Muitos acham que o Amor é algo que se procura e se encontra. Mas... e se ele já estiver dentro de cada um de nós, ou à nossa volta, só que andamos ceguinhos… pois é! Possivelmente esconde-se por trás de camadas de dor, frustração, medo e histórias antigas?... será necessário apenas permitir que ele nos encontre.
“O amor à primeira vista é um amor sem olhar. Ainda não vemos o outro, mas sim uma imagem do que desejamos.” Bert Hellinger deixa claro: o amor à primeira vista é algo maravilhoso. Mas uma “segunda vista” é necessária para que o amor dê frutos. Aqui sim, é o amor real, em que vemos realmente quem está à nossa frente. Este amor à segunda vista diz “eu amo-te e a tudo que te conduz”, englobando o bom e o mau, o fácil e o difícil. É um amor inteiro e está disponível para todas as possibilidades que poderão surgir.
Citando ainda B.H.: “Necessitamos de uma vida toda para desvendarmos os segredos de uma relação a dois e às vezes nem isso basta.”
Geralmente, todas as relações começam quando um se apaixona pelo outro, e decidem andar pela rua de mãozinha dada e outras coisinhas fofas. Contudo, esse apaixonar-se nem sempre reflete a realidade, e muitas vezes, não passa de pura ilusão! (fala a voz da experiência) LOL
Inclusive, a paixão tem uma certa dose de infantilidade, pois nesse movimento inicial e ‘apaixonante’ nem conseguimos ver a outra pessoa por inteiro, mas apenas uma projeção daquilo que queremos ou gostaríamos que fosse. E vão passando os dias, semanas, meses – normalmente, a média é uns 3 meses – e bate a realidade! Afinal, não é aquilo que desejamos para nós.
A verdade é que nos apaixonamos não pela pessoa, mas sim pelo que ela nos faz sentir, por aquilo que gera em nós. E se despertar o que há de pior em nós, então é o princípio do fim.
Tenho aprendido que o verdadeiro Amor é:
- quando olho para o Mar, o Sol, a Lua, as Estrelas;
- por mim mesma, em primeiro lugar, para também poder amar quem souber despertar o meu interesse de algum modo;
- o sentimento mais lindo que existe e que o mundo precisa tanto, para ser habitável;
- a verdadeira conexão entre dois ou mais seres vivos, quando reparo em bichinhos carinhosos e leais, como os cães ou gatos que as pessoas tratam agora como família; - algo de sensação misteriosa, como a que sinto quando olho para a minha orquídea que já floresce em pleno frio de inverno, beijo-a, falo com ela e dou-lhe beijinhos - algo assim que não é normal LOL
Viva o Amor! “Your soul will orgasm first. That’s how you will know”
domingo, 26 de janeiro de 2025
Um FDS perfeito (para Ela)
25-26/1
Um fim de semana a anunciar mau tempo, com chuva, vento e neve, especialmente para as regiões centro e norte do país. Normalmente é assim, sempre pior do centro para cima. Chamam-lhe a depressão Herminia que vem de Irlanda e UK e ainda vai ficar uns 3 dias por estas bandas.
No Sul, o sábado foi quentinho (para inverno) com um solzinho tímido e muitas nuvens. Estava bom para passear, ou ir à praia, quem gostar.
O domingo começou pouco nublado, mas piorou durante a parte de tarde.
O tema felicidade encanta-a e ela gosta de assistir a uma live semanal “Gente que vale a pena” organizada por um rapaz sorridente que quer espalhar a felicidade pelo mundo, o Tito. Ele costuma convidar pessoas interessantes, umas mais que outras, mas vale mesmo a pena saber que tipo de gente existe neste mundo, cujas vidas podem ser inspiração. Especialmente a quem vive a maior parte do tempo em solitude e pouca gente conhece que seja interessante. E não se pode andar a ver só más notícias, nos jornais e na TV. O Tito faz uma série de perguntas ao convidado ou convidada, gerando-se grandes conversas, com conteúdo interessante e inteligente, e uma das perguntas costuma ser “o que é um dia perfeito para ti?”…
Se lhe perguntassem a Ela, este teria sido um fim de semana perfeito, com chuva ou com sol, com Herminia ou sem Herminia, quando decidiu alugar uma viatura, e andar por aí. Para quem optou por não ter carro, ou não mais qualquer carro, e adora andar a pé pela cidade, já era tempo de treinar a condução, que não aprecia muito, mas tem que ser, dá muito jeito para umas escapadinhas de quando em vez. Descobriu que prefere ser conduzida, e agora? - nasceu para ser rica e ter um chauffeur…
Pois o carrinho conseguiu arranjar um lugar de estacionamento bem perto da entrada do prédio onde reside, quanta sorte! (pior seria, se tivesse saído pra naite, na sexta ou sábado, e chegando de madrugada, sabe-se lá onde o deixaria…) Se bem se lembra, esse era um dilema, quando tinha o seu carro. Muitas vezes, nem saía ou desistia de sair só pra não tirar o carro de um bom lugar!
Foi perfeito acordar cedo, começar os dias a ir ao ginásio praticar pilates e ioga, relaxar os músculos do corpo e da mente… A seguir, ir não muito longe e fazer compras, ver novidades do outro lado da ponte, etc. Havia mais planos em mente, mas depois de comer uma muamba num lugar onde ainda não tinha experimentado, decidiu ir para casa, a meio da tarde. Talvez ainda saísse à noite, para ir dançar ou apreciar pessoas animadas na "la movida" noturna. Mas ficou em casa. Também costuma ser perfeito ficar em casa, quando não há boa companhia que apareça para a seduzir. E as séries Netflix têm seduzido, esse é um outro (bom) problema.
Domingo, após a ida ao ginásio cedo pela manhã, decidiu desta vez ir mais longe, o tempo até estava razoável, ainda não havia chuva a sério, então arriscou. Foi visitar lugares que deixaram saudade, onde não passava há muito, e a ideia era ir de tarde para um restaurente-bar perto da praia, com live music, comer algo apetitoso por lá (talvez sushi), e então acabaria o fim de semana em beleza, com boa música e boa comida. Porém, ao voltar do passeio, pelo caminho, o tempo estava fechado e já chovia bem; não era bom assim estar junto à praia onde não iria poder apreciar um daqueles pores do sol de cortar a respiração, aos quais se habituou no sul. Fica para uma próxima vez. Voltando para casa cedo, reparou num cartaz publicitário "Saldos na Decathlon", lá foi Ela atrás de roupa neoprene para começar a entrar na água do mar, muito em breve. Algo que já tinha prometido a si própria comprar, mas não tinha chegado o momento. Foi agora.
E assim foi um fim de semana que não deixou de ser perfeito, apesar de simples (como Ela). E mais oportunidades virão. Experimentou de novo a sensação ótima de ter um carrinho à porta e poder conduzi-lo à hora que bem lhe apetece. Passeou tranquilamente com música sempre boa na rádio M80, e ainda tinha limpa-para-brisas, espelhos, e luzes, tudo automático! E com avisos no painel sempre que ultrapassava a velocidade permitida por lei, ou quando devia passar a mudança de 3 para 4 ou para 5! (nunca tinha conduzido um "carro inteligente", gostou muito). Por enquanto, Ela dispensa a condução automática. Já fez essa experiência, duas vezes, e até assustava. Dizem que é uma maravilha, um descanso, acredita que sim, que quem se acostuma, nunca mais quer outra coisa. Ela ainda é “old school”, leva tempo a assimilar as coisas boas e modernas, precisa de praticar mais para ter segurança, e por enquanto ainda gosta de controlar a viatura, em vez de ser controlada por ela…
sexta-feira, 17 de janeiro de 2025
Nosso querido Mundo
Não tenho certeza do que é mais assustador: se o que está a acontecer neste mundo em que vivemos, ou a quantidade de pessoas que se sentem bem com o que acontece… Ou fingem que se sentem bem, porque também há isso: nem tudo é o que parece ser!
Está difícil, cada vez mais, acreditar em alguém ou no que quer que seja. Tudo muito superficial, enganador, volátil. E quem não acompanhar "a onda” dá em doido ou doida, não querendo mencionar a quantidade de gente que já existe com o cérebro avariado, e que nem têm noção de nada. E os outros, os ditos "normais", procuram terapias para conseguirem conviver, ou afastar-se, consoante for o caso. É complicado. Mas é o que sinto já há bastante tempo.
Há que aprender a ter uma grande dose de paciência, e sorriso nos lábios. Entender que cada pessoa carrega dentro de si uma realidade que os outros não conseguem ver. Todos estamos “no mesmo barco” e de algum modo “a lutar” contra algo, experiências difíceis ou desafios pelo caminho, no percurso da Vida, a tentar superar traumas do passado (a tal criança interior sofrida, da qual se fala tanto agora). Basta parar um pouco e pode-se imaginar como os nossos ancestrais sofreram horrores, até que os nossos pais nos trouxeram a este mundo, normalmente com bagagem incluída e que não nos pertence. Viemos sem pedir para nascer, e um dia teremos que partir, sem querer. Porque nos habituamos ao apego. Muitos rostos mostram sorrisos que escondem dores na alma. Por isso, temos que ser gentis, sempre que for possível. Ninguém sabe o que o outro está a enfrentar dentro de si. Gentileza e compaixão são os princípios da empatia. Não julgar uma pessoa, às vezes, é tudo o que é preciso para dar-lhe a força para superar o que a aflige por dentro. Estou a aprender tanto com a vivência no dia-a-dia.
E também assusta ver as notícias diariamente, ou ler os presságios do que estará para vir, e que já nos vão alertando.
Uma notícia que li há dias: numa conferência, o multimilionário Elon Musk alertou para uma possível crise energética mundial em 2025, destacando os impactos da rápida expansão da Inteligência Artificial (IA) e dos veículos elétricos (VE). O empresário mencionou a crescente procura por eletricidade e a necessidade urgente de investir em energia limpa e na produção de transformadores elétricos, essenciais para suportar o avanço tecnológico. Musk prevê que o ritmo exponencial da IA pode levar a uma escassez de energia, alertando para o risco de cortes no fornecimento. A “disponibilidade de eletricidade” poderá ser o próximo grande desafio para a humanidade. Nos Estados Unidos, a rede elétrica já enfrenta dificuldades devido ao aumento da procura, causado pelos centros de dados, da IA, da mineração de criptomoeda, ou a crescente implementação dessas tecnologias.
Portanto, vamos estando avisados. E não é nada que eu já não tivesse pensado. O tal apagão do qual já falei, penso eu (ou escrevi); é tal a sobrecarga que um dia ficaremos sem internet, telefone, TV etc. por um longo tempo, quanto?… e como iremos sobreviver? Falo por mim. O raio do telemóvel (que gostaria de dispensar tantas vezes) tem sido a minha companhia, já que vivo longe do meu lugar onde estão as pessoas amigas ou familiares. Ao menos que não faltem os transportes para eu poder ir longe e estar com as pessoas queridas. Ou as perninhas, para andar km e lá chegar, também.
https://executivedigest.sapo.pt/noticias/musk-preve-a-proxima-grande-crise-da-humanidade-vai-chegar-uma-terrivel-seca-em-2025-e-nao-sera-de-agua/...
Bem, vou parar com os maus agoiros e, para desanuviar, uma chalaça: - Diz uma gaja boa para outra:
- Preferes ter nádegas ou mamas?
- Cérebro, porque nunca cai.
That’s it! Gratidão, Universo!
segunda-feira, 6 de janeiro de 2025
Dia 6 dia de Reis
Desejos de Feliz Ano Novo, apesar de vermos as notícias na TV e observarmos como vai o mundo, que vai uma real trampa “everywhere”!...
Mas há que manter a mente positiva, e seguir em frente.
Olá 2025, aqui estou eu de novo no meu passatempo predileto: a escrita. De mim para mim, ou para quem por aqui passar. Como uma catarse necessária, para guardar para a posteridade ou ir lendo aleatoriamente, quando me der vontade. Que eu consiga sempre ter mais coisas boas para recordar do que as más. Às vezes a perda de memória dá jeito para tantos de nós que procuramos muitas vezes o esquecimento, mas o nosso cérebro teima em não deixar.
Tudo se tenta nesta vida para estarmos bem connosco e com os outros. Briga-se às vezes, por coisas insignificantes (normalmente), ou por falta de diálogo. Afastar-se e ficar em silêncio faz bem. Fazemos todo o tipo de terapias, massagens; há quem tome remédios sujeitos a receita médica, há quem experimente remédios homeopáticos, chineses, medicinas alternativas, super alimentos, detox de todas as maneiras, incluindo de pessoas e lugares, dança-se para esquecer, há quem se atreva a tomar banhos de gelo… Eu sei lá, um ror de coisas que há para fazermos, se quisermos ou pudermos. Meditamos e perdoamos, mas não esquecemos, infelizmente. Porém, fazemos o nosso melhor para sobreviver e ignorar o nosso algoritmo que nos convence que temos sempre de fazer alguma coisa que não precisamos. E assim vamos andando numa correria de vida, ano após ano, e num ápice já estamos no outono da vida. Passamos a desfazer anos, em vez de os fazer… Na verdade, temos somente os anos que nos restam de vida, porque os já vividos não os temos mais… E eu terei uns 20/25 anos (?) se correr tudo bem, com mente e corpo sãos. Muito jovem ainda, portanto há que aproveitar bem.
No fim de ano fiz um peeling facial profundo e agora ando a descascar, a mudar de pele (que nem as cobras, salvo seja). Estou longe de ser cobra, sou mais uma borboleta, em metamorfose ambulante. Tento fazer também um peeling de alma, necessário para iniciar bem o meu “feliz ano todo”, se Deus quiser. Ele sempre quer, porque essa é e será a minha essência.
Ahh e hoje é Dia de Reis. Apagam-se as luzes lá fora e dentro das nossas casas e varandas, mas que nunca se extinga a LUZ dentro de nós. Um novo ano é um momento especial para refletir sobre tudo o que aprendemos e sobre as novas coisas que queremos criar na nossa vida. Cada um de nós é responsável por onde escolhemos focar a nossa energia e pelo que criamos.
Confiemos que o espaço que abrimos para o novo será preenchido com LUZ, crescimento e possibilidades. Bom lembrar sempre que quando deixamos ir, fazemos lugar para aquilo que realmente nos pertence, aquilo que está alinhado com a nossa essência. O Universo sempre apoia os corajosos que se permitem recomeçar.
Eu acredito!
Subscrever:
Mensagens (Atom)